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quarta-feira, 6 de abril de 2011

MAIS UM GIGANTE.

Idéias na cabeça até que não me faltam. Falta tempo. Careço daquela paz de espírito que me permitia, apesar de todo o caos que sempre foi a minha existência, sentar e dar vida às criações. Hoje as responsabilidades aumentaram e com elas a compressão pra não deixar a peteca cair. É como se em alguma esquina da vida eu tivesse perdido o pique, aquele "algo" que não sei traduzir em palavras, mas que parecia uma força motriz que me ajudava a dar corpo ao loucos quadrinhos que turbilhonavam na minha mente, eram páginas e mais páginas que ganhavam vida apesar da pressão cotidiana. Foi assim que as 400 pranchas de "Zé Gatão-Memento Mori" foram geradas, e também várias histórias curtas entre uma folha e outra.
Hoje, cadê a energia física e mental para fazer numa tarde, um óleo sobre um pedaço de eucatex, como a desta guerreira segurando a cabeça de um gigante?
Eu poderia me repetir e dizer que é a idade, mas embora os anos contribuam, não creio ser o motivo principal. Por um tempo eu atribuí a mágoa e decepção, por bater em tantas portas, vendos outros passarem por elas e eu ficando para trás, e assim teria secado uma fonte interna de desejos. Mas... não sei, as coisas agoram começam a acontecer, experimento um certo reconhecimento, e consigo manter a familia com meu modésto lápis. Ainda assim meus projetos pessoais continuam sepultados nos recônditos da alma.
Fico me dizendo que uma hora vou relaxar, vou estar com uma boa grana no banco e mandar às favas as artes encomendadas e voltar a experimentar em minhas telas, desenvolver os quadrinhos pirados que tantos disseram ser coisa de degenerado. Pode ser. Pode ser que não.
Não pensem que não valorizo o trabalho que faço para os outros, as aulas de desenho, os livros ilustrados, sou muito grato a Deus por me permitir viver do que gosto e sei fazer, mas sinto saudades daqueles rabiscos e pinceladas que me saem das entranhas. Mas como eu disse, não é só uma questão de tempo, mas de energia vital, que sinto, foi minada; e nem sei dizer quando isto começou. Enquanto não a revitalizo, continuo a caminhar na estrada, ela está um pouco tortuosa e esburacada, mas ainda consigo andar.
Uma tarde fria em São Paulo, uma idéia me surgiu, havia um pedaço de eucatex como que esperando por aquela ocasião, imediatamente peguei as tintas e em poucas horas lambuzei toda a superfície. Mas isto eu já havia falado, não?

 

2 comentários:

  1. É. Criar e dar asas à nossa imaginação é muito importante. É a eterna batalha do Eu verdadeiro contra o Ego (no seu caso e no meu, leia-se sobrevivência) Acho que é importante querer mais, mas vc já fez o principal: AGRADECEU pelo que já possui, ou está fazendo. De um forma ou de outra, já está vivendo um pouco seu sonho ou ideal. E ISSO abre as portas para MAIS na vida. Creio que o melhor ainda está por vir. Sério. Quando menos se espera, olha-se em volta e se reconhece o lugar em que deveríamos estar e nos vemos fazendo aquilo que sempre quisemos. Mas já que nada nesta vida cai do céu, manda bala aí.
    Abração,

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  2. Sábias palavras amigo. É isso aí. Estamos na batalha. Espero ainda reacender a velha chama e ver se consigo dar vida a uma ou duas idéias que estão me cutucando a cachola. Agora realmente não dá, mas veremos mais pra frente.
    Obrigado pelo apoio constante.
    Um abração.

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ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.

 Desenhando todos os dias, mas como um louco, como fiz no passado, não mais. Não que não queira, é que não consigo; hoje, mais que nunca eu ...