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sexta-feira, 1 de abril de 2011

QUINCAS BORBA ( 03 )


 Já estamos na sexta feira. Já?!? A semana passou voando!
Coisa incrível esta impressão de que os dias hoje passam mais rápido que outrora. Existem explicações para isto mas confesso que estou com preguiça de me deter sobre este assunto, só sei que fiquei perplexo quando a algum tempo atrás, alguém na TV comentou sobre um ano de morte de Michael Jackson. Quê?!? Mas o cara não morreu a uns três meses? Pensei eu. E já caminhamos pra dois anos da morte dele, ou se bobear já passa dos três anos e nem me dei conta. O caso é que se não tomamos cuidado, preocupados demais com trabalho e responsabilidades, mergulhados na rotina, um dia vemos o quanto envelhecemos e deixamos de viver. Não namoramos mais a nossa cara metade, não dizemos mais "eu te amo", não paramos pra admirar o pôr do sol, esta maravilhosa obra de arte que Deus pinta todos os dias sem nunca repetir as pinceladas, não curtimos mais o burilar das gotas da chuva na janela (cara, como curto o som dos pingos de chuva na janela!); ok,  se estou sendo piegas, vamos ver de outra forma, acho que os que me seguem aqui, curtem ler HQs, então qual foi o dia que você sentou relaxado no parque perto da sua casa para ler ( ou reler) um bom quadrinho? O quê? Não tem um parque perto da sua casa? Bem, então quando você relaxou na sua poltrona pra ler um bom quadrinho e apreciou a arte com calma? Lembre-se, o artista gastou um bom tempo da vida dele desenhando aquilo pra que você apreciasse e até para você valorizar a grana que gastou no ítem. Aposto que faz um bom tempo. Eu sei como é isto. Gibis, livros eu só tenho lido nos coletivos ou consultórios médicos, geralmente leituras "picadas". Até música que gosto tanto, só escuto quando estou trabalhando. Quando me dou conta o CD acabou e eu nem senti.
Todas estas coisas e outras mais, que parecem de pequena importância, nos farão falta em dias amargos, e pode apostar, eles chegarão. É inevitável. As pessoas romantizam bastante a respeito da velhice, claro, é lindo comemorar bodas de ouro, receber netos em casa nos fins de semana, ouvir  os filhos dizerem, oh, papai como seus conselhos são sábios, como aprendi com você estes anos todos! Sim, quantos tem esta sorte? Na boa, ninguém liga pra um velho, e eles geralmente são inflexiveis mesmo, principalmente com os jovens, ah, no meu tempo era assim, no meu tempo não havia esta pouca vergonha, na minha época um homem era homem mesmo e tinha palavra e por aí vai. Mas o ponto não é este. Domine-se. Reflita. Se teu pai foi muito duro contigo (como o meu foi comigo) seja mais gentil com seus filhos, dicipline-os, com severidade se preciso for, mas que eles sintam o quanto você os ama, e não é uma figura a ser temida. Quebre esta maldita cadeia de uma vez.
Dialogue com seu cônjugue, as vezes o que está faltando é uma boa conversa, uma palvra romântica, um afago.
Coma bem, você não precisa se entupir de gorduras e açucares, mas não se prive daquele pedaço de pudim, daquela lasanha, ou de um refrigerante. A menos que sua saúde não permita é claro. Vivemos hoje sob uma ditadura de magreza, de silhueta esguia. Virão dias que você terá vontade de comer o que está afim sem culpa, e talvez não vá poder. Isto, é claro, não é desculpa pra se tornar um obeso mórbido. Nem 8 nem 80, certo?
Bem, eu ia falar sobre Quincas Borba, e sua a filosofia dos humanitas e da célebre frase, "AOS VENCEDORES AS BATATAS", da arte que ilustra o post e que toca no ponto da frase, mas acabei falando da passagem do tempo, e perdi a retórica, mas o que digo amados, é que agora que vou envelhecendo (e nem por isto mais sábio) é que antes, mais jovem, eu me constrangia de admitir certas fatos, como ouvir música romântica (alguns vão tachar de brega, mas brega pra mim é outra coisa) e deixava de aproveitar algo que me dava prazer, por temer o rótulo das pessoas ao meu redor. Não faço mais isto, esta semana ouvi com saudades  KOKORONO NIJI com os Incríveis e TORNERO com o I Santo California. Ponto. Simples assim.
Bom, falei demais e não sei se disse alguma coisa. Eu dando conselhos? Putz, tô velho mesmo. Mas já que cheguei até aqui, deixe-me desejar a todos um bom fim de semana e recomendar que vocês namorem bastante,  larguem um pouco a dieta e apreciem um bom churrasco. Na segunda vocês deixam o tempo voar de novo.

4 comentários:

  1. Mestre Schloesser, sua arte me encanta, sempre estou aqui lendo suas postagens, além de ótimo desenhista, ainda é um bom escritor. Sou do Piauí, e entendo bem o calor daí, até porque minha cidade, Teresina, é a mais quente do Brasil. Bjs.

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  2. Ô Lucia muito obrigado por suas gentís palavras, muito me sensibiliza.
    Realmente ouço falar que no Brasil existem lugares muito quentes. Um conhecido morou em Palmas durante uns anos e falou que já pegou calor de 45 graus por lá. Parece até brincadeira, né? Não sei se eu (que sou de lugar frio) aguentaria viver num lugar destes. Aqui já tá dificil.
    Beijão pra você.

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  3. Fala, Eduardo! Rapaz, esse tempo está acelerando cada vez mais! Vc têm razão. É hora de analisar tanta correria, frear um pouco o impulso de querer mais e mais. Às vezes me vejo como aquele burro que dispara montado por um cavaleiro segurando uma cenoura na ponta de uma vara. Estímulo e recompensa sempre à frente mas nunca alcançada.
    Pelo visto já tá definindo a capa do Cabeleira. Essa imagem engloba a frente e o verso do livro?
    Ótima semana pra todos nós,
    Abração,

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  4. Grande Gilberto! Sim, a capa do Cabeleira é esta que encabeça a página do blog, frente e verso. Detalhes sobre o assunto na postagem de hoje (segunda).
    É rapaz, na luta por um lugar ao sol, esquecemo-nos de muitas pequenas coisas, as quais não damos a devida importância. Ao envelhecer vou me dando conta disto. Ainda é tempo de rever certos conceitos.
    Um forte abraço.

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ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.

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