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quarta-feira, 9 de abril de 2014

O HOMEM SEM RUMO.




Amadas e amados, estive sem internet durante quase dois dias, nada grave, apenas uns probleminhas no quarto onde fica o modem, mas foi interessante notar que aos poucos vou me desconectando destes confortos da nova civilização, ou seja, a web não me fez a falta que pensei que fosse fazer. Não sei se é a entrada na velhice ou fruto do cansaço que sinto em relação a quase tudo, ou o quê, mas no passado, na época da internet discada, onde os computadores que acessava eram de meus irmãos, namoradas de irmãos ou amigos, eu passava muito tempo visitando sites que tinham alguma relação com artes e quadrinhos. Como um junkie, eu salvava imagens criadas por artistas que admirava e buscava matérias sobre eles de maneira quase febril, e assim que adquiri meu próprio pc (foi em 2008? 2009? Nem sei mais!) eu, a todo momento, verificava e-mails. É claro que a coisa faz falta, meus contatos de trabalho, principalmente, se dão todos através desta ferramenta, a pesquisa para uma arte e coisas do tipo, são imprescindíveis, mas me surpreendo com meu desapego a certas coisas. Se vou ficar sem net por um longo tempo, tudo bem, depois faço minha postagem no blog, quando for possível vejo se tem alguma mensagem importante no Facebook. Aproveito para ler mais ou então relaxar um pouco. Minha cabeça anda tão cheia, meu Deus, que nem sei! O mais importante é a saúde, principalmente a saúde e bem estar da minha família, esposa, pais, irmãos, filha, sobrinhos, cunhadas e os poucos amigos - sem esquecer dos amigos virtuais - que sempre me mandam a maior força e admiradores anônimos que ficam na torcida pelo meu sucesso e bem estar. Todos estão sempre presentes em minhas orações. Mas estou mudando o rumo da prosa, o que eu queria mesmo era dizer que todo este progresso é muito importante e saudável, mas dá para viver sem ele sem sofrer.
Na boa, o pior é ficar sem luz. Na noite passada (dia 8) por volta das nove horas, estava finalizando uma página da minha última obra ( a história bíblica de Caim e Abel para a HQM Editora) quando a luz começou a oscilar, a força do ventilador diminuiu. Como já passamos por isto, corri e desliguei a geladeira e outros aparelhos. Havia energia no corredor do prédio, na garagem e na rua. Contatei o vizinho, temendo que o problema fosse só no meu apartamento mas suas luzes também estavam fracas, até que tudo se apagou de todo.
Liguei para a Celpe e ficaram de mandar técnicos para ver o que tinha acontecido, o prazo para tanto era de no máximo umas quatro horas. Notei que algumas garagens de prédios próximos também estavam às escuras.
Olhem, ficar sem eletricidade por algum tempo é normal, mas no calor úmido que faz neste lugar é uma verdadeira provação, a gente sua em bicas. Só antes de deitar (com as janelas todas abertas e sem brisa), tomei uns três banhos e a água descia morna. Foi impossível conciliar o sono. A Vera conversava, ouvi atento, mas no fundo eu só queria ficar quieto, tentar transportar minha cabeça para um local verde, florido, tranquilo, fresco, onde o sol fosse morno, longe de toda a pressão, a minha ideia de paraíso particular. Entre conversas e cochilos, travesseiros molhados de suor, notamos que os galos e pássaros do final da madrugada já começavam seus acordes quando os técnicos chegaram finalmente. Eram quatro e quarenta da manhã. Observei eles subirem o poste e mexerem no transformador e irem embora. Liguei a geladeira e o ventilador, Verônica pode dormir e eu fui tomar mais um banho. Quando me deitei, a luz da manhã forçava sua presença no quarto. Minhas pálpebras estavam pesadas mas não consegui dormir direito. Levantei umas oito e meia com uma forte dor de cabeça. Comi algo rápido e fui terminar minha página. Depois fui para a a cidade resolver umas coisas, um sol sádico e matador rilhava seus dentes.

