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terça-feira, 31 de maio de 2011

MINHA RELAÇÃO COM O ESCAPISTA.


A primeira vez que ouvi falar do fantástico livro "As Incríveis Aventuras De Kavalier & Clay" de Michael Chabon, foi pelo quadrinhófilo Lima, da Kingdon Comics, uma comic store de Brasília. Quando ele me deu uma prévia do que se tratava o volume, imediatamente fui até a Sodiler no Conjunto Nacional pra dar uma conferida com meus próprios olhos.
Um romance que evoca a idade de ouro dos quadrinhos americanos narrada de forma apaixonante. A saga de dois jovens, Joe Kavalier e Sammy Clay com sua criação, O ESCAPISTA, um herói dos comics, mestre na arte de escapar de correntes, cofres, camisas de força (as vezes tudo isto junto) nos turbulentos anos 40 e 50. Não vou aqui tecer comentários sobre o livro além do muito que já foi dito, não há porque.
Duro como sempre fui, não pude compra-lo, ele foi me dado de presente por uma pessoa especial, a quem devo muito, o lutador e jornalista desportivo Marcelo Fontana.
Só posso dizer que não são todos os livros que começo e não consigo largar até que chegue ao final, e olhe que são 669 páginas.
Apaixonado por quadrinhos, Chabon descreve um perfeito panorama daqueles tempos, não a toa, o romance foi laureado com um Pulitzer. Você gosta de HQs? De boas leituras? Então vá compra-lo ou peça emprestado a quem tenha. Você não irá se arrepender.


É claro que um romance que envolve heróis de quadrinhos não iria demorar pra ter suas aventuras escritas e desenhadas pelos bam-bam-bans da atualidade, e com o aval do próprio Chabon, foi lançada "As Incríveis Aventuras Do Escapista" pela Devir.
O álbum transita em suas várias histórias entre o mediano e o bom. Eu destacaria o enredo criado por Harvey Pekar e aquele que seria o último trabalho do mestre Will Eisner, onde o Spirit encontra o Escapista. No mais, creio que ficaram devendo histórias que fizessem justiça ao livro que deu origem a tudo.


O conceituado roteirista Brian K. Vaughan corrigiu o problema com o excelente "Os Escapistas", resgatando um pouco o espírito do romance, ou seja, é quadrinho sobre pessoas que amam e fazem quadrinhos sobre um personagem que muita gente pensa que foi realmente publicado na idade de ouro dos comics. Quem me sugeriu a leitura foi o artista Arthur Garcia, que como sempre tem bom gosto pra este tipo de coisa.
Leitura recomendada.

Pra finalizar, eu tenho um carinho especial por " As Incríveis Aventuras de Kavalier & Clay" por te-la lido em 2003, um momento bom da minha vida, onde a luz no fim do túnel brilhava forte como nunca.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

BREAKDOWN



Boa noite pessoal, espero que o final de semana de vocês tenha sido melhor que o meu.
Faz tempo já, venho sentindo fortes dores nos lombares. Pois sim, neste sábado, ao me abaixar para apanhar algo, senti uma forte pontada, como uma descarga elétrica que irradiou pelas costas e membros inferiores, e naquela posição pouco recomendável fiquei até que Verônica veio em meu auxilio. Desta maneira, não encontrei conforto em nenhuma posição, foi difícil principalmente para dormir.
Ficar em repouso nesta  fase da minha vida é impossível se quiser ter algo na minha conta bancária até sexta próxima. Tive que trabalhar o fim de semana sob efeito de analgésicos. O trampo está um pouco mais lento, mas está saindo. O pior é que sinto também uma velha tendinite dar sinal de vida. É, acho que a velhice é isto.
A arte de hoje, mais uma vez foi feita direto na caneta. Gosto de rabiscar assim, sem o auxílio da borracha, para ver a quantas anda minha espontaneidade no desenho. Claro, nem sempre acerto nas proporções, mas é legal ver algo criar vida no branco do papel em poucos minutos. É um exercício que recomendo a todos.
Vou me despedindo agora, ficar sentado aqui está sendo um tato doloroso.
A gente segue se falando.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

QUINCAS BORBA ( 08 )


