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quinta-feira, 30 de junho de 2011

AGRADÁVEL EXAUSTÃO.

Hoje meu rítmo de trabalho nada teve de anormal.
Bem, quase.
Como era a data limite para entregar a arte do livro "A Pata Da Gazela" do José de Alencar, caso quisesse ter algo na conta bancária, tive que correr contra o tempo, e não só contra ele, mas contra todas as barreiras que se levantam em dias assim, como que para testar a sua paciência ( alguém aí pensou em "Lei de Murphy? ). Telefonemas, contratos para assinar, pausas para as refeições, para urinar e etc. E a arte, detalhada, não ficava pronta. Nestas horas, chego a me impacientar com quem me interrompe. Uma pressão a que já estou acostumado, minto, não dá pra se acostumar com isto, familiarizado soa mais pertinente. Quinze para às cinco da tarde, próximo da editora encerrar seu expediente, dei a última pincelada. Escaneei e enviei quase tropeçando a poucos passos da reta final.
Missão cumprida.
A tensão deu lugar à fadiga. Mas não aquele cansaço que abate, suprimindo a vontade de tudo mais, mas uma exustão agradável, com sabor de dever cumprido. Bem que o pagamento podia ser automático. Ainda tenho que esperar os trâmites legais. Mas na boa, perfeição, só lá no Céu.

A arte de hoje, me evoca o passado mais uma vez. O longínquo ano de 1986.
Já declinei aqui que tenho grandes e saudosas lembranças deste período. Nosso apartamento na 202 Sul, a quadra à noite, a lanchonete Janjão do outro lado do Eixo, onde eu e meus irmãos íamos de vez em quando, as estreladas noites de Brasília.
Li esta semana que o escritor James Ellroy, odeia o presente, rejeita a tecnologia e coisas tais, tendo a mente voltada pro passado, na Los Angeles de décadas passadas, onde se situam seus violentos romances policiais. Eu não sou assim, do passado, se não puder tirar proveito das experiências adquiridas pra não cometer os mesmos erros e assim evitar novos sofrimentos, ele de nada serve, pois já passou, não se pode resgata-lo. Mas é dificil não recordar com carinho momentos ternos da vida, principalmente quando eles são tão poucos. As melhores lembranças, são os momentos passados ao lado dos meus irmãos.
As namoradas nem tanto, pois boa parte delas só me causaram dor. O que nos trás de novo à ilustração de hoje. Se ela me evoca o passado, traz também à memória a lembrança da decepção sentida tempos depois.
Técnicamente falando, é curioso notar como minha técnica com bico de pena evoluiu. Pelo menos eu acho.

Amanhã é o último dia da semana, então se Deus quiser, nos falamos de novo na próxima.
Fiquem bem.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O NOVIÇO ( 02 )


Mais duas imagens do livro "O Noviço", só pra vocês não pensarem que esqueci do blog.
Vamos ver se na sexta a gente proseia mais. Até lá, quem sabe.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

