Tudo está bem, foi um dia produtivo de trabalho, me alimentei legal, meu irmão está lá em Nova York, aproveitando umas fériazinhas (ele mais que ninguém mereçe um descanso), estou com saúde (pelo menos aparentemente), minha esposa, familia e amigos vão bem e no entanto agora no inicio da noite, uma certa depressão se abateu sobre mim, uma velha tristeza sem causa que vez por outra insiste em me visitar. Eu poderia dizer que sinto falta da minha juventude, não da infância, pois ela foi passada tendo o medo como companheiro constante, mas gosto do período entre os 24 e 30 anos. Hoje, ainda mantenho uma boa forma física aos 47 , mas muitas das quimeras de outros tempos, hoje já não me causam enlevo. E esses arroubos próprios da mocidade fazem sim, muita falta. Mas talvez o motivo seja o fato de não ter me realizado totalmente na vida profissional, pois não sou um quadrinista destacado com aquele baita espaço na mídia, convocado para tudo que é festival de humor ou de hq, seja como palestrante ou como jurado. Ainda tenho algumas obras na gaveta que gostaria de ver publicadas, e não ter onde edita-las traz à tona aquela outra amiga velha, a síndrome de rejeição. Mas não, não é isto, quem me conhece bem, sabe como sou avesso a badalações deste ou qualquer tipo. Quero, é claro, que meu trabalho se sobressaia, mas a minha pessoa não, prefiro manter minha invisibilidade e anonimato tanto quanto seja possível, pois qualquer exposição pra mim é um suplício. Não é cretinice não, eu falo sério. E as tais obras sairão do forno cedo ou tarde. Então....seria saudades da minha filha, que não dá notícias faz algum tempo? Também acho que não, pois aprendi a viver com o silêncio dela. Enquanto vou ruminando os motivos, falemos um pouco do que de fato interessa neste espaço nosso: ARTE.
Fazer leituras de obras que você admira é uma excelente forma de exercitar suas habilidades, ver quão proximo dele se pode chegar mesmo sabendo que jamais fará melhor. Eu tenho a ousadia de a título de homenagem, reproduzir algumas obras primas no meu traço. Expo-las aqui, ao lado das originais como pretendo, revela algo que nem mesmo eu conhecia, sou um bocado corajoso (ou muito exibicionista alguns podem achar). Este São Matheus do inigualável Caravaggio foi uma leitura que fiz pra um dos cursos de desenho. Você deve conhecer este magnifico artista do barroco italiano, se não conhece, pare de ler as bobagens que escrevo agora mesmo e vá la no Google pesquisar sobre ele.
Óbviamente a minha está abaixo do mestre (em todos os sentidos) e foi feita em aquarela.
Pra finalizar, acho que sei o motivo da consternação que me acomete nestes últimos tempos; meus irmãos em Cristo podem inclusive me censurar por eu me sentir assim, mas eles deveriam ser os primeiros a entender.... eu sinto saudades do Céu.
É, meu irmão... eu acho que te entendo.
ResponderExcluirTenho certeza que sim.
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