Pra sexta feira não passar batida, fiquem aí com mais uma imagem de Quincas Borba.
Um excelente fim de semana a todos e até segunda (com mais tempo, espero) se Deus quiser.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A BÍBLIA TRÊS ( JESUS CRISTO )



O projeto Bíblia estava previsto para ter quatro edições conforme plano dos idealizadores, Lex e Luthor. Os dois primeiros conteriam histórias do Antigo Testamento, o terceiro a saga de Jesus e o último seria  Atos dos Apóstolos. Contudo, após os desentendimento entre eles a coisa degringolou (vide postagens sobre o assunto  nos arquivos do blog).
A terceira Bíblia  foi feita inteiramente por mim (roteiro e arte), recebi o pagamento por ela e permanece inédita até hoje. As páginas originais e os sketches com o roteiro estão comigo e nunca me procuraram pra publica-la. Na verdade nem tenho mais contato com os caras. Aí fico nesta situação, de posse de um bom material sem permissão para leva-la a público.
Considero este um dos meus melhores trabalhos. Não fiz como muitos que dão a sua versão pessoal da história de Jesus. Me ative aos fatos narrados nos quatro evangelhos, situando um pouco o contexto histórico/político da época. Utilizei alguns recursos narrativos interessantes para contar a epopéia do Mestre. O problema é que só tive 60 páginas para narra-la. Decidir o que ficaria de fora foi uma luta, pois tudo na Bíblia é relevante. Não gosto quando a história fica espremida, não se faz um trabalho decente desta maneira. Então minha opção foi selecionar os trechos que ficariam bem numa obra em quadrinhos e soltei a imaginação. Muito já se quadrinizou da história de Cristo, e para não cair na mesmice me vali das várias possibilidades que só um meio como o dos quadrinhos pode ofertar.
Gosto eu mesmo de balonizar minhas HQs, mas aqui não me permitiram faze-lo, porém, segue junto a página esboçada com o texto.
Com o tempo vou postando outras páginas, até o dia em que isto possa alcançar meus leitores.
Fiquem bem.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

ELE ESTÁ CHEGANDO.



Como o dia ontem foi improdutivo, tenho que compensar hoje trabalhando o dobro.
Faz tempo já, meus lombares reclamam quando fico muitas horas na prancheta; as costas, as mãos e os olhos ardem, mas o show não pode parar.
Acabo de saber pelo e-mail que uma capa bacana que fiz para uma editora paulista foi recusada, acharam a modelo sensual demais, querem que o álbum vá para as escolas, então... terei que pensar em outra coisa.
Mas nem tudo é má notícia, a produção do material do Zé Gatão segue a todo vapor. Creio que no mês de Junho teremos boas surpresas se o bom Deus permitir.
Então, já que o assunto é este, vai aí mais uma imagem que fiz estes dias pra aproveitar o nanquim que sobrou, direto do pincel para o papel, e também uma amostra (página teste) do que haverá no álbum.
É isso aí, dando tudo certo a gente se cruza amanhã.
Até lá.

terça-feira, 24 de maio de 2011

CAPAS DE LIVROS

Boa noite pessoal.
Que dia estranho e improdutivo hoje!!! Meu Deus! Tem vezes que não conseguimos render, são tantas pequenas coisas que vão se acumulando na vida que quase perdemos o controle sobre elas. Agora a noite pra coroar um dia esquisito, quase não consigo acessar o blogger;  aí já viu, né? Uma coisa vai somando a outra e eu cá estou, contando os minutos para ir para a cama, afinal amanhã é um novo dia (se Deus quiser).
Hoje posto as capas dos clássicos que ilustrei  (parecem uma eternidade que foram publicados).






segunda-feira, 23 de maio de 2011

QUINCAS BORBA ( 07 )


Tiveram um bom fim de semana?
Mais uma arte do clássico Quincas Borba só para a segunda-feira não passar batida.
A gente se vê.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

NOVAS CENAS DE ANATOMIA.


 Estas artes foram feitas para o tal álbum de "Como Desenhar Super-Heróis" que nunca saiu do papel. Estavam lá esquecidas dentro de um envelope. Tenho várias outras que com o tempo pretendo ir postando aqui.
Comentei dia destes que o próximo livro que eu ia ilustrar seria os contos de Lima Barreto. Nah, esse fica na fila, no lugar me mandaram "O Noviço" do Martins Pena, em seguida "A Pata Da Gazela" do José de Alencar.
Sigo a toda máquina nestes trabalhos, por isto minha passagem por aqui pode ser breve por algum tempo.
Tenham todos um bom fim de semana e até segunda se Deus permitir.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

ZÉ GATÃO SEM ESBOÇO.