ARTE REJEITADA


Queridos e queridas, prazer enorme em estar de novo aqui com vocês.
Do meu lado, as labutas continuam, embora exausto só tenho a agradecer ao bom Deus por estar trabalhando com a única coisa que sei fazer na vida, criar imagens no branco do papel. Por sinal, a ilustração de hoje é uma arte rejeitada pelo editor. Sensual demais, segundo ele. É, até que ele tem razão. 
Antigamente eu me chateava quando um desenho era recusado, hoje vejo que é extremamente comum, e gente muito mais calejada que eu tiveram seus trabalhos devolvidos, Boris, Corben, Meseldzija....ah, a lista é infindável. A excessão seria o mestre Frank Frazetta, reza a lenda que James Warren, para te-lo no time de criação dos títulos Creepie, Eerie e Vampirella como capista, deu-lhe total carta branca para criar o que quisesse, o que lhe desse na telha sem questionamentos. Talvez por isto que muitas capas da Ceepie, embora sejam criações inigualáveis do mestre, pouco tem a ver com a proposta da publicação, pelo menos é o que eu acho. O fato é que é o sonho de muitoa gente trabalhar assim, dando livre vazão à sua ciatividade num serviço comercial. Mas creio que mesmo um talento como o velho Frank teve seus dias difíceis no início, afinal ele foi "ghost" do Al Capp na tira Li´L Abner (Ferdinando no Brasil) e reclamou muito, inclusive que ganhava mal.
Mas, com esta editora que estou trabalhando na criação dos desenhos para os clássicos, não tenho tido interferência, felizmente. Como já disse, o que pega são os prazos, para um péssimo administrador de tempo como eu, já viu, né?
Má notícia para os que amam os quadrinhos com enquadramentos estilizados e ousados num desenho - eu diria - pouco convencional: Faleceu o grande Gene Colan esta semana que passou. Ok, tava velhinho e doente, mas quando um desses grandes se vai, eu sinto o mundo que vivemos um pouco mais escuro. Acho que tem um bocado de gente dizendo que ele viverá através das grandes artes que criou para o Homem de Ferro, Demolidor, Capitão América, Tumba de Drácula e tantos outros, e acho que é isso mesmo.
E diante deste fato triste, sem mais palavras, vou ficando por aqui.
A gente segue se falando.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O NOVIÇO ( 01 )



Bem, esta semana  temos um feriado prolongado, não é?
Mas  para mim ainda há muito trabalho a fazer (Graças a Deus), portanto sigo fechado no estudio com o lápis na mão criando o que muitos chamam de arte. Eu poderia dizer que o que eu faço se chama diversão remunerada, mas não é bem assim, poderia se-lo se eu estivesse fazendo minhas pinturas e meus quadrinhos sem exigência alguma de editores, mas não é este o caso,  e nem se fossem meus trabalhos particulares, isto é algo que envolve concentração e diciplina. Mas deixando a filosofia barata de lado, iniciamos a partir daqui a postar alguns desenhos criados para "O Noviço" do Martins Pena.
A todos um bom descanso e a gente se vê por aqui eventualmente.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

OS SAUDOSOS CINEMAS DE RUA. ( CONCLUSÃO )





Só para finalizar o texto sobre cinemas de rua.

