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domingo, 25 de março de 2018

A ESCRAVA ISAURA (CENA 14)


A internet realmente facilitou demais a divulgação do trabalho dos artistas com seus sites, blogs e agora com as redes sociais. Tenho páginas no DeviantArt, Pinterest e pelo menos umas cinco no Facebook. Algumas pessoas tem me cobrado pra eu abrir uma no Instagram, só não fiz ainda por causa de um pequeno aborrecimento. Eu realmente pareço lutar contra mim mesmo. Sou péssimo divulgador do meu trabalho. Tenho uma eterna dúvida se não sou um embusteiro. Acho que as coisas que crio tem algum mérito, sim, mas...não sei, são tantas dificuldades que enfrento em relação a elas que me pergunto se sou mesmo o que as pessoas acham que eu sou. Eu tenho muitos pudores para mostrar meus rabiscos. Isto me lembrou uma história que me aconteceu em Brasília: certa vez, nos idos dos anos 80, um grupo musical evangélico me pediu para criar uma arte para seu primeiro LP. Não tinham verba para me pagar e eu disse, ok, eu faço. Foi desafiante. Tive uma ideia interessante. Pintei a óleo numa tela, um rapaz numa perspectiva debaixo para cima tocando sax com notas musicais subindo em direção ao céu cheio de nuvens, numa momento estas notas multicoloridas criavam asas e adentravam uma abertura nos céus em louvor a Deus. O original desta pintura nunca voltou às minhas mãos e a arte na capa do disco ficou meio desfocada, talvez culpa de algum idiota que foi o diretor de arte ou de quem fez a reprodução do desenho. Ganhei um disco como pagamento e quem sabe ele esteja no meio dos vinis que ficaram na casa da minha mãe. O caso é que a pessoa que serviu de modelo para a pintura e eu certa vez, andando pelo Venâncio 2000, entramos numa loja de discos gospel e o cara perguntou pelo LP da banda. Mostraram a ele. Ele se envaideceu por se reconhecer na capa do disco e se apresentou como personagem da cena e fez o que eu implorava no meu íntimo para que ele não fizesse: dizer que eu era o autor da obra. Aquilo me enfureceu embora eu nada tivesse dito. Não foi só porque a reprodução da arte estava horrível, mas aquilo me expunha de alguma forma. O irônico é que o cara não foi capaz de comprar o disco em que ele fora modelo.    

Quando era desconhecido (bem, ainda sou um desconhecido) nos eventos, perguntavam quem eu era, eu não me apresentava como ilustrador ou autor de quadrinhos, eu só respondia: "ah, eu sou apenas um cara, alguém que gosta de HQs, por isto estou aqui." Outros passavam por cima de mim e diziam: "ele é artista, criou um personagem de quadrinhos chamado Zé Gatão!" Alguns conheciam e me congratulavam, outros demonstravam interesse em conhecer e outros ainda, nem tanto.
Eu nunca quis aparecer em público, por excesso de timidez ou de imbecilidade, o fato é que é que dificilmente terei a fama de alguns, porque não suporto o que eles dizem ser absolutamente necessário: aparecer sempre,  em todos os lugares possíveis. Ora, eu desenho exatamente para não ter contato com o mundo, esta ligação deveria ser feita somente através da arte.

Mas eu tento - de verdade! Quando possível eu vou aos eventos e me esforço para manter meus contatos pela web sempre atualizados, tanto aqui quanto pelo Facebook (aquele Google + eu nem sei como mexer nele direito). 

O que me fez criar um blog, ter páginas em redes sociais foi uma entrevista que li de uma editora da Dark Horse convidada pelo FIQ a alguns anos, ela dizia que os editores procuravam talentos a través destes canais, que era importante os artistas se mostrarem através destas mídias. Seria mesmo? Bem, eu já fiz a minha parte e nenhum editor gringo me procurou. Acho que seria um milagre se isto acontecesse, mas falam que milagres acontecem, eu não duvido, mas algo em mim diz que isto é só para quem merece, o que definitivamente não é o meu caso.