Olá pessoal, as chuvas voltaram a castigar o litoral de Pernambuco, ainda não tive tempo de conferir os noticiários mas pela queda d´agua que caiu ao longo de todo o dia, já dá pra intuir que muita gente teve problemas.
Mais uma vez passo rápido por aqui apenas para dar um alô, hoje nem é falta de tempo ou assunto, mas problemas com meu computador.
Segundo informações da P.A.D.A. o álbum independente do Zé Gatão segue sua produção de vento em popa, acho que no meio de Junho já estará a venda.
E já que toquei neste assunto, o desenho de hoje é daqueles feitos sem lápis nem borracha, direto no pincél, só pra não desperdiçar o nanquim.
Tenho esta mania, quando sobra tinta de um trabalho, faço uma arte qualquer pra não jogar material fora.
A gente segue se falando.
Até.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Fiz poucos trabalhos com técnica mixta, não por preconceito claro, foi mais pelo método pouco ortodoxo (ou ortodoxo demais, talvez) em que trabalho. Certas experimentações comigo nem sempre deram bons resultados. O máximo que já fiz foi "banhar" minhas telas com acrílico antes de aplicar a tinta a óleo. Mas mixta mesmo como o mestre Bernie  Wrightson faz, colocando aquarelas, óleos e nanquim, nunca me arrisquei.
A arte de hoje é uma "misturinha" de lápis de cor, guache e grafite que fiz a muitos anos. Uma das poucas vezes em que misturei técnicas distintas em uma única peça.
Voilá.

terça-feira, 17 de maio de 2011

MAIS UMA CENA DE EDGAR ALLAN POE.

Boa noite amadas e amados, como hoje fiquei fora de casa quase todo o dia e devo retornar tarde, pra não furar com vocês, recorro aos enviados do gmail, onde remeti ao editor esta página do inacabado (e encantado) Poe.
Encontro-me num estúdio de animação de uns amigos muito legais de onde faço esta breve postagem.
A todos uma boa noite.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A EXPOSIÇÃO DE 1987