Eu não podia cita-los sem me referir às salas de projeção do Rio de Janeiro, e mais algumas de Brasília. 
O conjunto Nacional em BSB é um shopping óbviamente, mas quando foi criado não tinha este conceito, era um centro comercial, ou seja, várias lojas reunidas num espaço que lembra um maciço prédio de três andares e outros tantos de salas de escritórios. Tanto que costumava-se dizer que ali abrigava o maior número de consultórios odontológicos por metro quadrado do Brasil. Acho que não é exagero. Creio que a definição de cinema de rua se aplica às salas que o Conjunto abrigava. 
Havia lá, um outro cinema da rede Karim, Chamado "Cinema 1", mas era uma sala que exibia filmes, digamos, mais "cabeça". Foi lá que vi O Enigma de Andrômeda, e Geração de Proteu, umas das tantas fitas de ficção dos anos setenta que foram bastante badaladas. 
Ainda no CONIC, tínhamos outros dois da rede Karim que eram o Miguel Nabut e o Badia Helou. O melhor de todos era o Atlantida. Ah, e claro o Bristol, sem esquecer também do cine Lara em Taguatinga. 
Estas salas, creio, por falta de investimentos acabaram virando  igrejas, assim como a maior parte das salas de São Paulo, as que não viraram templos, se tornaram estacionamentos, ou se converteram em cinemas pornôs. Pena mesmo.
No Rio de Janeiro, onde morei por quatro penosos anos, o cinema foi meu real escapismo. Eu morava no subúrbio e as salas destes lugares ainda tinham cadeiras de madeira, som ruim, sem ar refrigerado, mas quem ligava? Os filmes exibidos em seção dupla eram dos melhores da safra, Mad Max 1 e 2, Operação Dragão, Tubarão, Inferno na Torre, Conan, o Bárbaro,  isto para citar os mais famosos. Em Madureira, havia o Madureira 1 e 2, com salas de luxo, foi lá que vi Star Wars, Rambo (o primeiro), O Império Contra-Ataca, ET, Poltergeist, enfim, o que rolou por lá na época. Na cidade, não lembro bem se era na Tijuca ou no Méier, havia uma sala de projeção (muito boa) que só passava filme clássico e que havia causado certa polêmica num passado recente, como Laranja Mecânica, O Exorcista, Emanuelle, O Iluminado e vários outros que se eu ficar citando, não acabo esta postagem hoje. 
Mesmo no interior, onde morei por alguns meses (onde conheci a mãe da minha filha), havia um cinema que só exibia coisa antiga, na sexta-feira à noite, se estou bem lembrado. Foi lá que vi O Homem Que Queria Ser Rei.
Em Realengo, tinha um poeirinha que exibia todo tipo de filme em seção dupla, levei meus irmão menores, quando foram me visitar, pra assistir alguns filmes impróprios, como Amor Estranho Amor, do Walter Hugo Khouri, sim, aquele em que a Xuxa aparece pelada abraçada a um garotinho. 
O Gil era um petiz ainda, mas vimos Mad Max 2 e O Mensageiro de Satanás (título feio, né?) em Cascadura. 
Acabo de me lembrar de uma história interessante que me aconteceu certa manhã em Realengo. Eu havia ido lá resolver não sei o quê. Andava por uma rua meio deserta, devia ser por volta das 10 da matina, quando eu passava em frente a um desses poeirinhas, escutei alguém chamar, "Ei garoto, ei garoto!" Olhei em volta. Era comigo? "Sim, você mesmo, pode vir aqui?" Vinha do cinema que tinha as grades arriadas. Um cara lá com shorts e camiseta, jeitão de miserável, fazia sinais pra eu me aproximar. O que cê quer? Perguntei. "Pode vir aqui?" Escuto bem daqui mesmo, pode falar. "É o seguinte, falou o cara, trabalho aqui na bilheteria, ontem peguei no sono aqui dentro, fecharam o cinema, e eu fiquei trancado. Só vão reabrir as duas horas. Tô morrendo de fome, poderia me comprar um salgado e um refrigerante ali na padaria? O último a quem pedi sumiu com o dinheiro" Tudo bem, disse eu, cê quer o quê? "Uma coxinha e um guaraná, faz isto?" Claro, passa a grana aí. Fui lá e peguei o que o coitado tinha pedido. "Obrigado, cara, olha, quando quiser assistir algum filme aqui, venha quantas vezes quiser, cê entra de graça". Mesmo? "Claro, enquanto eu estiver na roleta, tá garantido". Nem preciso dizer que toda semana eu tava lá. Foi lá que vi "Down of Dead", o segundo da trilogia do George A. Romero umas dez vezes.
Evidentemente não posso dizer com exatidão o que aconteceu com estes cinemas, mas é quase certo que tiveram o mesmo fim de todos os cinemas de rua tradicionais; foram demolidos ou serviram de espaço para outra coisa. 
Muita coisa contribuiu pra isto, o VHS, a TV a cabo, consequentemente a falta de investimento nestas salas geraram a má frequência e daí para a sepultura.
Penso que nesta época, valorizava-se mais a sétima arte, os cinemas exibiam clássicos muito depois do seu lançamento. Lembram o que eu disse sobre Ben-Hur e King Kong? Aonde hoje é possível assistir algum filme do Sérgio Leone numa tela grande? Tudo agora é muito volátil, descartável.
Como ilustração do post, repito aqui duas artes que tem a ver com a matéria.
Alguém disse sabiamente que recordar é viver, ou sofrer duas vezes. E com estas palavras amargas eu finalizo minhas lembranças dos cinemas de rua.  

sexta-feira, 17 de junho de 2011

OS SAUDOSOS CINEMAS DE RUA.

