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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

BRUCE LEE


O século passado nos brindou com mitos em profusão. Hemingway, Marilin Monroe, Jimi Hendrix, Elvis, James Dean, Marlon Brando, Einstein. Entre eles, com certeza Bruce Lee merece destaque. Revolucionário em sua arte, morreu jovem no auge de sua carreira. Falam que antes dele, as artes marciais eram algo que diziam respeito apenas aos mestres chineses que passavam seus conhecimentos aos seus pupilos, ou antes ainda, segredos reservados apenas aos orientais praticantes da mesma. 
Ao abrir as portas deste mundo aos ocidentais, ele teria se tornado uma espécie de Prometeu, um tanto pelo mistério que envolve sua morte, mas principalmente por ter sido engolido pelo sistema que ele ajudou a criar. Pela minha análise, Bruce TALVEZ nem fosse o melhor atleta do Kung Fu, mas certamente foi ele quem trouxe os holofotes para esta modalidade de luta, assim como Arnold Schwarzenegger fez com o fisiculturismo.
Se tive um ídolo que marcou minha adolescência, com certeza foi Bruce Lee. 
A primeira vez que eu o vi foi em 1974 em São Paulo, no cartaz de Operação Dragão. Naquele período, os cinemas exibiam displays enormes e fotos igualmente grandes para promover os filmes em exibição. Mas só vim saber quem era aquele oriental com cara de malvado segurando aqueles bastões unidos por uma corrente, no ano seguinte já morando em Brasilia. Foi Na revista Kung Fu da EBAL. Nestas publicações haviam matérias sobre ele em profusão. Devorei tudo o que podia, me tornando um fã ardoroso. Eu já era entusiasta das artes marciais por causa da série televisiva que deu nome a David Carradine sem saber que o Lee era o verdadeiro mentor do programa. 
O primeiro filme dele que assisti foi O Vôo do Dragão. Era impróprio para menores e só pude entrar no cinema após falsificar uma caderneta do colégio. Vi uma centena de vezes este e os outros três que ele protagonizou. Eu usava até o cabelo igual ao dele. Isso pra dizer o mínimo.
Passado todo este frisson, já adulto recebo a missão de fazer uma pintura dele para uma revista poster da Editora Nova Sampa. Foi uma surpresa e uma honra.  Passado o primeiro momento de tremedeira, dei inicio ao trabalho.
Naquela época, eu esperimentava muitos materiais e suportes. Nesta arte usei tinta óleo sobre papel canson. Eu estava sem grana pra comprar tela e em muitos trabalhos tive que pintar sobre grossas folhas de papel. Procedendo assim, eu obtinha efeitos interessantes além de suprimir da arte as tramas nem sempre bem vindas de uma tela. Por outro lado era difícil de fixar a tinta sobre o papel, ao colocar uma camada do pigmento, o que estava embaixo saia com a pincelada de cima. Mas aos trancos e barrancos eu consegui retratar (acho) de forma satisfatória, este que foi o maior artista marcial de todos os tempos. 
A imagem que vocês conferem acima, foi fotografada e revelada em cromo. Penso que ela ficou desfocada por não ter sido escaneada da maneira correta. A arte vista abaixo reproduzi o que foi possível no meu scanner e tem uma qualidade melhor, embora só tenha conseguido um detalhe da mesma. 
Rapaz, preciso muito de um scanner no formato A3, mas..... 



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

CINCO MINUTOS ( 05 )

Procurei ajuda no Google e uma das dicas foi mudar o navegador, feito isto, consegui inserir a imagem que pretendia. Que bom, deu pra manter minha palavra. Creiam, sou bastante estóico quanto a isto. Para agravar o stress o calor aqui começa a ficar forte de verdade, isto significa que o ventilador deverá ficar doravante ligado 24 horas por dia, senão será dificil aguentar. Meu amigo José Roosevelt mora na Suíça e diz ficar com inveja quando comento a respeito do tempo quente, pois eu fico com inveja é do frio que ele diz sentir por lá. E assim segue a vida, nunca estamos satisfeitos com nada.
Bem, depois deste preâmbulo de conteúdo tão profundamente filosófico, e do cansaço mental que este computador me causou, só resta despedir-me de vocês agradecendo as visitas e o prestígio. Como acontece as vezes, só passei aqui pra deixar um desenho. Sei que vocês gostam, então fica aí mais uma cena de Cinco Minutos.
Se Deus quiser, nos vemos por aqui amanhã (de preferência sem dores de cabeça).

???????

Amigos e amigas, boa noite. Hoje foi mais um daqueles dias estressantes. E pra piorar não sei o que está havendo com o blog, estou aqui a quase 20 minutos tentanto colocar uma imagem e o serviço não está respondendo. Lamentável. O propósito desta página é oferecer às pessoas que acompanham o meu trabalho imagens que não são possiveis contemplar em exposições e publicações. Como não tenho tempo nem paciência (muito menos entendo do assunto) pra ver o que pode estar dando errado, peço desculpas pela falha, mas hoje a postagem fica sem desenho.
Quem sabe amanhã o fantasma que habita a rede de computadores resolva fazer suas travessuras em outra máquina.
Abraços a todos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

EDGAR ALLAN POE ( 03 )

