Boa noite, meus queridos e queridas!
Ando um tanto sumido deste blog e do Facebook, os motivos são sempre os mesmos, o tempo exíguo para cuidar das tarefas cotidianas. Ando as voltas com algumas HQs de temas bíblicos, que são o que pagam as minhas contas atualmente. É um trabalho, diria, delicado, resumir algumas histórias longas do Antigo Testamento em 8 páginas. Requer mais atenção na elaboração do roteiro para não ficar de fora momentos chave para boa compreensão da narrativa (e claro, ser o mais fiel possível ao texto sagrado). Os quadrinhos também requerem pequenos detalhes que me tornam mais lento na execução. Tudo isto somado a um prazo um tanto apertado que me deixa um pouco tonto, sempre trabalhei com certa liberdade (nem sempre, claro, mas na maioria das vezes).
Eu programei hoje falar sobre Bernie Wrightson, um dos artistas que me influenciaram, comentar sobre seus traços e abordar a importância que teve no meu desenvolvimento como desenhador, mas vou adiar, não consigo a concentração que a coisa merece, isto porque sofro mais uma vez um pesadelo que tem sido recorrente na minha vida a vários anos, mas que nos últimos cinco, escapou totalmente ao meu controle (quisera poder falar sobre o que é). Nestas horas eu me sinto envolvido num torvelinho de angústias que me deixam num estado de depressão que mastiga, tritura. Penso que isto só acabará com a morte.
Ah, a morte, tantas vezes eu falei sobre ela em meus quadrinhos, em muitas aventuras do Zé Gatão (alguém aí leu a Cidade do Medo? Lembram do que está escrito na capa de trás?), é o tema central do álbum inédito PHOBOS E DEIMOS, também.
Em Brasília, eu era doador de sangue, tinha até carteirinha de doador, acho que tenho ela ainda em algum lugar; certa vez, fomos eu e meu irmão André realizar este gesto humanitário e ali, deitado ao lado dele, enquanto o fluído da vida escorria para a pequena bolsa, indaguei a ele o que aconteceria se a auxiliar de enfermagem nos abandonasse ali, não viesse parar o negócio. Ele disse que sentiríamos um formigamento, frio, sonolência e apagaríamos. Seria uma boa morte, pensei.
Acho que isso é um grave defeito da minha parte, pensar na morte desde sempre. Almejar o descanso, o não fazer mais parte de um mundo em que eu sou um total estranho a ele.
Mas, é isso, meus amados e amadas, por hora ainda estou vivo, tento guardar em meu coração os valores apreendidos durante meus quase 60 anos, que é conhecer, amar e servir a Deus e por consequência, fazer o bem ao meu próximo, trabalhar duro para não ser pesado aos outros e garantir o sustento àqueles que dependem de mim, mesmo que na maioria das vezes eu receba ingratidão e incompreensão. Vamos em frente, a arte ajuda um pouco.
Tenho que arrumar um tempinho para ilustrar a quinta parte de Zé Gatão - Inferno Verde. Não sei se será possível na próxima semana. Veremos.
Beijos a todos e até uma próxima vez, se o Senhor assim permitir.
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Nunca doei sangue. A única vez que me ofereci pra doar foi em 2017, quando meu finado amigo Diego Müller foi internado por causa de um linfoma. Pelo Facebbok, a irmã dele pediu doadores e após ela anunciar que ele tinha recobrado a consciência, devia saber que a melhora súbita seria pros últimos momentos de vida dele.
ResponderExcluirNo fim, ele foi um dos homenageados naquele vídeo retrasado que montei (Réquiem HQ 2018).
Abraços!
Ah, rapaz, tem vezes que as pancadas da vida doem um bocado, me sinto muito cansado de quase tudo. Mas temos que seguir em frente, né? Lamento pela perda do seu amigo. Os bons se vão e os maus parecem durar mais tempo neste mundo louco!!!
ExcluirVocê deu um tempo nos seus vídeos?
Andei indeciso nos conteúdos e preocupado no que farei depois da pandemia. Felizmente, me cadastrei no Auxílio Emergencial pra receber e me ajudar com as despesas.
ResponderExcluirDesejo boa sorte, meu caro.
ExcluirCaro "irmão",ainda te penso vivo e bem durante muito anos.Força!
ResponderExcluirMuita, mas muita gratidão mesmo, meu querido!
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