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sábado, 6 de janeiro de 2024

O BEIJO NA LONA

 Queridas e queridos, boa noite!

Nada novo no front pra dizer a verdade. A tal gripe que peguei - comentei sobre ela, né? - eu a expulsei em Nome de Jesus (sim, eu acredito em cura divina movida pela fé) mas hoje, no período da tarde comecei a sentir um mal estar geral, pode ter sido culpa do sol escaldante, furibundo, que me assou os miolos na parte da manhã; saí para umas pequenas compras e um dos itens não havia no mercado perto de casa, tive que ir em um mais distante, fazia um calor insuportável e meu corpo parecia pesar uma tonelada, muito para umas pernas de 61 anos debaixo de um astro rei despótico e inclemente. Se conheço bem o meu organismo deve ser a minha pressão arterial lá nas alturas e o meu remédio, que é caro pra caralho, acabou e não há grana para comprar uma nova caixa, mais uma vez apelo para a misericórdia do Todo Poderoso para não ter um AVC. A morte não me incomoda, mas ficar torto numa cama.....bem, nem quero pensar.

Mudemos de assunto, hoje venho falar sobre uma capa de livro que produzi o ano passado para o Lúcio Humberto Saretta, um talentoso escritor que acabou virando um amigo. Eu já havia criado uma arte para ele no passado (pode ser visto aqui caso alguém esteja interessado: https://eduardoschloesser.blogspot.com/2017/06/o-louco-no-espelho.html).

Uma das crônicas, segundo ele, dessa vez, tinha a ver com boxe (esporte que muito me interessou nos anos 70 e 80). Ele me passou o que tinha em mente e eu comecei os esboços. Dessa vez foi menos complicado que o anterior.

O livro saiu e ele me pareceu feliz como um garoto que ganha um doce (sei como é quando uma nova publicação chega ao público).

Abaixo, as etapas do processo. 

Primeiro sketch baseado nos devaneios do autor. 

  
O Lúcio queria o perdedor um pouco mais caricato e eu fiz um novo esboço. Ele curtiu tanto que preferiu o nocauteado sem cores para destacar melhor.

Nesse ponto parece que o editor sugeriu tirar o sangue e a marca do beijo para a cena não parecer tão violenta.

Acertado todos os pormenores finalizei a capa e enviei.

A capa do livro como está sendo vendido nas livrarias. Confesso que eu imaginei umas letras garrafais na parte preta da arte, algo que chamasse mais a atenção do espectador, mas não sou o diretor de arte desse projeto.

 

O Lúcio é ótimo escritor, interessados podem procurar por este tomo nas melhores livrarias, é só digitar no Google.

Fiquem com Deus e até nosso próximo encontro!



12 comentários:

  1. Curti demais, ficou uma arte meio retrô, o pugilista mais caricato foi uma ótima pedida, dá a sensação de estar mais "aderido" a lona do ringue. Se não soubesse que é sua, eu diria facilmente que é um estilo de ilustração clássica usada nos jogos de Atari da CCE dos anos 80, cada fabricante tinha seu estilo, a CCE tinha esse mais caricato que era na minha humilde opinião mais adequado aos jogos da época. Notei que a tatuagem sumiu no percurso e depois reapareceu diferente. Comecei o ano com o pé esquerdo, quando acordei no dia primeiro, já senti na cama mesmo uma dor lombar típica de cólica renal, estou me entupindo de ibuprofeno até o dia da consulta no Cento de Saúde (saudades da época que tinha grana pra convênio), cólica renal é algo que me perturba esporadicamente desde os tempos de faculdade. Zé Gatão PADA chegou, estou lambendo-o. Um grande abraço e força Eduardo, que venha 2024, já estou com um taco de baseball numa mão e uma tampa de lata de lixo na outra esperando-o.

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    1. Apesar da sua desdita (cólica renal, ouço falar, é um suplício. Se cuida, meu amigo!) seu comentário é bem humorado. Sei quase nada sobre games e você me trouxe umas informações bem interessantes.
      Gosto de variar os estilos (na verdade eu acho que meu traço é basicamente sempre o mesmo, o que muda é a abordagem e a técnica empregada).
      ZÉ Gatão PADA nos mostra um felino mais envolvido com questões essenciais de sobrevivência num ambiente urbano, espero que goste.
      Estimo suas melhoras.
      Abração!

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  2. Você sabe que eu gosto muito desses 'w.i.p.' (work in progress) que mostram o andamento de uma obra artística. Poste sempre que possível, isso é muito bom. Discordo totalmente do editor que tirou o sangue e a marca do beijo que você tão acertadamente imaginou, Para mim, matou a maior parte do impacto da cena, embora seus traços continuem a ter êxito na descrição visual do lutador derrotado, cuja expressão parece transmitir a ideia de alívio ("finalmente acabou, vou me refugiar no sono, onde não sou humilhado com dor e derrota"). No original e na versão mais caricata essa noção me vem do mesmo modo. Desenho danado de bom. Fico feliz em te ver produzindo, sempre obras tão ímpares e fora do cabresto da maioria do que vemos no mercado.

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    1. Mais um comentário digno de uma moldura em estilo rococó. Como responder? Nada me vem à mente senão um sonoro OBRIGADÃO!!!!
      Infelizmente nem todos os projetos eu consigo (ou tenho paciência) para marcar as etapas do processo, mas eu concordo que isso enriquece a postagem, vou tentar ser mais frequente nesse quesito.
      Valeu mesmo por seu comentário, amigo, grande abraço!

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  3. Ficou bem legal esse desenho, pena que excluíram o batom na lona! Abraços!

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    1. Obrigado, Giorgio! Concordo com você, a ideia do sangue como marca de batom na lona cairia muito bem. Mas.....
      Abraços!

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  4. Oi, Eduardo. Como sempre muito legal ler os teus posts. Embora a estrada seja árdua, acho que a consciência das boas ações termina por ser um lenitivo para os nossos sofrimentos.
    Nesse aspecto, sou grato por ter tido a tua colaboração na capa de dois livros meus, primeiro em "O louco no espelho" e agora em "O beijo na lona". A tua arte me impressionou - e continua impressionado - desde o primeiro momento em que vi teus desenhos aqui na internet.
    Sobre a capa do "beijo", foi mesmo um processo gradual, e creio que o resultado final ficou excelente. A opção por uma cena mais sóbria (confesso que o sangue teria sido algo de contornos bizarros, sedutores como um beijo ou uma derrota) se deu em razão da possibilidade de adoção do livro em escolas.
    Finalmente, o livro contém não só uma, mas várias crônicas sobre o boxe e seus personagens históricos, mescladas com textos sobre futebol e basquete. Em comum, o lento apagar das luzes da fama e o mergulho dos atletas rumo ao ostracismo e à vida de homens comuns.
    Obrigado por compartilhar o "making off" desse grande trabalho, meu amigo!
    Um forte abraço, saúde e felicidades.

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    1. Salve, meu caro! Que legal você vir comentar aqui, até para esclarecer o porque terem tirado o sangue da arte. Suas ponderações prescindem de réplica da minha parte. Só posso te afiançar que foi prazeroso trabalhar contigo mais uma vez e torcer para que tenhamos uma terceira parceria em algum momento.
      Retribuo os votos em dobro e seguimos em frente.
      Amplexos!

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    2. Com certeza, meu irmão, que venham novos caminhos, projetos e parcerias!

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  5. Sempre bom ter uma arte criada e sendo aprovada pra um veículo fora do ambiente virtual. Abraço

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