img { max-width: 100%; height: auto; width: auto\9; /* ie8 */ }

domingo, 22 de dezembro de 2013

VOTOS.

DESEJO A TODOS VOCÊS, AMADAS E AMADOS, QUE TEM A GENTILEZA DE ME VISITAR AQUI, UM FELIZ NATAL E UM 2014 CHEIO DE VITÓRIAS SOBRES AS BATALHAS.

QUE NÓS POSSAMOS NOS ENCONTRAR SEMPRE POR AQUI PARA UMAS ARTES E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A VIDA.

ATÉ O ANO QUE VEM.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

UMA CASA COM MUITAS ESCADAS.


Se a memória não me trai, foi em 1969 que eu e minha avó fomos morar com meus pais. Pode ter sido também em fins de 1968, nem minha mãe está muito ciente disto, o certo é que foi logo depois da morte do meu avô e pelo que minha mãe conta, foi um período extremamente amargo na vida dela, tanto que ela não gosta de relembrar aqueles tempos, eu não forço a barra.

De início moramos na casa da dona Bárbara, uma alemã, amiga do velho Schloesser. A residência situava-se próximo à base aérea de Cumbica, ficava numa rua de chão, com uma ladeira que seria impossível esquecer pois foi ali que meu pai me ensinou a andar de bicicleta. Era uma época em que os guris não eram tratados a pão de ló e leite com pera, eu sofria minhas quedas, me ralava todo e meu pai me dizia, levante-se e tente de novo.
A casa ficava num ponto elevado da rua, subíamos vários degraus até chegar à porta principal. Me impressionou as dimensões daquele lugar. Ali eu tive contato com as coisas que viriam a fazer parte da minha vida: arte e fantasia. Haviam livros e revistas em quadrinhos. Um grosso volume de papel amarelado e espesso exibia imagens fascinantes de fábulas conhecidas como Chapeuzinho Vermelho (seriam de Doré?). O marido de dona Bárbara era um italiano, talvez por isto tivesse por ali vários volumes de Topolino, como eram conhecidas as revistas do Mickey na Itália. Claro que eu não sabia ler aquilo, mas devorava as figuras, me impressionava muito a violência de algumas histórias, principalmente a forma bruta com que um dos Metralhas tratava seus irmãos.
Não tinha ainda tido contato com televisão, havia uma por lá, de madeira e válvulas, mas sobre ela eu falo mais adiante, mas deixa eu adiantar que foi através dela que conheci o Brejeiro e o Marinheiro, mascotes de
uma importante marca de arroz da época. Os sacos de cinco quilos vinham com bonequinhos de brinde e foi para mim uma maravilha ter nas mãos os personagens que via nas propagandas de tv.





Talvez para recuperar o tempo perdido, meu pai sempre que podia estava comigo, me ensinando alguma coisa. Uma lembrança forte que eu tenho foi numa das primeiras vezes que nos falamos a sós e ele me perguntou se eu sabia quais eram as cores da bandeira brasileira. Abobalhado, eu balancei a cabeça em sinal de afirmativo. "Não, não balance a cabeça, responda." Sim, disse eu numa voz fina e nervosa. "E quais são?" Eu que nem sabia exatamente o que era uma bandeira, fiquei mudo. Ele me ensinou isto e também todo o alfabeto. Recordo que ele e meu tio Etevaldo me fizeram decorar todos os estados e capitais brasileiras. "São Luís é capital de qual estado?" ARANHÃO, respondi. Gargalhadas. "Não, é Maranhão." Aprendi bem aquilo tudo, tanto assim que meu tio me levou certa vez a um bar onde ele costumava beber e disse aos outros bebedores: "Meu sobrinho conhece todos os estados e capitais do Brasil!" Os caras fizeram perguntas e eu não errava. Eles me presentearam com muitos doces naquele dia.
Meu pai usava uma cartilha para me ensinar a ler, eu aprendi na base de muitos bofetões. Desenvolvi, por este motivo, um medo dele que beirava a insanidade, e quanto mais o temia, mais o admirava, queria ser como ele, saber o que ele sabia, rir como ele ria (alguma semelhança com Kafka?). Ele trouxe do ministério uns enormes cadernos de folhas grossas e eu tinha que copiar meu nome cem vezes, depois os nomes de minha mãe, da minha avó e o dele próprio. Se eu não completasse a tarefa até a hora dele chegar - geralmente no princípio da noite - eu levava uma surra. Certa vez ele exagerou e me lembro bem que minha avó e minha mãe, que também morriam de medo dele, tiveram que me lavar numa bacia com salmoura.

A televisão era um escape e tanto, um dos primeiros programas que assistia passava a noite, era o do Topo
Gigio e era apresentado pelo humorista Agildo Ribeiro. Fiquei fascinado pelo ratinho italiano. Não demorou e fui estudar formalmente, não exatamente num colégio, mas com uma professora particular. Bem, também não era tão particular assim, ela tinha outros alunos em sua casa. O local ficava na base aérea e a mestra era esposa de um oficial. A casa dela ela muito aprazível. Não tem como me esquecer dela por três motivos: Um - por eu falar muito no rato italiano ela passou a me chamar de Gigio. Foi o primeiro e único apelido que tive na vida. Ao longo da minha existência tentaram me pôr outros: He-Man, Conan, Supermouse, Bronson, mas nenhum pegou por muito tempo, aliás, nem o Gigio, pra falar a verdade. Acho que desde cedo nunca me importei com este tipo de coisa, apelido pega quando ele te irrita ou quando você gosta tanto que o incorpora.
Dois - certa vez ela soltou um peido, aspirou profundamente e disse: "Ah, que gostoso!"
Três - a filha dela, que devia contar com uns 16 anos, reproduzia uma figura do Pateta, da Disney, em seu caderno, era idêntico ao original. Quero fazer isto. Não foi exatamente um desejo consciente, mas uma vontade de colocar no branco do papel as coisas que me impressionavam. Aquela foi a primeira vez na vida que senti ardentemente alguma coisa: o desejo de desenhar, e desenhar bem.

