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sábado, 26 de junho de 2021

A SEMANA IMPRODUTIVA.

 Ai, ai.

Esta foi uma semana escrota, é, a palavra certa é essa, ESCROTA! Sinceramente, não quero ser mal agradecido a Deus, tenho trabalho no momento, que é fazer quadrinhos (bem, há quem ache que isso não é trabalho, e há pessoas que nem sabem o que é quadrinhos, ou que exista quem os faça. Conheci uma senhora, certa vez, que pensava que os  desenhos, as letras, os balões de fala e tals, das HQs, eram criadas por uma máquina, algo assim) e isto permite que eu more num lugar decente e faça mais de três refeições ao dia, mas certas situações poderiam ser evitadas.....mas não vamos tocar nos assuntos caseiros do dia a dia, foquemos um pouco na minha saúde (ou falta dela). Na segunda feira me dirigi a uma clínica para fazer uns exames solicitados pelo urologista, sofro de HBP (uma merda que ataca homens desafortunados normalmente depois dos 40), cheguei cedo no local em jejum para o exame de sangue. Até aí, tranquilo, o problema foi na hora de realizar o ultrassom do abdome, para isto é necessário tomar vários copos de água até a bexiga estar bem cheia. Não é lá muito legal beber água sem estar com sede, mas ok, vamos lá. Fui bebendo um copo atrás do outro enquanto eu era obrigado a ver a Ana Maria Braga na Rede Globo falando sobre o serial killer de Goiás que faz a polícia de idiota. Num momento senti a bexiga cheia e uma baita vontade de mijar. Bati na porta da médica e perguntei se demoraria muito para ser atendido: tem umas 14 pessoas na sua frente, senhor, fora os preferenciais. Puta merda, pensei. Mas, olha, eu estou bem apertado aqui. Aconselho o senhor a esperar. Esperei, mas o incômodo se agigantava e eu disse a mim mesmo: Foda se! E fui  ao banheiro. A urina saiu num jato fraco. Voltei para a sala de espera e lá estavam todas aquelas pessoas lascadas, velhas, gordas, pessoas como eu, na verdade.....uma menina cuja mãe não conseguia controlar corria pelo local fazendo uma zoada do cacete, todos ou mexendo no celular ou ouvindo a apresentadora, que se negava a envelhecer, discorrendo sobre um assassino. E minha bexiga ainda cheia. Um cara falastrão, do tipo que reclama de tudo, uma cara alto, com uma barriga grande e feia alugava meus ouvidos, falando mal do governo, do clima, dos médicos, dos preços caros das coisas, de tudo enfim, só aumentava o meu martírio, pra fugir dele, voltei ao banheiro e só expeli um pequeno filete de mijo. Isso não é boa coisa, já me aconteceu antes, refleti. Nessas ocasiões precisei baixar na emergência do hospital para extrair a urina via sonda. Eu não conseguia mais ficar parado, minha agonia era crescente. Sentar, impossível, pressionava demais a bexiga. Depois de várias idas ao banheiro para excretar só umas gotas, num tempo que me pareceu séculos de sofrimento, fui atendido. A médica era uma bela senhora jovem, muito educada, que me pediu para baixar as calças até que meus pentelhos ficassem visíveis e com muito esforço me deitei numa maca. Está doendo muito seu Eduardo? Nem precisei responder, minha expressão de agonia dizia tudo. Ela espalhou gel sobre minha barriga e procedeu como fazem com as grávidas. Nossa, sua bexiga está muito distendida!!! E continuou fornecendo dados à uma mocinha que digitava tudo. Sua próstata está bem crescida seu Eduardo! Diga algo que eu não saiba, pensei. Me deu papel toalha para eu limpar o gel e  me pediu para esvaziar ao máximo a bexiga para ela relatar a pós micção. Olha, não sei se vou conseguir, eu disse. Tente, ela falou. Tentei, mas só saíam gotas sofridas.                                                                   

Não levei o celular e eu tinha que avisar a Verônica. Procurei um telefone por ali e não havia nenhum. Os smartphones acabaram com a possibilidade de procurar socorro se você fosse pobre. O barrigudo reclamão me ofereceu o celular dele, agradeci e avisei a Vera sobre meu estado. Ela já sabia o que eu teria que fazer, "vou preparar suas coisas". O cara do celular continuou a falar mal da vida, da demora, da justiça, da mulher dele e da falência de tudo. Pedi licença e voltei ao banheiro na esperança de mijar mais um pouco e me livrar daquela agonia mesmo sabendo que não seria possível. Só umas três gotas. Ahhh, porra!                                                                                                                               

