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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

CADA DIA MAIS PRÓXIMO.

 

 Os dias seguem a correnteza da vida, ora correndo mansos, ora tendo que desviar o barco das quebradeiras e curvas traiçoeiras. Fecho os meus olhos no sono e no entanto não descanso o corpo, faço minhas refeições, resolvo as dificuldades do dia a dia com a misericórdia de Deus, realizo o meu trabalho, mesmo com lágrimas, da melhor maneira que posso - embora sempre achando que meu melhor nunca é suficiente - e vou existindo. 

Entretanto sei que tudo isso é um palco onde eu, como perfeito canastrão, represento meu papel. À noite, ao final de cada espetáculo, quando retiro a máscara, após limpar a maquiagem, o medo que me acompanha desde a mais tenra idade se corporifica como entidade malévola. Mas não é um horror de coisas palpáveis e sim pavor de saber que certos sonhos são irrealizáveis, é da certeza de que certas coisas não são possíveis de obter por mais que se deseje e lute. 

Acho que a maioria não entende as coisas que me vão no íntimo. Elas não são devidamente expressáveis em palavras, teriam que estar no meu lugar para saber. 

E nossos barcos seguem os alinhamentos da água, o fluxo inexorável que nos conduz ao mesmo destino. 

Fiquem todos com Deus e obrigado pelos bons auspícios!

  

terça-feira, 9 de novembro de 2021

IDEIAS AO SABOR DO VENTO.

 O calor está forte, beirando o insuportável e acho que ainda vai piorar, sempre é assim até março ou abril. As chuvas aqui não conseguem esfriar o clima e quando chegam causam um desastre alagando ruas e acabando com a vida (literalmente) de muitas pessoas que tem a má sorte de habitar próximo a córregos e morros, e ainda deixam de herança os terríveis pernilongos, aqui chamados de muriçocas. Se tem uma coisa que odeio de morte são insetos, mosquitos, baratas, argh! Não a toa no meu universo antropomorfo eles são os grandes vilões, monstros repulsivos que ninguém suporta. Tenho muita simpatia pelos pássaros, eles comem insetos. Mas os répteis também se alimentam dos seres de seis patas e não nutro afeição por eles. Mas gosto de gatos e desdenho dos cães. Na verdade gosto dos cães, é sério, tivemos dogs em casa, éramos crianças. Nas minhas HQs do Zé Gatão eles são aqueles tipos que fazem seu trabalho, os paus mandados dos superiores, milicos ou seguranças em sua maioria. Hoje eu vinha pela rua perdido em meio a um rio de saudades quando um cachorro surgiu no horizonte e lá veio ele rosnado para o meu lado, parou uns metros à frente e começou a latir, eu avançava e ele recuava, sempre latindo como um imbecil, não dei atenção e prossegui, ele cansou e seguiu por outra direção em uma esquina. Se tivesse mais de um eu teria motivos para me preocupar (isso já aconteceu algumas vezes na minha vida), entendem o que quero dizer? É um bicho covarde que ataca em bando. Claro que falo de cães de rua. Agora os gatos não, ficam lá na deles, se lambendo e dormindo preguiçosamente durante toda a tarde, quando passo fico a observa-los e eles olhando de volta como quem diz: "tá olhando o quê, idiota?". 

Bem, chega de falar sobre a natureza. Prossigo na labuta diária de produzir páginas de quadrinhos para três clientes distintos. Amo o que faço mas as vezes tenho a impressão que meu cérebro vai virar gelatina, as juntas do meu indicador direito estão sensíveis, doem. Mas as artes estão ficando boas.

Minha multifuncional, depois de me auxiliar por tantos anos se despediu. Primeiro foi a impressora que deu pau, agora por fim, o scanner. A luz acende mas ele não responde mais, como se estivesse em estado vegetativo. Tirei dinheiro de onde não tenho e comprei uma nova. Ainda estamos nos entendendo, uma outra marca e eu aprendendo como usar. É assim em tudo na vida. No passado, eu convivia com uma mulher e conhecia bem seus hábitos e humores, depois com outra eu tinha que me readaptar a uma outra situação. Bah, aqui estou eu filosofando idiotamente como sempre.

O grande mestre e artista Flávio Colin volta a ser publicado. Editoras pequenas tem colocado na praça álbuns de luxo com capa dura e tudo mais. Eu, claro, me esforço para prestigiar pois sou grande fã (tem um texto meu sobre ele que pode ser lido aqui: http://eduardoschloesser.blogspot.com/2011/01/obras-que-recomendo-estorias-gerais.html). Essa redescoberta é mais que bem vinda para quem gosta de um bom quadrinho, mas para ele, no meu entender, tanto faz. Fico triste com isso mas alegre pela família dele pois são eles que colhem os frutos, esse é o legado do artista. 

Melhor para o Mozart Couto que também ressurge em álbuns com grande acabamento gráfico (Zamor e Brakan) pois ainda está vivo e pode vindimar os louros de seu talento.

E por fim, um Venom que fiz há um tempinho atrás. Não, não vi o novo filme.

Fiz só pra desopilar mesmo.

Beijos a todos.


A SAUDADE É MAIS PRESENTE QUE NUNCA

   No momento que escrevo essas palavras são por volta das 21h do dia 21 de abril. Hoje fazem três anos que o Gil partiu, adensando as sombr...