A arte de hoje é mais uma cena de a Escrava Isaura.

Beijos a todos!










SOLIDÃO PROFUNDA.

HOJE É UM DAQUELES TEMPOS ONDE A DEPRESSÃO BATE MUITO FORTE E ME LANÇA POR TERRA. SEUS TENTÁCULOS REVOLVEM MINHAS ENTRANHAS E CAUSAM UMA TRISTEZA AVASSALADORA. FOSSE POSSÍVEL, EU FECHARIA MEUS OLHOS E NÃO ACORDARIA NUNCA MAIS.

UMA SAUDADE PODEROSA, MEU DEUS, DE MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS!

UM DIA, QUEM SABE?
DIA 24/12/2017, A TRISTEZA DEVORA MINHA ALMA. COM MUITO CUSTO EU SEGURO MINHAS LÁGRIMAS. TENTO FAZER COM QUE TUDO PAREÇA BEM. ACHO QUE CONSIGO DISFARÇAR A DEPRESSÃO.

segunda-feira, 19 de março de 2018

O LEITOR.


Eu fui um leitor voraz em minha juventude. Desde cedo gostei de ler. Claro, não lia de tudo, existem narrativas muito pesadas para um infante, os clássicos da literatura brasileira mesmo eu só fui gostar depois de adulto - ainda tenho péssimas lembranças de O Guarani, de José de Alencar, que tive que ler em um fim de semana para fazer uma prova de literatura na sétima série - mas alguns livros de Júlio Verne, H G Wells e H P Lovecraft ainda ecoam em minha memória, eu os li há muitos anos mas Miguel Strogoff, O Homem Invisível e Ar Frio ainda me lembro de cada palavra.

Existem livros que me marcaram muito na infância: "Doidinho" de José Lins do Rego, "Meu Pé de Laranja Lima" de José Mauro de Vasconcelos e "OLhai Os Lírios Do Campo" de Érico Veríssimo. 

Na fim da década de 70, no Rio de Janeiro, os livros velhos dos sebos foram como botes que me ajudaram a atravessar as águas tortuosas daqueles dias: os contos do Poe, Madame Bovary de Flaubert, Tragédias, Sonetos e Comédias de Shakespeare, alguns da Agatha Christie e vários livros contemporâneos que a editora Abril lançava naqueles tempos, coisas como O Poderoso Chefão de Mário Puzo, Papillon de Henri Charrière, Love Story, O Dia do Chacal e muitos outros.
Foi por este tempo que li os clássicos do gótico, Drácula e Frankenstein. O Médico e o Monstro só li recentemente.


Na década de 80 me apaixonei por Dostoievski, Tchekov e Charles Bukowski. Mas a medida que fui envelhecendo, as responsabilidades foram aumentando e meu tempo diminuindo, meu ritmo desacelerou.
Continuei a comprar livros e muitos ainda estão aguardando ser abertos. Hoje, quando muito, leio uma ou duas páginas de um romance por dia; um capítulo inteiro é muito raro. Resolvi reler As 1001 Noites o ano passado e só hoje acabei o primeiro volume. Mas eu prossigo devagar, lendo meus livros, esses bons amigos de todas as horas.


Queria muito ter lido os pulps das décadas de 30, 40 e 50, mas naquele período específico. Deve ter sido emocionante para as pessoas daqueles tempos. Ainda cheguei a pegar algumas novelas de rádio, na infância e digo: havia muita emoção naquilo!

Este texto é o pano de fundo para esses estudos que foi uma encomenda de Doc Savage, O Homem de Bronze, que teve seu momento áureo durante os anos 30 nos pulps americanos.



     

domingo, 11 de março de 2018

DINO BOY.