E devagar a biografia do Poe vai ganhando corpo. Mas ganhando assim, primeiro um fio de cabelo, depois um cilio, uma unha, e por aí vai. Nunca tinha me acontecido de demorar tanto num projeto. Tem sido desta forma, fico numa tremenda expectativa por trabalhos grandes que me permitam ganhar uma grana legal ( os últimos, aqueles que acompanham a tempos sabem, foram as ilustrações dos clássicos da literatura brasileira ), aí eu torço pra acabar logo e poder tocar meus projetos pessoais, e quando a oportunidade chega, não consigo ser diligente. Fico procurando desculpas pra fugir do trabalho, resolver coisas na rua, arrumar minhas bagunças, etc. Nas últimas semanas isto se intensificou. Se bem que a bio do Edgar não é exatamente um projeto meu, foi encomendada, porém nenhum adiantamento de grana foi feito e mesmo assim é uma obra que me enche de entusiasmo, mas confesso um certo cansaço em relação a tudo isto.
A verdade é que preciso de umas férias. Meu irmão me convidou a passar uns dias com ele em São Paulo o ano que vem, vamos ver o que nos reserva o futuro.
Hoje pela manhã acabei a página 39 da biografia e já vou ter que interromper de novo. Preciso cuidar de uma ilustração para um livro, enquanto aguardo a aprovação dos rascunhos de três páginas de hq pra uma  editora paulista.
 "O que você gostaria de fazer Eduardo? Me diga sinceramente." Eu responderia sem pestanejar : Me dedicar a três atividades distintas; voltar a pintar em tela, produzir algumas esculturas em argila e dar vida a uns roteiros pra hq que estão pacientemente esperando em meus cadernos a vários anos. Mas pra isso eu não poderia me preocupar com dinheiro, entende?
Bem, quem sabe um dia? Sei que tempo é algo que quando se quer, se arruma, é só eu superar os estresses pelos quais tenho passado.
Enquanto isto, espiem algumas cenas de Edgar Allan Poe.


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

CAPA PARA A REVISTA "GAMERS" 01

No inicio da décaca de 90 fiz diversas ilustrações pra várias editoras em São Paulo. Cada um destes trabalhos e as pessoas que os encomendou renderiam histórias com fatos bem pitorescos, mas não vou cansar a mente de vocês com minhas reminicências, basta saber que pagavam pouco e boa parte delas não passavam de individuos antipáticos e pernósticos. Claro, nem todos, mas via de regra eu passava alguma "saia justa".
As capas para a revista Gamers da Editora Escala foram solicitadas ao grande Arthur Garcia, se não me falha a memória (foi isto mesmo Arthur?), mas por algum motivo ele não pode fazer e me passou a peteca, e eu tentei não deixa-la cair.
Criar estas capas foi um verdadeiro "tour de force", não sua execução exatamente, mas eu tinha que ir até a Lapa, na redação da Gamers pegar as referências (os caras lá eram legais e divertidos), entregava o trabalho pronto no Morumbi (ali o pessoal era insuportável, acho que não foram com a minha cara) e ia receber no Bairro do Limão (o Hercílio sempre foi amável comigo). E assim fiz quatro artes para esta publicação.
A que apresento hoje foi feita numa técnica mixta, óleo e guache sobre um papel canson.
Eu nada sabia sobre este universo dos video games, as únicas coisas que havia jogado eram, "Enduro", Space Invaders" e "Pacman" no Atary dos meus irmãos menores e ainda assim eu era péssimo. Desta feita eu nada sabia sobre Kazuya Mishima e Yoshimitsu (personagens desta primeira capa) para retrata-los como mereciam, mas fiz o melhor que pude.
Anos mais tarde virei um fã de Tekken, jogando compulsivamente nos Arcades ao ponto de conseguir uma lesão no polegar esquerdo, e nem assim tive competência para jogar direito.
Lamentávelmente as artes originais nunca me foram devolvidas.

domingo, 26 de setembro de 2010

SUPER -HERÓIS ( CURSO DE DESENHO 09 )


Esta semana conversei com meu editor/agente de São Paulo, e falávamos de alguns projetos, principalmente daqueles que não vingaram. Ainda não sabemos de que modo serão usadas as ilustrações para o atlas de anatomia que idealizei para o curso de super-heróis. Ele me garantiu que estes desenhos não ficarão perdidos, serão publicados em algum lugar. Onde, ainda não dá pra saber. Pelo sim e pelo não, vou postando aos poucos aqui. Já visualizamos o esqueleto ( ver post 9/set. ), agora vamos aos nomes dos principais múculos do corpo humano. 
A quem interessar possa, ele me perguntou sobre as artes do álbum "Anatomia Figura Feminina". Estão pensando em reedita-lo num outro formato, uma vez que a edição da Opera Gráphica encontra-se esgotada.
Quando eu tiver alguma informação concreta eu comunico.  
Sabem, estou considerando seriamente a possibilidade de diminuir as postagens. Vou esperar teminar este mês e ver como fica. Talvez eu não poste mais nos fins de semana, sei lá. A razão disto é que meu tempo tem sido escasso. Como eu disse, vou estudar o caso. 
Bom final de domingo a todos.

sábado, 25 de setembro de 2010

BICO DE PENA DAS ANTIGAS.

