img { max-width: 100%; height: auto; width: auto\9; /* ie8 */ }

domingo, 27 de janeiro de 2019

PERSA.


As visualizações deste blog continuam em baixa, dia desses só oito pessoas apareceram aqui, tem dias que vai pra trinta ou dezenove; mas tudo bem, escrevo e posto desenhos para esses poucos.

Algumas pessoas se manifestaram quando souberam do estado de saúde do meu irmão, quero comunicar que ele já recebeu alta e está se recuperando em casa. Acreditem, Deus devolveu a vida dele. Os médicos que o operaram atestaram isso dada a gravidade da situação, ficaram perplexos com a rapidez com que o organismo dele reagiu.
Passamos por momentos horríveis nesses dias passados, eu fico matutando que não somos nada nesta existência, num momento está tudo bem, no próximo, caímos e nem sempre conseguimos nos levantar.     
Agradeço aqueles que oraram e torceram pela melhora dele. Deus abençoe a todos.

A rotina por aqui é a mesma, tenho trabalhado de forma lenta em uma encomenda, a última, por enquanto, não apareceram novas comissões, nem novos convites das editoras. Entrarei de novo em um período de seca? Não sei. Vou deixar para me preocupar com isto quando o dinheiro acabar, enquanto isto tento novos contatos e labuto em meus projetos pessoais.

Tem aparecido ofertas de criadores de quadrinhos para eu desenhar suas histórias, mas tenho declinado pois não é remunerado, é sempre aquela situação de propor pra algum editor depois que a HQ estiver pronta, ou seja, trabalhamos na coisa e se rolar grana, ótimo, senão, nos divertimos. Sei lá, há quem se divirta fazendo quadrinhos, não é o meu caso, pra mim é tormentoso, principalmente se envolve prazo curto. Fiz muito isto no passado quando era mais jovem, eu vivia cheio de sonhos, hoje não mais.
Minhas HQs pessoais é outra coisa, faço meus desabafos e crio nos momentos em que estou inspirado, um pouco aqui, outro acolá e um dia fica pronta.
A Vida e os Amores de Edgar Allan Poe foi diferente, o roteiro não era meu mas abracei a coisa com avidez mesmo não recebendo grana, afinal era a biografia um poeta e contista do qual eu sou muito fã; lutei para dar alma às palavras do Luchetti, com meu traço soturno imprimi personalidade aos personagens, penso. O resultado foi positivo, mesmo não tendo o retorno esperado, mas creio que ainda é cedo para fazer qualquer afirmação a respeito.


O desenho acima foi encomendado por um bom amigo. Ele curte mulheres gigantes. Eu também. E com ela me despeço de vocês, agradecido e esperando estar aqui de novo semana que vem. Será?

Abraços!

domingo, 20 de janeiro de 2019

GAVIÃO NEGRO



Hawkman, da DC Comics ou Gavião Negro, como é conhecido no Brasil, era um dos personagens que mais me encantaram na infância, eu lia os gibis da Ebal (talvez desenhados pelo genial Joe Kubert, não tenho certeza, naquela época eu não me ligava muito nos nomes de quem escrevia e/ou  ilustrava as histórias), mas muito pouco do conteúdo me ficou na mente. Tenho ainda uma mini série da Abril escrita e desenhada pelo Timothy Truman nos anos 80 que quero reler assim que possível.
O motivo desta nostalgia, como podem perceber, é esta arte que um fã e amigo de Brasília, me encomendou.


Gosto muito deste tipo de trabalho, dar vida a todos esses personagens do passado, muitos deles um tanto esquecidos ou mesmo ignorados pela geração atual. Se pudesse faria apenas isto o resto da minha vida.
Comissões estão cada vez mais populares pelo mundo afora, a internet possibilitou esta interação do público com seu artista preferido; mediante a um preço (coisa que varia de desenhista para desenhista, quanto mais famoso mais caro ele cobra, é claro) você pode ter das mãos dele uma obra original.
O bolso do brasileiro infelizmente não me permite cobrar um valor muito alto, ainda mais eu que não sou celebridade do meio. Mas dá para ganhar uma grana legal e ainda se divertir - Hawkman é muito inspirador para qualquer artista - se tivesse uma ou duas por semana eu ficaria muito satisfeito. Conheço uns caras, nem tão bons assim, que pegam muitas encomendas, tantas que mal dão conta. Deve haver uma forma de contato que eu desconheço, talvez tenham aquele chamado "tino comercial", ou agentes ou sejam muito rápidos na entrega ou sei lá o quê. Meu problema é ser desorganizado (indisciplinado?), e principalmente, muito lento. Na verdade não sou lento, mas demoro muito na elaboração do trabalho, faço mil estudos de posições e nunca estou satisfeito, enfim....


