img { max-width: 100%; height: auto; width: auto\9; /* ie8 */ }

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

O PODER DA VERGONHA

 PHOBOS e DEIMOS soa em minha vida mais atual que nunca, é um dos meus quadrinhos mais interessantes, embora eu seja suspeito para falar. São histórias de pessoas desesperadas, abandonadas, vivendo situações esdrúxulas em ambientes de caos, solidão, tristeza, nunca redimidas, que vão desde uma ex-atriz pornô a um lobisomem com conflitos edipianos. Pena que só foram impressas umas poucas cópias, acho estranho que um tomo de 296 páginas em que - como sempre - coloquei muito da minha alma nele tenha chegado à umas 50 pessoas. Não vejo possibilidade de republicação com uma tiragem maior, talvez num futuro distante quando eu não mais caminhar sobre a terra, mas aí, pra mim, não fará diferença alguma.

Mas, sabem, o teor extremamente amargo e intimista de Phobos não atrai mesmo o público. Existem leitores variados de HQs, tem os que leem de tudo (como eu), existem os que leem só super heróis, outros, apenas mangás, há aqueles que procuram somente os eróticos, ou faroeste, ou terror, ou histórico. Tem os que curtem material escapista e outros ainda que idolatram os "intelectuais" chatos como Alan Moore e Neil Gaiman. Não sei apontar qual desses se interessaria pelo meu produto, mas pelo número de vendas dos meus quadrinhos eu diria que são poucos, muito poucos.

 Mais uma vez e novamente me vejo numa situação financeira periclitante e isso tem durado uns meses, já. Nunca foi fácil, mas há momentos em que a água chega perto do nariz; fosse apenas eu, não me importaria, quando morei no Rio de Janeiro eu protagonizei as mais diversas situações vexatórias e tive momentos de fome literal sem me importar com o fato. Mas existem pessoas que dependem de mim, então, desistir não é uma opção.

Tentei colocar artes à venda em redes sociais, não obtive retorno absolutamente nenhum. No passado, em situações semelhantes, um ou dois admiradores compravam alguma arte e isso dava pra pagar uma água ou luz. A situação desse país é ridiculamente torpe, uma tragédia anunciada onde alguns "espertos" pagaram pra ver, fizeram acordo com o diabo, agora inocentes e pecadores pagam o pato, e que pato!

Digo isso porque entendo que nos tempos que testemunhamos quase ninguém tem grana pra comprar desenho ou gibi (e eles andam caros, subiu papel e tinta!).

Diante de tal situação me vi obrigado a pedir dinheiro emprestado a uns conhecidos para evitar o corte de alguns serviços e, amados e amadas, que vergonha isso me dá! Fico com um oco no estômago e as mãos suam diante da negativa, eu fico desejando que um buraco apareça para que eu possa ser engolido por ele e nunca mais aparecer.

Frequentemente maldigo a minha incompetência, incapacidade de fazer dinheiro. Sim, arte e ilustração dão grana. Até arte merda dá grana. Mas eu não conheço o tal caminho das pedras. Encontrarei um dia? Por falta de opção eu sigo tentando.

Fiquem todos com DEUS!

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

UNBOXING DE SIROCO NO CANAL MILHAS E MILHAS.

 Continuando a divulgação de um álbum que terá menos de 50 leitores.

Há quem seja otimista de pensar que SIROCO terá uma procura tal que incentivará a Atomic a fazer uma tiragem maior (Deus abençoe eles). Houve um tempo em que eu sonharia e torceria por isto. Hoje, pelos motivos exaustivamente explicitados aqui, não me importa mais. Claro, seria bom se de hoje para amanhã, todos os conceitos que criei para este universo antropomorfo fossem devidamente compreendidos e meus antigos álbuns fossem reeditados e vendessem pra caramba; me ajudaria demais no atual momento de severa crise financeira. Mas sabemos como a roda gira no atual cenário nacional e, horror, mundial. A fama pela fama e sucesso que se resume a tapinha nas costas se tornou uma droga ineficaz. Isto fez secar meu entusiasmo e minhas ideias. 

Mas, sim, fico contente com comentários elogiosos em redes sociais, não sou imune a afago no ego. Por isso, um cara bacana como o Cássio Witt abrir o pacote com meu livro e os brindes ao vivo me lisonjeia. Esse será o máximo de galardão que terei, pelo menos por enquanto. Tô de boa com isso.

Sabem, seria legal voltar no tempo, ou melhor, acordar e me dar conta de que a ausência da minha mãe e do meu irmão não passou de um sonho funesto. Eu imediatamente faria uma nova aventura com o Felino tristonho. Mas a dura realidade é que tenho que conviver com esse negro pesadelo. Eles se foram - e Zé Gatão com eles - e eu sou obrigado a continuar a caminhar por esse vale de lágrimas, por quanto tempo ainda, só o Todo Poderoso sabe.

Bem, pra quem chega agora, ou quem me conhece mas está por fora do que seja meu novo rebento, esse vídeo revela um pouco.

Enjoy, fellas!


     

A SAUDADE É MAIS PRESENTE QUE NUNCA

   No momento que escrevo essas palavras são por volta das 21h do dia 21 de abril. Hoje fazem três anos que o Gil partiu, adensando as sombr...