Seguindo a onda de nostalgia que me acomete nestes últimos tempos, relembro hoje minha primeira exposição de desenhos..
Como artista sou autoditata, isto porque nunca tive grana pra pagar cursos ou comprar aqueles magníficos livros de como desenhar, de feras como o Renato Silva, ou os importados do Walter Loomis, mas cheguei a ter em mãos aquele do Jayme Cortez que era excelente, e que me deu grandes dicas. Este livro do grande Jayme foi de um rapaz que era pintor abstracionista, filho de um amigo do meu pai, ele me emprestou e nunca mais voltou para busca-lo, e pra ser sincero nunca fiz força para devolver; como castigo ele foi "surrupiado" em São Paulo.
Quando morei no Rio de Janeiro cheguei a tomar alguma aulas com um grande acadêmico brasileiro, mas eu já desenhava naquele período, ou pelo menos rabiscava, tanto que me mantive naquela cidade pintando pequenas paisagens que eram vendidas em estabelecimentos que comercializavam materiais de desenho e pintura no Largo Da Carioca, as vezes na Praça  VX, ou às quartas-feiras na Faculdade Simonsen. Mas isto já é outra história, voltemos a Brasília.
Sabem, alguns me conhecem neste ramo através de cursos que desenvolvi para editoras paulistas, outros pelos  quadrinhos que criei. Eles (os quadrinhos) me dão grande satisfação, pois é por eles que consigo expurgar alguns males que me incomodam e transmitir uma visão de mundo, mas até 1991 quando retornei a Sampa, ser quadrinista não era uma ambição, embora fosse leitor e colecionador de gibis.
Meu sonho era pintar e expor em galerias. Um sonho que teve que ser interrompido por uma série de fatores que não tenho espaço nem tempo para discorrer aqui, mas este desejo permaneceu muito forte por quase toda a década de 80.
Quantos aí já não tiveram aquela sensação, quando, sei lá, uma porta se abriu , um novo amor apareceu, de que a vida dali pra frente seria melhor? De que nada iria abalar aquela confiança? De que aquele estado de coisas seria perene apesar de toda onda contraria?
A tal porta se abriu em 86 quando entrei para a faculdade e através de alguma socialização, percebi que os fantasmas do Rio de Janeiro já não me assustavam tanto, apesar de em algumas noites virem puxar o meu pé. Meus traços no desenho começaram a ser notados e elogiados e não muito tempo depois fui contratado como desenhista no setor de audiovisual do SENAC. Então, viver da única coisa que sabia fazer na vida me proporcionou a tal sensação de progresso e mudança, e comecei a ambicionar mais.
Fortemente influênciado pelo Frank Frazetta, Tanino Liberatore e Boris Vallejo, comecei a fazer uns desenhos a lápis, carvão e sanguinea (eu tinha medo de cores) em papéis que variavam do tamanho A-4 ao A-2, assim, sem nenhum compromisso, só para dar vazão aos meus idílios. Os temas, é claro, eram a arte fantástica. Isto porque sempre fui um sonhador inveterado, fã de mitologia grega, das histórias do marujo Sinbad e de todas as coisas maravilhosas criadas pelo genial Ray Harryhausen no cinema. Sem contar o meu gosto pelo gótico, tanto na literatura quanto no celulóide. Sem dúvida eram desenhos bem toscos se comparados aos de hoje, mas acho que tinham a sua força, pois ao mostrar alguns para uma amigo de sala de aula, ele ficou impressionado e pediu para mostar à curadora do Espaço Cultural do Banco Central que era sua conhecida. Não levei fé que fossem levar aquilo a sério, como eu disse, era apenas para me divertir, mas eu fazia o melhor que podia com o material e conhecimento que dispunha.
Não muito tempo depois recebi um comunicado da própria curadora, dizendo que eu era artista e tanto, uma grande revelação e essas coisas. Havia uma fila de dois anos para expor naquele espaço do Banco Central, mas eu iria furar. Ela me queria para a primeira quinzena de setembro, eu disse, impossível, eu só tinha uns oitos trabalhos prontos e pra preencher o espaço (eu precisaria de pelo menos uns sessenta). Então ficou agendado para a primeira quinzena de novembro.
Comecei então a produzir para o tal evento, mas apesar dos meus esforços não consegui criar tantas obras. A solução foi dividir o espaço com um outro colega de faculdade que também era desenhista. Foi uma coisa complicada para que os trabalhos dele fossem aceitos, mas vou pular esta parte.
As gentís palavras no folder de apresentação foram feitas pelo professor Bruno Matarazzo, um amigo e intelectual de Brasília com bastante penetração na área política e cultural da cidade.
(Inclusive o nome Schloesser está grafado como no passaporte do meu avô).


Perto já de novembro, a luta seguinte foi emoldurar as peças. Eu não tinha grana pra tanto e o melhor preço ficou com uma molduraria do Guará, e vocês sabem, menor preço, serviço duvidoso. O dono do lugar era um picareta, ele economizou na borrachinha que deveria ficar entre a moldura e o vidro, e aquilo a longo prazo foi fatal para as obras.
Transposta esta barreira, o calvário seguinte foi a própria montagem dos quadros no espaço a serem exibidos. Acho que no Brasil, quase tudo é mal planejado, faltaram funcionários para a tarefa, e a coisa acabou ficando a meu cargo e dos meus irmãos. Minha mãe preparou os salgadinhos para a vernissagem e o colega da faculdade entrou com os vinhos.
Como sempre há uma nuvem negra pra obscurecer o horizonte, eclodiu no dia da abertura uma greve de motoristas de ônibus, mas mesmo assim o local esteve cheio. Sucesso. Pelo menos, recebi muitos tapinhas nas costas. Daquele evento não sobreviveu um único ítem, mas não por que tivesse vendido todos os quadros, aliás, não vendi nenhum, mas nos meses subsequentes eles tiveram outros destinos à minha revelia. Na verdade nem fotos teve, pois o fotógrafo encarregado do serviço foi um amigo do meu pai que conseguiu desfocar tudo o que clicou. Como lembrança só ficou o folder que vocês visualizam aqui.
Dei entrevista na televisão, sairam notas em revistas culturais e etc. Fica então a pergunta, se foi tão badalada porque não vendeu ? Eu apontaria dois motivos, um seria os sucessivos planos econômicos da época, tempos de inflação galopante, lembro de pessoas bem abonadas reclamando de falta de recursos. Mas penso que a verdadeira causa mesmo é que naquela época ninguém estava preparado para este estilo de arte. Mulheres aladas, centauros, grifos, bárbaros e antropomorfos não combinavam com sofás. Na verdade acho que até hoje é assim.
Em meio a isto tudo, embora eu não soubesse, a serpente já tinha invadido o meu paraíso. 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

UM DIA DISTANTE.

