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quarta-feira, 28 de julho de 2021

FINALMENTE O ANATOMIA DE SERES FANTÁSTICOS CHEGOU!!!!!!


 Pronto, recebi sinal verde do editor para falar sobre um álbum que tenho muito orgulho de ter elaborado. Claro, claro, sou suspeitíssimo para falar, a coisa que mais gosto de desenhar são criaturas de fantasia (não por acaso meu personagem de quadrinhos é um felino antropomorfo), principalmente monstros e de preferência, GIGANTES. 

Pois bem, Desenhando Anatomia - Seres Fantásticos pela Editora Criativo é sobre isso, monstros, gigantes, híbridos, alienígenas e tudo o que a minha mente imaginativa pode conceber. Claro que havia muito mais para mostrar mas eu estava limitado ao número de umas noventa e tantas páginas, muita coisa bacana ficou de fora, algumas não passaram dos esboços (nem sei em que envelope eu os guardei, são tantos desenhos...!) e outras ainda só ficaram em meus pensamentos. Mas o que está registrado no livro creio que vale a pena, pra quem, como eu, curte uma boa fantasia, bem entendido. 

O livro estava pronto desde muito tempo - nem sei mais quantos anos - e ficou na geladeira da editora aguardando o momento certo de sair. Finalmente!

Nele eu falo da minha relação com os monstros e os gigantes e dou umas dicas de como criar um ser fantástico, torná-lo crível, funcional. Acima de tudo busco aguçar a imaginação do leitor (não curto muito a palavra aluno, não me acho professor de nada, apenas uma pessoa que aponta um caminho), mostrar que qualquer um que maneja bem um lápis pode dar origem a estes seres que nos encantam e nos assustam. 

E mesmo os que não desenham mas gostam dos meus traços, tem umas ilustrações bem legais, falo sem modéstia. Foram dez livros que lancei pela Criativo (sem contar o Caderno de Exercícios) e este ao lado do Sketchbook são os meus preferidos. Ele pode ser adquirido através deste link:

https://www.livrariacriativo.com.br/produto/481511/desenhando-anatomia-seres-fantasticos?fbclid=IwAR1M4slQsjHOZeiVP_XL1tbv9ZoiBFmqmh4jYWPTu4CamfoeVUuxQgsKNZc


Bom, esse deve ser meu último tomo que sai por essa editora, não há planos de editar mais nenhum. O futuro dirá o que vem pela frente.

Beijos a todos.



sábado, 24 de julho de 2021

RELEMBRANDO GRAPHIC PADA ESPECIAL ZÉ GATÃO.


 Zé Gatão nunca teve uma casa fixa. Vejo certos personagens, como Asterix por exemplo, serem publicados por uma editora por anos a fio. Eu julguei que a Via Lettera editaria meus álbuns a medida que eles fossem ficando prontos, bem, esse era o meu desejo, mas sim, não fui campeão de vendas e os publishers, claro, não são mecenas, não têm nenhuma obrigação comigo ou qualquer outro autor. Isso demonstra também a fragilidade do mercado de HQs nacionais, mas não é disso que trataremos aqui. 

No ano de 2010 eu decidi retirar dos envelopes algumas histórias curtas que ia criando ao longo dos anos nos intervalos dos pagalugueis e oferecer a alguma editora pequena ou fanzine, sei lá. Uns tempos antes travei contato com um pessoal de Belém do Pará que formatavam uma revista chamada Quadrinorte. Foi combinado que uma das minhas HQS sairia na número 2, inclusive cedi uma ilustração colorida do felino para a capa. Bem, pra encurtar, houve um desentendimento entre os organizadores e a Quadrinorte foi definitivamente cancelada, não passou da número1, parece. Acreditem, é normal isso acontecer comigo.      

 Memento Mori e Daqui Para a Eternidade já estavam prontos desde 2003 mas não tinha a menor ideia de onde eu publicaria e nem estava mais pensando no assunto, mas a intenção de trazer ao público alguma das curtas ficou na cabeça. O amigão Nestablo Ramos tinha aparecido na Prismarte, uma revista feita na raça por uns artistas de Recife. Procurei o roteirista Leonardo Santana (por onde será que ele anda?) e propus ceder uma HQ do Zé Gatão para a Prismarte, só para ressuscitar o personagem. Ele levou a ideia para os outros membros da PADA e retornou com a novidade de lançar um álbum completo com as narrativas curtas do Felino, afinal, segundo ele, todos lá eram fãs do Gato. 

O plano era que a Graphic Pada fosse uma publicação periódica, sempre com um tema ou personagem de cada vez e o felino cinzento seria o primeiro. Infelizmente não foi assim, até onde sei só saiu Zé Gatão mesmo.

Foram editados apenas uns poucos exemplares, não sei o número exato mas certamente não chegaram a 100. Acabou muito rápido! De vez em quando o Milson Marins imprime mais alguns para vender nos eventos, mas é um material que poucos possuem. 