6 comentários:

  1. Até o mês passado o calor foi terrível aqui também. Estava realmente insuportável... O pior é que os familiares cismam em aparecer esta época do ano, eles nunca param para pensar em algo como isto. Fazer o que? Só pudemos ouvir as reclamações infames.
    Boa sorte. :D

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    1. Nem me fale em calor, rapaz, sofro com ele aqui onde estou exilado a mais de 10 anos! Na verdade suporto numa boa, mas outros aspectos da vida precisam estar em ordem, e não estão, daí tudo somado, pequenos problemas tem um peso maior.
      Agora este problema de familiares acampados em tempos inadequados...bem, daria um post longo falar sobre o assunto.
      Grato pela sua visita e comentário, Matheus.
      Grande abraço.

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  2. Olá, Eduardo! Nesse bairro novo em que moro faz quatro anos apenas, vira e mexe fico sem internet e telefone. Na última vez, um caminhão baú passou e saiu arrastando todos os fios da minha minha rua, o meu incluso. Quase 15 dias sem internet! O bom da história é que após isso, ergueram mais a fiação com a ajuda de cabos de aço e de lá para cá, td têm corrido bem. A tecnologia nos faz prisioneiros e se não abrirmos o olho, perdemos uma parte produtiva de nosso dia. Estou tentando não postar muito no Face e por aí vai. Não posso reclamar do calor por aqui. Eu diria que apesar do tempo seco, está normal.
    Seu rascunho está matador. Muito bom!
    Um grande abraço!

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  3. Meu caro Gilberto, estou lutando cada vez mais para evitar esta dependência tanto quanto seja possível, mas sabe como é, temos que checar mensagens, tanto em nossos e-mails quanto em redes sociais, é não é pra blá-blá-blá a toa não, é compromisso de trabalho mesmo. Eu por exemplo estou sempre entrando neste blog para conferir as estatísticas e ver se respondo a quem tem a gentileza de me escrever, por isto, sei que é um caminho sem volta, precisamos mesmo da web em nossas vidas. Mas como eu disse, se não puder usar por um tempo, tudo bem, não fico louco por causa disto. Nunca tive twitter e nem pretendo.

    Internet no Brasil ainda é caro e tem muito o que melhorar, só pra fazer uma referência ao que você relatou aí no seu bairro. Falta de luz, água, correio que demora pra entregar correspondência, porra, já era pra termos passado desta fase.

    Incrível, a arte deste rascunho apareceu bem antes dele no conto Zé Gatão - A Cloaca dos Mares! Só lembrei dele quando procurava algo para ilustrar a postagem.

    Obrigado e um abração, meu amigo.

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  4. Oi, Schloesser! Já estivemos em Recife uma vez, em pleno verão. Desde a chegada, só estivemos em ambientes com ar-condicionado (avião, aeroporto, táxi e hotel). Resultado? Subestimei o calorão que fazia lá fora e achei que podia caminhar uns quarteirões no sol do meio-dia, sem problema. Pra piorar, eu estava de calça jeans, tênis e blusa de manguinha (o figurino básico pra não morrer congelada no avião). Rapaz, como passei mal! Foi ridículo. A pressão caiu, quase desmaiei. Nem dá pra imaginar o que seria viver aí direto, sem energia elétrica. Perto disso, falta de internet é o de menos. Abraços pra vocês!

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    1. Pois é, Carla. agora você imagina o que eu, nascido em São Paulo, acostumado a seis graus com garoa, não passa ao longo de mais de 11 anos! O mais interessante é saber que existem lugares muito mais quentes. Um conhecido meu já pegou 45 graus em Palmas, no Tocantins. 45 graus! Eu nem sabia que essa temperatura existia no Brasil! Mas sou um cara adaptável, o que me incomoda de verdade são algumas desnecessárias perturbações do dia a dia. Vamos lutando.
      Obrigado e um abraço procêis ai também.

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ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.

 Desenhando todos os dias, mas como um louco, como fiz no passado, não mais. Não que não queira, é que não consigo; hoje, mais que nunca eu ...