Como muitos de vocês devem ter notado, ontem não ouve postagem. Bem que tentei, mas o blogger estava fora de serviço. Vai saber por que. É frustrante isto. Consequentemente, o que tinha para dizer ontem (e eu tinha), acabou ficando retido no ontem, hoje é hoje, não funciona mais; algumas idéias são como certas iguarias, tem que ser consumidas na hora, do contrário rapidamente deterioram e perdem a função.
Não há muito o que falar agora, senão que estou levemente fatigado pela conclusão de mais um livro, e pronto pra dar início a outro, desta vez contos do fabuloso Lima Barreto. Mas antes tenho que trabalhar na nova capa do álbum de Anatomia Feminina que será relançado em breve.
Esses dias ando um pouco nostálgico, talvez porque eu tenha encontrado desenhos velhos, a muito esquecidos (já estão até amarelados) e cada um deles tenha uma pequena história por trás, nada interessante na verdade, são coisas que só tem maior significado para mim. Este por exemplo eu lembro bem quando o fiz. Eu trabalhava no SENAC de Brasília na época e distraido como sou, havia me esquecido que o professor de desenho livre na faculdade, havia pedido uma arte para avaliação naquela noite, já eram umas quatro da tarde e estava lotado de serviço. Expliquei a situação para meu chefe e ele me deu meia hora de folga para que eu pudesse criar uma ilustração qualquer, só para não ficar sem nota. O que saiu foi isso aí.
A todos um bom fim de semana. 

quarta-feira, 11 de maio de 2011

QUINCAS BORBA ( 06 ).

E as ilustrações para os clássicos continuam, concluí "O Juiz De Paz Na Roça", e já dei início ao "As Casadas Solteiras", ambos do Martins Pena. São peças de teatro bem divertidas. Podem imaginar como minhas mãos andam cansadas. Não tenho mais 30 anos, então este pique tem me derrotado quase sempre.
Há ainda alguns e-mails pra responder, então me despeço aqui.
Ah, o desenho de hoje é mais um do clássico Quincas Borba.
So long.

terça-feira, 10 de maio de 2011

MINHAS INFLUÊNCIAS - FRANK FRAZETTA (09-02-1928 / 10-05-2010).


 Rapaz, cada vez que penso nisto fico arrepiado. Como o tempo passa depressa! Já faz um ano que morreu o mestre Frank Frazetta! Não dá pra dizer que parece que foi ontem, mas sei lá, uns quatro ou cinco meses. Isto só prova o quanto estou preso à rotina, à uma vida que não vejo mudar, não significa estagnação, mas também não diria que tenho aproveitado muito. Tenho criado um número considerável de ilustrações (claro, senão não como, não moro e tal) e isto é muito bom, mas mal tenho tido tempo para outras duas paixões que são os filmes e os livros. E não há nada que eu possa fazer para mudar este quadro no momento.
Aproveitando o ensejo, dixem-me falar um pouco sobre minha relação com este que é um dos artistas de fantasia mais influentes de todos os tempos.


Não chorava a muito anos (anos mesmo), mas na noite que soube que Frazetta havia morrido não pude evitar as lágrimas. Eu estava sozinho, trabalhando no computador, era muito tarde, acho que uma ou duas da manhã, e antes de desligar o PC, visitei um blog que frequento, da Era de Ouro dos Comics, então lá estavam nome, ano de nascimento e data de falecimento. Nem sei se o artista era boa pessoa, camarada, bom marido e pai, essas coisas, e que importa? Pelo que deduzo, era um tanto arrogante (a arrogância dos predestinados) e nos últimos anos, antes mesmo de sua doença, o velho Frank não produzia mais nada, alimentava-se de seu próprio mito. Ele não era meu compadre. Por quê chorei então? Porque eu sabia que no instante que aquele homem parou de respirar, o mundo ficava mais pobre, mais carente de arte e fantasia. Foram tantos anos estudando e admirando seus quadrinhos e pinturas que eu o sentia como um velho companheiro de joranada, e que estava me abandonando naquele momento.