Agora, nos cadernões do ministério, além de copiar cem vezes as palavras que me eram ordenadas, eu também tentava desenhar meus heróis. Alguns deles eu conheci primeiro na tv, foi o caso do Superman com o George Reeves, eu era fissurado no herói, vê-lo tirar o terno, mostrar o "S" no peito e pular pela janela do edifício, alçar voo e salvar quem precisava de ajuda era sempre uma emoção renovada. De verdade, eu
pensava que ele existia. Certa vez, na entrada da base, para ir à aula, eu teimei com dois soldados do portão que o Super-Homem existia, EU TINHA VISTO NA TELEVISÃO.


Outro que me causava deslumbramento sem igual era o Batman, com o Adam West. Aquela série marcou demais a minha infância. A cada final de episódio eu ficava louco pra saber como ele e o Robin iam escapar das armadilhas criadas pelos vilões. Julie Newmar na pele de Mulher-Gato causava em mim um êxtase inexplicável.



Não perdia também nenhum episódio de National Kid. Já comentei sobre ele em um post mais antigo.
Inesquecível também era o Zorro da Disney, cujo protagonista era o Guy Willians.
Cisco Kid  e seu amigo Pancho também foi largamente desenhado (se é que aquilo podia ser chamado de desenho) nos meus cadernos.
Eram os personagens que me encheram a infância de enlevos.



Entre o aprendizado, bofetões, tentativas de desenhar e programas de televisão, eu passava meus dias em companhia de uma cadela vira-latas que ficava confinada numa área superior do quintal da casa. Tinha que subir vários degraus de escada para chegar até onde ela estava. Era a minha companheira, uma vez que não havia outra criança para brincar. Para minha vergonha evoco que eu fazia uma maldade com ela, pegava-a pelas patas dianteiras e rodava bastante e soltava num certo momento. Mas o pobre animal sempre vinha com o rabo entre as pernas pra perto de mim. Por muito tempo eu achei que todas as desditas porque passava eram mais que merecidas por brincar de forma violenta com um bicho tão meigo. Não consigo me lembrar a quem pertencia aquela cachorra, nem que fim levou.

Eu fazia muitas perguntas e torturava minha mãe com elas. E eram as questões mais idiotas. Naquela época havia um cantor da Jovem Guarda, muito popular, chamado Eduardo Araújo (sim aquele mesmo do carro vermelho e que não precisava de espelho pra se pentear), por ter o mesmo nome que ele eu achava que quando crescesse eu iria me tornar ele, e dizia pra minha mãe que queria ser eu mesmo. Mas você vai ser, dizia ela, mas eu teimava e continuava achando que ao ficar adulto eu iria automaticamente me transmutar num outro cara. Eu não conhecia nenhum outro Eduardo. Minha mãe era cantora, cantou muito em rádio e programas de tv da época, mas meu pai não lhe permitiu seguir carreira como a Ângela Maria. Ela tinha longos cabelos negros que lhe chegavam até a altura dos lombares, certa tarde ela apareceu com as madeixas cortadas nos ombros. Acho que uma nova vida começava pra ela.

Uma vez ao chegar do trabalho meu pai me trouxe a Mônica nº 1, acho que aquele foi o primeiro gibi que tive na vida.


Minhas tentativas de desenhar continuaram e meus pais me deram uma ferramenta que me deu autoconfiança, um Desenhocop. Era um caderno em espiral com folhas de papel vegetal com desenhos de bichos, momentos marcantes da história brasileira e etc, os desenhos eram como carbonos, colocava-se uma folha branca por baixo e dava pra decalcar o desenho, não consigo explicar bem, mas vocês podem fazer uma ideia. Aquilo me deu motivação. Custavam muito caros na época, acho que tive uns dois ou três, se tanto.




Foi por este período que Deus não permitiu que eu morresse afogado, mas sobre este fato eu comento numa outra postagem, se tiver paciência pra tanto.
Eu vivia com medo e muito sozinho boa parte do tempo, não eram só os olhares duros do meu pai, nem as coças de minha avó, havia uma sensação de inadequação a tudo e achava que era pesado às pessoas.

Em algum momento eu soube que minha mãe estava grávida. No mês de outubro de 69 meu pai  subiu com meu irmão enrolado num cobertor amarelo e o deixou em cima da cama pedindo que eu tomasse conta enquanto ele e meu tio carregavam minha mãe sentada numa cadeira por todo aquele lance de escadas.
Fiquei observando a criaturinha que dormia envolto no cobertor. Aquele era o primeiro dos três maiores presentes que Deus me daria na vida.


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

MARÍLIA DE DIRCEU ( CENA 01 )



Amadas e amados, bom dia.
As coisas continuam estranhas como sempre estiveram, não há debaixo do sol um momento prolongado de descanso, foi assim com os primeiros homens logo depois da queda do primeiro e de lá pra cá só piorou. Acho que me preocupo demais, penso demais, ou de menos. Já faz um bom tempo intento criar um texto específico para postar aqui e nunca consigo as palavras certas, o momento certo. Não é algo com o que eu deveria me importar, afinal, estas coisas só dizem respeito a mim, transforma-las em palavras e dividir com vocês é a mais pura vaidade. Como não consigo evitar, vou ruminando e uma hora a coisa sai. Meu problema maior é o tempo, como sempre. Atualmente estou de novo assumindo mais compromissos de que posso dar conta, é a maldita luta pela sobrevivência, não consigo terminar o mês com algum dinheiro sobrando, mas o nome que construí me possibilita ter atividade remunerada para pagar todas as contas, graças a Deus.