Boa tarde, amigas e amigos.
O sabadão hoje tá com aquela cara estranha.....   Como poderia dizer?
Sei lá, com uma cara de quem ia peidar e por engano cagou nas calças.
Desculpem os termos grosseiros mas não dá pra me expressar de outra forma, hoje já me molhei na chuva e o sol que abril em seguida deixou aquele ar sufocantemente abafado. Ao chegar em casa por volta das 10 horas, encontrei o sobrinho de três anos da minha esposa. O pai dele levou o carro para revisão e precisou deixa-lo aqui. Ainda bem que pela manhã eu já havia adiantado uma ilustração que fará parte de um livro e também alguns quadrinhos da página 39 do Poe, porque não pude fazer mais nada. O garoto é esperto demais, tudo quer saber, tudo pergunta, tudo percebe. Já assisti a desenhos animados que nem sabia que existiam, já contei as histórinhas do Lobo Mau e os Três Porquinhos, a Festa no Céu ( aquela do sapo que vai à festa sem convite ) e da Dona Baratinha, simulando vozes e fazendo caras e bocas, tudo enquanto a minha esposa cuida dos afazeres de casa. Quem disse que ele quis dormir depois do almoço? Quem pegou no sono fui eu e levantei com uma baita dor de cabeça. Crianças que não são nossas ocupam mesmo muito espaço, mas é  uma experiência e tanto. Este é um garoto especial. Dá pra rir um bocado com as coisas surpreendentes que ele fala.
O tempo lá fora tá indeciso, não sabe se fica nublado ou se deixa o sol sorrir sadicamente, na dúvida deixa o calor ligado.
Por estas e outras nem pude planejar o que postar aqui, enquanto minha esposa está distraindo ele lá no quarto, dei uma olhada em meus arquivos e achei este velho bico de pena. Sempre fico perplexo ao constatar que minha técnica mudou, nem melhor nem pior, apenas se modificou. Isto é bom.
Não sei a que horas o pai do pequeno virá busca-lo, então deixa eu ir lá auxiliar a minha bem-amada.
Rapaz, não é que minha cabeça continua doendo?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

OBRAS QUE RECOMENDO : O CABELEIRA.




Não sei se é assim com todos, mas eu, a medida que envelheço, deixo de sentir prazer com coisas que outrora não abria mão. Parques de diversões, jogar war, ver bobagens na tv, etc. Frivolidades que normalmente tem mais pessoas envolvidas.  Hoje - agora - tanto faz.
Uma das maiores diversões pra mim sempre foi ir ao cinema. Sózinho quase sempre, ou então acompanhado de meus irmãos ou de um amigo que considere como tal. Entretanto, atualmente eu classifico a maioria dos filmes como ruins ou esquecíveis. Musica?  Ah, parei no tempo faz tempo. Impossível ouvir o que se "cria" (copia) hoje e não sentir vontade de vomitar. Por isto só ouço o que se tocava nos anos 30, 40, 50, 60, 70 e algo dos 80. Em qualquer língua, francesa, italiana, portuguesa, japonesa (isto mesmo), e principalmente brasileira e de língua inglesa.
Mas existem alguns prazeres que não dá pra precindir : Uma boa refeição ( não, não sou gordo, mas tô ficando ) e bons livros. As histórias em quadrinhos estão incluidas.
Eu insisto em dizer que este é a único meio de comunicação que não parou de evoluir. O cinema bebe desta fonte inesgotável  hoje mais do que nunca. E jamais conseguem superar a obra em que se baseou.
Uma graphic novel que li o ano passado e que muito me agradou, foi o CABELEIRA.

História verídica e forte que narra magistralmente a vida de José Gomes, um bandido que roubava e matava homens ( e até crianças ) sem dó nem piedade, um precursor do famoso Lampião, como comparam. Aliado a seu pai e um negro chamado Teodósio, implantaram o terror pelo Pernambuco do Brasil colonia.
O interessante é que os roteiristas Leandro Assis e Hiroshi Maeda conceberam o Cabeleira ( baseado no romance de Franklin Távora ) como um roteiro para cinema, nas no final acabou virando uma história em quadrinhos. Ainda bem, pois salvo honrosas exceções, o Brasil só produziu filme ruim. O mesmo não acontece com os criadores de quadrinhos. Nossos autores são muito bons ( será que só eu percebo isto? ), a prova é o livro que estou comentando. Os desenhos de Allan Alex estão matadores e é o que se destaca na obra. Ângulos e enquadramentos que são para matar de inveja.
Lamentei não ter assistido a entrevista dele no Jô Soares.
O único porém é que acaba rápido. Uma história assim necessitaria mais algumas minúcias e detalhes para entender melhor certas motivações. Contudo o saldo final é pra lá de positivo.
Me admira os roteiristas e o desenhista não se unirem de novo pra mais um projeto fabuloso como este.
Contudo, quem sabe?


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"AURORA DOS TEMPOS"