O que é diversão pra mim?
Um bate papo legal com um amigo do coração, ler um bom gibi ou um bom livro (embora isto soe pernóstico); prefiro picina à praia, tanto que moro bem próximo de uma e não vou lá não sei a quanto tempo. Shows? Nah, gente demais, não suporto balbúrdia. O último show que vi foi do Eric Clapton, se não me falha a memória, em 90. Gosto dele mas não gostei do espetáculo. Naquela época já me achava velho pra essas coisas. Música sempre, não importa a hora. Gosto de museus (e isso soa pernóstico também). Ontem, eu e minha esposa fomos à cidade fazer umas compras, chovia bastante, mas encaro como diversão, gosto de sair com ela, e atualmente saimos tão pouco que aproveito cada minuto ao seu lado.
Esta introdução é para falar do meu maior escapismo:
Cinema. A maior diversão pra mim - e comer besteira (antes ou depois do filme). Se for um bom filme, melhor. Óbvio? Nem tanto, já me diverti muito assistindo filme ruim. Certa vez, eu, meu irmão Gil e meu amigão Ric Bermudez fomos ver "O Mensageiro", com o horrível Kevin Costner, o filme era de uma estupidez tão grande que dávamos gargalhadas como se fosse uma comédia pastelão. Isso me faz lembrar que eu, Gil e minha mãe fomos assistir um filme do Afonso Brazza no "falecido" Cine Márcia em Brasília, e a fita era extraordinariamente ruim, as atuações de tão palpérrimas nos provocavam frouxos de riso, tanto assim que numa das cenas eu tive um acesso tão grande de gargalhadas que cheguei a perder o fôlego. E este papo me leva ao passado pra variar. Aos cinemas de rua.
As novas gerações devem conhecer somente salas de projeção dos shoppings, mas houve uma época em que os cinemas reinavam absolutos, cheios de glamour, nas avenidas das grandes metrópoles, e até em pequenas cidades do interior.
O centro de São Paulo era cheio deles. Havia o Cine Comodoro, sala com uma das maiores telas que eu já vira, dotada de sistema de som bem avançado na época. No filme "Terremoto", as cadeiras trepidavam. Lá eu tive o privilégio de assistir épicos como "Ben - Hur" e "Os Dez Mandamentos", todos com o saudoso Charlton Heston, incluindo o já citado "Terremoto". Havia o cine Espacial, mas pra dizer a verdade eu não curtia muito, tinha três telas e eu não conseguia me focar em apenas uma.
É claro que eu peguei o período já decadente destas salas de projeção, mas muita coisa eu consegui aproveitar. Não eram apenas os filmes, mas os cartazes imensos, o material de divulgação como aquelas fotos enormes na entrada, os displays, tudo contribuia para a magia ser total.  Lembro que o filme nacional "Independência ou Morte" ficou meses em cartaz, as filas para assisti-lo dobravam o quarteirão na Rua 24 de Maio e ia até o Teatro Municipal. Foi assim com "O Exorcista" (em 1973 ?) e "Pappilon" no Marabá e no Metro respectivamente. Claro que naquele período eu não tinha idade pra ver muitos destes filmes, pra assistir King Kong ( a versão de 1933 - sim, cheguei a ver no cinema) na Sala Azul do Cine Rio Branco, eu tive que falsificar minha caderneta de escola. Foi assim também pra ver "Sérpico".
