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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CRÔNICA DO TEMPO PERDIDO ( FINAL )


A maioria dos artistas que conheço não vivem totalmente de sua arte. Ou tem alguma outra fonte de renda, ou recebem ajuda dos pais, dos irmãos, da companheira, dos amigos, etc. Comigo não é diferente. Meus pais, irmãos e amigos com frequência salvam meu pescoço nos momentos de crise. No ano em que o álbum preto veio a público eu residia na SQS 411. Me sentia muito bem, as coisas estavam sob controle, até que veio um comunicado da imobiliária informando de um reajuste no aluguel que para mim era impraticável. Somado a isto, a Verônica não se adaptou muito bem na Capital Federal. Ela já sentia falta da familia em Recife, e me convenceu a mudar para o Nordeste onde o custo de vida é bem menor. E é assim, eu e Brasília temos esta relação de amor impossível. É uma cidade cara demais pra mim.
Ela voltou para o Jaboatão e eu fiquei pra despachar a mudança. Feito isto, entreguei o apartamento e rumei para São Paulo onde se daria o Lançamento do "Crônica". Fiquei hospedado com meu irmão numa São Paulo fria e cinzenta como nunca havia sentido. Eram dias estranhos e eu comecei verdadeiramente a me sentir um corpo estranho neste mundo, como se não houvesse lugar para mim nele. Senti a minha inadaptabilidade mais forte que nunca.
Um tempo antes, a Daniela Baptista, esposa do Gualberto Costa, me convidou a participar de uma esposição em Piracicaba junto com outros cobras dos quadrinhos (pretendo fazer um post sobre este evento). Como eu era o único dentre os que remeteram suas artes a estar em Sampa na ocasião, fui com eles à Piracicaba para a abertura da exposição. Foi legal. Amainou um pouco o amargor que sentia.
Não estou bem lembrado, mas parece que agendaram o lançamento de Zé Gatão num sábado a tarde. Sei lá,  não quero parecer ingrato mas a mim pareceu que não foi bem divulgado. Naquela tarde fazia um frio terrível e fui até a Comics (local do evento), com meu irmão e um amigo dele que nos deu uma carona. Quase ninguém apareceu. Quantos? Umas 6 ou 7 pessoas? Se tanto. Todos amigos que eu constrangi a comparecer. Foi lá o editor e o diagramador da Via Lettera e ficaram um pouco. O Lourenço Mutarelli (quando ainda nos falávamos) foi gentil em comparecer junto com seu filho. Legal mesmo foi o Arthur Garcia ter ido e passado boa parte da tarde batendo um gostoso papo sobre quadrinhos, o que fez com que aquele lançamento não fosse uma coisa totalmente lamentável.
Pouco tempo depois eu estaria embarcando para Pernambuco.
Gosto muito do Crônica do Tempo Perdido, é um livro forte, sinto orgulho dele. O vídeo que acompanha esta postagem foi feito pelo pessoal do Omelete quando eles tinham um espaço no Metrópolis. Ele não roda muito bem meu PC, espero que vocês tenham melhor sorte. Por azar, no mesmo horário que o programa foi ao ar, na Globo estava passando um jogo do Brasil. Nunca conheci alguém que o tenha assistido.
Como está o livro hoje? Não sei. A editora nunca mais entrou em contato comigo. Agora pra mim tanto faz.
Concorri a um Hq Mix  como melhor álbum e melhor desenhista eu acho.  http://www.hqmix.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=42&Itemid=59

Abaixo uma relação de resenhas da época sobre o álbum que consegui encontrar:

http://omelete.com.br/quadrinhos/hq-ize-gatao-cronica-do-tempo-perdidoi/
http://www.texbr.com/artigos/artigos2004/0604_hqmix.htm
http://www.poppycorn.com.br/artigo.php?tid=191
http://cpopular.cosmo.com.br/mostra_noticia.asp?noticia=858260&area=2140&authent=719E7355CD5706E90422BA20719E73
http://site.omelete.dev.01digital.com.br/quadrinhos/ize-gataoi-tarde-de-autografos/
http://www.universohq.com/quadrinhos/2003/review_zegatao.cfm
http://www.universohq.com/quadrinhos/2003/n26072003_07.cfm

Não consegui achar na rede uma matéria que saiu no Correio Brasiliense, o articulista pegou bem o espírito da coisa, mas eu tenho o recorte de jornal, assim que eu achar no meio da minha bagunça eu posto aqui.
Bem, acho que isto é tudo o que tenho pra falar sobre este assunto.
Aos que tiveram paciência para ler os meus desabafos, minha gratidão. Fiquem bem e tenham um bom fim de semana.

2 comentários:

  1. Fala, Eduardo! Bacana essa série de postagens! A gente sempre acha que a dificuldade é só da gente nesse mundo dos que gostam de arte e quadrinhos...
    Ótimo final de semana pra vc e família...
    Abração,

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  2. Oi Gilberto. Alguns poderiam até usar a frase clichê de que as dificuldades tornam a vitória mais saborosa. Pode até ser, mas de algumas batalhas saimos bem destroçados, essa é que é a verdade. Contudo, não devemos nos permitir o esmorecimento. Vamos pra guerra pelo terceiro álbum.
    Obrigado por me acompanhar.

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ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.

 Desenhando todos os dias, mas como um louco, como fiz no passado, não mais. Não que não queira, é que não consigo; hoje, mais que nunca eu ...