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segunda-feira, 31 de julho de 2023

ZÉ GATÃO - SIROCO JÁ É UMA REALIDADE

 

 

Esse blog existe há 13 anos. Comecei em 2010 e a ideia antes rejeitada por mim ganhou força quando eu estava na redação da Editora Construir, lá um dos gerentes fez um esboço no computador dele para mostrar que não era um bicho de 7 cabeças. Ter um espaço a mais para expor meu trabalho, de um momento para outro me pareceu sedutor. E com o tempo, não só os desenhos mas também meus pensamentos. Ele acabou se tornando uma espécie de diário onde eu me sentia mais e mais a vontade para me expor com meus frequentes desabafos. Ainda me lembro do meu texto de estreia, foi fraquinho e tímido; já pensei em refazê-lo, mas deixo assim, seguindo a ordem natural de todas as coisas. Isso aqui já foi bem mais frequentado, tive acessos bem grandes, postagens com muitos comentários, hoje boa parte dos que me acompanhavam não me visitam mais (se continuam a fazê-lo se escondem atrás do véu do anonimato, o que não faz o menor sentido), as visualizações são pífias, só uns poucos chegados comentam meus escritos e na maior parte do tempo eu me sinto desmotivado a continuar. Pensei (penso ainda, pra ser sincero) num texto de despedida e fechar as portas. Mas  sei lá, o que tenho a perder? Não há obrigação de vir aqui sempre e quando a necessidade de falar para uma plateia ignota se fizer premente posso abrir o computador e falar/digitar; sempre tem  algum rabisco a ser compartilhado e um alguém para fazer eco, ainda que eu não ouça a resposta. Então sigamos apesar do pó que se acumula.

Hoje tive que resolver um negócio chato na rua, passando pelo Shopping Guararapes entrei na Livraria Imperatriz - tenho esse hábito, não posso ver um local de venda de livros que sinto impulso de entrar, olhar as capas dos tomos, ler as orelhas, assim como casas que vendem material de arte, é como um fetiche - me alegra saber que algumas resistem onde tantas feneceram, como a Saraiva, a FNAC e Cultura. Fui até o setor de quadrinhos, como sempre, e é interessante o que é exposto ali. Muitos mangás e títulos das editoras mainstream, tinham até alguns de editoras menores, muitas desconhecidas do grande público; as HQs resistem apesar de muitos acharem que elas vão morrer na versão impressa, houve mudanças sensíveis nestes últimos 30 anos, elas gourmetizaram, migraram das bancas para as livrarias a preços que valem um rim, mas continuam a encantar novos e velhos, ainda que esse número se reduza dia a dia, mas sempre vão se reinventar. Nada vai extinguir o desejo de contar/escrever/desenhar histórias e aqueles  que gostem de ouvi-las/lê-las.

ZÉ GATÃO - SIROCO saiu da gráfica, existe, ainda que para apenas 40 pessoas. Quando comecei a trabalhar neste universo antropomorfo eu tinha muitos planos e concepções, pensava num álbum por ano ou um a cada dois anos. O tempo foi passando e eu fui deletando essas  abstrações, as decepções foram se acumulando e gerando enfado. Cheguei num ponto que não aguento mais criar algo só pelo prazer de criar. Siroco é o ápice desse cansaço. Foi finalizado no final de 2020, tempos onde minha mãe e irmão ainda estavam comigo. O álbum finalmente contempla a luz e eu dou minha missão como autor de quadrinhos - adultos, podemos dizer - encerrada. Não que não tenha amor por minha criação, mas deu o que tinha que dar. Se me pagarem, volto a conceber novas sagas, mas não com o Felino. Ele faz parte do tempo onde meu mundo tinha cores, hoje isso não existe mais.

Sim, ainda tenho vários enredos curtos do Gato guardados nos envelopes, há planos de soltar esse material em revistas de antologias (se elas tiverem fôlego neste mundo cada dia mais estranho). Veremos.

Se alguém que apoiou o Siroco estiver lendo isso, minha sincera gratidão! 

Devo voltar a esse assunto, divulgar é preciso. Beijos a todos!



 

 

 

 

 

 

 

domingo, 16 de julho de 2023

O CAPOEIRISTA NANICO

 Boa noite, como vão vocês?

Eu nem sei dizer exatamente como eu estou. Pela fé eu digo que estou bem (PELA FÉ, ENTENDAM, a prova de que receberei as coisas que anseio) mas ainda continuo navegando no mar revolto, embora o barco no momento NÃO esteja fazendo água. Minha vida financeira está numa crise que nem queiram saber. Pra vocês terem uma ideia, me encomendaram dois trabalhos, uma capa de livro e várias ilustrações de um mesmo tema e não muito tempo depois os clientes cancelaram dando uma desculpa qualquer, eu desconfio que perdi esses trabalhos (que me ajudariam muito, muito mesmo!) para a IA. Bem, ainda pela fé, aguardo novos trampos melhor remunerados para vencer esta situação penosa. 

Dito isso, as notícias são as mesmas, continuo trabalhando na HQ Rastreadores de Algures (já na segunda parte), em paralelo faço o último volume de Os Mitos Gregos e nos intervalos ainda realizo aquele quadrinho que tem a ver com um filme de terror em produção (temo que nessa toada, o filme seja lançado e eu ainda esteja labutando em cima da HQ, pois por mais que eu me esforce, não consigo ser mais rápido). 