Os que me acompanham aqui desde o princípio sabem que tenho pronto uma antologia em quadrinhos chamada PHOBOS E DEIMOS, um dos meus livros mais amargos, cada história desenhada com uma técnica distinta. Ontem, depois de quase um ano, finalmente o editor de uma conhecida empresa paulista entrou em contato para informar que um projeto autoral deste porte não dá pra ser publicado por eles, é arriscado demais. Ele me sugeriu o Catarse. Acho que não, ninguém iria apoiar e isto colocaria uma pá de cal em minha auto-estima, ademais não tenho tempo nem saco para gerenciar este tipo de coisa, mas sei lá, sinto que este livro deveria chegar aos que gostam do meu trabalho, pois mostra algo bem diferente de Zé Gatão, quer dizer, nem tão diferente assim, mas este não é com antropomorfos. Bem, depois do banho de água fria preciso pensar direito no que fazer, adio qualquer plano em relação a isto para o ano que chega, se estiver vivo até lá.

Chega agora até vocês, meu cada dia mais reduzido e fiel público, as imagens de Marília de Dirceu de autoria de Tomás Antônio Gonzaga, poeta arcadista luso-brasileiro e um dos protagonistas da Inconfidência Mineira, para mim um dos mais enojantes episódios da história brasileira.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

ALGUMAS IMAGENS DO LIVRO DE ANATOMIA.



A corrida continua desabalada, não adianta os músculos das pernas reclamarem, nem os pulmões clamarem por descanso, a estrada se descortina à frente convidando a uma maior aceleração, parar significa perder, perdendo, corrompe-se a vida, morre-se, mesmo estando vivo. Um breve descanso talvez? Sim, muito breve, pois você pode ser ágil como um coelho e a morte muito lenta como uma tartaruga, mas sabe que ela vai vence-lo no final. Tome pois, distância enquanto puder, enquanto ainda existe algum fôlego.

Amadas e amados, perdoem-me, sei que como filósofo e poeta eu sou de uma mediocridade invencível, mas as vezes não resisto em usar essas metáforas para exprimir as sensações que a vida me trazem. Desabafo é necessário de quando em quando.


Mas falemos de coisas mais interessantes, esta semana estava dando uma faxina no meu computador e me deparei com estas fotos numa pasta. Eu havia me esquecido completamente delas, e nem tem tanto tempo assim, tirei-as no dia que chegou a caixa contendo meus exemplares da reedição (revisada e ampliada) do meu Desenhando Anatomia - Figura Humana. Ficou um livro bonito pacas. A Editora Criativo prima pela qualidade. Se alguém se interessar é só acessar este link:

http://www.artcamargo.com.br/product_info.php?cPath=40_870&products_id=10398


Sabem, já tentei comunicação com o blogger pra retirar a restrição a este nosso espaço e torna-lo de novo acessível a todas as idades, mas ainda não tive sucesso, que coisinha complicada! Isto deveria ficar ao critério do dono do blog, se ele quer só para maiores vai lá e clica, se decidir mudar de ideia, clica de novo e pronto, mas não é assim, sei lá porque. Quando puder vou tentar de novo.


Bom final de semana pra vocês todos. Abraços pros gatões e beijos pras gatinhas.







terça-feira, 10 de dezembro de 2013

TIMELESS, DE GILBERTO QUEIROZ.


Quadrinhos são muito difíceis de se fazer, textos e desenhos tem que ser coesos, passa-se muito tempo na construção de situações que prendam o leitor. Uma boa hq tem que ter um narrativa competente, clima e "musicalidade" própria, ou seja, aquele "Q" que a diferencie das demais. Repetindo: é muito cansativo e complicado. Não a toa, conversando com o Jô Oliveira em Brasilia certa vez, ele me disse que depois de ter feito tantas pranchas de quadrinhos em sua juventude, não tinha mais paciência para tanto, dava preguiça. No lugar de uma página de quadrinhos ele preferia fazer várias ilustrações para livros, que aliás, eram muito mais rentáveis.
Malgrado tudo isso, qualquer um que tenha habilidade para desenhar e uma boa história para contar pode criar o seu gibi. Se não formos contar o fator tempo (time is money), é fácil, basta ter papel, lápis, borracha e régua. Depois dela completa, você pode grampeá-la e ela está pronta pra ser passada de mão em mão e lida por quem estiver disposto. Se tiver uma graninha pode ainda ser xerocada e distribuída no meio da moçada da sua comunidade. Só isso? Sim. Assim nasceram muitas boas ideias e fanzines. Minhas primeiras histórias em quadrinhos foram criadas como descritas acima, e eu só tinha um único leitor, meu amigo Luca, meus irmãos eram muito novos na época. Claro que uma coisa mais profissional a conversa é outra. Dizem que hoje ficou ainda mais fácil fazer gibis. Eu não acho. Embora tenha sido publicado em editoras de peso ainda encontro muita dificuldade para lançar meu material, talvez pelo conteúdo ou por não haver mercado, o fato é que estou mesmo convencido de que o esforço não vale a pena, se ainda crio alguma coisa é pela grande necessidade de faze-lo, como aquele espirro que não dá para conter, mas atualmente faço apenas para mim mesmo. Ainda resisto ao crowdfunding e detesto ler hqs na tela do computador.


Bem, tudo que disse até agora foi para comentar que o amigo Gilberto Queiroz teve colhões para lançar sua própria revista. E num capricho de fazer inveja a qualquer editora de renome, excelente impressão, papel de boa gramatura e um acabamento perfeito.

Como diz a música, "o carteiro chegou e o meu nome gritou, com uma carta na mão", assim mesmo, e como é bom receber presentes desta natureza; um: por vir da parte de uma pessoa querida, dois: em dias amargos uma encomenda assim é como mel descendo suave pela garganta. Muito obrigado, Gilberto.


A obra contém três histórias, todas muito bem narradas e bem desenhadas, duas dela com roteiro de Rynaldo Papoy. Gostei particularmente do primeiro conto. Sinistro.