Conheci o Frank nos anos 80, encontrei-o por acaso numa vitrine da Livraria Sodiler do Conjunto Nacional em Brasília. Imediatamente me tornei um fã e por que não dizer, um aluno. O livro em questão, era o primeiro número de uma coleção de cinco da Bantam Books (esgotada segundo soube, a muitos anos). Não eram livros baratos, eu ganhava pouco no SENAC, era uma época de inflação galopante, mas todo mês eu economizava algum para me dar este presente, e assim tentar enriquecer minha humilde arte. Foi complicado mas eu consegui ter os cinco volumes que até hoje fazem parte do meu acervo. Eu sorvia cada detalhe das ilustrações como quem bebe um vinho raro de excelente safra.


Costumam dizer que a marca registrada da arte de Frazetta são suas mulheres sensuais, de barriguinha e maçãs do rosto protuberantes, assino embaixo, mas tudo o que ele fazia, só ele fazia daquela maneira. Seus cavalos musculosos, seus incríveis felinos, seus répteis ameaçadores e bárbaros heróicos são inimitáveis.
Estão para lançar um novo Conan nos cinemas, e a turminha fica nos foruns discutindo que o novo ator que escolheram para o papel não parece o Conan do Bucema (o Schwarza parecia), mas lembra o do Barry Smith. Isto porque infelizmente eles não conhecem o Conan pintado pelo Frank, aquele sim parecia um bárbaro.
E cá pra nós, eu acho que como Frank, imprimiu uma marca na carreira do bárbaro Conan nos livros, Arnoldão, o fez no cinema, marcando uma época, por isto sempre vão compara-lo com quem vier pela frente


Ainda nos anos 80, assisti a um VHS pirata com a animação Fire and Ice, dirigida pelo Ralph Bakshi baseado em personagens criados pelo Frazetta, tendo o mesmo como produtor executivo. Um cult. Não é lá um grande filme, inclusive foi um fracasso de bilheteria, mas é de encher os olhos contemplar imagens que só se via nas pinturas e desenhos ganhar movimentos na tela. Imperdível para quem é fã. Claro, hoje eu tenho o DVD que o meu amigo Leandro Luiggi Del Manto me deu.


 É evidente que tentei imita-lo, assim como é fato que eu jamais chegaria aos pés dele, mas todas as influências acabam nos apontando um caminho, uma via própria, por onde se expressar, e este é o maior legado de um artista. Se eu puder um dia animar alguém a fazer arte dez por cento do que o Frazetta e tantos outros me impeliram, já estarei satisfeito.


segunda-feira, 9 de maio de 2011

SEM AUXÍLIO DA BORRACHA.


Pessoal, estou passando aqui apenas para dar um boa noite e deixar alguns desenhos. Motivo? Trabalho é claro, e um prazo apertado para entrega-lo se quiser alguma grana na minha conta esta semana. É possível que estes dias todas as minhas postagens sejam breves, há muita coisa na fila e eu sou apenas um.
As artes de hoje são daquelas que você não pensa para executar, viaja nas idéias e deixa a mão agir quase independente do cérebro.
Boa noita a todos e se tudo der certo nos falamos a manhã. 


sexta-feira, 6 de maio de 2011

CALIPGÍA 05.

Ok, chegamos então a nossa última bunda, pérai, última não, pretendo desenhar outras, isto se não encontrar alguma esquecida dentro de algum envelope, comigo isto é muito comum.
Well, não há muito o que falar desta aqui, foi feita a lápis e nem me lembro mais em que circunstância, sei que não gostei do rosto dela, não caprichei, mas quem vai notar o rosto quando se tem algo mais substancial para se prestar a atenção?
Melhor eu parar com estes comentários, senão alguém pode levar a mal. Será?
A todos um bom fim de semana, e até a próxima se Deus quiser.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

CALIPGÍA 04.


