segunda-feira, 6 de outubro de 2014
ZÉ GATÃO POR ALLAN ALEX.
Sempre achei muito espinhoso o caminho trilhado por aqueles que pretendem viver de arte. Viver mesmo, falo daquele que tira seu sustento da sua escrita, de suas cores e pinceis, ou instrumentos, melodias, de suas histórias em quadrinhos, da lente de sua câmera ou de sua poesia, não me refiro aquele que faz arte por passatempo (na falta de palavra mais adequada). Isto porque a arte, embora de suma importância para a vida, não é devidamente compreendida e aceita por todos num determinado momento e ainda poderia se argumentar que é supérflua; em outras palavras, dá para viver sem imagens e cores, mas não se vive sem pão nem água. Arte é algo que não tem preço mas não custa barato. Quem consome arte é quem tem grana para gastar, o artista gosta é de dinheiro, não dá pra ser muito romântico quanto a isto. É bem verdade que ele faria arte mesmo passando fome (Van Gogh, Mozart, Poe) mas se puder se alimentar dos frutos de seu ofício, melhor, claro.
Mas comecei a divagar, como sempre, o que pretendia mesmo dizer é que apesar dos reveses da vida de artista pobre existem muitas satisfações. Deixando de lado as óbvias, uma delas é quando encontramos no caminho outro visionário com quem nos identificamos, não exatamente o traço e as ideias mas na forma em comum de ver a vida e tentar corporifica-la no branco do papel.
Eu já tinha ouvido falar no Allan Alex, mas nunca tinha lido nada dele até que tive nas mãos O Cabeleira, adaptação em quadrinhos da obra do Franklin Távora. Na minha opinião uma das melhores hqs de todos os tempos. Uma narrativa e ângulos de câmera que me faltam palavras para descrever de tão brilhante. Virei fã no ato.
O livro O Cabeleira, que ilustrei, nos aproximou e nos tornamos amigos. Tudo que meu pobre vocabulário pode afirmar é que o Allan não é só um grande artista, um dos maiores (sem o devido reconhecimento, evidentemente), mas um ser humano na mesma proporção. Talento e humildade, duas qualidades cada dia mais raras neste meio.
Semana passada este fabuloso ilustrador me presenteou com esta pinup do meu personagem. Ela fala por si só.
Recebo este carinho sabendo que não sou merecedor, mas muito agradecido.
Deus te abençoe, meu irmão de pincéis e lutas.
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Oi, Schloesser! O desenho passa uma certa melancolia que, pelo menos pra mim, costuma estar presente no Zé Gatão. Parabéns pro Allan Alex! Abraços!
ResponderExcluirConcordo com você, Carla, o desenho passa isso mesmo, o Allan soube compreender o personagem mesmo conhecendo-o só do primeiro álbum (se não estou enganado), e você também já está bastante familiarizada com o Gato para percebe-lo desta forma, o que pra mim é bastante lisonjeiro.
ExcluirObrigado por seu comentário e um forte abraço.
á havia comentado no Face, homenagem espetacular ao Zé Gatão. Você e ele merecem. O Allan Alex também me impactou com seu Cabeleira. Li um que peguei na Biblioteca Municipal, mas se encontrar por aí, vai pra minha estante.
ResponderExcluirAinda não li seu último conto, mas leio logo, logo...Grande abraço e ótima semana!
Opa, Gilberto! O Allan é mesmo espetacular, não é? Se encontrar o Cabeleira por aí não exite em adquiri-lo, é arte pura!
ExcluirQuanto ao conto a Ponte Trágica, creio que você vai gostar.
Estou devendo uma visita ao seu blog já faz tempo, ando tão atribulado que perdi o hábito de navegar pela net, mas o farei assim que minha vida "normalizar".
Grato por não esquecer de mim e um forte abraço.
Uou! Bacana!!
ResponderExcluirTanks.
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