Alguém poderia argumentar que o desenho do Gilberto ainda está verde para este tipo de publicação, mas eu responderia que de certas frutas verdes ainda se fazem os melhores doces. Não parece ser a pretensão dele agradar pela arte, o desenho dele é o que ele é, sua marca, seu estilo, e ele, como todos nós, vai se aperfeiçoando a cada trabalho. E esta é a segunda obra que vem a público. Que venham outras. Mais detalhes você encontra aqui:
https://clubedeautores.com.br/book/154212--Timeless?topic=quadrinhos%28hq%29#.UqcckfRDtt1

PARABÉNS PELO ESFORÇO E CORAGEM, GILBERTO.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

FOTO DO PRIMEIRO DIA COM 51


Essa coisa de mostrar ou não a cara na internet já deu o que falar por aqui. Já postei fotos antes é claro, mas era numa outra situação. A família da minha esposa já pegou no meu pé por eu ser anti-social e tudo mais. Fizeram uma votação e quase por unanimidade querem que eu bote as fotos, todas o mais natural possível, só a Vera ficou do meu lado.
Ok, topei, desde que seja uma única e que fique no ar apenas neste fim de semana.
Então aí está (com minha cara sempre animada).


Até segunda ou terça, se Deus nos permitir.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

COMPLETANDO HOJE 51.


Este texto curto corre o risco de parecer piegas, paciência. Hoje completo aninhos e não teremos imagens, pelo menos até agora; fui fotografado hoje pela manhã pelo meu cunhado em meu ambiente de trabalho, sem camisa, descabelado e barba por fazer e ele insiste em que eu poste as imagens. Não, disse eu, nada de fotos em blogs e redes sociais. Raramente tiro fotos, antigamente tirava mais e nem sei porque o fazia. Não gosto da minha cara e nem leio meus contos e hqs (não sem morrer de constrangimento). Talvez mais tarde eu poste essas fotos de hoje aqui por um curto espaço de tempo. Talvez. Vou pensar a respeito. É, posso me dar ao luxo de fazer cu doce, afinal passei de meio século.
Ontem a noite, como faço todos os dias de minha vida, agradecia a Jesus, pelos meus anos, por este que eu tinha conseguido sobreviver, e como sempre senti uma pontinha de tristeza, a causa pensei eu, é que sou abençoado demais e não me sinto merecedor de tais bençãos. Longe de ser rico, vivo num lugar decente, faço mais de três refeições por dia, pago minhas contas, sustento família com desenho. Quantos podem se dar ao luxo? Livros publicados, um personagem marcante, um bocado de fãs que sempre dão retorno das coisas que faço, e penso, são só desenhos, tem um monte de cara muito melhor por aí. Acima de tudo, tenho pais e irmãos maravilhosos, uma esposa dedicada e paciente e ainda me dou ao luxo de reclamar e achar que podia estar melhor. Meus livros demoram demais pra virem a público, podia ganhar mais pelas minhas artes, ter mais fãs, morar num local melhor e menos quente e por aí vai. Sou é muito ingrato, isso sim.

Almocei hoje muito bem e tivemos uma excelente sobremesa, mas foi só. Não teremos bolo nem festa. Minha família está longe. Aqui sogra e cunhados com muitos problemas para darem conta. Amigos também estão distantes e eu tive muito mais do que merecia. Me basta. Estou satisfeito. Devo tudo isto a Deus e a vocês que me acompanham por aqui, digo isto de coração.
Obrigado a todos.
Este é o primeiro dia caminhando numa estrada já conhecida e convido vocês, amadas e amados, a caminharem comigo.
Até mais tarde, quando talvez eu poste umas fotos neste texto, ou talvez não. Ainda estou pensando.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

COMMISSION : ZÉ GATÃO.


Minha new commission não é sobre heróis das hqs gringas ou dos games como podem notar e fiquei muito feliz de executar, além dos motivos óbvios que me deixaram muito confortável, o cliente, uma pessoa ótima, fã ardoroso de Zé Gatão (não o conheço pessoalmente) deixou-me muito a vontade para fazer como melhor me conviesse, tema, técnica, formato e tals. De posse dessa liberdade viajei na ideia quando se trata de meu próprio personagem. Sabem, fico me perguntando se tenho algo dentro da cabeça para me divertir tanto com ilustrações assim, digo, devo ser muito adolescente (tô caminhando para os 51) para ficar desenhando animais cheios de testosterona saindo na porrada. Acho que sou maluco mesmo. Yeahhh!


É uma pena que neste país não se possa cobrar um valor legal por uma arte exclusiva destas que permita respirar aliviado por uns tempos (ainda não alcancei o mercado gringo e não tenho a menor ideia de como faze-lo), tenho que me adequar ao tamanho do bolso do cliente brasileiro. Mas tudo bem, uma arte de encomenda é algo legal porque ajuda a fugir um pouco dos trampos de editoras de livros. É diferente também de fazer retratos; queridos e queridas, como odeio este tipo de coisa! E já fui obrigado a fazer muitos pra defender um troco. Outro troço insuportável é pintar paisagens em paredões (Rio de Janeiro) ou figuras de mulheres peladas em cinema pornô (São Paulo). Hei, preciso fazer um post sobre estas experiências. Ok, qualquer dia, quando tiver saco eu faço.

Bem, estou um tanto vagabundo esses dias, então deixa eu ir trabalhar, a net já roubou uma boa parte da manhã.

Fiquem bem, e não deixem de me visitar aqui.
Beijão.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

APENAS ESBOÇOS E NADA MAIS.



Definitivamente perdi leitores deste blog. O número de visualizações caiu drasticamente. Deve ser, com certeza por causa do aviso de conteúdo adulto. Este espaço continua o mesmo mas a maioria não sabe disto, pensam, talvez, que ele agora contenha imagens pornográficas ou textos subversivos, sei lá. Bem, já tentei reverter o processo, mas não sei como esta joça funciona direito até hoje, e por outro lado, quem se espantou dificilmente vai voltar. Deixemos assim por enquanto. Importa mesmo são os que continuam me acompanhando e que gostam do meu trabalho, independente do conteúdo.