Dentre algumas hqs que realizei sob encomenda, AURORA DOS TEMPOS é uma das minhas preferidas. Gosto de pensar nela como um mini-épico. Não tanto pela arte, que como sempre tem uma série de defeitos que só consigo visualizar depois de impressos, mas pelo tema. É na verdade uma história de amor, com momentos de violência hardcore é verdade, mas tendo como pano de fundo idéias concernentes à arte, responsabilidades e escolhas. Um tanto ambicioso para uma hq erótica? Sem dúvida, mas "pretenção" deveria ser o meu segundo nome.
Depois do sucesso de Escolha Maldita ( aquela dos cangaceiros ), o editor me pediu outra, e eu aproveitei pra colocar no papel um desejo que eu acalentava a tempos :  Contar uma história ambientada no período pleistoceno.
Como toda narrativa romântica envolve um casal central, não seria de bom tom caracteriza-los como neandertais, tinham que ser bonitos para atrair o público alvo que consome quadrinhos eróticos, usei então um recurso semelhante a "One Million Years B.C.", o clássico protagonizado por Raquel Welch, só que mais sombrio ( pelo menos imagino que seja ).
Na ação, Targo, o protagonista, reluta entre sua vocação ( ele cria pinturas nas paredes das cavernas ) e o desejo de seu pai, que quer que ele o suceda na liderança da tribo. Há ainda a pressão de Xênia, a mulher que ele ama, pois ela quer o status de esposa do chefe, além de se sentir preterida pela arte do amado. Pra piorar, Karnak, um caçador renegado se interpõe entre eles, e as tragédias se sucedem.
Parece romance de folhetim não é?  Ééééééé..... mas isto podia ser bem legal, pensava.
Ganhei até bem pela obra, mas infelizmente houve uma mudança de editora, o formato da revista diminuiu, houve falhas gravíssimas de revisão, e nunca soube se vendeu bem. Nem sei se houve boa distribuição, pois nunca vi esta revista em bancas. Já me indagaram sobre ela, e como estas editoras não existem mais, acredito que quem possua um exemplar, tenha um ítem raro nas mãos. Não digo isto apenas por causa do meu "mini-épico", mas porque fui acompanhado naquela edição por feras como Eugênio Colonnese, Rodolfo Zalla e Watson Portela.
Procurei no meio da minha papelada pelos originais e não encontrei. Acredito que estejam ainda com o editor, por isto tive que escanear as páginas da única edição que possuo. Creio que seja suficiente pra vocês terem uma idéia.
Fiquem bem.









quarta-feira, 22 de setembro de 2010

TIGER X TOURO FURIOSO

Meu amigão (eartistacompetentebagarai) Nestablo Ramos, me pediu uma pin-up para o próximo livro dele, a continuação do Zôo, e logo minha mente começou a trabalhar. Pensei em algo radical, um búfalo e um javali numa gaiola, lutando até a morte, caracterizados e mascarados como os lutadores mexicanos de Wrestler, com sangue pra todo lado.  Daí ele pediu pra eu maneirar, afinal, Zôo não é Zé Gatão, a obra dele está voltada para o público jovem enquanto a minha mais parece dirigida aos loucos violentos.
Mas enquanto não penso em nada mais ameno, sigo trabalhando numa hq de três páginas que uma editora me encomendou. É estranho mas parece que quanto mais curta a história mais complicada fica.
Ontem a noite, pra dar uma refrescada na cachola, resolvi fazer algo que me imponho as vezes. Desenhar sem o auxilio da borracha. Pra não cair em tentação, usei uma esferográfica azul num caderno velho.
O tema é lógico, foi inspirado na idéia que tive que abortar.
Trabalhar sem borracha te obriga exercitar a sua noção de espaço dentro do limite da folha e também o impele a enfrentar seus medos. Será que trabalho bem a antomia? Proporção e movimento se precisar desenhar rápido? São perguntas que terão respostas com este tipo de procedimento. É lógico que não dá pra ficar perfeito, mas te dá ( pelo menos em parte ) a medida das suas capacidades. No meu caso, eu diria que ainda preciso melhorar bastante.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

CINCO MINUTOS ( 04 )

Boa tarde, queridos e queridas.
O calorzinho aqui no nordeste tá parecendo aquele menino que chega no portão de casa com uma carinha tímida, olhar pidão e tal.... bem, cês sabem como é; quando nos damos conta ele já entrou e bagunçou o ambiente todo.
Já não dá quase pra dar um passo sem que se suspire fundo e note a testa molhada. E vai piorar. Aí são uns tantos banhos diários, ventilador ligado dia e noite e consequentemente um aumento da taxa de condominio e da conta de energia. Fazer o quê? 
Quem está em São Paulo no frio de 10 ou 14 graus, pensa : "Esse babaca reclama de barriga cheia, quisera eu estar lá no lugar dele." Tá certo, mas saibam que eu também sou paulista, então sofro um tantinho mais com este desconforto. É como botar um esquimó pra viver na Africa, depois, eu não estou aqui de férias, eu VIVO aqui.
Moro a poucos metros da praia, mas na boa, só caminho na praia quando minha mãe vem me visitar. Assim que me mudei pra cá eu tomava banho de praia todos os dias, até os tubarões cabeça-chata, acabarem com a festa. Pra mim, entrar na água só pra molhar as canelas não dá. E... hei, mas o que estou fazendo? O papo aqui deveria ser sobre arte, não sobre o clima.
Sorry.
Bem, então vamos lá.
Hoje a TV Cultura anunciou que vai exibir umas artes minhas num programa deles. Darei mais detalhes quando o programa estiver perto de ir ao ar, falou?
Os desenhos de hoje, fazem parte do romance Cinco Minutos. O cara recebe uma carta e tudo bem,  e num instante seu mundo cai por terra. Alguém aí já passou por isto? Chato, né?
Amanhã, se Deus quiser a gente se encontra de novo.
Kisses for all ( inglês de matuto ). 


