sexta-feira, 20 de julho de 2012
NOSTÁLGICO.
Ai, ai, como o tempo passa! Esta rotina de vida nos devora, suga. Quando nos damos conta parecemos um trapo velho usado e abusado. Eu, de quando em vez, me atrevo mirar no espelho procurando encontrar algo do que já fui um dia, quando era mais sonhador e cheio de esperança por dias melhores, e por dias melhores eu entendo que seja ter um tempo para mim mesmo, coisa que não consigo, queria criar mais coisas, expandir meu leque, criar obras que encontrem eco mais profundo num possível público; sair um pouco, gastar horas papeando com um amigo, contemplar um por do sol, ir a um cinema, comer algo fora de casa sem culpa, por pensar que poderia estar em casa trabalhando. O trabalho é importante, dignifica e tal, mas também escraviza; de alguma forma ele é cúmplice do status que temos que alimentar para fazer parte de uma sociedade. Vivemos para consumir e ser consumidos. O triste é que só notamos isto quando não é mais possível retornar, pelo menos no meu caso. Sem querer me vejo me procurando no passado, não nos momentos congelados das fotografias, mas nas sensações, nas emoções várias quando me recordo de quando pegava meus irmãos no colo, dos beijos cálidos da primeira namorada, das conversas e brincadeiras com amigos queridos do longíquo dias que se foram.
Livros, filmes ajudam nessa busca, principalmente as músicas, esta é a arte, na minha opinião, que melhor traduz uma máquina de viajar no tempo. Agora, neste exato momento, no meu som, rola George Harrison (o melhor dos Beatles), e posso me ver em 1979, meses antes da minha vida se tornar um pesadelo completo.
Bem, chega de drama, em dias vindouros, se o Salvador me permitir viver mais, estarei lembrado, quem sabe, com saudades deste momento presente. Assim é a vida.
A arte de hoje é a capa que criei para o livro de contos do Humberto de Campos. Foi inspirada numa das narrativas deste fantástico escritor e jornalista. Esta cena, com eu a senti, traduz o espírito da maioria das histórias.
Tenham todos um bom fim de semana.
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Pôxa, é verdade. O tempo anda cada vez mais depressa. Acho que têm a ver com a rotina e a idade. Mas saudosismo às vezes é bom...
ResponderExcluirAbração,
Falou e disse.
ResponderExcluirAbraço.
A arte ficou muito boa, mas o texto me chamou atenção especial... tantas verdades condensadas... A vida é isso mesmo, mas ainda dá pra encontrar momentos que a fazem valer a pena. =)
ResponderExcluirAbraço!
Vale a pena sim, é claro. Desabafamos nossas neuroses por vezes, mas devemos sempre ser gratos a Deus por vivermos.
ResponderExcluirAbração e obrigado.