Tenho trabalhado em câmera lenta. Didáticos não inspiram muito. Estou me sentido estranho, não exatamente no corpo, apesar de muita coisa nele não estar reagindo como acho que deveria, a dor nos calcanhares que me atormenta quando caminho um trecho mais longo continua, associada a uma perene fadiga muscular, mas é mais o fator psicológico que me incomoda. Uma tristeza muito grande me acossa já faz um bom tempo.

Tem algumas coisas que dão mesmo preguiça, cortar as unhas é uma delas, as minhas estão bem aparadas, mas a barba está de uma semana, começa a coçar. É algo tão simples e que demora tão pouco tirar, mas eu vou postergando o máximo que posso, nem sei porque. Ainda bem que minha mulher não se incomoda com isto.
Sabem, se pudesse não sairia debaixo do chuveiro frio. Queria também que o tempo não passasse tão depressa, nunca dá tempo de fazer tudo o que queria.

Nem sei se estes esboços já deram as caras por aqui, realmente não lembro.

Cuidem-se, amadas e amados, são tempos difíceis.





sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CONTOS FLUMINENSES ( 07 )


Não consegui trabalhar hoje, estou tentando mas minha cabeça não foca no assunto. Ilustrar livros didáticos significa ler textos e interpreta-los na forma de desenhos, pode ser o óbvio ou algo tolo, mas tem-se que arrumar solução plausível para o problema. Mas hoje não está sendo o dia, acontece quando há um problema imediato tirando a paz. Amanhã tudo dará certo.

Finalmente consigo voltar a este blog, ultimamente tá complicado; vir aqui apenas para dar um oi, colocar um desenho qualquer não me bastam, vocês que estão acostumados com meus blá-blá-blás merecem mais que isto, e também é verdade que não tenho nada relevante para dizer no momento, gostaria muito de postar um conto que tenho na minha cabeça a tempos e não arrumo jeito de lapidá-lo e escrever, tampouco a continuação de umas memórias da infância, mas não encontro paz de espírito para tanto.
A culpa é da minha situação atual, os trabalhos estão um tanto irregulares, os pagamentos também. No início desta semana me antecipei e perdi parte do meu dia indo até a editora assinar os contratos, tudo pra ver se recebo mais rápido. Não recebi e ainda ouvi dizer que haverá um período de entressafra por lá. A coleção de livros clássicos, que ilustrei mais de 40, deu uma parada por conta de umas modificações nos setores editoriais e não mais se definiu. Se Deus quiser em janeiro do ano que vem começo a bater em novas portas, tal qual um vendedor de enciclopédias, daí vamos ver se teremos novidades, por hora continuo com desenhos para livros didáticos. Mas quem sabe as coisas não mudam? Espero. Trabalho para eles já vai fazer 4 anos, sempre me deram bastante liberdade e pagam direitinho. Me acomodei muito nos últimos anos, não fico mais brigando tanto por aumento de valores, desde que dê para manter o padrão de vida a que estou acostumado e, creiam, é bem modesto. Aguardemos os acontecimentos.

A bíblia diz que aquele que encontra uma ESPOSA, encontra uma benção de Deus, e eu encontrei. Claro, temos nossos problemas, mas quem não tem? Esta semana ela disse pela milésima vez que assim que ela tiver condições me dará uma vida de rei. Poderei me dedicar totalmente à pintura a óleo e escultura em argila, publicar meus quadrinhos sem ter que precisar de editora, apenas para atender ao meu público. Oxalá isso fosse mesmo possível pois me sinto bastante cansado. Meus irmãos disseram o mesmo algumas vezes.
Quem sabe uma hora, né? A Verônica participa de tudo que é promoção que aparece, do chocolate ao produto de cabelo. É só o caldo de galinha anunciar o sorteio de casas e um X e grana e lá está ela se cadastrando. Uma hora....
Mas enquanto isso não acontece eu continuo trabalhando duro.

Tenho uma novidade para os que gostaram do conto de Zé Gatão chamado de SECA CRUEL escrito pelo meu amigo Luca Fiuza, ele já deu início a uma continuação. Li a primeira parte e posso afirmar que está tensa. Já esbocei duas artes para a narrativa, pelo menos o que temos até agora. Esperemos que ele acabe o quanto antes para estar logo por aqui. Da minha parte fico muito satisfeito, já que a Devir demora para lançar a conclusão de Memento Mori, o felino mestiço invocado continua vivo por outros meios.

Acabei de assistir a primeira temporada de Under The Dome, série baseada no livro do Stephen King, que tem a produção executiva do mesmo e do Spielberg. No começo achei morno, mas depois acabei me envolvendo, claro, não se compara com Breaking Bad, uma das melhores séries de todos os tempos, mas dá para divertir, espero que a segunda temporada não demore tanto.

Estou lendo Amberville, a Lista da Morte (estou gostando bastante, Carla, tanks again). É incrível se envolver numa trama onde os personagens são todos bichos de pelúcia.

Atualmente ouço PRIVATEERING, o último cd do Mark Knopfler, eita músico foda!

Histórias em quadrinhos? O de sempre.

Mais uma cena de Contos Fluminenses pra fechar a semana.
Cuidem-se.













segunda-feira, 18 de novembro de 2013

ENTREVISTA CONCEDIDA À P.A.D.A. EM 2012.




1) Para quem não conhece ainda, fale-nos um pouco sobre o Zé Gatão.

ES - Vivendo num universo antropomorfo (animais humanizados), o personagem título é um gato mestiço de lince que luta para sobreviver num mundo implacável e caótico. Ele é  soturno e com problemas de adaptação, não venceu na vida, tem o utópico desejo de ter um emprego fixo, uma companheira e viver longe da pressão cotidiana. É basicamente isto.

2) Seu trabalho como Zé Gatão é bastante visceral e polêmico. A violência e o sexo chegam a ser explícitos, chegando a incomodar os mais puritanos ou sensíveis. O que o leva a inserir elementos tão “pesados” em suas histórias? Você os julga realmente necessários?

