Sexta feira passada fui até Boa Viagem para realizar um exame chato. Acordei cedo e esperei o ônibus por mais de quarenta minutos (nenhuma novidade), tava apinhado de gente (isto também é típico). Não havia espaço algum, me instalei onde me pareceu menos apertado. Eu em pé, à minha frente, sentado no banco, um menino de uns 12 anos de bermudas jeans com uma mochila descansando sobre seus joelhos. Era um tipo branquinho, magro, cabeçudo, cabelos muito crespos e curtinhos, usava um óculos fundo de garrafa com aros grossos com cores que lembravam a pelagem de um tigre. Estava com um celular destes de última geração e fones de ouvido. Vai saber que tipo de música aquele pirralho estava escutando. Subitamente, um espirro colossal sacudiu todo o corpo do moleque e de sua garganta saiu um imenso catarro que lhe inundou as mãos e a tela do celular. Puta que o pariu! Pensei. Ele, sem fazer caso, limpou a gosma nojenta na bermuda e com os polegares retirava o que podia do monitor do aparelho, o resto limpou na camisa amarela. Eu não podia sair dali pois era oprimido pelos seios imensos de uma senhora atrás de mim. A secreção formou uma espécie de película no jeans preto do pequeno e brilhava ao contato com a luz solar.
No laboratório eu já sabia o que me esperava. Tive que tomar vários copos de água para a bexiga ficar bem cheia. Bebi e bebi. Os minutos se arrastaram. O desconforto começou a dar sinais. Quase instantaneamente veio a vontade doida de urinar. Quando já estava quase mijando nas calças a atendente me chamou. Entrei no ambiente à meia luz. Deitei na maca. Abri a camisa e recuei um pouco a calça pouco abaixo da cintura. À minha direita uma porção de aparelhos. Um médico de uns 60 anos besuntou meu ventre adiposo com gel e com uma espécie de mouse começou a passear com ele pela minha barriga. Me senti como aquelas grávidas. É menino ou menina, doutor? Quase perguntei. Quando, ele apertou a coisa na altura da bexiga, travei. "Relaxe, seu Eduardo, se contrair o abdomem não posso realizar seu exame, sei que está apertado mas terá que suportar." Ok. Findo o exame, ele passou todas as especificações para a assistente que ficava num computador próximo. Ele me passou vários papeis toalha para eu limpar o gel, num momento lembrei do catarrão do garoto. Eca!
Perguntei se estava tudo certo. Ele falou que meu urologista é que iria me dizer. O resultado eu poderia pegar em meia hora.
Finalmente fui ao banheiro me aliviar. Tava ocupado (sério!). Desocupou. Mijei. Pareceu levar horas. Que prazer doloroso!
Hoje temos mais uma ilustra para o livro do porquinho.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk que situação, depois me fala o resultado do exame, me deixou preocupada apesar do seu humor! :D Como sempre sua arte esta otima Eduardo! ;)
ResponderExcluirObrigado, Michelle.
ExcluirSobre o resultado dos exames, ainda tenho mais dois para fazer e levar para o urologista, só então terei um parecer. Espero que esteja tudo bem.
Grande beijo.
Oi, Schloesser! Ultrassom é uma agonia. Aquele gel gelado aumenta a vontade de urinar. Imagino que, pras grávidas, deve ser pior porque elas têm um bebê se mexendo e, talvez, pressionando a bexiga. Esse porquinho do desenho é muito fofo. Quanto ao disgusting boy, concordo com o "Eca!" :) Abraço!
ResponderExcluirYeah, Carla, é exatamente como você falou, :(.
ExcluirQuanto ao porco, aposto como você gostaria de tê-lo em sua mesa :D.
Abração.
Rapaz! Isso me fez lembrar uma passagem curiosa comigo a respeito de exames de urina... Tempos atrás, tive muitos problemas de crise renal por causa de cálculos (as famigeradas pedras nos rins!)... Na época, eu estava casado e passei a noite inteira sofrendo de dor, encolhido, suando frio. Uma boa parte da madrugada, me lembro que fiquei sentado na privada do banheiro, curvado, e foi a única posição que encontrei para conseguir alguns minutos de sono. Eu havia ido ao médico na tarde do dia anterior, e ele agendou uma coleta de urina logo cedo num laboratório. Quando a manhã, chegou, tomei um banho frio e minha esposa me acompanhou até o laboratório. Fui com o tal "copinho" transparente até o banheiro e fiquei tentando urinar. Tentei, tentei e tentei... Mas a dor era imensa! Comecei a suar frio de novo e me bateu um desespero... Então, respirei fundo e forcei para urinar novamente... De repente, senti como se um pedaço de gilette estivesse me cortando a uretra e um jato de urina saiu. Mal consegui mirar no "copinho" e, junto com a urina, saiu uma coisa que fez um ruído oco ao se chocar contra o fundo do "copinho". Logo após a dor, veio um alívio indescritível e continuei urinando por um bom tempo. Notei que havia saído um pouco de sangue e logo veio a ardência. Mas nada se comparava a dor interminável que passei na noite anterior. Fechei o "copinho" e olhei contra a luz. Pude ver um grão do tamanho de meio feijão, de aspecto arenoso... Entreguei o "copinho" cheio para a mocinha e disse: "Aqui está a urina, mas acho que meu problema acabou de ser resolvido!" Voltei pra casa e dormi o resto do dia...
ResponderExcluirMe lembro de você ter comentado isso comigo a muitos anos atrás, Leandro, não exatamente essa história, mas você dissera que teve problemas de rins e a dor se comparava a um choque de um carro nos lombares, algo assim.
ExcluirEm 2013 precisei fazer um estudo urodinâmico, uma porra de um exame por demais desagradável e constrangedor que é melhor não entrar em detalhes, depois deste exame, no dia seguinte baixei hospital com um calafrio louco e uma febre de 40 graus. No dia seguinte, já melhor da febre eu estava com a bexiga cheia e não conseguia mijar, tive que baixar de novo na emergencia e as enfermeiras precisaram introduzir uma sonda na uretra (que sensação horrível!) e só assim pude urinar. No dia seguinte aconteceu a mesma coisa, só que a bexiga ardia horrivelmente e eu não conseguia mictar. Novamente duas ou três enfermeiras ali ao meu redor introduzindo sonda no meu penis e eu segurando a mão da minha esposa e suando frio. O que provocara aquilo foi uma baita inflamação na uretra em decorrência do exame urodinâmico, eu deveria ter tomado antibióticos antes e depois do procedimento mas nem meu médico, nem o doutor que fez o exame, me alertaram sobre isso. Como tenho um certo problema na bexiga e na próstata o fantasma desta enfermidade me ronda constantemente, temo que volte. Hoje eu uso uma medicação para regularizar o fluxo urinário e tem ajudado bastante, mas o efeitos colaterais são umas vertigens ocasonais e uma terrível fadiga muscular. Mas vamos caminhando com a graça de Deus.
Muito prazer tê-lo aqui. Obrigado e grande abraço.