Sim, faz tempo que não venho aqui. Este velho blog que por tanto tempo foi meu diário de guerra, vocês que estão comigo há anos leram minhas crônicas do cotidiano, fatos da minha vida, contos que ousei, artes que vocês viram em primeira mão e tudo o mais. Minha fonte näo secou, mas meu tempo e energias estäo menores a cada momento. Não pretendo parar, mas desisti de forçar a barra para estar aqui semanalmente como gostaria, quando eu puder e tiver algo relevante para postar eu o farei.
Hoje vamos falar de bons quadrinhos e gastronomia? Uma das coisas que mais gosto é de dormir bem, comer bem e uma ótima leitura. Dormir bem já desisti, é raro na minha vida, mas comer bem...ah, dei sorte, pois a Verônica é excelente chef de cozinha. Quanto a leitura, minha biblioteca é das boas como vocês sabem e atualmente tenho selecionado muito as novidades.
True Outstrips, livro de tiras que tem o professor Olavo de Carvalho - na minha opinião o maior filósofo vivo - como protagonista é dessas guloseimas que te pegam na primeira garfada. Escrito e desenhado pelo singular artista Giorgio Cappelli é um desses tomos que não é possível parar até chegar o final. Lembra essas comidas cujo o sabor faz bem à alma (e também igual a esses petiscos que quanto mais se come, mais quer comer).
Tem iguaria que embora apetitosa, enjoa (algumas coisas do Alan Moore são assim). Eu sempre senti os meus quadrinhos como uma feijoada, pesam na barriga, as vezes causam indigestão. Corben me soa como aqueles pratos excêntricos, que precisam de tempo para se acostumar, Moebius é picante, mas suave à língua.
Sempre admirei pessoas que conseguem o que para mim é impossível, fazer tiras é uma delas. Requer um talento que vai muito além do saber desenhar, é transmitir uma ideia, uma ação em três ou quatro quadrinhos. No Brasil temos uns caras bons, aqueles da Circo eram os tais, reconheço, mas o Cappelli vai um tanto além. Toca em pontos que incomodam; hoje é cool falar mal dos valores universais que sempre nortearam os homens de bem, todos querem descer a lenha na religião, no sistema judaico cristão que tornou o mundo um lugar menos pior por onde foi estabelecido. E, detalhe, os que entram nessa onda nem sabem porque o fazem, não se dão conta do gramscismo que tomou conta de suas almas (sim, claro, tem esses que se vendem ao diabo por livre e espontânea vontade, mas prefiro acreditar que seja uma minoria) e o Giorgio aborda os conceitos positivos do Olavo de uma maneira leve, bem engraçada. Suas influências não são lugar comum, são calcadas nos traços dos franco belgas o que dá um charme extra a seu trabalho.
Fico aqui ansioso, esperando por um novo volume.
Fico muito honrado por suas palavras, que me deixaram - como direi? - com água na boca! Grato!!!
ResponderExcluirResposta certeira! Não há o que agradecer, eu é que me sinto recompensado com suas publicações!
ExcluirAdorei o texto e me senti honrado. Diria até que fiquei com água na boca! Obrigado e abração!
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