Esta foi uma semana bem difícil para mim e toda a família. Meu irmão médico teve um problema de saúde e está na UTI. Como o caso é grave, tive momentos horríveis, sou muito ligado a meus irmãos. Felizmente, agora o quadro dele é estável, embora ainda inspire muitos cuidados; tenho fé em Deus que ele vai se recuperar bem e voltar à sua rotina de vida.
Sabia que ele era muito querido e tido como grande profissional mas ao visitar a página dele no Facebook, confesso que fiquei surpreso ao ver o número de pessoas se manifestando com mensagens e orações pela vida dele.


Ontem (19) foi aniversário do Edgar Allan Poe e a Editora Clepsidra realizou um evento que envolvia exibição de curtas do início do século 20, palestras, leitura de alguns contos por atores, venda de esculturas e camisetas, cerveja artesanal com o rosto do aniversariante nos rótulos e o lançamento oficial de A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE escrito pelo ficcionista Rubens Lucchetti e ilustrado por mim.


Ainda não recebi retorno, por isto não sei dizer qual foi o nível de aceitação do livro, mas vi o comentário de um leitor dizendo que a história o deixou sufocado, a agonia do protagonista se comparava ao do personagem do Will Smith em A Busca Da Felicidade e um outro o comparou ao Frankenstein ilustrado pelo Bernie Wrightson, o mestre do macabro. Um exagero, claro, mas é um elogio que mostra que todo esforço e expectativa valeram a pena. 

Do jeito que a minha vida anda, mais que nunca, reside em mim a incerteza se estarei aqui na próxima semana. Mas Deus sabe.

Abraços e beijos a todos!

domingo, 13 de janeiro de 2019

O HOMEM QUE QUIS O IMPOSSÍVEL.


"EU COSTUMAVA ME PERGUNTAR SE ELES GOSTAVAM DE MIM, HOJE ME PERGUNTO SE GOSTO DELES"

Não tenho o hábito de assistir esses programas de fim de tarde que tratam do lado mais cruel da vida: roubos, assassinatos e desaparecimentos. No entanto eu passava diante da tv ligada e um rosto me chamou a atenção, comecei a ouvir a notícia. Tratava-se de uma senhora que sumiu de casa, abandonou tudo para não ter mais que aturar a filha que fazia da vida dela um inferno. Brigas, agressões físicas e ameaças de morte. Ela não teve saída senão sair com a roupa do corpo e tentar recomeçar em algum lugar.
Eu fico pensando: "Meu Deus, quantas vidas arruinadas!" Para quê? Porque sempre essa imposição? Essa supremacia do mais novo e mais forte sobre o mais velho? Esses tiranetes da vida cotidiana não pensam que amanhã pode ser a vez deles? Ficarão velhos, doentes e indefesos. Imagino que eles pensam que viverão para sempre. É atribuído a Ninrod a frase: "não há animal que não possa ser caçado, nem homem que não possa ser morto". Isso resume muita coisa, mesmo o valente que proferiu tal fala, há muito seus ossos viraram poeira.

Imagino os ex-combatentes de guerra que não conseguem dormir a noite, assombrados que são pelos fantasmas dos horrores que testemunharam, eles não vivem, apenas existem. Me identifico. Todos temos nossas guerras particulares no dia-a-dia. Acho triste isso. Sinto dó das mulheres que não conseguem se livrar dos maridos violentos.

Não é novidade o que digo hoje, muito disso já está explanado nas HQs do Zé Gatão, a solidão, o medo, a saudade,  a impotência ante o destino inexorável, a ausência de um lugar seguro e aprazível para sentir o sol, o mar, o beijo do vento fresco, as suaves gotas da chuva numa tarde outonal.


Quando sinto vontade de morrer eu dobro os meus joelhos e falo com Jesus e me revigoro.
Quando a depressão toma conta de tudo eu tento entrar no túnel do tempo através da música e busco nas melodias um recanto onde posso me encolher e me esconder da tristeza.
Hoje, com raríssimas exceções,  não fazem mais músicas que prestem. Divido com vocês, meus queridos leitores(as) e amigos(as) dois momentos distintos do meu passado.


Beijos e fiquem todos com Deus!









 

domingo, 6 de janeiro de 2019

AMOR POR ANEXINS E OUTROS CONTOS ( 07 ).

Meu retorno a Brasília depois de morar (de favor) quase quatro anos no Rio de Janeiro é uma das lembranças alegres que tenho na vida. Lendo meus antigos posts a respeito do meu período na Cidade Maravilhosa vocês podem notar como fui infeliz naquelas plagas, pelos motivos óbvios e por outros que não posso declinar sem mencionar outras personagens.

