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domingo, 17 de setembro de 2017

A DIFÍCIL ARTE DE CRIAR ARTE.

Produzir arte é algo muito complicado. Só escrevo obviedades, eu sei, mas as vezes eu paro pra pensar que ninguém dá o devido valor a um artista - falo do artista, não do homem, a maioria das pessoas idolatram o homem, como faziam com Elvis ou Michael Jackson, não exatamente o criador de arte (não sei se me faço entender bem, as vezes eu não sei colocar em palavras claras o que me vai no íntimo).
Com um clique de botão temos nossas canções preferidas em nossos ouvidos, nunca paramos para refletir sobre o difícil processo de criar uma nota, desde os primeiros acordes, a primeira letra inserida na melodia, o trabalho de burilar a música no estúdio, os arranjos dos instrumentos, a engenharia de som, a gravação final até chegar ao mercado consumidor.

Imagine o trabalho que dá produzir um filme, uma série de tv. Trabalhar com atores, técnicos,  extras e tudo o mais que é necessário para que possamos passar alguns momentos fugindo da realidade depois que fica pronto. E eu nem falo do trabalho de vender o produto e distribuir para que possa ser consumida pelo público.

Muita gente lê uma poesia e imagina que ela tenha vindo pronta na cabeça do autor, direto para o papel, nunca imagina que ele teve que suar muitas camisas para compor aqueles versos tão marcantes.

Fazer uma história em quadrinhos por menor que ela seja é um tour de force (já falei sobre isto). Não basta só saber escrever e desenhar, tem que saber narrar uma história neste veículo, criar personagens e situações que funcionem na narrativa, tem que ter timing, é necessário dar "clima" ao enredo e por aí vai e é triste saber que é tão pouco valorizado.

Claro que é uma pena quando existe todo este esforço - e dinheiro - aplicado e temos porcaria ao invés de arte, mas isto já é outro assunto.

Eu não queria mais fazer quadrinhos - não por encomenda - mas tenho feito pois preciso da grana que pagam para reforçar meu orçamento.
Estou nos estágios finais de uma historieta de crianças zumbis e o processo é um tanto tormentoso mesmo ela tendo só quatro páginas; talvez isto aconteça comigo por eu usar procedimentos um pouco mais complicados e por me cobrar tanto mesmo em algo que deveria ser simples, sei lá.


De qualquer forma, mesmo não tendo o devido valor por parte de quem consome, para mim é aquela sensação agradável depois que o produto fica pronto. A mãe se esquece de toda a dor do parto quando acolhe o rebento em seus braços. Assim é para mim cada vez que termino uma arte, seja um desenho, pintura ou HQ.

Até a próxima semana, se Deus permitir.

8 comentários:

  1. É muito fácil pra muita gente com falta de noção dos valores ficar julgando se gosta ou não de algo pronto e nem pensa na trabalheira de quem produziu. Como os agricultores que trabalham debaixo de sol ou de chuva e recebem pouco, enquanto os produtos são vendidos atochados de impostos.
    Não importa se trabalho é braçal ou não. Mas tudo com o máximo de dedicação consome tempo e energias.
    Mas se for na má vontade, preguiça ou "assassinato" de tempo no celular, aí sai porcaria.

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  2. It is not important how many people say how fantastic our work is. It is important that our work gives us the feeling of warmth and contentment. All we do is feel right for us. And if only a few people are happy at our work, we make everything right. Fique com Deus e bom semana

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  3. Gostei das crianças zumbis, Schloesser. E tenho uma pergunta de leiga sobre a natureza morta, no cabeçalho do blog. Você só imaginou os componentes da pintura ou realmente os colocou na sua frente para "posar"? Quanto a seus comentários sobre a dificuldade de criar arte, só posso concordar. É uma trabalheira do Cão. :) Abraço!

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    Respostas
    1. Obrigado, Carla!
      Sobre sua pergunta, os legumes e frutas posaram pra mim. Eu os posicionei sobre a mesa e fiz vários arranjos para ver o melhor equilíbrio entre as formas, a que achei mais condizente eu fotografei com boa resolução e parti para as tintas.
      Grande abraço!

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ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.

 Desenhando todos os dias, mas como um louco, como fiz no passado, não mais. Não que não queira, é que não consigo; hoje, mais que nunca eu ...