Eu era viciado em cinema. O centrão tinha um monte dos chamados "poeirinhas" que exibiam até três filmes por um único ingresso. Vi de tudo, toda a série do "Planeta dos Macacos", bang-bang italiano, filmes de Hercules, Sinbad, Tarzan, fitas mexicanas com o Santo, o Máscara de Prata e qualquer coisa que não fosse erótico italiano com o Lando Buzzanca.
Na Praça da República havia o Cine República onde lembro de ter assistido "Rabi Jacob" com o Louis De Funés ( um comediante francês muito popular na época ). O Cine Paissandu tinha uma uma característica interessante, a cadeira era bem inclinada para trás e a tela de projeção (imensa) ficava no alto, ou seja, era quase uma visão de 180 graus. Lembro de ter assistido "Highlander" com meu irmão André e ambos saimos extasiados da sessão, inclusive por causa da música do Queen do qual éramos fãs.
Alguns poeirinhas tinham nomes suigêneris, lembro do Cine Saci. Ali eu vi muitos filmes de artes marciais dos famosos Shawn Brothers. Meu amigo Arthur Garcia deve se lembrar de mais alguns daquele tipo. Ajuda aí Arthur.
Brasília também tinha seus cinemas de rua, o famoso Karin, mais conhecido como Karinzão, por se gabar de ter a maior tela do Brasil. E assim que cheguei lá em 1975, tinha um outro Karin (mesma rede) na W-3 Sul, só não lembro da quadra. Era na 505? Acho que meu brother José Roosevelt deve lembrar.
Como a Capital Federal é composta de muitos centros comerciais, boa parte das salas ficavam neles, mas dá pra encarar como cinema de rua. No Conjunto Nacional havia o Astor, o Márcia, o Karinzinho que só exibia filmes pra petizada. Mas eu, embora fosse adolescente, não fiquei de fora, vi muito Disney e os grandes curtas do Pernalonga e sua turma. Esses eram da Warner e estou seguro até hoje que estes desenhos animados não eram para crianças. Pelo menos não para os daquela época.
No CONIC havia o Venâncio e o Ritz, eu e colegas da quadra íamos assistir filmes de Kung Fu nestes cinemas. Foi lá que eu vi Jackie Chan pela primeira vez, o filme era "O Punho da Serpente" seguido do "Mestre Invencível". Vimos muitos filmes do Gordon Liu, que anos mais tarde seria homenageado e convidado por Quentin Tarantino para trabalhar na segunda parte de Kill Bill.
Os bairros dos subúrbios cariocas eram cheios de cinema de rua. Mas sobre os cines do Rio e de algumas cidades do interior que visitei, deixo pra uma outra oportunidade. A postagem se estende e preciso resolver algumas coisas antes de voltar ao trabalho, além do quê, minhas costas já começam a arder (é, agora estou assim, parecendo um velho, que merda !).
Como encerramento, eu só quero afirmar que não faz muitos anos, você comprava um ingresso e assistia o filme quantas vezes quisesse. Hoje, você é obrigado a sair no final da sessão mesmo que tenha pego o filme começado. Não parece triste se comparado a alguns anos passados?
Bem, hoje não vou postar desenho. Não tenho nada que ilustre este texto.
Bom fim de semana pra vocês.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O DIA SE APROXIMA.

