Não me sinto bem já há muito tempo, mas perto dos meus 60 anos as pressões, problemas de toda a ordem se intensificam. Tenho estado afastado dos canais de notícias (não aguento mais ouvir falar de Covid e de política. O comunismo - que é o que mais odeio - cria novas vertentes e parece que não há como combater isto) e sumi também das redes sociais, só acesso o Facebook para divulgar alguma arte ou um trabalho novo; só! Já não visito páginas de amigos ou artistas que admiro. Mal tenho tempo para mim e para as pequenas coisas que ainda me dão prazer.
Sou bem aventurado, tenho ainda conseguido pagar minhas contas com a única coisa que sei fazer. Estou com um novo trabalho, um quadrinho roteirizado por um bom amigo, ainda estou nos estágios iniciais, estudando roteiro, criando imagens na minha cabeça antes dos esboços preliminares. De concreto mesmo dou uns arremates finais em ZÉ GATÃO - SIROCO; sim, graças a DEUS consegui concluir esta que deveria ser uma HQ de umas vinte páginas, mas que acabou se estendendo para mais de 150. Ainda há o que ser feito, capa, textos introdutórios e selecionar os tais extras (tá na moda, né?) dentre as mais de 50 pranchas de esboços que fiz. A publicação está mais perto que nunca.
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PÁGINAS DE ZÉ GATÃO-SIROCO, PRONTAS |
Agora as más notícias: desde a semana passada minha mãe luta pela vida numa UTI em Brasília, vítima deste maldito vírus que mudou a cara do mundo. Ela sempre foi uma sobrevivente, passou por muita coisa nesta vida, rogo a DEUS que dê a ela mais uma chance e que ELE tenha misericórdia de mim. Ela há de vencer mais esta batalha.
Desde esta notícia sobre minha genitora e minha impotência em ajudar, minha saúde deteriorou. No sábado último mais uma vez fui acometido de uma dor intensa no lado esquerdo do meu abdome, no intestino, para ser exato. Tomei Simeticona e Buscopan mas o alívio não veio. Fui ao banheiro vomitar e o esforço neste ato (os espasmos) foi tão intenso que minhas costelas doem até hoje. Sem poder suportar fui à UPA mais próxima. Suspeitamos de Diverticulite, mas o médico de plantão não fez caso disso. Me medicaram com as mesmas coisas que tomei em casa e recebi alta. Voltei melhor, mas ainda sentindo sensibilidade. Na madrugada a algia voltou em dobro. Foda-se, pensei, tomei dois comprimidos de Ibuprofeno de uma vez e depois de uma meia hora a dor se foi e eu pude dormir. Mas a dor regressou no dia seguinte. Mudamos minha dieta (aliás, meu apetite foi embora) e passei a beber mais água. Isso enquanto não consigo grana para uma consulta e os exames que vão pedir e ver que porra é essa que pelo menos uma vez ao dia vem me torturar.
Minha sogra acha que pode ser sistema nervoso, os problemas diários que sofro todos esses anos e saber que minha mãe pode se despedir para sempre me abalaram ao ponto de surgir essas enfermidades. Pode ser. Não posso fazer nada para mudar isto. Vou tentar a consulta e saber o que pode ser. Até lá, há contas a pagar e pressão cotidiana a suportar. Mas sei que Jesus está comigo, eu é que não percebo, muitas vezes.
Um novo Zé Gatão vai sair, mais um para nascer num campo de batalha.