img { max-width: 100%; height: auto; width: auto\9; /* ie8 */ }

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

O ANGUSTIANTE STRESS

 Hoje amanheceu ensolarado, um dia bonito, feriado, no entanto considero que foi um tempo horrível. Nada aconteceu demais fora da minha rotina, no entanto, dentro de mim ardia a chama fria da tristeza, aquela vontade insana de largar tudo e sumir, mas não sumir pra um local desconhecido, e sim desaparecer mesmo, como acontece nesses filmes onde o protagonista ao final caminha para o horizonte e de repente ele se mistura com a paisagem e volatiza-se.

A razão para isso pode ser explicada por um diálogo que travei via mensagem com um amigo chamado Louis Melo, um jovem muito inteligente e brilhante artista.

Me perguntava ele: como está? e os trabalhos? os dias corridos? Respondi que a depressão batia forte mas que seguia resistindo, quanto aos serviços, havia bastante mas não tava dando conta de fazer, sem inspiração e motivação e seguia procrastinando e ele respondeu sabiamente: "Já parou pra pensar que, na sua idade, isso talvez não seja procrastinar, mas sim uma exigência maior da sua mente de exercitar um momento de ócio saudável?" E continuou: "Nenhum barco aguenta viver sua vida útil inteira em mar tempestuoso, a calmaria também é necessária para se ter equilíbrio e regulamento da consciência."

Não sei, talvez seja isso, a caravela da minha vida começa a fazer água. 

Hoje, depois de algumas situações desagradáveis, estressantes e humilhantes eu orei a Jesus, em pé na minha cozinha enquanto pegava água na geladeira, pedindo misericórdia, o perdão dos meus pecados e que me desse força extra para continuar prosseguindo pois eu sei que agora não falta muito para tudo acabar, mas no tempo que ainda resta eu tenha fôlego para as últimas braçadas. Sempre que faço isso Ele me manda um refrigério, inspirei profundamente e soltei o ar devagar. Continue, só mais um pouco, está perto agora.

Tenho que concluir os projetos que estou desenvolvendo (até que novos surjam) mas está árduo, custoso. E pode ser mesmo como o meu jovem amigo sugeriu, passei a vida enxugando gelo e agora a mente entra em curto e está em pane. 

Como todos os que me prestigiam aqui há longos anos sabem, o calor começa a ficar forte de verdade e neste exato momento estou na minha prancheta com o desagradável ardor da temperatura e os pernilongos atormentando minha pele e minhas orelhas. Penso que só há um amigo que saiba o motivo d´eu estar sem ventilador. Como dizem: é osso trabalhar nessas condições!

Tenho saudades dos tempos onde eu, cheio de energias passava horas noite adentro trabalhando nas páginas do Zé Gatão. Sou grato ao Felino por momentos em que havia esperanças de tempos amenos com resultados positivos pelo esforço genuíno. 

E falando nele, o amigo Adalberto Eliazar dividiu comigo suas lembranças sobre o personagem:

 "Lembro bem da primeira vez que vi o Zé Gatão. Foi bem antes do advento da internet. Na época meu pai trabalhava em Brasília e trouxe ferramentas envoltas em algumas folhas de jornais, quando fui desembalar tudo, lá estava aquela criatura em meio perfil, com um artigo que corria ao lado. Anotei o nome do autor e fui pesquisar. A princípio encontrava apenas referência a um fisiculturista com o mesmo nome do felino, mas nos anos que se seguiram, quando vim para Campinas, enfim encontrei um exemplar tão almejado de Crônica do Tempo Perdido."
 
Lendo essas palavras eu sinto que apesar de tudo, valeu a pena cometer todas aquelas páginas ao longo de mais de trinta anos.
 
É a resposta do Senhor Jesus.
 
Volto ao trabalho agora, enfrentando a saudade e temperatura alta.
 
Obrigado por virem aqui.
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

6 comentários:

  1. A vida é um videogame ao contrário. Quanto mais fases passamos, ganhamos castigos, não prêmios. Minha diferença com relação a você é que não sinto saudades de nada. Mas o ocaso está sendo igualmente melancólico. Certamente pior que o seu, pois não há consolos divinos. Lamento por você. Lamento por mim.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, meu caro, eu deveria ter palavras pra te levantar o moral ou ao menos dizer que uma hora tudo vai melhorar, mas hoje sou como aquele poço que alguém vem com a esperança de encontrar uma réstia de água e só acha sequidão (sei que não é o seu caso).
      Lamento também por nós.