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

NATUREZA MORTA ( 01 )

Boa noite amigos.
Hoje meu irmão retornou a São Paulo. Ficou apenas quatro dias. Longe de onde eu moro. Bem longe. Só o vi na chegada no aeroporto, e na partida. Juntando tudo não creio que tenha chegado a três horas de contato. Mas valeu. Pra mim foi como uma chuva fresca numa terra seca e inóspita.
Mas falando de arte, eu queria resaltar que natureza morta nunca foi o meu forte, ou melhor dizendo jamais despertou meu interesse. Se um dia eu fizesse uma, teria que ser um frango esquartejado sobre uma mesa com uma garrafa de vinho. Como sei que um modelo assim dificilmente se apresentaria, nunca me importei com este tipo de tema; até o dia em que me solicitaram uma. A que ilustra a postagem de hoje, foi criada para o Método Dinâmico de Desenho e Pintura nº 1 da Editora Escala, só que houve um problema e ela foi descartada daquela edição. Uma pena.
Não tinha muito tempo para pensar, peguei uma frutas e legumes na geladeira e fiz a composição sem muitos esboços, equilibrando cores e texturas para dar o máximo de realismo que me fosse possível com o prazo apertado que tinha. Nem podia demorar mesmo, com o calor que fazia na época, arriscava as batatas e as maçãs apodrecerem. 
A caneca azul é o elemento que quebra o panorama, afinal é uma cor fria que dá compensação ao visual.
Depois, outras obras do tipo foram requisitadas, e não é que acabei tomando gosto?
Mas nada de aves estripadas com bebida forte.
So long.

domingo, 19 de setembro de 2010

MINHAS INFLUÊNCIAS ( RICHARD CORBEN )

São muitas as minhas influências.
Para cada tipo de expressão existem diversos artistas fantásticos. Na pintura a óleo, nas artes a lápis ou bico de pena, etc. Nos quadrinhos há um triunvirato que seve de base para minhas histórias : Corben, Wrightson e Liberatore. Os dois últimos falarei sobre eles no devido tempo, hoje o assunto é a lenda Rich Corben. Antes queria acrescentar que Will Eisner  foi aquele que me fez ter vontade de fazer quadrinhos e o considero o mestre supremo, mas sobre ele pretendo fazer uma postagem especial qualquer dia.
Conheci o Corben em 1977 nas páginas da revista kripta, uma versão nacional das famosas Creepie e Eerie da lendária Warren Magazine. Aquele traço estilizado, mas com forte tom realista por causa da técnica empregada em preto e branco, era inquietante. Pegou a minha veia cava e fiquei viciado na hora. Tentei reproduzir ( com lápis 6-B, pois desconhecia a técnica utilizada ) aqueles desenhos, as luzes e sombras, as texturas das coisas.
Jamais cheguei perto.  Então meu ser foi tomado de forma completa, quando vislumbrei as cores de Corben numa revista importada chamada 1984. Ali eu conhecia Den, seu mais famoso personagem. Não muito depois, no ano da criação da Heavy Metal americana, em suas páginas, eu me deleitaria com os desenhos e as cores de Rich numa história de Sinbad.
Nem tentei copiar. Seria inútil, nunca conseguiria, até porque a técnica de policromia usada por ele, foi revolucionária no período; consistia em fazer as páginas P/B em meio tom e  agregar as cores por um complicado método de sobreposição de overlays.


Corben é inimitável, qualquer que tenha a ousadia de faze-lo, soará sempre como uma cópia barata e de gosto duvidoso. O que ele faz, só ele pode faze-lo. Tanto é, que sua arte prescinde de assinatura. Vendo uma figura de Corben sabe-se logo que foi criada por ele. Suas mulheres, monstros, heróis, seus antropomorfos, mundos fantásticos e etc. 


Não sou teórico de arte, faço cá comigo minhas análises, para entender o caminho em que estou pisando, mas eu diria que as maiores contribuições deste americano à minha arte são :
1- Destituir a realidade em prol daquilo que melhor funcione dentro de um quadro, para que a cena realmente atinja seu objetivo.
2- Não temer a ousadia. O sexo, a nudez, o exagero na anatomia tem que ter fins bem específicos que o simples fato de chocar o público.
3- Valorizar aspectos muitas vezes esquecidos nos quadrinhos afim de valorizar mais a ação, como movimento e dobra de tecidos e texturas dos diversos objetos em cena.


Soube que Maxfield Parrish, mítico ilustrador americano da "Golden Age", foi um dos artistas que influênciaram Richard Corben. Ali percebemos que ao texturizar árvores e rochas ele bebeu muito na fonte de Parrish, bem como os pontilismos em seus desenhos a nanquim que conferem à obra um relevo peculiar.
Outro ponto que tenho em comum com Rich, é seu fraco por histórias de terror e fantasia. Não é a toa que ele tem se saido tão bem com Hellboy.
Atualmente Corben tem deixado de lado seus ousados projetos pessoais para trabalhar com quadrinhos mainstream, emprestando seu traço expressivo para personagens como Hulk, Hellblazer, Cage, Ghost Rider e tantos outros. Sorte nossa que ele, ao contrário de tantos, não se aposentou, mesmo aos 70 anos. 



sábado, 18 de setembro de 2010

MARCAS DA DECEPÇÃO.

