segunda-feira, 6 de junho de 2011
DIAS INÚTEIS.
O dia que não sento na prancheta para trabalhar considero como um dia inútil. Em todos os sentidos. Acho que me viciei na coisa. É bom? É mal? Sei lá, sempre tenho contas urgentes a pagar, não gosto de atrasar encomendas, não é profissional; sem contar que quanto mais rápido entrego os desenhos, mais rápido recebo. Não arranco os meus cabelos é lógico, mas não fazer pelo menos um desenho durante o dia, me dá uma péssima impressão de tempo disperdiçado. O motivo? Algumas coisinhas para resolver de manhã, e a tarde acompanhei a Verônica a uma consulta.... QUE LEVOU A TARDE INTEIRA!!!
Na verdade a consulta não durou mais que cinco minutos, mas a espera durou quase quatro horas. Isto porque pago um plano que não considero barato, imagine se fosse pelo SUS ? Levei um livro para ler (no momento, só assim me aquieto para devorar algumas palavras) mas a concentração estava um pouco dificil. Enumerando os motivos:
1 - A ansiedade supera o prazer da leitura, a todo instante a atendente chamava alguém, e sempre pensávamos que seria a vez da Verônica.
2 - Havia uma TV ligada nestes programas vespertinos chatos de dar azia. Apresentadores e atores globais com seus rostos artificiais, risos de dentes brancos e gengivas rosadas. Não sei, a mim este mundo glamourizado se assemelha aqueles bolos bonitos na aparência mas sem conteúdo nem sabor. E seguiam cenas de novelas e gincanas idiotas. Na sequência, a reprise da novela o Clone. Deu pra notar o desgaste físico de certos atores, principalmente os mais jovens. É incrível o que dez anos fazem na vida de uma pessoa!
3 - Os telefones celulares que tocam a todo instante. Arre! É cada som idiota emulando uma chamada! É som de funk, coachar de sapos, relinchos de cavalo, música de dança do ventre, choro de recém nascido e etc. Cara, que saudades do bom e velho TRRRRRRRRIIIIIIIIIIIIIIIIIM, do telefone! Tem gente que atende rápido e fala baixo. Mas tem mulheres que demoram para encontrar o aparelho dentro da bolsa, aí você se vê obrigado a escutar aquela chamada cretina até que ela atenda, pra depois conversar a plenos pulmões.
Não demorou muito e apareceu um casal com seu filho, que devia ter uns seis anos, por aí. O cara era forte, a mulher gorda como uma orca, o moleque com sinais visíveis de obesidade. Com tantos lugares à disposição, vieram sentar bem ao nosso lado, do meu lado pra ser mais exato. O braço gelatinoso da mulher me oprimindo pela esquerda. Não achei de bom tom trocar de lugar assim de chofre. Azar nosso, o menino era um destes cabeçudos (literalmente, parecia uma criatura de Frankenstein versão infantil) que não param quietos num lugar, totalmente sem disciplina, mandava e desmandava nos pais. Uma hora queria uma coisa, outra hora outra; empurrava cadeiras de lugar, corria pra lá e pra cá e tinha a péssima mania de te encarar.
Chegamos em casa com o sol declinando. Não há clima para trabalho agora a noite. Minhas costas ainda reclamam. Mas devo rabiscar algo ainda. Amanhã, devo repetir a dose, desta vez a consulta é para mim. Pelo menos a manhã estará livre pra começar o trabalho em cima do livro " A Pata Da Gazela" do José de Alencar.
Um aviso:
Os que me acompanham desde a inauguração deste blog sabem que faço um esforço para estar aqui todos os dias. No começo chegava a postar até nos fins de semana. Pois bem, meu tempo não tem me permitido ficar demasiado aqui, de forma que doravante deixo as postagens diarias para escrever quando tiver mais livre ou quando o assunto for muito relevante.
Não tenho recebido notícias do novo álbum do Zé Gatão por parte do editor faz umas duas semanas, deve estar caminhando devagar. Acho que logo sairá do forno. Por enquanto fiquem com as etapas da ilustração que está no cabeçalho desta página.
Se cuidem. A gente se encontra de novo quando eu estiver menos agitado ou quando houver algo importante a dizer.
Até.
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É... tem vezes que uma sala de espera vira mesmo uma câmara de tortura, com gente sem noção.
ResponderExcluirFora isso, vi na banca uma revista do CURSO DE DESENHO sobre super-heróis. Uma espantosa chamada dizia: "Aprenda com o mestre EDUARDO SCHLOESSER".
Mestre eu?!? Pra ser um mestre nesta arte eu teria que nascer de novo umas vinte vezes. Tem editor que que gosta de lisonjear e eu fico agradecido, , mas as vezes exageram.
ResponderExcluirAbraços ANDF.