Hello, folks.
Aos que gostam das histórias violentas ( e porque não humanas? ) de Zé Gatão, podem começar a sorrir, o novo álbum que será editado pelos autores independentes de Pernambuco, a PRISMARTE, já desponta no horizonte. Detalhes no link abaixo:
http://www.prismarte.com.br/pada/?p=858
Como não podia deixar de ser, a arte de hoje é mais uma imagem do felino taciturno, feito direto no pincél, sem o auxílio da borracha.
Trabalhar assim, tem seu lado bom ( como já disse antes, faço isso para não desperdiçar a tinta que sobra de um trabalho encomendado qualquer ), mostra espontâneidade e uma certa "personalidade" de traço, porém, quando se pisa na bola, não tem como arrumar. Mas fica valendo como exercício.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

QUINCAS BORBA ( 10 )


Boa noite a todos.
Sabem, a gente se acostuma estar aqui todos os dias, quando não entro neste nosso espaço, parece que o dia não está completo. Mas a falta de tempo persiste, por isto passo aqui apenas para deixar umas artes e desejar bom fim de semana pra todos vocês.
Estas são as últimas do Quincas Borba.
Grato a todos que visitaram esta página. Fiquem bem.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

O NOVIÇO ( CAPA )


Os dias seguem assim: chuvosos e úmidos, com sol ocasional trazendo mormaço e cansaço . Dor de cabeça, trabalho estagnado. Nada parece baixar a pressão de 10 por 16. Contas pagas. Dinheiro acabando. A sensação de correr e não sair do lugar, tal qual aquele hamster em sua escadinha redonda. Preços subindo. Paciência decrescendo. Trabalhando apenas para saldar débitos mensais. Feliz por ter o talento reconhecido, ainda que por uns poucos. Olhos cansados. Saudades da família. Grato a Deus por cada um deles. Dias curtos, noites exaustas. O cuidado da esposa, a força sempre presente dos poucos amigos. A capa do livro.  A psicologia das cores. Simbolismos.  O fundo amarelo. Tons frios equilibrando a profundidade quente numa luta desigual.
Olhares inquisidores, um aperto como forca no pescoço de um traidor. A comédia da vida e o triunfo da morte. Manhãs que chegam, tardes que vão. Bocas que xingam, olhos que choram. Fadiga da vida ilusória, esperança imorredoura pelo feliz dia do retorno do Salvador. 


segunda-feira, 6 de junho de 2011

DIAS INÚTEIS.


O dia que não sento na prancheta para trabalhar considero como um dia inútil. Em todos os sentidos. Acho que me viciei na coisa. É bom? É mal? Sei lá, sempre tenho contas urgentes a pagar, não gosto de atrasar encomendas, não é profissional; sem contar que quanto mais rápido entrego os desenhos, mais rápido recebo.  Não arranco os meus cabelos é lógico, mas não fazer pelo menos um desenho durante o dia, me dá uma péssima impressão de tempo disperdiçado. O motivo? Algumas coisinhas para resolver de manhã, e a tarde acompanhei a Verônica a uma consulta.... QUE LEVOU A TARDE INTEIRA!!!
Na verdade a consulta não durou mais que cinco minutos, mas a espera durou quase quatro horas. Isto porque pago um plano que não considero barato, imagine se fosse pelo SUS ? Levei um livro para ler (no momento, só assim me aquieto para devorar algumas palavras) mas a concentração estava um pouco dificil. Enumerando os motivos:
1 - A ansiedade supera o prazer da leitura, a todo instante a atendente chamava alguém, e sempre pensávamos que seria a vez da Verônica.
2 - Havia uma TV ligada nestes programas vespertinos chatos de dar azia. Apresentadores e atores globais com seus rostos artificiais, risos de dentes brancos e gengivas rosadas. Não sei, a mim este mundo glamourizado se assemelha aqueles bolos bonitos na aparência mas sem conteúdo nem sabor. E seguiam cenas de novelas e gincanas idiotas. Na sequência, a reprise da novela o Clone. Deu pra notar o desgaste físico de certos atores, principalmente os mais jovens. É incrível o que dez anos fazem na vida de uma pessoa!
3 - Os telefones celulares que tocam a todo instante. Arre! É cada som idiota emulando uma chamada! É som de funk, coachar de sapos, relinchos de cavalo, música de dança do ventre, choro de recém nascido e etc. Cara, que saudades do bom e velho TRRRRRRRRIIIIIIIIIIIIIIIIIM, do telefone! Tem gente que atende rápido e fala baixo. Mas tem mulheres que demoram para encontrar o aparelho dentro da bolsa, aí você se vê obrigado a escutar aquela chamada cretina até que ela atenda, pra depois conversar a plenos pulmões.
Não demorou muito e apareceu um casal com seu filho, que devia ter uns seis anos, por aí. O cara era forte, a mulher gorda como uma orca, o moleque com sinais visíveis de obesidade. Com tantos lugares à disposição, vieram sentar bem ao nosso lado, do meu lado pra ser mais exato. O braço gelatinoso da mulher me oprimindo pela esquerda. Não achei de bom tom trocar de lugar assim de chofre. Azar nosso, o menino era um destes cabeçudos (literalmente, parecia uma criatura de Frankenstein versão infantil) que não param quietos num lugar, totalmente sem disciplina, mandava e desmandava nos pais. Uma hora queria uma coisa, outra hora outra; empurrava cadeiras de lugar, corria pra lá e pra cá e tinha a péssima mania de te encarar.
Chegamos em casa com o sol declinando. Não há clima para trabalho agora a noite. Minhas costas ainda reclamam. Mas devo rabiscar algo ainda. Amanhã, devo repetir a dose, desta vez a consulta é para mim. Pelo menos a manhã estará livre pra começar o trabalho em cima do livro " A Pata Da Gazela" do José de Alencar.