Um velho conhecido de infância me disse certa vez com a arrogancia que lhe era peculiar : "Eduardo, seu problema é que você espera das pessoas o mesmo comportamento que você tem com elas." E emendou dizendo que se eu sofria se elas não atendiam às minhas expectativas a culpa era só minha. Depois destes anos todos chego a conclusão que ele estava certo.
Coisa semelhante, mas muito mais brando, me falou meu amigo Arthur Garcia, quando me enchi de expectativas em relação a uma recém-criada revista nos anos 1990 :  "Não espere muito destes editores, você pode se desapontar." Realmente.
Cerca de 22 anos atrás, uma mulher ocupou um espaço muito importante na minha existência.
Após o inevitável rompimento, convidei-a para assistir a estréia do meu irmão no coral da igreja onde éramos membros. Independente de reatar os laços ou não, era importante pra mim que ela estivesse presente num momento como aquele. Convite aceito. Eu aguardei com ansiedade pelo grande dia. Esperei e esperei. Não compareceu.
Nem um telefonema. Nem uma palavra.
No dia seguinte, preocupado, liguei pra saber a causa.
"Simplismente não tive vontade de ir. Não achei que fosse tão importante pra você."
O curioso, é que dias antes, um amigo meu (grande servo de Deus) me dissera de forma profética : "Grande será a tua decepção."
Esta historinha triste tem uma razão de ser na postagem de hoje, pois nesta semana que passou tive uma experiência parecida.
Alguns projetos artísticos para o futuro estão temporariamente cancelados. Não tenho como dar continuidade a eles.
O que me levou a desabafar sobre o assunto, foi que a análize que fiz do caso nas próprias reações do meu corpo. Ou seja, alterou até meu metabolismo. Nenhuma novidade, todos sabemos que determinadas situações provocam sudoreses, taquicardias e por aí vai, mas foi interessante notar que ao me sentir tão ínfimo, meu corpo reagiu como se eu não estivesse nele. Uma reação, talvez de proteção. Sem calor, sem frio, sem cansaço, sem apetite. Só uma especie de vazio que te engole indefinidamente.
Viver no meio de artistas, editores, jornalistas especializados e afins é viver com este "animal" sempre à espreita. Bom, deve ser assim em todos os meios.
Como Dostoiévki, sou realmente muito suscetível, mais que um corcunda, ou um anão. Mas como já disseram, a culpa por me sentir decepcionado com as pessoas deve ser minha. Sigamos em frente.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PASSA !!!!

Há períodos na minha vida que são muito improdutivos, acho que é o acúmulo de coisas pra resolver fora do meu estúdio. Não há um dia em que eu não faça pelo menos um esboço, mas a verdade é que enquanto aguardo um novo trabalho da editora, nestes tempos travei em relação aos meu projetos pessoais. Preciso de férias urgentes, esta é que é a verdade. Mas é impossível por hora.
Hoje mal tive tempo de verificar meus e-mails, mas um deles é um pedido da TV Cultura para utilizar algumas artes minhas num programa educativo. O chato é pedir permissão pra editora que detém os direitos. Puta burocracia meu! Os direitos nunca deveriam sair das mãos do artísta. Mas fazer o quê?
Bem, só passei aqui pra deixar mais um desenho com vocês. Este cão foi criado as pressas com lápis de cor. Foi publicado numa revista mas não lembro mais qual.
Àqueles que não passarem por aqui nem sábado, nem domingo, bom final de semana, aos que me acompanham religiosamente, minha gratidão e até amanhã se Deus assim o permitir.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

SEM TÍTULO.

Queridos, boa noite.
Está tarde. Ontem foi um dia cheio de reveses. Melhor nem comentar.
Em compensação hoje recebi de Deus um presentão. Vocês que me acompanham diariamente devem lembrar que a poucos dias revelei num post a saudade que sinto dos meus irmãos, não foi? Pois bem, o André, meu irmão que é médico, chegou hoje junto com a esposa e filha em Recife. Ainda estou em estado de graça.
Bom, infelizmente, hoje também não posso me delongar, tanto assim que não pude fazer uma seleção de qual desenho colocar aqui pra vocês, na pressa vai aí uma cena de a Moreninha, o clássico do Joaquim Manoel de Macedo que deixei de fora na época que postava as artes sobre este livro.
Bom descanso a todos. 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CINCO MINUTOS ( 03 )

Hello friends, ando numa daquelas fases onde meu trabalho não rende, Edgar Allan Poe tá devagar quase parando, me pergunto se um dia esta hq vai ficar pronta, escolhi uma forma complicada e demorada pra dar o acabamento nos desenhos. Também são tantos problemas cotidianos que tenho que resolver...
Hoje sai pela manhã e só voltei na hora do almoço, e já estou pronto pra sair de novo, ao menos vai ser pra encontrar um artista que vai ainda dar muito o que falar. Temos que planejar alguns projetos futuros. Se tudo der certo vocês ficarão sabendo em primeira mão. Bem, só passei aqui pra fazer este post e deixar uma arte com vocês. Fica aí mais uma cena do romance Cinco Minutos.
Abraços e até amanhã se Yaveh El Elion permitir.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

UMA HISTÓRIA DE CANGACEIROS.


