img { max-width: 100%; height: auto; width: auto\9; /* ie8 */ }

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

THTRU



10:30 da noite e só agora consigo sentar para fazer a postagem. Como a Vera continua sendo torturada pela escoliose (com sua gripe dando sinais de retorno)  insisti para que ela repousasse, eu cuidaria das tarefas domésticas, ou pelo menos parte delas, uma vez que é quase impossível mante-la quieta. Fui ao mercado fazer umas compras e por conta disso tudo eu pouco trabalhei em minhas artes, a página do Poe que estou produzindo terá que ser finalizada amanhã.


Bem, indo ao que interessa: as artes vistas neste post são da autoria do mestre Rodolfo Zalla. Vamos a um pouco de história?


ZALLA - Rodolfo Zalla é uma lenda dos quadrinhos nacionais, não é brasileiro, é argentino, mas adotou o Brasil como sua terra. Tive o prazer de conhece-lo uma tarde em um evento que teve na Comics onde o convidado era o também lendário Júlio Shimamoto, meu brother do coração. Eu e o Shima tínhamos combinado de bater um papo em algum lugar e comer alguma coisa, porém o Zalla, que estava por lá e também a tempos não o via o Júlio, grudou em nós, o que para mim foi motivo de imensa satisfação. Sentamos num bar próximo a Avenida Paulista. Se me lembro bem o Zalla bebeu cerveja (bebida de homem) e eu e o Shima bebemos refrigerante. Comemos alguma coisa mas não recordo o quê, teria sido pizza?
A gente aprende muito conversando com dois veteranos dos quadrinhos, mas houve um momento em que fiquei sobrando, os dois citavam artistas dos quais eu nunca tinha ouvido falar. Zalla, entre um cigarro e outro era mais contido, o Shima mais elétrico. Por fim a noite avançou rápido e começou a ficar frio. O Zalla fez questão de pagar a conta. Trocamos números de telefones mas eu nunca mais veria o mestre dos quadrinhos de terror nacionais na minha frente.
A uns anos atrás, durante um Festcomics, parece que o Zalla folheando o álbum Zé Gatão-Memento Mori gostou do que viu. Queria entrar em contato comigo para que eu fizesse oito páginas de uma história para a Calafrio. Soube disto pelo editor da Criativo. O problema é que ele, Zalla, um desenhista na casa dos 80 anos, não tem e-mail, site, nem nada, só um número de telefone para o qual não consegui ligar. A coisa ficou o dito pelo não dito. Teria sido legal fazer uma hq para esta renomada publicação de terror.

AmitDesai e Rodolfo Zalla

CLAUDIO ELLOVITCH - Não conheço pessoalmente o talentoso roteirista e diretor do premiado curta de terror, PRAY, infelizmente. Entramos em contato pelo Facebook, onde ele me convidou para trabalhar no Golem, uma obra em quadrinhos baseada no livro do Gustav Meyrink. Nosso projeto, como já comentei aqui, não foi aprovado pelo Proac, ficando temporáriamente engavetado.


Claudio Ellovitch

THTRU - É uma história em quadrinhos ímpar e mundialmente reconhecida por seu teor, digamos, espiritual e aterrorizante.  Realizada no Brasil, Índia, Hong Kong e Alemanha, a obra pode ser reconhecida como, acima de tudo, um livro de arte. A poesia do artista indiano AmitDesai, autor da série de livros AMERICA SUTRA, ganha vida em uma viagem alucinante por sonhos e pesadelos ilustrados pelo Mestre dos Quadrinhos (prêmio Angelo Agostini e troféu HQ MIX) Rodolfo Zalla. Uma narrativa violenta, visceral e carregada de símbolos e significados ocultos - pintada em uma técnica experimental e única. O roteiro e a direção de arte são assinados por Claudio Ellovitch e ChengSing Yin. 




THTRU é um livro alquímico em quadrinhos e sua encadernação luxuosa (capa dura revestida em couro reciclado WintanHydraThermo; páginas amarradas e com bordas douradas) evidencia justamente esse aspecto, assim como sua relação com a inspiração transcendental, ou talvez religiosa.



Apesar de ser uma obra completa, essa graphic novel inspirou o cineasta e proprietário da loja O CARA DOS QUADRINHOS, Claudio Ellovitch, no roteiro e direção do incrível curta-metragem PRAY. A obra embasou e, com o olhar aguçado de Claudio, a película ganhou respeito internacional ao ganhar o primeiro lugar no Viewster Online Film Festival. Um júri liderado pelo ator cult alemão UdoKier (Blade, Frankenstein de Andy Warhol) e incluindo o produtor americano Ted Hope (21 Gramas), o diretor finlandês Timo Vuorensola (Iron Sky) e a atriz alemã Nora Tschirner (Coelho Sem Orelhas) elegeram o filme Pray como o melhor inscritos entre todos. Com a sua visão de uma "aterrorizante experiência religiosa", Pray garantiu a Claudio Ellovitch o prêmio de US$ 70 mil, recebidos em Londres durante a premiação oficial do evento. 




Bem, amadas e amados, THTRU pode ser adquirido pelo site http://www.ocaradosquadrinhos.com.br/ vocês terão todas as informações sobre esta obra de arte.



Confiram no vídeo o evento de lançamento da obra que reuniu Rodolfo Zalla e Claudio Ellovitch.




 Um baita abraço a todos e até semana que vem, se DEUS quiser.



4 comentários:

  1. Bacana, Eduardo! Você fez uma ótima divulgação do álbum, creio. Incrível a energia do Rodolfo Zalla, o qual peguei um autógrafo numa Festcomix uns dois anos atrás. Na hora que me aproximei (ele aparentava cansaço e estava meio isolado num canto) fiquei bem nervoso. Acho que é o peso de encontrar um grande artista. Ficamos meio inseguros quanto a como proceder, embora saiba que são pessoas como nós...
    Talvez mais pra frente eu o adquira. No momento, os cachorros estão nos calcanhares, ansiosos por uma mordida.
    Um grande abraço e melhoras pra Verônica.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este THTRU parece realmente muito bom, né Gilberto? Que acabamento! E é legal ver um veterano como o Zalla ainda em atividade experimentando novas técnicas. Eu também ainda não tenho condições de obter o livro, vamos ver mais pra frente.

      O Zalla é uma pessoa incrível, embora bem menos efusiva que o Shima e o falecido Collonese, compreendo como você deve ter se sentido envergonhado, as vezes fico assim também.

      Obrigado, meu velho, um abraço e boa sorte nos seus projetos.

      Excluir
  2. Parece uma obra de arte bastante complexa e angustiante, Schloesser. Achei o Zalla uma simpatia. Abraço!

    ResponderExcluir

ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.

 Desenhando todos os dias, mas como um louco, como fiz no passado, não mais. Não que não queira, é que não consigo; hoje, mais que nunca eu ...