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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CARTÃO POSTAL

Uma época da minha vida eu quis muito pintar índios brasileiros. Mas retrata-los de forma realista. Pensei mesmo em elaborar um projeto e leva-lo para a FUNAI. O prospecto consistia em pintar os silvícolas e tudo aquilo que fizesse parte do seu mundo. Eu iria até seu habitat, faria estudos, esboços, fotos, ou mesmo pintaria do natural se fosse este o caso. A questão era reproduzir a vida índigena toda a óleo, aquarela, carvão e o que mais me desse na telha. Um total de umas 100 telas para um museu dedicado ao índio onde depois outros artistas viriam pintar em seus estilos enriquecendo o acervo. Óbviamente eu iria querer receber bem pela tarefa. Seria algo semelhante ao que o grande James Bama fez com os índios americanos. É claro que eu não pinto como o Bama, ele é um fenômeno. Mas me paguem bem e eu aceito o desafio de fazer algo que chame bastante atenção. O fato é que desisti da idéia ao conversar com algumas pessoas ligadas ao governo. Ninguém iria me pagar para pintar índios. Não se faz isto aqui. Dei crédito quando certa vez fui obter informações sobre a BR-174, para fazer um quadrinho educativo para uma empresa que trabalhei em Brasília. No escritorio onde ficava a sede do departamento que daria continuidade ao trabalho de expanção da rodovia, fui recebido de maneira fria e até com desdém.
Bem, eu diria que valeu a intenção.
Fiz algumas pinturas de índígenas na década de 90. Mas naquele período, sem a internet, para você obter uma referência decente era tarefa quase impossível. Pelo menos para meus parcos recursos. Só encontrava fotos em preto e branco sem nenhum atrativo. Nem as bibliotecas tinham material que valesse a pena gastar numa xerox.
Resultado, muita coisa eu tive que criar, só para entrar no clima.
Pra pintar esta india eu usei como referência um cartão postal. É uma tela grande, aqui fotografada com câmera digital que infelizmente não captou as cores direito.
Por hoje é isto meus caríssimos.
Tenham todos um ótimo final de semana.

6 comentários:

  1. Eu me lembro desse trabalho, também. Uma linda pintura. É das minhas preferidas.

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  2. É mesmo? Cê gosta dela? Legal.
    Ninguem liga muito pras minhas pinturas antigas
    Sendo uma das suas preferidas...
    Tô pensando aqui, cê tem espaço
    na parede da sua casa?

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  3. Rapaz... Vc ta falando sério? Olha que eu aceito, hein!
    Vou fazer o seguinte: se vc não tocar mais no assunto, vou entender que vc se arrependeu, ok? Caso contrário, se voce estiver disposto a isso mesmo, pode pregar um papel com meu nome atrás dela, rsrs.

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  4. Fala, Eduardo! Linda pintura mesmo. Se tivesse vingado, seria um excelente projeto. E poderíamos ter vários desdobramentos desse seu trabalho; ilustrações em livros, exposições e ótimas imagens referenciais para artistas novatos. Como há em relação aos índios americanos. Pena...
    Abração,
    Ótima semana,

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  5. É mesmo Gilberto, sabe é incrível como certas coisas ficam adormecidas dentro de nós, ao postar esta imagem e narrar a razão que me levou a pinta-la, despertou certos sentimentos esquecidos. Uma pena, se tivesse dado certo, seria como você observou, abriria portas para outros artistas. Mas quem sabe alguém não aproveita a idéia e desta vez encontre apoio? Com o tempo pretendo exibir as outras três artes que fiz no mesmo período com o mesmo tema.
    Obrigado e um abraço.

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ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.

 Desenhando todos os dias, mas como um louco, como fiz no passado, não mais. Não que não queira, é que não consigo; hoje, mais que nunca eu ...