"As coisas que se faz pra sustentar a família", poderiam dizer alguns. Realmente. Lembro de ter lido uma entrevista com o Sylvester Stallone faz muito tempo, à época ele tentava vetar a distribuição de um filme erótico que ele fez em seu início de carreira. "Estava na pior, precisava de dinheiro, tinha um filho pequeno e doente, ou fazia o filme ou teria que pegar uma arma e assaltar alguém". Foram mais ou menos assim as palavras do cara. Para quem já dormiu em parada de ônibus, limpou merda de leão no zoo do Central Park, deve ter sido como ele falou. O caso é que muitas vezes nos vemos nesta situação. Não foi bem assim comigo quando comecei a fazer hqs pornôs, mas quase. Não conseguia nenhum trabalho como ilustrador e pagava-se bem por estas publicações. Nem pensei, agarrei o touro pelos chifres.
Quadrinhos eróticos e pornográficos na Europa não são vistos com o mesmo preconceito que aqui. No velho continente nomes como o de Milo Manara, Magnus, Serpieri, só para citar alguns mais conhecidos, são reverenciados como grandes mestres. Vide o sucesso estrondoso do polêmico Lost Girls do Alan Moore. A diferença é que lá este tipo de quadrinho possui mais conteúdo, ou seja não é sacanagem pela sacanagem. Pensando nisto foi que procurei colocar nos meus enredos algo mais do que o cara que pega aquela tia, a vizinha, uma prima gostosa do interior ou algo do tipo. ESCOLHA MALDITA foi a segunda hq que criei neste período. Sempre quis fazer uma história de cangaço, acho o tema fascinante mas nunca tinha tido oportunidade. Como eu cuidava também do argumento "viajei" na ideia. O Capitão Setembrino invadia o sítio de um cara que o dedurara para a polícia intentando uma vendetta. Roteiro simples e básico, no meio eu daria um jeito de encaixar as cenas de sexo. Algo que, devo admitir, empobrecia a trama, mas fazer o quê? 
Nesta época eu morava numa quitinete na 202 Norte em Brasília, o irmão caçula de minha esposa morava conosco, na época ele tinha 8 anos; resultado, eu tinha que trabalhar quando ele estava no colégio ou quando dormia. Noutros momentos eu me trancava no banheirinho e desenhava apoiado na máquina de lavar.
O Guaberto Costa acha que é uma história genial, exagero dele, ela tem muitos problemas, não me preocupei com a anatomia ou cenários, levo em conta também o tempo para entrega, caprichei mais nas cenas de sexo, porque afinal, o público alvo tinha que ser atingido.
Ela foi publicada num "Jumbo", ao lado de feras como Rodval Matias, Mozart Couto, Watson Portela entre outros. Parece que vendeu bem e ouvi que aquele que possui um exemplar tem um item raro nas mãos.
Cheguei a criar outras histórias mas este gênero de BD chegava ao seu ocaso. Minha teoria é que a internet contribuiu pra isto, mas é tema talvez pra uma futura postagem.






segunda-feira, 13 de setembro de 2010

OBRAS QUE RECOMENDO: LOGICOMIX

Rapaz, já estamos praticamente no meio do mês de setembro e eu nem digeri direito o peru do último natal. O comentário é clichê mas o tempo está passando rápido demais. Como não se pode fazer nada a respeito, vamos relaxar e aproveitar os bons momentos enquanto podemos. Vamos saborear este morango tão apetitoso, afinal um tigre nos espera lá embaixo e outro nos espreita lá em cima.
Vou inaugurar hoje mais uma série neste blog ( esta promete ser mais duradoura ). OBRAS QUE RECOMENDO. Nela vou comentar a respeito de gibis ou livros que na minha humilde opinião vale a pena ter na sua coleção. Aproveito também pra anunciar outras séries : ARTISTAS QUE ME INFLUÊNCIARAM e OS MELHORES QUADRINHOS DE TODOS OS TEMPOS. Mas estas duas ficam mais pra frente se Deus quiser.
Antes de mais nada, advirto que não sou crítico de coisa alguma. Não tenho formação pra tanto, no máximo faço uma recomendação como leitor e fã da nona arte. Crítica eu deixo para os "críticos".
Logicomix foi a última hq que li. Na verdade ela nem é minha, pertence ao meu irmão que é Estatístico.

Seria uma obra aos iniciados em matemática, matéria na qual sou totalmente analfabeto ( a única coisa que sei é que 2+2 é igual a 22 ). Mas voltando ao assunto, os que apreciam a matemática encontrarão neste ivro um prato cheio, mas aqueles assim como eu, também poderão apreciar e se divertir.  É uma obra por demais interessante por fazer acima de tudo, uso das diversas ferramentas narrativas para contar a história, no caso a biografia de Bertrand Russel, um dos pilares da matemática moderna, aliás a história de Russel é o fio condutor da saga que apresenta outros nomes célebres, contemporâneos do personagem.  Os argumentistas criaram uma hq envolvente do começo ao fim, o desenhista usa o recurso da linha clara com o máximo de expressividade que o recurso permite; as cores, trabalho da esposa do artista, está muito sóbria. Pelo visto, quadrinhos pintados a mão como faz o Liberatore está mesmo sendo relegado ao passado (pobre de mim). São todos autores gregos. Eu não sabia que na Grécia se faz quadrinhos com tanta competência (ou será um caso isolado?). Sei lá, preciso pesquisar depois com calma. 
Bem, se você é daqueles que  tem azia só de ouvir falar em super-heróis e suspira fundo ao ver aquele álbum de tirinhas de cartunistas superestimados, vale a pena ler Logicomix. Você vai constatar que este livro é um antídoto e que nem tudo está perdido no mundo dos quadrinhos.



Uma observação, as imagens e o vídeo que capturei na net, estão em inglês, mas caso você não saiba, o livro foi publicado no Brasil pela Martins Fontes.

domingo, 12 de setembro de 2010

O LOBO E AS OVELHAS.

