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segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

OS ÔNUS DA VELHICE

 

 

 Há uma pedra dentro do meu sapato e o meus sapatos são daqueles de tortura medieval, não me é permitido descalçá-los, só Deus pode fazer isso. Existe uma coceira onde meus membros superiores não alcançam, tipo o espinho na carne do apóstolo Paulo, então só me resta suportar a agonia com paciência.

Financeiramente falando eu amargo há quase dois anos graves momentos de privações e tudo se agravou quando um dos projetos em que eu trabalhava foi cancelo de chofre. Labutando há pouco mais de quatro anos quase com os mesmos valores e tentando manter o padrão de vida, sendo cobrado diuturnamente de todos os lados, incompreendido até (na verdade principalmente) pelos mais próximos, um sonho secreto impossível de realizar, as ausências e os ônus da velhice....sim, fica quase impossível não sentar e dizer: basta! não consigo dar mais nenhum passo, acaba aqui!

Eu ouvia há poucos dias atrás o pastor da igreja que frequento atualmente falando de muitos irmãos que pedem que Deus os leve, estes, segundo ele, perderam a fé, os objetivos e não deveria ser assim. Bem, eu ainda tenho algumas metas, uma delas é terminar os projetos em que venho colocando minha alma neles. São quadrinhos difíceis em que a idade me tornando mais lento tornam mais torturantes. Arte não é prazer, é dor, é tormento, só assim ela transmite algo genuíno capaz de alcançar o âmago do espectador (que fique claro que esse é um pensamento meu); criar arte seria como a mulher que gesta um ser dentro dela, não vejo deleite, noto enjoos, deformação da silhueta, depressão em muitos casos e por fim dores de parto, mas a alegria de ter o filho nos braços compensa todo o sofrimento da viagem. Assim é a obra para o artista quando finalizada. As concepções em que vou dando vida tem me exaurido, são coisas bem distintas uma da outra, tanto em técnica quanto em argumento, cada uma pede uma visão diferente e eu não vejo a hora de acabar. Foi assim com Zé Gatão, Poe e outros, repito: fazer quadrinhos, para mim, é ato masoquista!

O outro desígnio seria abdicar de tudo, me desvincular do que me mantém preso à carnalidade e fazer a obra missionária para Deus, pescar almas para Cristo. Só assim eu cumpriria o propósito do Senhor para o homem (como eu entendo, claro). Mas tenho aqueles que dependem de mim, então é um intento um pouco mais difícil de levar a cabo. O Todo Poderoso sabe tudo e eu não sei o que digo.

Essas ideias eu matutava hoje e quis dividir com vocês. 

Ah, os desenhos são detalhes de uma das HQs em que venho tentando dar vida, penso nela como um filme com animações em Stop Motion.

Fiquem com DEUS! 





 

 

8 comentários:

  1. As artes lembram mesmo aqueles filmes antigos estilo Jasão e Os Argonautas, do tipo que não passam na TV aberta nem de madrugada. Não tenho certeza já que há anos que pouco vejo TV

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    1. Sim, rapaz, não vejo esses filmes mais sendo exibidos na tv. Procurei até no YouTube e só encontrei umas partes de um dos melhores filmes do Simbad.
      Vi certa vez o anúncio de uma coleção de DVDs em um box contendo o melhor da safra do Harryhausen mas tava muito caro. Porém, tenho Fúriia de Titãs na minha coleção, mas meu DVD player deu pau já faz uns anos.

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  2. 1. Paradoxo brutal: eu peço a Deus que me leve quase todos os dias. Segundo esse pastor aí que você mencionou, é falta de fé (ele esquece que Elias pediu pra morrer, e duvido que Elias tenha, em algum momento, perdido a fé). Se assim for, não tenho fé e "sem fé é impossível agradar a Deus". Não agradando a Deus, vou pro Inferno, então eu não deveria pedir para morrer...
    2. Acho tão fofinhos quanto alienados aqueles que acreditam que arte (a verdadeira arte) é prazer. Arte é dor, por mais que às vezes seja terapia em alguns sentidos. As maiores obras de arte foram feitas em meio a dores de variados tipos, não necessariamente físicas (talvez as menos piores).
    3. Embora o "Ide!" seja para todos, entra na equação um complicador que é "Muitos são chamados e poucos os escolhidos". Sou chamado? Sou escolhido? Ambas as coisas? Nenhuma? Não sei e não há quem me diga. Pouquíssimas vezes evangelizei, e sempre desajeitadamente, e até onde sei nenhuma vez surtiu efeitos práticos (conversões), mas não me culpo nem me envergonho disso, "pescar almas" não é para qualquer um, e Deus conhece nossas limitações, se não conhecesse não seria Deus.
    Viva muito. Compartilhe seus pensamentos sempre. Tem um efeito-dominó: seus pensamentos levam a gente a pensar.