 Amados e amadas, boa tarde.
A bunda de hoje, foi feita com lápis 6-B, e é a última com esta modelo. Amanhã tem mais uma, mas aí já se trata de outra pessoa. Aposto que vocês já estavam acostumados com esta beldade, não? Bem, como dizem, o que é bom dura pouco.
Mudando de assunto, um dos efeitos colaterais do tempo chuvoso por aqui (pelo menos no que me diz respeito) é a proliferação dos sapos. Apareceu outro no jardinzinho aqui do prédio. Menor que anterior, é verdade, mas ainda assim dá pra assustar um incauto, e na boa, não ando muito afim de sustos não. Mas fazer o quê, deixa ele lá.
Ah, a natureza, como é linda! De fato é mesmo, mas houve uma época na vida que eu tinha este tipo de pieguice: Viver em contato perpétuo com a natureza. Seria bom, com a civilização ali bem ao lado. Certa vez, fui a lugar isolado, sem energia elétrica, fogão de lenha, casa de barro e etc, foi em Nova Friburgo no Rio, na década de 80.
Lá dormíamos com as galinhas e acordávamos com os galos - bem, dormir é um eufemismo, o barulhento colchão de  palha não me ajudava a fechar as pápebras.
Nestes tempos eu era obsecado  por cultura física e artes marciais, me exercitava o tempo todo. Fazia minhas barras em galhos de árvores. E antes que alguém aí possa pensar que eu era um exibicionista, eu digo que era a única forma que eu tinha de extravasar o que me consumia por dentro; é sério, posso dizer que os ferros foram grandes aliados contra minha síndrome de rejeição, afinal, naqueles dias eu ainda não conhecia o Senhor Jesus.
Havia por lá uma garota, de talvez, uns 18 anos, de formas tentadoras, cabelos louros (de um louro descorado quase branco) e olhos de um azul límpido. Mas nem tudo era só beleza, faltavam dentes naquela boca fina. Mesmo assim fiquei afim de traçar a franga, alguém percebeu e me disse: "Sai dessa, esta menina é encrenca". Naquela época eu não ouvia conselhos, mas nem deu pra pensar no assunto, logo na primeira noite fui acometido de uma forte dor de barriga, algo que me fez passar a madrugada toda na "casinha". Disseram que foi o efeito da comida em fogão de lenha. Será? Ou teria sido as mãos não higienizadas de quem preparou a refeição? Sim, porque por mais que queiramos romantizar, os interioranos não tem tanto apreço assim por mãos bem lavadas (pelo menos os que conheci). Um tempo depois uma obturação do meu dente caiu, e cadê um dentista próximo pra colocar pelo menos um curativo? Necas. O dente não doeu, mas tive que me policiar pra não deixar cair resíduos de alimento no local, ou seja, o prazer do paladar foi pro espaço. Havia um cara lá que foi picado por uma mutuca na cabeça, o bicho depositou os ovos no cucuruto do infeliz, um caroço do tamanho de uma bola de gude que no começo coçava loucamente, depois desandou a doer de forma inclemente. Médico? Antibióticos? Nah, arrumaram um curandeiro local pra cuidar do assunto e nem sei o que deu, minha estada de alguns dias chegava ao fim, não sem antes "pegar" o tal bicho de pé (Tunga Penetrans). Troço bem desagradável.
Palmas para a natureza (sem ironia), mas também um viva para a civilização e tecnologia                           

quarta-feira, 4 de maio de 2011

CALIPGÍA 03.

