terça-feira, 10 de maio de 2011
MINHAS INFLUÊNCIAS - FRANK FRAZETTA (09-02-1928 / 10-05-2010).
Rapaz, cada vez que penso nisto fico arrepiado. Como o tempo passa depressa! Já faz um ano que morreu o mestre Frank Frazetta! Não dá pra dizer que parece que foi ontem, mas sei lá, uns quatro ou cinco meses. Isto só prova o quanto estou preso à rotina, à uma vida que não vejo mudar, não significa estagnação, mas também não diria que tenho aproveitado muito. Tenho criado um número considerável de ilustrações (claro, senão não como, não moro e tal) e isto é muito bom, mas mal tenho tido tempo para outras duas paixões que são os filmes e os livros. E não há nada que eu possa fazer para mudar este quadro no momento.
Aproveitando o ensejo, dixem-me falar um pouco sobre minha relação com este que é um dos artistas de fantasia mais influentes de todos os tempos.
Não chorava a muito anos (anos mesmo), mas na noite que soube que Frazetta havia morrido não pude evitar as lágrimas. Eu estava sozinho, trabalhando no computador, era muito tarde, acho que uma ou duas da manhã, e antes de desligar o PC, visitei um blog que frequento, da Era de Ouro dos Comics, então lá estavam nome, ano de nascimento e data de falecimento. Nem sei se o artista era boa pessoa, camarada, bom marido e pai, essas coisas, e que importa? Pelo que deduzo, era um tanto arrogante (a arrogância dos predestinados) e nos últimos anos, antes mesmo de sua doença, o velho Frank não produzia mais nada, alimentava-se de seu próprio mito. Ele não era meu compadre. Por quê chorei então? Porque eu sabia que no instante que aquele homem parou de respirar, o mundo ficava mais pobre, mais carente de arte e fantasia. Foram tantos anos estudando e admirando seus quadrinhos e pinturas que eu o sentia como um velho companheiro de joranada, e que estava me abandonando naquele momento.
Conheci o Frank nos anos 80, encontrei-o por acaso numa vitrine da Livraria Sodiler do Conjunto Nacional em Brasília. Imediatamente me tornei um fã e por que não dizer, um aluno. O livro em questão, era o primeiro número de uma coleção de cinco da Bantam Books (esgotada segundo soube, a muitos anos). Não eram livros baratos, eu ganhava pouco no SENAC, era uma época de inflação galopante, mas todo mês eu economizava algum para me dar este presente, e assim tentar enriquecer minha humilde arte. Foi complicado mas eu consegui ter os cinco volumes que até hoje fazem parte do meu acervo. Eu sorvia cada detalhe das ilustrações como quem bebe um vinho raro de excelente safra.
Costumam dizer que a marca registrada da arte de Frazetta são suas mulheres sensuais, de barriguinha e maçãs do rosto protuberantes, assino embaixo, mas tudo o que ele fazia, só ele fazia daquela maneira. Seus cavalos musculosos, seus incríveis felinos, seus répteis ameaçadores e bárbaros heróicos são inimitáveis.
Estão para lançar um novo Conan nos cinemas, e a turminha fica nos foruns discutindo que o novo ator que escolheram para o papel não parece o Conan do Bucema (o Schwarza parecia), mas lembra o do Barry Smith. Isto porque infelizmente eles não conhecem o Conan pintado pelo Frank, aquele sim parecia um bárbaro.
E cá pra nós, eu acho que como Frank, imprimiu uma marca na carreira do bárbaro Conan nos livros, Arnoldão, o fez no cinema, marcando uma época, por isto sempre vão compara-lo com quem vier pela frente
Ainda nos anos 80, assisti a um VHS pirata com a animação Fire and Ice, dirigida pelo Ralph Bakshi baseado em personagens criados pelo Frazetta, tendo o mesmo como produtor executivo. Um cult. Não é lá um grande filme, inclusive foi um fracasso de bilheteria, mas é de encher os olhos contemplar imagens que só se via nas pinturas e desenhos ganhar movimentos na tela. Imperdível para quem é fã. Claro, hoje eu tenho o DVD que o meu amigo Leandro Luiggi Del Manto me deu.
É evidente que tentei imita-lo, assim como é fato que eu jamais chegaria aos pés dele, mas todas as influências acabam nos apontando um caminho, uma via própria, por onde se expressar, e este é o maior legado de um artista. Se eu puder um dia animar alguém a fazer arte dez por cento do que o Frazetta e tantos outros me impeliram, já estarei satisfeito.
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Fala, Eduardo! É. Você disse tudo sobre o Frazetta. Por coincidência, começo do mês, o Celso me enviou um link para baixar um DVD do Frazetta. É o documentário "Painting With Fire". São oito partes que vc baixa e depois descompacta. Mais ou menos 700 mb total. Se puder baixar, recomendo. Aparece o Bisley, Buscema, Neal Adams e claro, o Frazetta inaugurando seu Museu. O link é:
ResponderExcluirhttp://ebookee.org/Frank-Frazetta-Painting-With-Fire_1122872.html
Ótima semana,
Abração,
Salve, Gilberto.
ResponderExcluirMeu, tive o prazer de assistir este documentário faz uns anos, só pude ver com legendas em espanhol, mas deu pra acompanhar legal, muito bom.
Valeu a dica, verei se consigo baixar. Este meu computador está com alguns problemas.
Obrigado, um abraço e tudo de bom.
Embora eu nunca fosse um fã do ilustrador, aprecio artes pintadas e foto realistas. Não à toa, FRAZETTA fez a capa da 1° aparição da "vampirona peladona" (entre outros adjetivos... ai,ai...XD) VAMPIRELLA!
ResponderExcluirSó mudando de assunto (rapidamente), é claro que recomendo aquele álbum do ARCADIA (leia-se ARQUEIDIA) que você me perguntou no ROTA SONORA.
Falei...
Valeu aí ANDF, vou ver se baixo este CD uma hora dessas. E, sim, Vampirella... não importa quem seja o ilustrador, sempre vale a pena.
ResponderExcluirBlz, vou ver se baixo da net qualquer hora destas.
ResponderExcluirVampirella, não importa o ilustrador, é sempre uma delicia.
Valeu.