O Leonardo Santana teve a coragem de tentar um financiamento coletivo no Catarse para lançar uma edição mais caprichada. Não tive envolvimento direto por não ter tempo para fazer campanha, mas ele se empenhou. Entretanto, para provar que o personagem nunca foi popular, a meta não foi atingida e o gibi PADA permanece sendo o mais difícil de conseguir.  

Tenho orgulho desse álbum, é modesto mas as histórias, que fogem um pouco do padrão normal, são contundentes e divertidas, mas eu sou suspeito para falar, é lógico.

domingo, 18 de julho de 2021

ESPERANÇA, INGRATIDÃO E PROJETOS EM ANDAMENTO.


 Boa noite!

Um novo livro meu já  está na praça, demorou, como demoram todos, é um tomo que gostei muito de fazer e que foi questionado pelo editor várias vezes, tenho orgulho que abordei e desenhei ali, entretanto melhor não falar mais que essas palavras, o publisher, me pediu para não divulgar até que ele me diga que posso, consta lá, no site da editora, mas não recebi dele nenhum aviso e quero evitar problemas, mas assim que tiver carta branca comentarei sobre ele aqui.

Vivi a minha vida inteira sem saber o que fazer com ela, procurando atinar de que maneira eu poderia ser útil, imagino que todos tenham uma função nesta terra. Escolhi trilhar o caminho do bem tanto quanto fosse possível, se eu fizesse mal a alguém (e eu já fiz muito) não seria intencional. É uma escolha difícil. Uma vez, um rapaz me disse numa certa mensagem sobre um jogo (ele curtia muito videogames) onde você podia optar por dois caminhos, o do bem e o do mal, o caminho correto era muito mais cheio de obstáculos que o caminho torto. Eu digo que na existência, a estrada direita é mais sofrida porque pela lógica se entranharmos o bem, recebemos o bem, da mesma forma que se plantarmos maçãs, colhemos maças, pela minha experiência não é assim na jornada dos seres humanos - na maior parte. Ingratidão é uma coisa que dói, mesmo sabendo que nunca devo esperar dos outros a atitude que tenho com elas, tenho convivido com o desagradecimento todos os dias agora que vou entrando na velhice, eu  deveria estar acostumado, na verdade nem me importaria se esta atitude - praticada por uma única pessoa - não tivesse por vezes consequências mais sérias. A minha sensação é de que uma arma está diuturnamente apontada para minha cabeça e a qualquer momento o gatilho vai ser acionado.

Essas situações de pressão constante, sinto, tem cobrado uma certa urgência em produzir, em fazer a minha arte crescer. Crescer no sentido, talvez não da técnica, mas na rapidez da execução. As duas HQs que desenho atualmente (alternadamente) ambiciono que sejam o melhor que posso fazer em termos de traços. Pelo menos tento. São projetos que ainda vão demorar um bocado para chegar ao público, pois eu só tenho uma mão direita para executar, os roteiristas são corajosos e tiram dinheiro de onde não tem para me pagar, aí já viu, né? As imagens que vemos hoje fazem parte dessas obras ainda em andamento.

Passei noventa e nove por cento das minhas estações correndo atrás do dinheiro e ele sempre foi mais rápido do que eu; jamais foi minha ambição ficar rico - ou famoso - hoje a única coisa que ainda sonho neste vale de lágrimas é comprar uma casa (ou apartamento), não tanto por mim, mas pela Verônica. Mas anelei um dia em ter muito dinheiro, para ajudar minha família, para realizar as aspirações de alguém e para abrir uma editora, com ela eu traria um bocado de gibi gringo para cá e também publicaria os trabalhos da turma que admiro, como Allan Alex, Nestablo Ramos e vários outros. Pagaria uma bela grana para o Arthur Garcia terminar sua Piratininga, republicaria em álbuns de luxo material do Flávio Colin, Júlio Shimamoto, Mozart Couto e doaria boa parte para bibliotecas. E se tudo isso não desse retorno, sem problema, dinheiro é para ser usado em algo que traga satisfação, pelo menos eu acho que deveria ser. Sonhos. Apenas quimeras. 

Quadrinhos deve ser algo que dá algum dinheiro, sim. Vejo um bocado de pequenas editoras colocando na praça um material bacanudo, com bom papel, capa dura e tudo mais vindos da Europa e Japão. Tudo bem, é numa tiragem baixa, mas mesmo assim se a coisa não rolasse não seria possível. A internet ajuda, as plataformas de financiamento coletivo idem, imprimir hoje é muito mais simples do que na época que surgiu meu primeiro Zé Gatão. Apesar de tudo, o mercado para o produto nacional ainda não decola, salvo uma ou outra exceção, o que me impede de ser otimista em relação às minhas criações pessoais que estão esperando na gaveta. Bueno, já falei zilhões de vezes sobre isso e não vou repetir a cantinela.  

