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segunda-feira, 24 de maio de 2021

O QUE PODE VIR POR AÍ.

 Queridos e queridas, boa noite!

Ah, que mundo horrendo! Nunca estive confortável nele e tive poucos momentos verdadeiramente prazerosos fora do ambiente familiar, mas hoje em dia está realmente horrível! É só notícia ruim pelo mundo!

Brevemente deve ser publicado pela Editora Criativo mais um álbum de minha autoria, o de Movimento Figura Feminina já está a venda no site da editora, mas o próximo é um do qual realmente tenho apreço pois o tema é uma das minhas paixões. Não vou falar muito dele pois quero manter segredo até que esteja revisado e pronto para ir para a gráfica. Eu sabia que esses livros iam sair um dia, estavam prontos já há alguns anos e a Criativo só postergou por ter pouco dinheiro para publicar. 

Tenho ainda o Cartas Marcadas que faz parte do projeto NCT do mestre Allan Alex, confio no homem, deve vir a público algum dia, assim como Zé Gatão Siroco pela Atomic, o negócio é esperar com paciência. E ainda aguardo notícias das histórias bíblicas que fiz para a Ciranda Cultural.

Mas tem coisas que não tenho mais esperanças de ver publicadas, por exemplo: Caim e Abel que fiz para a extinta HQM, os 22 clássicos que faltam para completar os 45 da coleção da Editora Construir, ou o livro que ilustrei para uma grande escritora e poeta, não vou citar o nome dela e nem do livro, não sei se ela permitiria. Todos esses trabalhos foram devidamente pagos, mas ficaram no limbo. Os motivos, fora o da HQM, só posso especular.

O que ainda quero ver se publico em algum ponto do que resta da minha vida é um álbum, no capricho, do que acostumei a chamar de "Crazy Sketchbook, Azul, Vermelho e Preto", tem a nominação dessas cores pois as mais ou menos duzentas ilustrações que fiz para mim mesmo nos anos em que eu ia a consultas e filas de banco foram criadas com essas esferográficas. Pensei em pagar eu mesmo a publicação de uns 20 exemplares só para ter um registro disso, são meus desenhos mais autênticos, meus devaneios. Eram umas doideiras que me vinham na cachola sem motivo. São planos, vamos ver.

Uma imagem do Crazy Sketchbook em vermelho.

Por hoje é só.

Tchau!

terça-feira, 18 de maio de 2021

DIVAGANDO

 Boa noite, amados e amadas!

No sábado passado, dia 08, véspera do dia das mães fui à rua logo cedo fazer umas compras para o almoço de domingo. No meu atual estado de espírito estar na rua não é ruim, deixo os pensamentos, as lembranças me levarem para onde queiram, boa parte delas chamam lágrimas aos meus olhos e dou vazão, deixo que com elas o amargor que me oprime o peito desague e esvazie um pouco a tristeza que me preenche. Saí com um sol massacrante me tostando a pele e antes de pegar o ônibus que me deixaria no bairro de Piedade, fui até a lotérica pagar uma conta, havia uma fila monstra, pra variar. Não liguei, eu tinha (tenho) muito o que ruminar e observava as pessoas. Antes muitos desse anônimos me forneciam matéria prima para alguns personagens de minhas histórias, não todos mas os que eu julgava mais sui generis, fossem em seus comportamentos ou biotipos, desta vez não, sinto a fonte seca, não me sinto animado sequer para imaginar algum conto ou HQ; como já disse, não há estímulo se minha mãe ou meu irmão não estiverem presentes para compartilhar os sonhos comigo, eles eram os mais entusiastas. Depois de um longo tempo a operação foi feita e fui em direção a avenida próxima à praia pegar o ônibus, no horizonte, uma nuvem negra como a noite, vinda do mar, prenunciava uma feia tempestade. Tudo bem, pensei, tudo a ver. 

O veículo seguiu pela orla e eu, mesmo sem querer, lembrava de um gesto, palavra, momentos e o coração apertava, observava a nuvem ciclópica despejar sua fúria molhada sobre a cidade e pensei que teria que cumprir minha tarefa todo ensopado, não era uma boa perspectiva mas, fazer o quê? Desci com grossas gotas caindo raivosas e me abriguei sob a marquise de um hotel outrora luxuoso, desativado. Lembrei-me que fora naquele hotel que o Gil e sua família se hospedaram certa vez quando vieram para Pernambuco há uns anos atrás (não lembro mais o período, curioso que não consigo me lembrar de datas recentes dos últimos 15 anos). Enquanto eu ali, solitário, visualizava a pista encharcada, me veio à memória uma música do Antônio Marcos chamada "Por que Chora a Tarde".  A identificação comigo não podia ser mais precisa. Não pude refletir muito sobre o assunto, duas mulheres velhas, vindas da praia, se aproximavam, com passos lentos, resignadas com o toró inundando suas cabeças e as minúsculas peças de roupas que cobriam seus corpos encarquilhados. Uma trajava blusa fina e bermuda branca, com sua máscara contra vírus pendendo do queixo, a outra estava de biquíni, sem máscara, exibindo pele flácida, peitos caídos, uma barriga um tanto protuberante e longas pernas finas, uma tatuagem no cóccix (que não lembro o que era) chamava a atenção para ausência de bunda. Tinha os cabelos pintados de loiros e um band aid na testa, olhou para mim limpando as gotas do rosto e dizendo "de que adianta correr se já estou toda molhada, não é mesmo?" Eu disse, "é isso aí". Ficaram conversando entre elas e o tempo deu uma estiada, corri para atravessar a rua sentindo o vento e as gotículas me molharem, como banharam a mim e minha mãe tantas e tantas vezes - a mesma chuva cantada pelo Antônio Marcos - pensando que o mesmo aguaceiro apagava os passos dela e do Gil da estrada da vida. Chorei enquanto caminhava em direção ao mercado, não dava para impedir. Lá dentro, adquiri o abacaxi e as batatas que a Verônica precisava para sua alquimia culinária.    

