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domingo, 23 de fevereiro de 2020

COMO NOS PIORES MOMENTOS DA INFÂNCIA



Sinto fisgadas, como choques minúsculos na região lombar, ameaçando travamento; tenho evitado me curvar para a frente quando me abaixo, se quero pegar algo na direção do chão faço o movimento de agachar. Um professor de atividade física me disse que são sintomas de hérnia de disco. Eu já me perguntei se não são meus rins. Quando fiz um ultra som de abdome uns anos atrás, o exame acusou umas pedrinhas.
Bem, há muito eu não tenho um plano de saúde, teria que ver no SUS.....preciso me programar para isto.
Não sei se é o calor, se são as angústias devido a uma situação que vivo e que não tenho como resolver, mas sinto o peito pesado, como se eu não sorvesse ar suficiente.

Uma criança precisa de amor, afeto, abraços, carinhos, compreensão, disciplina; É importante saber o valor de se sentir útil, aprender desde cedo a arrumar sua cama, higienizar seu corpo, lavar a louça que sujou, coisas assim. Mas tudo isso equilibrado com a gentil presença de seus pais. Severidade é necessário para saber que o mundo lá fora é uma selva e ninguém vai mimá-lo, mas não ao ponto do infante se sentir repudiado, achar que é um peso. Equilíbrio é tudo! É na infância que se vive os piores horrores, ali é determinado o que você vai ser. Porque digo isso? Não sei. Talvez por achar que esses tormentos da meninice nos assombram na vida adulta. Solidão, tristeza e abandono podem não parecer nada frente à algumas tragédias vividas por muitos mas elas tem um peso tão violento que induz ao suicídio. Tem que ser forte para poder ver a alegria transmitida por Deus nos raios do sol ou nos pingos da chuva.
Uns transformam esses temores em arte, outros dedicam suas vidas a educar e transmitir, de alguma forma, o amor que nunca receberam, ao seu próximo. Outros ainda preferem se armar e cometer assassinatos. É a questão do livre arbítrio.

É carnaval.
O ano era, se não estou enganado, 1974. Nossa família foi para Santos, na casa de um amigo do meu pai, nesses dias de folia. As crianças da residência costumavam ir a uma matinê, num clube próximo. Fui junto, claro. Me lembro de um grande salão, música alta (uma alegre marchinha de tempos idos), um colar de flores em meu pescoço, confetes, serpentinas e muito calor. Ao meu redor todos pulando...só pulando, suados. Há quem se divirta com isso. Eu não estava me divertindo, aquilo não fazia o menor sentido. Foi aí que me dei conta de que não gostava de carnaval. Meu repudio pela festa só aumentou com os anos ao constatar o saldo negativo, nunca devidamente contabilizado, evidentemente.
Cheguei até a fazer uma HQ com Zé Gatão sobre o tema, nunca publicada.
Eu acho que como sociedade, se um dia quisermos evoluir de fato, coisas como o carnaval deveria se tornar obsoletas. Minha opinião.

Como o tempo passa! Estou tentando escrever o conto, o segundo ato da saga do meu alter ego, Ed Palumbo, um pouco cada dia, para acabar logo. Ao fazer uma revisão, notei que a primeira parte foi escrita em 2018!!!! Bem, não falta muito agora, foi um período vivido por mim entre 1998 e 1999, vou omitir alguns acontecimentos pitorescos para abreviar a narrativa. O cerne destas histórias é mostrar pela minha ótica, que você deseja a paz, outro a guerra, você quer fazer seu trabalho, outro quer atrapalhar e impedir que você vença. Talvez essa, digamos, disputa, seja necessária para fazer com que você cresça como ser humano ou profissional, ou para dar subsídios aos que creem em evolução natural, mas para mim só soa pérfido e para os espíritos mais sensíveis como Poe, Lovecraft ou Van Gogh, sabemos, foi trágico! Nada novo, na verdade, eu já escrevia sobre isso nas HQs de Zé Gatão.
Enfim, aguardem a conclusão do conto para as próximas semanas, espero.

As artes de hoje, os mais antigos sabem do que se trata: Os Mestres do Universo!!!
Sabem, se eu tivesse uns 30 anos, fosse solteiro e não tivesse que me preocupar com aluguel e mercado, eu faria uma história em quadrinhos do He-Man como imagino que o universo de um bárbaro deveria ser, brutal, violento, cheio de sangue e com generosas pitadas de horror, só pelo prazer de fazer. Mas essas veleidades passaram.

Beijos a todos!




4 comentários:

  1. Há um tempão postei só pra resumir, lá no Facebook: "Nunca tive bicicleta, video game e brinquedos caros, mas tinha massa de modelar, peças de montar e playmobils. Eu era feliz... e sabia"
    Minhas tristezas entre várias coisas foram ninguém ter me levado ao cinema quando era criança e nunca tive TV a cores em casa, até meus 17 anos.

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    1. Rapaz, todos temos alguma lembrança ruim da infância, né? Mas felizes os que superam e não deixam esses fantasmas perturbarem a vida adulta.

      Você é um dos poucos que ainda leem o que escrevo aqui, meu caro, agradeço muito!
      Abração!

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  2. Sua história de Carnaval me lembra de uma acontecida comigo quando era pirralho,o resultado foi o mesmo.Me aprontaram para a matinê em um clube de Uberlândia,chegando lá me senti mal,fiquei doente,nunca gostei de barulho e multidão...enfim,sigo não tolerando o Carnaval.

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    1. Repito, Hans, uma sociedade civilizada e evoluída não pode ter o carnaval como sua principal festa.

      Grato por sua visita e comentário!

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