domingo, 29 de setembro de 2019
LIVROS QUE ME MARCARAM.
Hoje resolvi comentar um pouco sobre alguns livros que fizeram (e fazem) parte da minha vida. Elenquei 10 para ficar um número redondo. Evidentemente centenas de livros me tocaram, alguns eu li várias vezes, outros nem tenho mais no meu acervo, mas estão guardados na minha alma como a recordação de velhos amigos nunca mais vistos porém sempre lembrados. Mas conversar sobre todos ficaria longa a postagem e o tempo tem sido o meu pior adversário.
Vamos a eles, então, não por ordem de importância ou data (se bem que a maioria exerceu forte importância na minha vida na juventude).
1 - OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO de Érico Veríssimo. Na verdade nunca tive este livro, foi-me emprestado pelo meu old pal, Luca. Eu era um adolescente de uns 15 anos e as descrições das situações de vida de Ângelo, o protagonista, ficaram entalhadas no meu coração, a identificação, sob muitos aspectos, foi imediata.
2 - HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS de Edgar Allan Poe. Conheci o Poe primeiro nos quadrinhos sem saber que era o Poe. Até que nos fins dos anos 70 me caiu nas mãos uma edição que compilava seus contos mais famosos. A Queda da Casa de Usher, O Gato Preto, Os Crimes da Rua Morgue, O Poço e o Pêndulo e outros.....foi na veia, viciado na hora. Dispensa maiores comentários.
3 - DOIDINHO de José Lins do Rego. Eu estava no Largo da Carioca no Rio de Janeiro e passava por um sebo (sempre fui frequentador de sebos) e procurava algo para ler; o livro, bem baratinho, puído nas quatro bordas, com páginas amareladas foi meu companheiro por um tempo, eu lia e relia as desventuras do menino do engenho agora numa escola de padres; minha inadequação ao ambiente em que eu vivia me transpunha para as situações tristes do protagonista.
4 - MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS de Machado de Assis. Pra mim o melhor livro do Machado, um dos melhores de todos os tempos. Irônico, envolvente sem o amargor de um Dom Casmurro, por exemplo. Indispensável!
5 - MADAME BOVARY de Gustave Flaubert. Tenciono reler este livro mas a oportunidade não se apresenta. Impossível ficar indiferente a ele, principalmente a segunda metade do tomo. Ema te envolve de tal forma que as páginas vão sendo devoradas até o dramático desfecho. Eu o li em Paty do Alferes durante a ligação que tive com a mãe da minha filha.
6 - MEU PÉ DE LARANJA LIMA de José Mauro de Vasconcelos. Outro da infância que me partia o coração e mesmo na entrada da vida adulta extraía lágrimas dos meus olhos. Esqueça as adaptações para a tv, leiam o livro.
7 - SHERLOCK HOLMES - UM ESTUDO EM VERMELHO de Conan Doyle. O primeiro da série do famoso detetive britânico. Neste volume do Círculo do Livro - do qual fiz parte por muito tempo - vinha também o excelente O SIGNO DOS QUATRO. Li tudo do Holmes escrito por Doyle, mas este eu reli diversas vezes e nunca me canso.
8 - MUSASHI de Eiji Youshikawa. Esse eu li (os dois grandes volumes) indicado pelo Marcelo Fontana, um querido amigo que nunca mais vi e por quem tenho uma imensa dívida de gratidão. Tem que ter tempo e disposição para absorver, pois é bem longo. Ação, violência, filosofia, drama, romance. Completo, enfim. Infelizmente, em meu poder, só tenho o segundo volume, o primeiro se perdeu. Tenho que tentar recuperar.
9 - CRIME E CASTIGO de Fiodor Dostoievski. Este foi um dos tantos que li algumas vezes, depois de alguns capítulos não é possível largar até o final. Um dos grandes de todos os tempos e com certeza está no meu top five.
10 - QUIXOTE de Cervantes. Li já velho. e ainda bem, fosse mais novo talvez eu não apreendesse tudo o que este romance tem para oferecer. Brilhante, terno, belo, triste e também muito engraçado. Teve passagens em que eu não conseguia parar de rir. Sabem, o triste cavaleiro é uma figura idosa, de aspecto frágil e aguenta levar porradas como ninguém. Eu sei que é uma heresia da minha parte, mas não consigo desassociar meu Zé Gatão deste personagem. Ora, não tem nada a ver, diriam alguns. Será que não? Os dois não estariam na mesma sintonia? O mesmo espírito que move um não conduz o outro? Sei lá.
Bem, fica aqui a menção para AS LIGAÇÕES PERIGOSAS de Choderlos de Laclos, DRÁCULA, de Bran Stoker, O PERFUME de Patrick Suskind, BAUDOLINO, de Umberto Eco, O HOMEM INVISÍVEL de H G Wells, MISTO QUENTE de Bukowski, OS 12 TRABALHOS DE HÉCULES de Monteiro Lobato, MIGUEL STROGOFF de Júlio Verne e....bem, melhor parar, há muitos e muitos livros marcantes, mas os primeiros que me vieram à memória foram estes.
Semana que vem, se der, relembrarei 10 discos que fizeram minha cabeça.
Até lá, se Deus permitir.
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Círculo do Livro e Clássicos da Abril, na época não dávamos valor mas hoje vejo que fazem falta para a juventude mesmo com a internet sendo uma realidade consolidada para a maioria dos brasileiros.
ResponderExcluirPois é, a internet oferece muitas opções de livros em PDF, temos bibliotecas inteiras a disposição, mas é assim, o que é fácil demais não é valorizado. Eu ainda sou do tipo que gosta de ter o livro físico em mãos.
ExcluirMas é exatamente essa inundação de informações e facilidade de acesso que acabou sufocando a literatura. Um livro era um instrumento de cultura e entretenimento ao mesmo tempo, como hoje ainda o é, porém de pouco apelo frente a tantas opções de consumo imediato como o YouTube, é só ver onde a juventude se concentra atualmente.
ExcluirEndosso suas palavras.
ExcluirEsse do Poe ainda tenho,exatamente esta edição.
ResponderExcluirEu também, aliás, com exceção do Olhai Os Lírios Do Campo, Doidinho e Meu pé de Laranja Lima, eu tenho todos...ha, e também me falta o primeiro volume do Musashi.
Excluir"A Queda da Casa de Usher" tem um filme ótimo com o Vincent Price(sou fã dele)
ResponderExcluirTalvez eu tenha visto quando menino, não sei. Nos anos 70 assisti algumas coisas num cine terror tarde da noite...lembro do Corvo com o mesmo Price e o Peter lorre, acho que a direção era do Corman. Na verdade nem sabia que se tratava de adaptações de obras do Poe.
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