Caramba, já faz um bom tempo que não vejo meus irmãos!
Dois anos?
Mais?
Mais com certeza. A saudade é tanta que dói. Somos quatro. Temos uma ligação muito forte. Meus irmãos são meus melhores amigos e os melhores amigos que alguém pode sonhar em ter. Sou suspeito pra falar?  Não.  É fato. As pessoas ligadas a eles podem testemunhar. São íntegros, dedicados e sinceros. Venceram na vida sob as condições mais adversas.
Teve o toque DIVINO em nossas vidas? Com certeza. E Glória a Deus por isto!
A arte que ilustra este post foi feita com sanguinea sobre um sulfite, papel que não ajuda este tipo de técnica, mas eu tinha que ser rápido na conclusão para inseri-lo numa revista que mostrava o passo a passo de técnicas de desenho.
Achei adequada para ilustrar este texto pois ao lado de meus irmãos me vejo como este lobo. Não, não sou um predador, nem eles são seres angelicais indefesos, nada disso. É que na condição de mais velho, paternalista que sou, me vejo como um guardião. Ademais o que me torna diferente é que ainda não atingi o grau de maturidade deles. Parece até que sou o caçula, pois as vezes sinto que ainda não encontrei meu lugar no mundo. E os três sempre foram faróis que me ajudam a encontrar o caminho. Nunca me faltou palavra de apoio ou ajuda financeira. Declarações de amor públicas são desnecessárias? Talvez, mas porque não deixar registrado?
Aos três, obrigado por tudo, que Deus os abençõe.
AMO vocês.

sábado, 11 de setembro de 2010

ARTHUR GARCIA, UM ARTISTA GENIAL.

Conheci o Arthur Garcia em 1992, o mesmo ano em que eu e minha familia voltamos a residir em São Paulo depois de quase 20 anos vivendo em Brasilia. Comigo, duas metas a serem atingidas: Viver de arte e deixar para trás as desventuras de um passado recente. Passado este cuja tristeza e amargura culminaram com a criação de Zé Gatão como forma de catarse. Digo isto porque o Arthur teve muito a ver com meu inicio em Sampa.
Não lembro mais como foi que fiquei sabendo de uma palestra que ia ter na gibiteca Henfil, deve ter sido na Livraria Muito Prazer. A tal palestra dissertaria sobre como trabalhar para o mercado gringo e teria tais e tais artistas dando dicas de como comer uma fatia da torta. Pelo menos foi isso que me passaram.
Fomos lá, eu e o André, meu irmão. Auditório cheio. Os artistas em questão eram Octávio Cariello, Marcelo Campos e Arthur Garcia, a mediação era feita pelo Worney Almeida de Souza. 
Marcelo Campos e Cariello trabalhavam para algumas editoras americanas ( foram pioneiros na empreitada ), já o Arthur fazia hqs para o mercado franco-belga. O debate foi legal, começou com o Arthur e me simpatizei com ele de cara, ele fala pra burro, mas fala bem e tem muita coerência nas suas colocações. É assim até hoje. A certa altura, o Mauro dos Prazeres (editor da Devir) subiu ao palco pra dizer não lembro mais o quê, mas recordo que perdi a conta de quantos cigarros ele fumou num curto espaço de tempo.

Ao final do colóquio me aproximei do Athur meio trêmulo (eu tenho esta característica embora não pareça, me apresentar pra alguém que não conheço é como caminhar pelo corredor da morte), mas ele foi gentil em me esclarecer algumas dúvidas e em seguida se mandou dali mais rápido que o Flash.
Tornei a encontra-lo certa tarde na Muito Prazer, batemos um papo rápido e logo convidou-me para ir visita-lo no estúdio que ele dividia com seu amigo e sócio, o saudoso artista João Pacheco. Fui na primeira oportunidade levando uma pastinha com desenhos que tinha feito. Ele e o João foram extremamente gentis comigo. Posso afirmar isto com convicção pois em dias vindouros, reparei que este tipo de recepção era algo incomum; por exemplo, não fui bem recebido na Editora Vidente pelo Álvaro Omine. 

Me tornei frequentador assíduo do estúdio; várias tardes, lá estava eu, um mala sem alça, atrapalhando os caras em seus trabalhos. Foi através deles que aprendi a finalizar meus quadrinhos de forma decente. Vendo aqueles dois artistas trabalhando assimilei muita coisa útil que utilizei posteriormente em
minhas páginas e rende dividendos até hoje.

Arthur fazia uma página de quadrinhos para um jornal belga intitulado "Os Cruzadinhos". Digo que minha vida nunca mais foi a mesma depois do meu contato com eles. Por intermédio deles conheci o Franco de Rosa e a partir dali comecei a fazer ilustrações pra várias editoras, a maioria indicada pelo Arthur. 
Ele morou uns anos na Europa, foi considerado um dos melhores desenhistas de Portugal naqueles anos. É considerado um artista que consegue se sair bem em qualquer estilo, realista, cartum, infantil, mangá e o que mais aparecer.

Suas inúmeras publicações o comprovam. Há diversos personagens antológicos que as novas gerações deveriam conhecer, eu destacaria Renato Cairo dentre eles. Ele tinha uma série, até hoje inconclusa, chamada Piratininga que é uma verdadeira aula de como se fazer uma história em quadrinhos, afinal o cara domina como poucos a linguagem da mesma. Reparem nas páginas apresentadas aqui.
Há muito o que dizer sobre este grande amigo, mas meu espaço e tempo é curto. Mas ele será sempre citado em minhas postagens, pois quase tudo que fiz e faço tem reflexos no que ele me ensinou, e se cheguei a aparecer neste cenário de tantos caras que produzem sonhos (ou pesadelos), isto só aconteceu por causa do Arthur Garcia. 
Obrigado por tudo e que Deus te abençõe meu amigo. Ah, e da próxima vez que eu for te encher o saco na sua casa, não se esqueça de comprar aqueles biscoitos casadinhos, ok?




A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...