Um aviso:
Os que me acompanham desde a inauguração deste blog sabem que faço um esforço para estar aqui todos os dias. No começo chegava a postar até nos fins de semana. Pois bem, meu tempo não tem me permitido ficar demasiado aqui, de forma que doravante deixo as postagens diarias para escrever quando tiver mais livre ou quando o assunto for muito relevante.

 

Não tenho recebido notícias do novo álbum do Zé Gatão por parte do editor faz umas duas semanas, deve estar caminhando devagar. Acho que logo sairá do forno. Por enquanto fiquem com as etapas da ilustração que está no cabeçalho desta página.


Se cuidem. A gente se encontra de novo quando eu estiver menos agitado ou quando houver algo importante a dizer.
Até.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

UM POUCO MAIS DO BOM E VELHO RICHARD CORBEN.

Os quadrinhos evoluiram. Na minha opinião o único meio de comunicação que não para de se superar. Para o bem e para o mal, os quadrinhos adultos hoje são densos por demais.
Biografias, autobiografias, tragédias, jornalismo em HQ e etc. Isto é legal sem dúvida, mas tenho sentido falta daquela boa e velha ação tão presente nos comics que eu lia na minha juventude. Tarzan, Flash Gordon, Fantasma, Cisco Kid, Spirit, Tintin, etc. Até os patos do Carl Barks eram recheados daquela emoção. Mesmo os quadrinhos violentos e sensuais para adultos da Heavy Metal nos fins de 70 e 80, não se levavam tão a sério. As narrativas do Bilal, Moebius, Schuiten, Liberatore e tantos outros estão fazendo falta. Parecem ter saído de moda e eu me sinto decadente.
Estou lendo atualmente aquela edição de luxo da DEVIR, "O Agente Secreto X 9" do Dashiel Hamett e Alex Raymond, um álbum excelente, e me convenço cada vez mais que boa parte da turma de hoje se esqueceu de como se faz uma boa e descompromissada história em quadrinhos.
Pra fechar a noite fiquemos com um vídeo do septuagenário Corben, o artista que mais me influênciou, ainda em franca atividade, e que precisa ser redescoberto (ou descoberto). Há muito o que se aprender com ele.
Bom fim de semana a todos.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

QUINCAS BORBA ( 09 )