Ando trabalhando cada vez mais lento. Talvez a idade comece a pesar ou pode ser o estresse causado por uns problemas difíceis de lidar. A cerca de duas semanas atrás passei por momentos horríveis. Tenho artes para entregar mas elas vão ficando na fila. Tudo a seu tempo é o que digo a mim mesmo tentando assim um consolo para a sensação de vida desperdiçada.

Meus projetos pessoais seguem parados, infelizmente.

Nenhuma notícia sobre a biografia em quadrinhos do Edgar Allan Poe que ilustrei. Começo achar que não vai sair.

Ontem vi um filme com o Jackie Chan e o ex - James Bond Pierce Brosnan chamado, O Estrangeiro. Legal!

Assisti também a um filme japonês baseado num mangá (e anime) chamado Fullmetal Alchemist. Chato!

Li um Tex colorido chamado O Profeta Indígena. Muito bom! E também o primeiro número de um mangá intitulado Pluto que promete bastante.


A arte de hoje é a minha versão para um clássico da Hanna Barbera, Dino Boy. Conforme for aparecendo tempo entre meus trampos pagalugueis eu vou rabiscando estas homenagens às animações que encantaram a minha infância.

Fiquem com Deus!      

domingo, 4 de março de 2018

AS MAIORES HQS DE TODOS OS TEMPOS: BLOODSTAR


Richard Corben é um dos maiores artistas de todos os tempos, um dos que mais influenciaram a minha forma de fazer quadrinhos, mas não é para falar exatamente dele que estou aqui, mas para comentar a respeito de uma das melhores obras que ele realizou: BLOODSTAR.


Quem me acompanha a muito tempo sabe que esta série que batizei de "os melhores quadrinhos de todos os tempos" não tem como objetivo destrinchar este ou aquele comic, mas falar o que ele significou em minha vida e porque eu acho um dos mais significativos do mundo (pela minha ótica).


Bloodstar é uma adaptação do conto "The Valley Of The Worm" de Robert E. Howard, o mítico criador do Conan, e narra a história de um guerreiro aesir que nasce com um sinal na testa que lembra uma estrela vermelha, daí seu nome: Bloodstar. A narrativa começa com o fim da civilização causada por uma estrela que desencadeia desatres naturais em nosso planeta. O mundo acaba e os sobreviventes voltam ao estado de barbárie. Tribos se formam e duas delas guerreiam entre si: Os pictos e os aesires. Num destes confrontos dois inimigos mortais acabam se tornando como irmãos, Bloodstar e Brom, o picto. Nesta graphic novel magistralmente ilustrada por Corben temos romance, traição, criaturas fantásticas, muita aventura e violência até tudo culminar com o duelo entre o protagonista e um gigantesco verme conhecido como o Rei do Abismo do Norte. Uma história trágica.


Veio a público pela primeira vez em 1976 numa edição limitada e numerada.

A cópia que tenho é uma edição espanhola e é colorida (não pelo próprio Corben, infelizmente, mas segue seus métodos de colorização). Na minha opinião a cor matou um pouco da força das ilustrações do livro.
Encontrei meu Bloodstar em uma pequena livraria situada dentro de um cineclube na Rua Augusta em São Paulo. Era bastante caro na época, não só por ser um item raro, mas também por causa de uma moeda forte, a peseta, em relação ao nosso dinheiro. Eu não podia perder aquela oportunidade, pedi ao meu pai e embora estivéssemos muito apertados neste período ele me deu a grana para comprar o álbum.


Bloodstar me marcou muito no início dos anos 90, tinha todos os elementos que eu gostava numa aventura: bárbaros, mulheres sensuais, javalis, cobras e tigres pré históricos, além do final épico. Falar muito é chover no molhado, só lendo para se certificar.

Nunca foi lançado no Brasil e mesmo nos EUA e Europa teve poucas reedições e está esgotada a muitos anos, o que é uma pena para os amantes de quadrinhos sensacionais.

  
 

A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...