      Excluir
  2. Às vezes, sinto falta de certas coisas ou sensações...
    Gostava de ver a noite chegando após o pôr do sol. Mas nada me impede de fazer isso novamente.
    De ir a uma vídeo locadora pegar uns filmes ou jogar conversa fora com atendentes.
    De ir a casa de meus avós, agora finados.
    Pena que nunca fui ao cinema quando era criança porque nem meus pais ou qualquer parente me levou por motivos incertos. Já devo ter falado, mas torno a repetir apesar de tudo:
    "Eu era feliz... e sabia!"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sinto também saudades dessas coisas por você mencionadas. Temos que dar um glória a DEUS pela memória e os bons tempos que deixaram essas marcas.
      Grato pelo seu comentário!

      Excluir
  3. Oi, Eduardo. Talvez ainda se lembre de mim. Venho acompanhando o blog e me lembro quando, com muito empenho e animação, li absolutamente todas as postagens para conhecer não só sua obra, mas a sua pessoa. Quando escrevi aquela mini biografia que consta no HQ do Poe, roteirizada pelo Lucchetti, também tinha muitos planos envolvendo edição e publicação de HQs, mas a depressão chegou e me afastou de todos. A vida para muitos é bem complicada no que diz respeito a saúde mental, e tem horas que esta tristeza sem fim nos pega de jeito, e esta, acredito, seja a razão do meu sumisso, tanto aqui, por um tempo, quanto no whatsapp. Há momentos em que a socialização é algo difícil por demais, e só quem realmente nos conhece sabe e convive sem julgamentos (ou quase). Saiba que, apesar de poucos se manifestarem nos comentários - como eu, muita gente o acompanha e admira. Estou no aguardo da minha cópia do Siroco (o Marcos, da Atomic, não responde meus e-mails a respeito do envio, mas tenho esperanças de receber a HQ em algum momento), mas recebi o desenho que me enviou e já o moldurei come é devido (fiquei extasiado com o carinho que empenhou na página, e mostrei, todo bobo, para minha companheira, que também achou incrível). Provavelmente passarei períodos em hiato, mas estarei aqui acompanhando-o. Enfim, acho que é isso. Forte abraço e estimo o melhor para você e sua companheira.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Matheus, que surpresa boa vê-lo por aqui de novo! Claro que me lembro de você, como poderia esquecer? Dos inúmeros defeitos que tenho, um não costa da lista: INGRATIDÃO. Sempre serei devedor do seu carinho, atenção e prestígio não só com meu trabalho mas com minha pessoa , sem falar no livro que me deu.
      Sabe que oro por você todos os dias? Tem Alguém te esperando de braços abertos. Alguém que é a reposta e cura para todos os males. No tempo certo vocês se encontrarão.
      Sabe, confesso que seu sumisso me causou perplexidade...a princípio muita preocupação, achei que poderia ter acontecido alguma coisa. Perguntei ao Cid (editor da Clepsidra) por você e depois de um belo tempo ele falou que tinha te visto e eu respirei aliviado, você estava inteiro e bem (bom, bem nem tanto pelo que você me informa aqui, mas vivo). Respeitei seu desaparecimento e entendo bem que as vezes, como disse o Poe, certa vez, a solidão é o lugar mais seguro, inclusive há uma fala do Zé Gatão no Siroco sobre isso. E falando nessa edição, também não recebi um único exemplar até agora, o caso é que o editor está sem recursos para enviar os pacotes e isso deve se resolver em algum momento. O livro existe e está pronto para entrega. Caso interesse te passo o zap do Marcos (ele costuma responder por lá), vou deixar no seu zap, confira quando puder.
      Fico feliz que tenha gostado da arte, fiz para dois apoiadores, eu achei que essa seria do seu agrado. Saber que está na sua parede me enche de orgulho. Quando puder, tire uma foto para eu postar. Pode me enviar por email (se eu não estiver pedindo demais).
      Como pode notar, minha vida tem sido nadar contra as corredeiras, mas não desisto de buscar o que foi prometido, ainda que não mereça (e não falo de coisas materiais, essas se resolvem.
      Grande abraço, obrigado por me acompanhar e fique firme. Mas fique firme mesmo!!! DEUS te abençoe!
      👊👊👊👊👊👊👊

      Excluir

A SAUDADE É MAIS PRESENTE QUE NUNCA

   No momento que escrevo essas palavras são por volta das 21h do dia 21 de abril. Hoje fazem três anos que o Gil partiu, adensando as sombr...