Amadas e amados, boa noite.
Chego ao início da noite cansado mas com a sensação agradável de dever cumprido. Concluí as ilustrações para o livro "O Noviço" do Martins Pena. Breve, se Deus quiser, estes desenhos dão as caras por aqui.
Outra noticia boa é que o fantástico quadrinista Nestablo Neto foi indicado a dois prêmios HQ Mix. Fica agora a torcida para que ele leve os troféus, afinal, penso que já passou da hora deste artista ter o reconhecimento que merece, além de dar uma reformulada no panorama dos quadrinhos brazucas, pô, nada contra os que são premiados e convidados para os festivais todos os anos, mas sempre MAIS DO MESMO também enche o saco. Sei que tem gente que vai pensar que falo isto por dor de cotovelo, na boa, não é isto não, mas tem uma leva de gente legal, talentosa pra burro que não tem o mesmo espaço que os fodões da hora por não serem amigos dos fodões de outrora. Sim, a verdade é pra ser dita. Não falta talento aos caras que estão sempre na crista da onda, não é isto que questiono, mas tem espaço pra mais gente boa, é só deixar eles aparecerem.  
Isto posto, me despeço aqui deixando com vocês mais duas imagens do Quincas Borba.
Inté.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

O FIM DA LINHA....OU O INÍCIO DELA?

A ilustração que posto hoje me trás algumas recordações doces e amargas.
Dito isto, nem sei como continuar o texto. Escrever, para mim não é uma tarefa tão fácil; melhor dizendo, nem sempre consigo traduzir em palavras o que me vai pela alma.
Eu e minha família passamos quase vinte anos em Brasília; eu em particular, nem tanto, pois quatro destes vinte, morei no Rio de Janeiro. Mas a Capital Federal foi (e é) a minha cidade dos sonhos, mas como já afirmei reiteradas vezes, minha relação com ela se assemelha a estes relacionamentos mal resolvidos. Uma metáfora perfeita seria o caso de um cara que sendo pobre, ama uma mulher rica e mais velha que ele. Seus mundos não conseguem coexistir. Fico sonhando em comprar uma casa por lá, mas as condições nunca permitem, aliás, já nem sonho mais, parece que o tempo insiste em bater na porta de vez em quando para avisar que nem tudo o que queremos na vida podemos ter por mais que se lute.Obviamente uma regra que não se aplica a todos.
Mas vamos ao ponto. Certo dia do ano de 89 ou 90 (não lembro com segurança) meu pai anunciou que pediria transferência de volta para São Paulo. Assim, curto e grosso, ele havia decidido e as opiniões do restante da família pouco lhe importavam. Foi assim a vida toda. De resto, era apenas uma questão de tempo até alguns sonhos desmoronarem de vez.
Pessoalmente, eu vivia um caos particular, que só agravava o misantropismo e azedume já característicos da minha personalidade; desta feita, abandonar a cidade seria a fuga ideal. Eu queria dar mais detalhes mas infelizmente não posso, só sei dizer que tinha esperança de que as coisas mudassem, que houvesse uma solução que não envolvesse algo tão radical quanto uma mudança tão brusca como aquela.
Foi com pesar que vimos os moveis sendo embalados, seguindo na frente. O apartamento enorme da SQS 202, vazio. Apenas alguns itens ficaram para trás, coisas que seriam doadas quando todos embarcassem de vez para SP. Inclusive, meu irmão André foi na frente tentar o vestibular para medicina. As fotos que tiramos no período revelam eu e meus irmãos com cabelos compridos, barba por fazer e olhar duro. Não tínhamos alternativas senão aceitar que a corrida tinha acabado e estávamos longe da linha de chegada.
O que me trás ao desenho de hoje. Naqueles dias usei pedaços de papeis especiais (sobras) e um lápis de cor de pontas rombudas e fui rabiscando o que me viesse na cabeça. Aqueles esboços se perderam, mas este por sorte sobreviveu.
Nós sobrevivemos, mas a família que até aquele momento esteve unida, se rompeu de alguma forma.
Mudamos, amadurecemos (será?), temos nossas famílias, e nos falamos semanalmente, mas aqueles tempos, ah, eles amarelaram mais rápido que o papel que trás esta arte. É como dizia o corvo do Edgar Alan Poe: NEVERMORE.



A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...