Grato a todos vocês por perderem um tempinho do seu dia (ou noite) para ler meus desabafos.

Fiquem bem.  



domingo, 11 de julho de 2021

O VAZIO DE CADA UM.

 Ok, vamos fazer isso, vamos escrever, manter este blog atualizado o mínimo que possa. Não me sinto obrigado, mas é uma questão de respeito a quem vem aqui esperando alguma novidade. Não há inovações, apenas diante de mim uma estrada deserta, daquelas que nunca verei, que existem nos filmes, com cactus, tweeds e placas meio caídas, com montanhas bem ao longe. Sigo por esta via a muito tempo, mesmo quando tem um bocado de gente à minha volta ela continua despovoada, a diferença é que antes o horizonte me era indecifrável, hoje tudo está claro, não consigo ver onde ela vai dar, mas sei como vai terminar. Não, não falo da morte, isso seria muito óbvio, falo que quando você planeja, ambiciona, tenta imaginar o que está depois daquela curva, você projeta coisas e acaba frustrado. Agora sei claramente o que vem a seguir. Não exatamente qual a surpresa, lógico, não sou vidente, tem sempre uma armadilha nova, o que mudou hoje é que isso na verdade não importa. Não depois de sofrer as perdas que sofri. Sim, eu sei, o tempo vai secar a ferida e restará uma feia cicatriz que sempre vai me recordar o que se foi (e nunca mais voltará). É seguir em frente, trabalhando, dando meu melhor tanto quanto seja possível até o dia derradeiro. Há uma pessoa bem próxima de mim que só pensa o pior dos outros e cujo o ideal é fazer alguém sofrer muito um dia, uma espécie de vingança por algo que ela nem sabe dizer exatamente a razão. Eu não sou assim, curto muito alguns escritores malditos, beberrões e boêmios que sentem raiva de tudo, do amor que nunca receberam - me identifico um pouco com eles, acho até graça da maneira despojada e irônica com que narram suas histórias ou falam sobre suas vidas - porém não culpo Deus por minhas desditas, nem ninguém, se existe um culpado sou eu mesmo que sempre agi de forma muito sentimental. Contudo meu intento é jamais fazer mal ou desejar o mal de forma deliberada a quem quer que seja. Minhas frustrações e amarguras eu despejo tudo nas histórias que desenho, ali eu deixo que as emoções fluam, que ganhem corpo, que façam a festa. Aliás, não fazem o mesmo os tais escritores dos quais gosto?

Tenho passado esses dias à base de Ibuprofeno, tudo por culpa de um dente há muito condenado. Ele até que durou bastante. Faz um bocado de tempo (tempo mesmo) quando fiz meu último check up, a dentista disse que este dente iria cair, sem cárie, nem nada, bonzinho, culpa do maldito tártaro. "mas eu escovo bem os dentes, doutora", eu disse, "sim, acredito, mas deveria ter feito profilaxia de tempos em tempos para evitar isso", ela respondeu, "mas não vamos mexer nele agora - ela completou - ele pode durar um mês ou alguns anos, veremos". E nunca mais quis pensar no assunto (detesto sentar na cadeira do dentista), até que nesses tempos amargos ele começou a  doer, não uma dor louca, mas aquela que te lembra que você tem um rosto, uma face que dá a impressão de estar inchada sem estar. O desconforto é grande. Não ando com muito dinheiro, estamos tentando economizar, este mês sai o último pagamento por um dos quadrinhos que realizo atualmente e depois dele não sei se terei algum trampo remunerado para pagar meu aluguel e boletos. Mas terei que colocar as mãos no bolso e extrair esse dente, a menos que tenham desenvolvido algum tratamento milagroso que possam salva-lo. Até lá, vamos de analgésicos que podem comprometer meus rins no futuro.

Continuo criando duas HQs ao mesmo tempo, alterno os dias para cada uma. "Rastreadores" (nome provisório) já tem todos os sketches de páginas prontos e aprovados. Agora usar a mesa de luz para dar os traços  definitivos e finalizar a nanquim. "O Morto" (título também momentâneo) será mais longa, mas já vou finalizando. Botei na minha cabeça que quero que artisticamente esses dois projetos sejam pequenas obras primas - mesmo sabendo que é muita pretensão da minha parte - pois sempre penso que podem ser as últimas graphic novels que faço na vida. Bem, quanto a isso, veremos.

Acho que é isso por hora.

Ainda nenhuma notícia sobre Zé Gatão - Siroco.


 

A SAUDADE É MAIS PRESENTE QUE NUNCA

   No momento que escrevo essas palavras são por volta das 21h do dia 21 de abril. Hoje fazem três anos que o Gil partiu, adensando as sombr...