Depois segui para outo entreposto chamado Leão para mercar a carne moída, o verdadeiro motivo d´eu fazer compras longe de casa. Vera acha que a carne deste lugar é melhor que os outros estabelecimentos e confia na procedência. Atravessei a rua fora do sinal pois as águas ali estavam na altura dos meus tornozelos, os caros circulavam devagar e passava muito rente a mim, a ideia de morte não me desagrada, mas não atropelado. Findo minha tarefa voltei para casa.

O domingo foi pesado para mim, a comida e a sobremesa estavam espetaculares, mas as reminiscências me rodeavam por todos os lados. Dias das mães era sagrado eu ligar, cumprimentar minha genitora e receber sua bênção, agora não mais, nunca mais!

O dia transcorreu assim, sorrisos breves, recordações, circundado por melancolia, lágrimas, trabalho, esposa, sogra e cunhado ao redor, vivendo seus momentos (porque é necessário viver e seguir a vida) e eu imerso em memórias, acolhido por saudades e prantos na surdina para não contaminar a eles com minhas comoções. Mas foi um dia com a misericórdia onipresente de Deus.

Assim passou o meu primeiro Dia das Mães sem Francis e sem o Gil.   

sábado, 8 de maio de 2021

HOJE É COMEMORADO O DIA DAS MÃES E A MINHA NÃO ESTÁ MAIS AQUI.

 Há momentos que parece que estou em transe, acordo, tomo meu café, faço a minha higiene e quando não há coisas para resolver fora da prancheta, sento para dar conta do meu trabalho. Há como um espectro de tristeza que me observa a todo instante. Como atualmente trabalho em dois projetos ao mesmo tempo, faço um pela manhã e outro do fim da tarde para a noite. Um olho melancólico me acompanha em todas as atividades, nas refeições, banho e descanso que me dou ao luxo após o almoço (quando é possível). Me obrigo a ler umas páginas de algum livro e um gibi cada dia. Tento seguir a minha vida. As lembranças são inevitáveis: palavras, gestos, sorrisos, lutas e vitórias (e até derrotas), é quando a sombra que me vigia de repente me agarra!!! Então as lágrimas vêm em profusão.  Mãe e irmão cuja a ausência me lança em um poço escuro de solidão e amargura. Nesses momentos o desejo de me desconectar do mundo vem com uma força aterradora; não, não é tentação para o suicídio, apenas a vontade de me apagar e ir ao encontro deles onde estiverem e nunca mais nos separar. Ah, se isso fosse possível!

O que tenho que fazer, farei, preciso comer e ter um teto sobre minha cabeça, se for para chorar, melhor em casa e de barriga cheia do que famélico, na rua, além disso há pessoas que dependem de mim, tenho esposa, filha e mais dois irmãos, além de sobrinhos, mas parece que só eu sinto esta consternação, essa nostalgia. 

Sigo em frente, mas todo o prazer da criação e qualquer expectativa de felicidade parece que morreu com eles. Clamo a Deus o perdão e a misericórdia.

Sinceramente, um Feliz Dia das Mães aos que podem abraçar suas mães! 

quarta-feira, 5 de maio de 2021

DESENHANDO ANATOMIA MOVIMENTO FIGURA FEMININA FINALMENTE À VENDA.

 Olá, boa noite!

Não vou dizer como estou, espero minha alma se acostumar com a dor e isto pode levar meses ou anos, digamos que dia a dia dou um passo à frente e num segundo, recuo alguns passos e assim, sigo.

Nem lembro mais quando finalizei este livro de anatomia (o penúltimo que fiz para a Editora Criativo, sobre o último, acho que terei novidades em breve), mas deve ter sido a uns quatro anos atrás (ou mais). Mas finalmente está na praça. Ainda não tenho ele em mãos mas pelo PDF que me enviaram para revisar digo que está ótimo, mais didático até, com os textos complementares do grande Franco de Rosa.

Não terei exemplares para venda, mas podem ser adquiridos na loja da editora. Interessados podem acessar o link: 

https://www.livrariacriativo.com.br/produto/476939/desenhando-anatomia-movimento-figura-feminina?fbclid=IwAR1u-kDWG7mtc6F328P2rA9TM7MghBnbYPWPRird3xwJZNvMR0VAU5upd0Q



 

A SAUDADE É MAIS PRESENTE QUE NUNCA

   No momento que escrevo essas palavras são por volta das 21h do dia 21 de abril. Hoje fazem três anos que o Gil partiu, adensando as sombr...