Es - Minha proposta quando iniciei esta série era retratar o mundo conforme eu o via (e sentia) sem maquiagens, não poupando o leitor, se ele estivesse afim de algo "suave e engraçadinho" que fosse ler as histórias do Bidu. Preciso sublinhar que nunca fiz hqs para agradar ao público, e sim usar a narrativa gráfica como uma catarse, um meio onde eu pudesse berrar a plenos pulmões cada vez que algo na minha própria vida me incomodava, uma forma de extravasar minhas frustrações, na minha cabeça é algo que se aproxima da teoria do "Grito Primal" do Arthur Janov. Já reparou que na maioria dos crimes violentos tem sexo envolvido? Daí o porque d´eu raramente separar uma coisa de outra. 
Se julgo necessário? Não, necessário não é, mas eu me identifico mais com os filmes do Quentin Tarantino que os do Frank Capra.   


3) Por outro lado, Zé Gatão também vai fundo na discussão filosófica da procura do eu e na denúncia de problemas sociais como pobreza, truculência policial, corrupção e, até mesmo, falta de educação nas grandes cidades. Por que tocar nesses assuntos em uma história onde a ação é o principal chamariz?

ES - Como já disse, uso os quadrinhos  (embora pareça presunção da minha parte) como uma forma de terapia. Inserir os temas que você citou em minhas aventuras seria algo natural, pois são coisas que me estarrecem. Quanto "a procura do eu" é algo que acrescento de forma meio instintiva. Embora eu faça minhas hqs para mim mesmo, há sempre alguém que se identifica, que grita de volta, a presença de alguma filosofia (ainda que barata) existente em Zé Gatão é uma forma de me comunicar com aqueles que veem meu trabalho como um espelho.


4) Quais são seus mestres e quais as suas fontes de inspiração?

ES - Muitos, vão de Gustave Doré aos ilustradores americanos da "golden age", mas sempre repito que o trio que serve de base para o meu trabalho, são Richard Corben, Bernie Wrightson e Tanino Liberatore. 

5) Quais os trabalhos que você está envolvido no momento?

ES - O que tem colocado comida na mesa (desde sempre) são as ilustrações para livros; a mais de três anos tenho criado imagens para os clássicos da literatura brasileira para uma editora de Recife, paralelo a isto, crio álbuns e manuais de desenho para editoras de São Paulo. Nos quadrinhos estou trabalhando numa biografia do poeta americano Edgar Alan Poe roteirizado por Rubens Lucchetti, mas infelizmente tive que interrompe-la momentaneamente por falta de tempo, devo recomeça-la assim que minha vida serenar um pouco. 

   
6) Como você avalia o cenário Nacional atual? E quais são os nomes que merecem destaque?

ES - Não há resposta fácil, os quadrinhos aqui se parecem muito com o próprio Brasil, está crescendo, muitas mudanças pra melhor, a maioria dos gringos já sabem que existimos (e não só por causa do Pelé e do café como era antigamente), tudo muito bonito e tals, mas para o cidadão comum, que acorda cedo, pega ônibus, trabalha duro por seu salário (que nunca acompanha o aumento das coisas) o cenário parece sempre ser o mesmo. Ano passado tivemos recordes de publicações, inclusive eu, com dois álbuns de Zé Gatão. O problema pra mim é que a maioria foi de independentes. Romanticamente falando é muito bonito, mas ainda não temos um mercado. 
O material independente, com raríssimas exceções, é algo que atinge poucas pessoas, geralmente da sua própria tribo, e isto não permite ao autor viver deste ofício. Estamos avançando, diriam os mais otimistas! Sim, de fato, mas avançando pra onde? Há anos estamos nesta luta, e se 2011 foi profícuo para as hqs nacionais, o mesmo não pode se dizer de 2012, se não estou enganado. Não parece haver uma evolução no quadro, mas uma parada para recuperar o fôlego, e sabemos o que acontece quando o atleta para pra respirar, ele perde o pique. O que sobra no final são sempre os mesmos no pódio, aqueles bem aventurados com recursos para emplacar seus trabalhos aonde o mercado ainda sobrevive, como nos EUA, por exemplo. Estes mesmos já tem destaque demais para que eu cite seus nomes, prefiro falar daqueles que batalham a muitos anos sem o mesmo reconhecimento. Sou um fã do pessoal da velha guarda, como Júlio Shimamoto, Sebastião Seabra e Artthur Garcia, mas pra mim, atualmente, disparado, o maior autor brasileiro é o Nestablo Ramos Neto.      

7) E o Nordestino (e mais especificamente, o Pernambucano)?

ES - Pelo Facebook tive contato com um rapaz muito bom chamado Alan Goldman, arte sensacional, o cara é muito bom! Aqui em Pernambuco gosto dos traços do Wamberto Nicomedes e Rael Lira, mas meu destaque vai para o Luciano Félix, é raro um desenhista com talento pro humor ter uma narrativa gráfica e design de página tão brilhante como ele expressa em seu trabalho. Como roteirista, algo ainda pouco destacado no meio, eu gosto do Léo Santana.

8) Muita gente já deve ter lhe perguntado se o Zé Gatão era um alter-ego seu. O que você diria para essas pessoas?

ES - Acho que todo autor coloca muito de si em seus personagens, mas no meu caso e de Zé Gatão isto é escancarado, as coisas que disse acima sobre o personagem parecem muito com minhas próprias características, principalmente quando era solteiro e andava mais perdido. Porém, o que posso dizer é que eu o uso para coisas que nunca tive coragem de falar ou fazer. 


 9) Quais os artistas ou grupos que você destacaria no cenário Nordestino como de relevante importância para os Quadrinhos Nacionais (Sejam produzindo ou incentivando os quadrinhos e artistas nacionais) ?

ES - A PADA tem realizado um trabalho hercúleo no sentido de promover e publicar as hqs aqui em Pernambuco, aliás, não conheço outro grupo que faça algo semelhante em qualquer outro lugar do Brasil.

10) Quais os projetos para esse segundo semestre de 2012 e para o próximo ano?