Eu e o Ruço subimos de elevador até o quarto andar e bati na porta. Esperava ver minha mãe e dar aquele forte abraço, no entanto quem me atendeu foi um português, amigo da família, estava de shorts e sem camisa com um copo de caipirinha na mão, sorriu e disse, naquele sotaque característico:
- Porra, achamos que tinha acontecido algo com você no caminho!
Apertamos as mãos e fui entrando na velha espaçosa e aconchegante sala. Soube que minha mãe tinha acabado de descer com a esposa do portuga, provavelmente por outro elevador e nos desencontramos. Naqueles segundos eu me perguntava o que aquele cara fazia ali, tão a vontade. Logo vi meus irmãos, o caçula junto ao filho do casal intruso, bem sem graça com minha chegada e os outros dois, mais altos que eu. As memórias não são precisas, o que relato com segurança são os fatos que ficaram retidos na memória. Acho que minha mãe chegou logo depois e falava sobre os momentos de preocupação, afinal, com os revezes da viagem nos atrasamos muito. Devo ter visto meu pai naqueles momentos, mas não estou certo.

Vamos falar sobre o casal hospedado em casa e o Ruço, a continuação do meu retorno à residência dos meus pais fica para outra postagem.

                                                                     O CASAL

Em postagens antigas eu cheguei a citá-los omitindo nomes. Eu tinha um colega que estudara comigo no segundo grau, fui a casa dele e conheci o resto da família, a mãe, a irmã e o cunhado, um português pra lá de arrogante que depois me emprestaria uns livros do Pitigrilli (aquele dos famosos aforismos, tipo: "Mãos frias, coração quente, provérbio comum a muitos países, o que mostra que a imbecilidade é universal").   
Para falar a sério sobre  esta família eu precisaria de um post exclusivo. Como todas, ela tinha muitos problemas, muitos mesmo, alguns extremamente constrangedores, nem é de bom tom citar. A relação entre o português e a irmã do conhecido vivia azedando. Começou errado e terminaria extremamente errado. Mas isto seria uns anos mais tarde. Numas das tantas separações eles praticamente desmantelaram tudo o que tinham construído. Ela voltou pra Goiânia e ele não sei em que buraco se meteu. O caso é que graças a intervenção de minha mãe eles reataram os laços em casa, e moravam por lá provisoriamente até que tudo se restabelecesse. Pra mim foi uma total decepção voltar pra casa e não me sentir a vontade, mas fazer o quê? Sempre fora assim. Em São Paulo, um irmão do meu pai morou com toda a família em nosso pequeno apartamento durante quase um ano. Primos, sobrinhos e irmãos dele vinham do norte do Brasil e se hospedavam conosco por meses, até. Em Brasília nunca foi muito diferente. E era uma gente espaçosa, que se comportavam como se casa fosse deles e nós os intrusos. Mas deixa isso pra lá. É passado.

                                                                      O RUÇO

O moço que me trouxe do Rio até a Capital Federal teve a sua perua pifada próximo a Cristalina, claro que eu não podia deixar o cara na rua, ele ficaria conosco aqueles dias até que ele pudesse resolver sua vida. Se me lembro bem a mãe dele residia em Brasília mas não estava na cidade na ocasião. 
Ele tomou um banho, trocou de roupa, foi educado com todos. Lembro que na cozinha, durante uma conversa entre eu, ele e o português, que era muito irônico, demos umas sonoras gargalhadas à uma observação dele. Só viria a saber que ele se ofendeu com isso muito tempo depois. Outro fato que contribuiu negativamente em nossa breve relação era o fato dele ter ficado meio de escanteio durante o tempo que ele esteve em casa. Eu sempre fui muito apegado a meus irmãos e alimentado pelos anos de saudades, estava com eles todo o tempo. Por sua vez ele estava ao telefone direto, ora ligando para a mãe, ora para a Caixa Econômica onde ele tinha uma pequena reserva de dinheiro que estava presa por algum motivo que até hoje desconheço. O fato é que ele ficou bem a vontade lá aqueles dias. Até que a mãe dele apareceu, uma senhora bonitona. Pelo tom de conversa dela era claro que ele se queixara de mim como um ingrato, ele me tirara do inferno onde vivíamos em Paty do Alferes, e eu o execrara do meu convívio na minha casa. Eu não concordo. Eu paguei por aquela viagem com o pouco dinheiro que tinha. Fiz companhia. As coisas não deram certo, ele ficou confortável em um lar. Nossos mundos eram extremamente diferentes para eu me envolver com ele até o osso e com todas as minhas falhas penso que fui um bom anfitrião, meus pais o acolheram ele ficou protegido enquanto a mamãe não veio resgatá-lo. 
Soube depois que seus planos em Brasília não deram certo e ele teve que voltar para Paty, onde ele falou mal de mim a todos que me conheciam na cidade. Lamentável, mas típico em minha vida.

                                                                   ***********

Como disse, pretendo continuar esses relatos em tempo oportuno.


A arte de hoje é mais uma cena do clássico do Artur Azevedo.

Não estou com tempo para fazer revisão neste texto, havendo erros, queiram me perdoar.

Fiquem todos com Deus!


RESENHA DE ZÉ GATÃO - SIROCO POR CLAUDIO ELLOVITCH

 O cineasta Claudio Ellovitch, com quem tenho a honra de trabalhar atualmente (num projeto que, por culpa minha, está bastante atrasado) tem...