Na terceira nádega de hoje, temos o lápis de cor. Na verdade um lápis suiço que um amio do meu pai me deu de presente a muitos anos, não é aquarelável, mas muito gostoso de trabalhar.
Sabem, prefiro este tempo chuvoso, mas reconheço que é extremamente funesto pra quem vive em áreas de risco, mesmo os que não vivem, mas moram perto de rios. Eles transbordam e as águas impetuosas levam tudo embora. Culpa do governo? Também.
Mesmo estando livre desta peleja, não saio sem uns arranhões. As chuvas torrenciais tem causado pane no sistema telefônico, e nas linhas de alimentação de energia, consequentemente os caixas eletrônicos ficam fora do ar. Não há uma única agência bancaria no bairro de Candeias (onde moro), então só nos restam os terminais de supermercados e postos de gasolina. Ontem foi uma luta para sacar um dinheiro bastante suado. A fila estava imensa, não só pela lentidão do sistema, mas também pela lerdeza de alguns clientes. Devia ter levado um livro, mas não levei, mesmo assim não ia dar pra ler, tem sempre um na frente (ou atrás) puxando papo furado, falando de futebol (que detesto) ou dizendo que Osama Bin Laden não morreu, que os americanos inventaram esta história como a da viagem a lua, só pra dizerem que são os tais. Putz, os mesmos caras que falam estas baboseiras acreditam que Elvis está vivo, agora Michael Jackson também. A terceira idade não podia faltar (como sempre) pra reivindicar seus direitos. Muito certo. Só que um pouco de bom senso não faz mal a ninguém. O idoso fica lá, digitando pausadamente os números de sua conta, não se ligando que o tempo estimado para a operação já se extinguiu a muito tempo, ao invés de levar alguém (sei lá, um filho ou um neto) junto para auxilia-lo. Aí ele recomeça tudo de novo. Quando por fim, depois de muito tempo sacam a importância, passam outros preciosos minutos contando o dinheiro ( tentando camuflar o mais que possa) como se o caixa pudesse cometer algum engano, e guardam "cuidadosamente" na bolsinha, o que também leva outro tempo, depois apertam seguidamente o botão de anula, com medo de que o próximo cliente possa de alguma forma penetrar em sua conta. Ah, e tem aqueles que levam inúmeras contas para pagar, pô, num único caixa!
E é isso, vocês já tiveram a minha cota de desabafo por hoje.
Se tudo der certo, amanhã tem mais bunda e mais desabafo.

terça-feira, 3 de maio de 2011

CALIPGÍA 02.

A todos uma boa tarde.
As chuvas agora não estão dando trégua. Chove todo dia. Estou curtindo muito depois de todo o calor. Agora é possível dormir com um lençol, o ventilador só é ligado para manter os mosquitos, ou pernilongos, ou muriçocas, ou ainda, os carapanãs longe por um tempo. Mas existem alguns transtornos, e não são apenas os insetos, alguns lugares ficam intransitáveis, mas o pior é que por aqui, nada parece funcionar direito neste período.
As quedas de energia são frequentes, hoje mesmo faltou luz a manhã inteira, o que me impossibilitou de trabalhar a contento, os blackouts parecem também afetar os serviços telefônicos, fica dificil fazer uma ligação, e os sistemas em rede também devem sofrer reveses. Só ontem conseguir ver meu saldo num caixa-eletrônico, todos esses dias a maioria estavam fora do ar.
É a vida meus queridos e queridas, imaginem quando as profecias bíblicas dos últimos tempos se cumprirem de fato. Mas deixemos de drama.
Hoje temos a mesma bunda de ontem só que feito à bico de pena. Gosto desta, na verdade gosto muito da de ontem também.
Desenhar mulheres é algo muito agradável. Alguém aí discorda?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

CALIPGÍA 01.

Espero que todos vocês tenham tido um bom fim de semana, o meu pra variar foi pontuado por uma série de "probleminhas" domésticos. Sem queixas, é a vida, olhando sempre em frente, vamos seguindo.
Sexta passada, eu comentei que as postagens desta semana teriam bundas como foco e alguma nostalgia, não foi? Pois é, as bundas aparecerão, agora, nostalgia? Sei lá, acho que nostalgia tem a ver com saudades, um tempo ou um acontecimento que seja gostoso de lembrar. Não é o caso dos dias em que criei estas artes, o ano de 94 foi complicado como todos aqueles tempos em São Paulo atrás de um lugar ao sol. Mas valeram, pelo menos pelos desenhos criados.
Fiz quatro versões desta mesma ilustração, digo, o mesmo modelo em quatro técnicas diferentes. Exibiremos uma por dia. Hoje é a vez da aquarela.
Tivesse eu, o mesmo retorno que tem os blogs dos apresentadores de TV (Zeca Camargo por exemplo), e tantos comentários quanto, eu proporia uma enquete, pra saber qual das técnicas foi mais votada, só pra gente se divertir. Como não é o caso....
Amanhã se tudo der certo, volto com outra bunda, ou melhor, a mesma bunda com outra técnica.
(A bunda no caso não é a minha, mas a da modelo). Ah, cês entenderam.

A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...