ES - A Devir promete para este ano ainda a continuação de Zé Gatão-Memento Mori, há também um outro álbum totalmente fora do universo Zé Gatão, pronto já, desde 2004, esperando um momento apropriado para oferecer ás editoras (não sei se será bem aceito, pois é muito truculento e recheado de cenas de sexo), além da já citada bio do Poe. Se tudo isto dará as caras o ano que vem, só Deus sabe.  

 
11) Como você definiria o Eduardo Schloesser e seu trabalho?

ES - Sinceramente? Como um animal em extinção, tanto na forma como vejo o mundo, como na forma de executar meu trabalho.  


12) Você tem algum sonho ou objetivo que ainda espera alcançar?

ES - Desde que comecei neste meio, em 1986, em Brasília, e principalmente no início dos anos 90, quando retornei a São paulo, eu tinha grandes expectativas em relação as artes. A maioria foi frustrada. Tive algumas realizações, poucas me trouxeram o retorno financeiro tão sonhado. Hoje, chegando aos 50 anos, não me dou ao luxo de esperar nada além do que o que tenho conquistado. 
Não posso reclamar, penso que meu trabalho é pouco comercial e mal divulgado, ainda assim publiquei quatro álbuns de Zé Gatão, várias histórias eróticas, diversas revistas de passo a passo de desenho e quatro álbuns de anatomia, dois deles esgotados.
Há quem diga que meu antropomorfo teria boa aceitação no mercado gringo, ainda não queimei este cartucho e nem sei bem como faze-lo, mas está na pauta, assim que tiver mais tempo livre.
Ainda espero poder escrever e desenhar uma última saga de Zé Gatão para por um ponto final na carreira do personagem, e também criar um álbum com algumas histórias do cotidiano que a anos pedem pra sair da minha cabeça. Veremos.  

13) Espaço Livre: Fique agora a vontade para dizer o que quiser para os leitores dessa sua entrevista:

ES - Aos que não me conhecem, procurem pelo que já produzi, pode ser que vocês gostem e entabulemos uma amizade, ainda que através da 
 magia autor, trabalho, leitor, ou mesmo face a face, quem sabe?

Aos que que já leram as bobagens que escrevo e desenho, por seu prestígio e paciência, a minha 
gratidão.






quarta-feira, 13 de novembro de 2013

MY CRAZY SKETCHBOOK ( 04 )


Aqui estou de novo, como espero estar outras vezes, olhando matérias e perdendo tempo diante da tela do computador, ouvindo Jackson Five. A maioria dos sites que visito antes de iniciar meus desenhos são sobre artes e quadrinhos e estou achando tudo extremamente tedioso nos últimos tempos. Parece que a coisa não se renova nunca, é a mesma bobajada de sempre, o desenhista foda do momento com sua empáfia e aura de artista intocável. Fãs entusiasmados com mais uma bienal de hqs em BH. Tenho inveja deles, digo, dos fãs, não dos desenhistas, queria ter o mesmo arrebatamento de outrora, mas acho que o tempo roubou isto de mim. Ouve dias em que gostava muito de ir aos encontros, lançamentos de livros, conhecer ilustradores, pessoas do meio, tentar me entrosar e fazer parte. Naquela época havia o premio Ângelo Agostini, era bom assistir a premiação ao lado de artistas como o Arthur Garcia, João Pacheco e Franco de Rosa, hoje a coisa tomou dimensões, digamos, apoteóticas e apesar dos convidados internacionais de peso, não sinto o mesmo gosto. Mas sei que isto é só comigo, não consigo me adequar aos novos tempos, i-phones, e-books e sei lá mais o quê. Então talvez seja melhor mesmo eu continuar aqui, como um bloco de pedra. Hora de mudar de assunto.

Eu e verônica ficamos órfãos de Breaking Bad, a série terminou e tenho que admitir que é mesmo uma das melhores de todos os tempos e agora não temos uma boa boa opção de entretenimento no final de noite, assistimos ao piloto de Under the Dome e embora interessante, não nos pegou na veia. Teremos que esperar pela novas temporadas de Walking Dead, Homeland e Guerra dos Tronos. Isto porque gostamos de assistir as séries completas.

Nos quadrinhos estou curtindo as aventuras do Juiz Dredd.
Livros? Comecei a ler Amberville, presente da minha amiga e escritora Carla Ceres.
Cinema? Claro, fui ver o "Thor - O Mundo Sombrio", me diverti muito, gostei bem mais que do primeiro, dosaram bem a aventura, humor e ação. Depois da decepção que foi o Homem de Ferro 3, este Thor foi uma grata surpresa.

A Arte de hoje é mais um dos monstros dos meus cadernos de rabiscos.

Agora é hora de começar a trabalhar.
Até a semana que vem, se Deus quiser.


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CONTOS FLUMINENSES ( 06 )


Pois é, creio que os blogs estão em franca decadência a julgar pelo meu. Seria culpa das redes sociais, que muitos dizem ter engolido até o tal do twitter? Pode ser. Entrei nesta meio tarde, conforme já comentei aqui, mas lembro uma época que ao acessar as estatísticas eu chegava a ter quase 500 visualizações de página por dia, as vezes até mais, depois caiu para umas 300 e por muito tempo oscilou em umas 100, 140, por aí, agora noto que tem dia que não passa de 50 acessos. Noto que isto aconteceu depois que acionei o dispositivo de blog recomendável para adultos. Era necessário, para evitar possíveis problemas. Talvez eu esteja ficando chato, quem sabe as pessoas estejam ocupadas com coisas mais importantes. Tudo bem, eu vou ficar aqui, choramingando e colocando desenhos enquanto ainda tiver uma única pessoa disposta e ver e ler.

Ontem a noite, enquanto aguardava mais um capítulo de Breaking Bad, dava uma lida numas postagens antigas e notei alguns errinhos de texto, uma letra trocada, uma vírgula a mais ou a menos, essas coisas. Olhem que perco mais tempo revisando que escrevendo. Peço desculpas, mas acho que o que fica valendo mesmo é o espírito da coisa, né?

