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sábado, 14 de janeiro de 2017

LIVROS QUE ME MARCARAM ( A LARANJA MECÂNICA )



Muito se fala do filme A LARANJA MECÂNICA do Stanley Kubrick, mas o livro no qual ele se baseou para realizar sua obra não é, digamos, tão alardeado. Sem dúvida vi a película primeiro, assim que foi liberado no Brasil, ainda nos anos 70, eu fui assisti-lo (sim, aquela versão com a bolinha preta na genitália dos personagens) e fiquei perplexo com a crueza da violência (estilizada, é claro, mas nem por isto menos chocante), tanto que revi na telona várias vezes, depois sem as tais bolinhas pretas de censura. Mas não é para falar do filme que estou aqui, e sim comentar a obra do Anthony Burguess.
Quem me emprestou o livro foi meu old pal Luca Fiuza (lógico, quem dos meus amigos de infância teria tal fascínio pelas obras que deram origem a tantos sucesso no cinema?) e eu o devorei em pouco tempo. Era impossível largá-lo, prende do começo ao fim.
Nesses tempos eu morava na SQS 202, em Brasília, tempos penosos, mas eu era feliz e não me dava conta. O que eu tinha naquele período? Nenhum dinheiro, dificuldade de adequação e auto aceitação, era péssimo aluno e por este motivo o espectro dos castigos do meu pai me envolvia noite e dia. Para contrabalançar eu tinha ao meu lado Bruce Lee e Jackie Chan (não haviam academias de Kung Fu em Brasília naquela época, tive que me contentar com o karatê estilo shorin ryu, mas nunca saí da faixa amarela, era pobre demais para pagar exame de faixa), haviam também os gibis (Tex, Ken Parker e Kripta), muito cinema e livros.
Talvez pelos motivos citados, A Laranja Mecânica me pegou pelos colhões e apertou com fúria. O filme do Kubrick é brilhante mas na minha opinião o livro é melhor, Existem muitas diferenças, a começar pela idade dos personagens principais, no filme é notório que aqueles facínoras estão na faixa dos vinte anos, são rapazes, não crianças, no livro os bad boys tem 15 anos! Sim, hoje não é nenhuma novidade os menores cometerem atrocidades como estupro, assassinato e ultra-violência, mas no período em que eu era adolescente isto não era comum e eu fiquei chocado com as cenas do livro. A fase em que o Alex passa na cadeia é esmiuçada, ele ainda mata um outro detento. O tomo transmite um quê de moralidade, principalmente no final.

Isto já faz uns 40 anos. Poxa, seria legal relê-lo depois de todo este tempo!

8 comentários:

  1. eu li um texto onde dizia que os editores americanos retiraram o último capítulo do livro que mostra este final mais "otimista" e foi justamente esta versão filmada por Kubrick. Tenho muita vontade de ler esse livro e adorei o filme.

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    1. Sim, Léo, eu soube disso. A versão que eu li mostra esse final moralista e otimista. Acho o filme do Kubrick excelente! Vi várias vezes no cinema, mas eu gosto mais do livro, é mais violento, mais cru. O filme chega a ser divertido, até, no livro há um clima sufocante. Mas eu o li uma única vez, queria comprá-lo mas nunca lembro de fazê-lo.

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  2. Hello my dear friend
    Your contributions always make me think. I love books and the experience with filmmaking has made me always first film, then book when it goes. I can not remember a movie better than a book. Probably it is because of the fact that I book with my heroes, their tormentors and all places themselves. My ideas have been very different from those of the screenwriter and director. And I do not do anything else or very reluctantly. To return. Whether it's book, film, or place that used to make great feelings in me. It was always a disappointment. Our thinking, our view of things are changing so much. Sometimes it is better to keep memories than to experience disappointment. Thank you for reading your post. It is a moment that brings me to rest and reflection. Oh - and something else - I have seen that in your blog suggestions is a name that reminded me of my childhood - Zdeněk Burian - a favorite illustrator of my childhood and youth.
    I wish you all the best and look forward to your next contribution.
    hugs and kisses

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    1. Your words are loaded with emotion, Mira. I am thankful for your visit to my blog and your comments always so emotional and relevant.

      A big kiss and a lot of health for you.

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  3. Nunca li o livro.
    O filme vi uma vez, quando o colégio Castro Alves (em Alvorada) fazia sessão de cinema e debate em certos sábados. Nesse esquema, também passaram Wood & Stock e O Show de Truman (que já tinha alugado, muito antes), entre outros que não pude conferir.

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    1. Se tiver oportunidade, leia o livro. Vale muito a pena.

      A uns dois anos atrás na black friday eu vi uma boa promoção da Laranja Mecânica junto com o Clube da Luta, no Submarino, mas o frete estava tão caro que desisti.

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  4. Está mais do que na hora de eu ler o livro Vou tratar de começar hoje. Valeu, Schloesser. Abraço!

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ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.

 Desenhando todos os dias, mas como um louco, como fiz no passado, não mais. Não que não queira, é que não consigo; hoje, mais que nunca eu ...