quinta-feira, 5 de maio de 2011
CALIPGÍA 04.
Amados e amadas, boa tarde.
A bunda de hoje, foi feita com lápis 6-B, e é a última com esta modelo. Amanhã tem mais uma, mas aí já se trata de outra pessoa. Aposto que vocês já estavam acostumados com esta beldade, não? Bem, como dizem, o que é bom dura pouco.
Mudando de assunto, um dos efeitos colaterais do tempo chuvoso por aqui (pelo menos no que me diz respeito) é a proliferação dos sapos. Apareceu outro no jardinzinho aqui do prédio. Menor que anterior, é verdade, mas ainda assim dá pra assustar um incauto, e na boa, não ando muito afim de sustos não. Mas fazer o quê, deixa ele lá.
Ah, a natureza, como é linda! De fato é mesmo, mas houve uma época na vida que eu tinha este tipo de pieguice: Viver em contato perpétuo com a natureza. Seria bom, com a civilização ali bem ao lado. Certa vez, fui a lugar isolado, sem energia elétrica, fogão de lenha, casa de barro e etc, foi em Nova Friburgo no Rio, na década de 80.
Lá dormíamos com as galinhas e acordávamos com os galos - bem, dormir é um eufemismo, o barulhento colchão de palha não me ajudava a fechar as pápebras.
Nestes tempos eu era obsecado por cultura física e artes marciais, me exercitava o tempo todo. Fazia minhas barras em galhos de árvores. E antes que alguém aí possa pensar que eu era um exibicionista, eu digo que era a única forma que eu tinha de extravasar o que me consumia por dentro; é sério, posso dizer que os ferros foram grandes aliados contra minha síndrome de rejeição, afinal, naqueles dias eu ainda não conhecia o Senhor Jesus.
Havia por lá uma garota, de talvez, uns 18 anos, de formas tentadoras, cabelos louros (de um louro descorado quase branco) e olhos de um azul límpido. Mas nem tudo era só beleza, faltavam dentes naquela boca fina. Mesmo assim fiquei afim de traçar a franga, alguém percebeu e me disse: "Sai dessa, esta menina é encrenca". Naquela época eu não ouvia conselhos, mas nem deu pra pensar no assunto, logo na primeira noite fui acometido de uma forte dor de barriga, algo que me fez passar a madrugada toda na "casinha". Disseram que foi o efeito da comida em fogão de lenha. Será? Ou teria sido as mãos não higienizadas de quem preparou a refeição? Sim, porque por mais que queiramos romantizar, os interioranos não tem tanto apreço assim por mãos bem lavadas (pelo menos os que conheci). Um tempo depois uma obturação do meu dente caiu, e cadê um dentista próximo pra colocar pelo menos um curativo? Necas. O dente não doeu, mas tive que me policiar pra não deixar cair resíduos de alimento no local, ou seja, o prazer do paladar foi pro espaço. Havia um cara lá que foi picado por uma mutuca na cabeça, o bicho depositou os ovos no cucuruto do infeliz, um caroço do tamanho de uma bola de gude que no começo coçava loucamente, depois desandou a doer de forma inclemente. Médico? Antibióticos? Nah, arrumaram um curandeiro local pra cuidar do assunto e nem sei o que deu, minha estada de alguns dias chegava ao fim, não sem antes "pegar" o tal bicho de pé (Tunga Penetrans). Troço bem desagradável.
Palmas para a natureza (sem ironia), mas também um viva para a civilização e tecnologia
Assinar:
Postar comentários (Atom)
ZÉ GATÃO POR THONY SILAS.
Desenhando todos os dias, mas como um louco, como fiz no passado, não mais. Não que não queira, é que não consigo; hoje, mais que nunca eu ...
-
O horizonte nebuloso esboçando ventos de ira e dores do passado, quais penas de aves agourentas e fétidas, trazendo à memória momentos de d...
-
Eu me vejo mal sintonizado, caminhando entre os mortais é como se eu estivesse desfocado, vocês sabem, todos nítidos e eu disperso entre el...
-
Ontem, por volta de uma da madrugada, enquanto eu finalizava a página 64 de O Nascimento dos Deuses, recebi uma ligação do meu irmão caçula...
Nenhum comentário:
Postar um comentário