Bom, terminamos a semana (pouco produtiva pra mim, ando meio cansado, preguiçoso) com mais uma imagem para o livro do nosso maior escritor.

Nice weekend a todos.


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

NEW COMMISSION: RESIDENT EVIL X ALIEN



Os desenhistas são loucos. Foi o que li num prefácio de um álbum de quadrinhos a muito tempo atrás. Autoria de um editor cuja escrita eu admirava muito, até conhece-lo melhor e notar que não passava de um boçal arrogante, lógico, pode-se ter muito talento para o que quer que seja e isto não o livra de ser um merda. Mas não há como refutar que todo artista é de certa forma um insano. Falando de artistas de um modo geral, não vamos citar o velho e querido Vincent, aí não vale, nem Kafka, nem Kubrick, mas ao ter conhecimento que Jack Kirby desenhou ininterruptamente pelo menos uma página de quadrinhos por dia ao longo de sua longeva carreira percebe-se que há algo de muito doido no meio disso tudo. E o que dizer do Corben, que além de desenhar, pintar, ainda fazia ele mesmo a separação de cores com um complicado sistema de ovelays para suas histórias, para ter total controle de seu cromatismo? Ao observar os temas violentos do Liberatore fica claro que o cara tem um parafuso a menos. Nem olhem pra mim, eu não passo de uma farsa, portanto não faço parte.
Tem que ser muito doido mesmo para passar horas e horas, semanas e meses em cima de um projeto para depois receber por ele, quem sabe, apenas uns elogios do tipo: gênio, cara foda e coisas tais, e na melhor das hipóteses uma grana, pode ser muita ou pouca, não importa, quanto vale a alma de um artista?

Não estou acostumado com commissions, fiz poucas, como não sei o quanto isto vale exatamente e meu nome não tem lá essa projeção, portanto o cliente já vem com o valor que ele pode pagar, o que na verdade não é muito, mas não podemos esquecer que vivemos no Brasil. Como estou sempre precisando de dinheiro eu topo sem discutir muito. Principalmente a peça mostrada hoje, foi criada para o irmão mais novo da minha esposa. Até agora dei sorte de me darem liberdade para eu viajar na ideia, mas já ouvi relatos de pessoas que porque estão pagando fazem mil exigências, deixando quase nenhum espaço para o artista imprimir sua marca. Ouço dizer que lá fora é uma coisa que dá muita grana, as pessoas podem pagar por isto, então... seriam estes os marchands modernos? Acho que é coisa de lunático mesmo.

Depois de muitas insistências por parte de alguns admiradores, criei uma página no DeviantART. Comecei a postar algumas ilustrações por lá, coisas que os que me conhecem por aqui já estão cansados de ver. Como a página é em inglês ainda não sei como mexer nela, há muitos recursos, parece. O retorno é até legal, já recebi alguns comentários e muitos já compartilharam. É mais uma janela para mostrar o que sei fazer. Se alguém quiser dar uma passada lá o endereço é: http://eduardoschloesser.deviantart.com/

Na verdade eu sou mais um pontinho no meio de uma vasta constelação. Tem muito cara bom lá. Muita pintura digital, algo que não domino. Não sei, sinto uma certa saturação, como se daqui a pouco fosse ter mais artistas que pessoas para apreciar (e comprar).





segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CONTOS FLUMINENSES ( 05 )


Quase meio dia e sentando agora para trabalhar. Isso mesmo, só agora. A parte da manhã tomada por assuntos aborrecidos. Cozinhando os miolos para que uma imagem se forme no branco do papel. Tenho um texto e nenhuma ideia. Acontece. Queria algo rabiscado antes que a Vera venha me chamar para o almoço.

Bem, o desenho vai acabar saindo, mas este blog tem que ficar atualizado. Não há razão para que não esteja. Mais umas ilustras do livro Contos Fluminenses.


sábado, 2 de novembro de 2013

COMMISSION O3: BEYOND GOOD AND EVIL.



Bom dia a todos. Sabadão incomum aqui no Jaboatão, mormaço, muitas nuvens no céu, algumas gotas constrangidas de chuva, como aquelas pessoas que tentam animar uma festinha morna, sem sucesso. É feriado, dia dos mortos, ou para ser menos lúgubre, dia de finados. O dia em que minha avó materna estaria completando anos, se estivesse viva. Ouve um tempo em que eu não conseguiria sequer escrever estas palavras sem verter lágrimas, mas o tempo, inexorável, fechou esta ferida, deixando no lugar uma feia cicatriz.

Esta postagem era para ter sido feita ontem, mas tive que ir à sede da editora para assinar um monte de papéis e conversar sobre alguns novos projetos, e o que era pra ser uma coisa breve, acabou por me tomar a tarde inteira. Ouve uma chuva caudalosa, bem incomum para esta época do ano. O metrô lento e lotado, mais um trânsito arrastado e uma fila do caralho para pagar uma conta na lotérica, só me permitiram chegar em casa de noite, fatigado, faminto e louco por um banho. Sabem, detesto o dia em que não produzo nada. Contudo, sempre levo meu sketchbook aonde quer que vá, desta feita, mesmo em movimento consegui rabiscar algumas bobagens.

Antes de dormir tentei relaxar lendo ao "Juiz Dredd - Origens", especial que a Mithos lançou com o policial mais fodão de Mega City Um, que um amigo me emprestou. Muito, mas muito bom! Pena que este terá que ficar fora da minha coleção, caro demais pro meu bolso, que atualmente anda em recessão.

A arte de hoje é a terceira personagem de um game. Fechamos esta série.

Bom fim de semana.


RESENHA DE ZÉ GATÃO - SIROCO POR CLAUDIO ELLOVITCH

 O cineasta Claudio Ellovitch, com quem tenho a honra de trabalhar atualmente (num projeto que, por culpa minha, está bastante atrasado) tem...