Na real, nem era para eu estar postando hoje, queria vir aqui só quando tivesse novidades sobre ZÉ GATÃO - SIROCO, mas fora a informação de que estaria sendo impresso ainda neste mês, não soube de mais nada. Como não quero deixar este blog pegando poeira, vamos à umas reminiscências do passado; na verdade não é nada demais, só um fato pitoresco que me lembrei dia desses. 

Era o início dos anos 80 e eu morava nesta época no Rio de Janeiro (já disse e insisto, foi um período ruim na minha vida). Vez por outra, nesse tempo, eu viajava para São Paulo para visitar uns conhecidos da minha avó materna. Para preservar o protagonista deste relato, não revelarei o nome dele, nem a cidade onde o conheci. O caso é que nessas andanças por aquele município paulistano eu travei amizade com um rapaz negro a quem chamaremos VENTANIA, era de baixa estatura e jogava capoeira muito bem, na verdade toda a família dele, tinha três ou quatro irmãos, se me lembro direito, mas ele era o mais talentoso na luta (ou seria dança? ou esporte? até hoje não ficou claro para mim).

Ele tinha uma mulher mais alta que ele e um filho. Eu achava fabuloso vê-lo na roda como se fosse um grilo saltitante. 

Eu devia ter um bom físico porque depois que o cara me conheceu ele resolveu aumentar a massa muscular, vivia fazendo flexões e construiu pesos de cimento para ficar mais forte e dizia que queria ser igual a mim (eu achava meu corpo uma merda), da minha parte eu sabia que nunca teria habilidade para ser capoeirista.

Andávamos por aquelas estradas de chão a noite conversando sobre a vida, íamos àqueles parquinhos itinerantes para rodar naqueles brinquedos e ver Monga, a Mulher Gorila (até hoje estou devendo um post sobre a primeira vez que vi uma mulher se transformar num macaco). Era um cara legal e demonstrou ser um bom amigo, me alertando pra não confiar numa menina que eu estava namorando naqueles dias, pois ela brincava com os sentimentos dos outros. Não dei ouvidos a ele e me lasquei, mas isso é uma outra história.

Certa vez, e isso me lembro bem, pois era uma tarde em que eu rumava para a rodoviária de São Paulo para voltar ao Rio, eu descia a avenida para pegar o coletivo que me deixaria na cidade e encontrei Ventania totalmente alterado, havia alguma coisa errada com as roupas que ele estava vestindo. 

Tá vindo de onde, meu? Com um ar bem aborrecido ele me respondeu que tinha ido ao Centrão de Sampa, mais especificamente na Praça da Luz, para pegar uma putas. Uma em particular, a que ele achou mais gostosa - segundo ele - o levou para um hotel, transaram gostoso e entrou com ele no chuveiro, ela saiu e ele ainda ficou no banheiro para dar uma mijada, foi coisa de menos de três minutos, mas tempo suficiente para a vadia sumir levando a carteira dele e as roupas, deixando as dela no lugar. 

Rapidamente vestiu a calça dela, que era muito maior que ele, e saiu furioso à cata da mulher. Por sorte ele tinha pagado o quarto de hotel antecipadamente. Claro que ele não localizou a puta e uma alma caridosa pagou a passagem de ônibus para ele poder voltar para casa.

Como vai explicar para sua mulher essa blusa estranha e essa calça vagabunda que tem duas vezes o seu tamanho? perguntei. "Ah, sei lá, Edu, só sei que aquela preta filha da puta me levou um casaco de couro que eu paguei caro por ele e minha calça Levis original, quando eu encontrar ela de novo eu vou matar ela. PRETA FILHA DA PUTA!!!! 

E foi isso.

Vocês sabem, sempre gosto de deixar uma arte para acompanhar as palavras, mas não tenho criado desenhos novos para me divertir, vou ter que me valer de uma das ilustrações antigas que fiz para os didáticos.

É isso, meus queridos, pela maravilhosa graça de Jesus Cristo ainda estou aqui, não dá para saber por quanto tempo, mas é um prazer escrever pra vocês. Obrigado pelas visitas e por lerem minhas histórias.

Se cuidem!
 

 

 

 

terça-feira, 4 de julho de 2023

ZÉ GATÃO-SIROCO CADA DIA MAIS PERTO.

 Boa tarde, amadas e amados!

Meu último projeto em quadrinhos laboriosamente criado no período em que minha vida tinha cores está entrando na gráfica e breve, muito breve, estará disponível no site da Editora Atomic numa tiragem limitadíssima, e quando falo limitadíssima, falo sério (menos  de 20 unidades). 

Num total de 50, os apoiadores da campanha serão privilegiados, os poucos volumes restantes estarão à venda e depois disso, não creio que será reimpresso (só se um mercado propício para os quadrinhos autorais no Brasil finalmente se abrir, o que não creio de forma alguma).

Como de costume, devo demorar mais um pouco para tê-lo em mãos. Depois disso, dou como cumprida a minha missão de ser um autor de HQs. Doravante, como ocorre agora, só se me pagarem.

Voltaremos a este assunto.

Té mais!



A SAUDADE É MAIS PRESENTE QUE NUNCA

   No momento que escrevo essas palavras são por volta das 21h do dia 21 de abril. Hoje fazem três anos que o Gil partiu, adensando as sombr...