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    1. 1 - Realmente um paradoxo.
      Pessoas sensíveis como nós recebem com mais impacto os pesares da existência. Jonas, Elias.... não creio que tenham perdido a fé, apenas estavam cansados naqueles momentos e queriam um repouso e o único possível segundo nosso entendimento é o do sono eterno. Deus em sua sabedoria entende e envia forças para que continuemos e nem percebemos que se estamos vivos para continuar é porque ELE nos capacita.
      2 - Endosso suas palavras.
      3 - Paulo falou muito melhor que eu sobre o corpo de Cristo, o olho tem uma função, a boca, o nariz a mão e assim por diante, nem todos são bons para evangelizar, outros são bons para aconselhar, outros ainda só oram (o que muita gente não faz direito). Qual a minha função neste corpo? Penso que me saio bem dando reforço à um novo convertido mas não tenho certeza, sempre fui relapso demais em relação ao Reino de Deus e espero que isso não me custe caro.
      O desejar sair pregando a palavra seria mais uma forma de fugir da realidade onde vivo, mas não estou certo que tenha vocação para isso. Mas gostaria de ser posto à prova.
      Agradeço suas palavras sobre meus escritos, vindo de você, isso mais que me sensibiliza.

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  3. Não há como negar que os últimos tempos tem sido pesados, difíceis, contudo, ainda é possível aproveitar alguma coisa. O fim é certo, por isso não precisamos pensar muito nele.

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    1. Sábias palavras como sempre, Elton, nem há o que replicar ou acrescentar. É isso aí.

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  4. Esse começo do ano foi particularmente difícil para mim, 2023 foi complicado, mas acordar no primeiro dia do ano com dor superou 2023 inteiro. Nesse último fim de semana que as coisas se agravaram, confesso que por alguns momentos esse tipo de pensamento me veio à mente. Aí tento me concentrar e falo para mim mesmo, vai passar, é só aguentar. De fato, passou, e nos últimos 2 dias tenho sentido um alívio que ainda não tinha desfrutado em 2024, me pergunto, quando será a próxima provação? Vale a pena passar por tudo isso mais uma vez apenas para esperar pela próxima? Ainda mais quando contabilizo que nada de bom aconteceu nos últimos 5 anos (antes pelo menos havia aqui e acolá momentos felizes que davam sentido a coisa toda). A privação financeira tb me impede de praticar passatempos que anteriormente me impediam de me tornar um maluco com baba escorrendo pelo canto da boca. Só me resta me agarrar a minha fé. Eu entendo completamente seu pesar. Em relação as ilustrações, como sempre sensacionais, parecem feitas com um lápis 3B ou carvão.

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    1. Meu caro, não sabia que você começou o ano enfermo, sinto muito! O triste dessa vida é nunca estar preparado para essas crises que nos assolam como um carrasco que nos pegam durante o sono ( o Richard Wurmbrand que o diga!). Mas tente se consolar com uma frase que minha mãe sempre repetia: "não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe". É um fato, a alegria passa mas a tristeza também, o que diferencia é o peso e importância que damos a uma ou a outra. Eu tenho a tendência infeliz de sentir mais os dissabores que as bem-aventuranças, talvez por estas serem raridade no meu existir.
      O mundo jaz no maligno, meu caro, mas lembre-se sempre que Jesus veio para destruir as obras do diabo e tudo foi consumado na cruz. Quando estiver na luta renhida e não parecer haver saída, se recorde que Ele venceu, vive e vai voltar.
      Grande abraço e permaneça firme.

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ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.

 Desenhando todos os dias, mas como um louco, como fiz no passado, não mais. Não que não queira, é que não consigo; hoje, mais que nunca eu ...