domingo, 5 de abril de 2020
PROCURANDO ASSUNTO.
A tal quarentena não me afeta. Para ser sincero, sempre trabalhei na solidão e no silêncio (silêncio em termos, meu lema é: música sempre - se bem que não tenho ouvido muita música, os dias estão estranhos demais e as boas melodias tenho guardado para tempos melhores, que nem sei se virão). Sabemos que o pior está por acontecer, o resultado de toda esta merda nos aguarda logo ali, adiante: desemprego, recessão, fome e tudo o que advém disso. Queria muito estar errado, que logo depois que a pandemia passasse tudo voltaria à normalidade, mas creio que não, com certeza, não. Que Deus tenha misericórdia de nós.
Mas não quero falar disso. Este blog está com pouca visitação e isto não me importa mais, faz um bom tempo, parei de divulgar em redes sociais e de mandar lembretes via e-mail aos mais chegados, acho que é inútil, mesmo esses não tem mais vontade de vir aqui; na boa, sem lamentações. Deixemos este meu espaço como uma folha seca bailar ao sabor do vento, ele continua a quem interessar possa. Sempre que der, eu posto uma arte, um conto, alguma reflexão ou desabafo, como sempre foi, mas sem alimentar a ilusão de que tudo isso possa me alavancar de alguma forma. O que estou dizendo, em conclusão, é: foda-se isso tudo!
SEM DAR NOME AOS BOIS, É MELHOR.
Esta semana me caiu no colo um vídeo de uma entrevista que um famoso jornalista brasileiro fez com um dos cartunistas mais badalados do mundo. O tal repórter, hoje apresentador de um talk show, foi até a residência do desenhista, no estrangeiro, e fez a matéria. Para complementar, o editor dos livros do artista aqui no Brasil foi convidado a opinar, juntamente com um jovem e promissor quadrinista brasileiro. A porra toda foi de vomitar. Primeiro, o repórter entrevistador tirou muito pouco do cartunista. Este parecia, como sempre, pouco a vontade diante das câmeras, só comentou o óbvio e ululante. Até entendo que este artista, que sempre foi autêntico e anarquista, tenha tais pensamentos pouco auspiciosos sobre a vida, afinal ele teve uma criação complicada, pra dizer o mínimo, mas as ideias sobre a política de seu país me soam nojentamente hipócritas. O mesmo eu diria dos comentários do editor, esse sim, um completo imbecil no que se refere aos seus pensamentos sobre o Brasil atual. Não nego que este editor tenha visão mercadológica e excelente gosto para os quadrinhos, mas o olhar esquerdóide a respeito de tudo, impregnam suas afirmações com um cheiro, para mim, repulsivo - a arte está muito acima dessas miudezas.
O jovem desenhista brasileiro, coitado, mal falou, citou apenas a amizade que ele travou com o cartunista estrangeiro, não comentou sobre suas publicações e o que eles podem ter em comum. Desperdiçado, em suma. Em tempo, não conheço o trabalho do rapaz, apenas ouvi falar o nome dele em algum canto.
Resumindo: jornalista, cartunista e editor que gostam de fama, sucesso, dinheiro e conforto, metendo o pau no capitalismo, vendo apenas o que ele tem de negativo e execrando o conservadorismo que até aqui tem permitido a eles o livre pensamento. A hipocrisia reinante. E são eles que detêm as rédeas do mercado, seja aqui, seja lá no estrangeiro. Fica difícil ser otimista.
FUI!
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Belo texto, boa história... Belas artes.
ResponderExcluirMuito obrigado!
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