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sexta-feira, 22 de novembro de 2019

O BICHO QUE CHEGOU À FEIRA E O FIM DE TODAS AS COISAS



Um quadrinho legal que participei ao lado de outros grandes desenhistas (cada um desenhou capítulos distintos da existência do protagonista onde o momento de sua vida tinha a ver com o traço de cada artista) finalmente foi publicado e chegou às minhas mãos esta semana. Na verdade ainda nem li, só conheço os capítulos que ilustrei. Ficou um livro muito bonito embora eu ache que a capa deveria ser mais chamativa. O roteirista Marcelo Lima, que participa de muitos projetos culturais pela Bahia, já começa a fazer divulgação e palestras onde encontra oportunidade. Isso é bom.


Os seis exemplares a que tinha direito já acabaram. Como foi um projeto bancado pelo governo, não há certeza de uma segunda edição, exceto on line. Então o futuro dele, assim como todos os quadrinhos que já produzi é incerto e arrisca a não chegar nas mãos daqueles que verdadeiramente fazem o mercado, aqueles que tem canais no You Tube e sites especializados e tudo o mais.
Mas isto é o de menos, o importante é que mais uma obra veio a público. Pra mim é apenas vaidade folhear o tomo e achar que eu poderia ter feito tudo diferente, melhor.
Tenho questionado muito o meu talento para isto, meu desenho sempre soará este tom alternativo, underground....sei lá.


Não sei se este livro, Zé Gatão e Edgar Allan Poe, obras ignoradas pelos tais especializados em quadrinhos, assim como canais que falam de gibis ecoarão no futuro, eu acho que não. Nem sei se Phobos e Deimos e ZÉ GATÃO - SIROCO (inéditos) serão publicados. Já não tenho o mesmo espírito combativo de antes para ficar batendo nas portas das editoras nem enchendo o saco dos "jornalistas" para que divulguem. As coisas que tenho feito, mais que nunca é para mim mesmo e só faço em minúsculos intervalos dos meus trampos pagaluguéis.


Tenho notado que os quadrinhos produzidos hoje, tanto por editoras quanto pelos independentes, nada tem a ver com as minhas propostas. Não estou dizendo que todos são ruins, longe disso, alguns caras são muito bons, é só a nova geração que chegou e ignora uma mais antiga. E nem dá pra dizer que eles estejam errados, afinal Jesus falou que tudo nesta vida passa e há de passar.


Não ando bem, como dos frutos que um dia plantei sem saber que as sementes não eram boas, mas fiz consciente, então nem tenho do que reclamar.


A chegada deste novo álbum foi uma alegria que durou um único instante. Já passou, mas eu quis deixar registrado aqui.


Até um outro momento, sabe Deus quando.

4 comentários:

  1. Que legal!

    Lembro que uma vez, nem lembro se já contei... a Secretaria de Cultura de Alvorada queria um ilustrador pra um livro infantil. Mas ficou só na promessa, porque não tive contato direto com o autor (Carlos Urbim, que faleceu tempos depois) e escolheram um ilustrador meia boca. Mas ainda rola pra mim oportunidades de colaborar em alguma revista, mesmo sendo independente e conseguindo uns trocados
    de forma honesta com o meu selo

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    1. O importante é trabalhar e ir deixando sua marca. Nunca desista, meu caro, dos seus sonhos. Você é muito talentoso e inteligente. Seja perseverante.

      Demorei pra responder seu comentário pois a vida anda muito corrida. Há uma cadeia de acontecimentos que, talvez, me obriguem a finalizar este blog e abandonar as redes sociais. Creio que como artista eu já provei o que tinha de provar. Encontro-me em uma encruzilhada.

      Abraço e obrigado por seu comentário.

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  2. Cara nós caímos numa categoria que alguns chamam,e eu tomo como elogio,de estilo muito específico.Mesmo assim não entendo os canais "especializados" ignorarem o Poe e o Zé Gatão.

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    1. Meu caro, eu até entendo eles me ignorarem, sabe, de verdade. Não faço média com esse povo, uma época até tentei, quis me aproximar do pessoal da Quanta e do UHQ, mas não jogamos no mesmo time, eles gostam de caras "vencedores", que publicam heróis lá fora, caras que são amigos de editores gringos, eles pensam quadrinhos de uma forma, eu de outra, eles são de esquerda e eu sou conservador cristão, fica difícil. Como um caracol, eu acabei me recolhendo em minha concha. E o mundo segue.
      Abraço e obrigado por seu comentário!

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