Bati na sala da médica e me desculpei mas não conseguia mictar, perguntei se ela não teria uma sonda por ali. Ela disse que não podia realizar esse procedimento. Bem, então terei que fazer eu mesmo. Ela me deu o resultado do ultrassom e eu fui embora. Eu já andava encurvado. Parecia que alguma coisa dentro de mim ia se romper a qualquer momento. Peguei o ônibus e mesmo havendo vários lugares viajei em pé, um calor do caralho! Maldizia tudo que era sinal em que o veículo parava ou um buraco na pista onde ele sacolejava. Sentia que uma pancada por mais leve que fosse romperia minha bexiga. Minhas vias urinárias estavam comprimidas pela próstata avolumada mais que o normal, culpa do excesso de água. Desci do ônibus contando os passos debaixo de um sol furibundo, eram umas 14 horas.  A última vez que me via naquela situação foi no funeral da minha mãe. Meu irmão André, que é médico comprou um kit de emergência para essas situações e me ensinou como fazer para não ter que ir a pronto socorro. Me apertou o coração lembrar que minha mãe tinha partido e o Gil ainda estava conosco.                                                                                                                                             

Cheguei em casa, Vera me esperava. Tá tudo lá, ela disse. Lavei bem as mãos. Entrei no quarto, me despi, passei álcool nas mãos. Peguei a sonda de número 8, embebi na xilocaína e introduzi na uretra, senti a aflição de ter algo me invadindo. Nada da urina sair!!!! Comecei a me desesperar. Retirei a sonda. Peguei a de número 10, repeti o procedimento. Que coisa horrível! Introduzi até o limite do pequeno cano de borracha e o líquido começou a jorrar. O alívio foi imediato, durou um tempão! Retirei a sonda e fui ao banheiro. Tomei um banho e finalmente fui comer algo. Talvez pelo jejum prolongado a comida me enjoou um pouco. Senti uma fraqueza mortal e fui me  deitar. Quando comecei a cochilar fui desperto por angustiante vontade de mijar. Fui ao banheiro com temor, mas a urina saiu numa boa, mas aquilo se repetiu umas cinco vezes seguidas. Depois tudo normalizou, mas deixou meus membros cansados e uma bela dor de cabeça. Os dia subsequentes foram de obrigações na casa, na rua e uma grande indisposição mental que roubaram todas as energias para as artes. Vera se vacinou num dia de fortes chuvas e os problemas com a bomba d´água voltaram. 

Choro um pouco todos os dias pela ausência de mamãe e Gil e me pergunto se ainda vou ficara muito tempo por aqui. Meu trabalho prossegue, felizmente, é meu lenitivo. Converso com meus outros dois irmãos e me sinto cada dia mais alienígena. 

O que relatei acima só confirma que terei que fazer uma cirurgia em breve, mas para tudo precisa se de dinheiro e o pouco que tenho é muito suado. Não posso fazer pelo SUS. Vamos ver.

E é isso.

Arte para um clássico da literatura brasileira.


domingo, 20 de junho de 2021

FRAGMENTOS ( 01 ).


 Não sei bem o que  escrever aqui, isso acontece sempre quando não planejo como atualizar esse nosso espaço. Pensei em comentar o que tenho lido e assistido. Talvez eu faça isso mais abaixo, porque não? Tenho tentado ocupar todo o meu tempo quando não estou focado, trabalhando. E olhe que eu tenho trabalhado bem, são duas HQs  que venho intercalando. Uma  delas, inclusive, já estou bem no finalzinho dos sketches, que felizmente tem sido aprovados com louvor pelo cliente (que é o roteirista e também é um amigo) e sem pedir permissão a ele posto uns recortes para mostrar a vocês. A etapa seguinte agora é acertar os  detalhes e começar a finalização. O outro projeto com certeza tomará o meu tempo, acho, até o final do ano. Nos intervalos, além das já comentadas atividades na rua para pequenas compras ou pagamento de boletos, eu procuro preencher minha mente na vã tentativa de me ocultar da depressão. Digo vã pois não há como escapar, tudo parece de alguma maneira remeter à minha mãe e irmão. Por exemplo, esta semana eu tomei a primeira dose da tal vacina para ver se me protejo da maldita praga chinesa. Impossível não refletir que se isso tivesse chegado mais cedo, pelo menos quatro meses antes, eles ainda poderiam estar por aqui. Outro dia assistia a uma live no You Tube e o assunto dizia respeito às umas conjecturas que eu e o Gil fazíamos, como se furtar de imaginar que eu poderia pegar o telefone e comentar com ele a respeito? Existem coisas que se passam comigo que só ele e mamãe entendiam (ou eu me sentia mais a vontade de falar com eles pois me ouviam sem julgamento). Isto gera lágrimas em profusão e geralmente me sinto melhor depois de chorar. Tento não criar fantasias na minha cabeça, não conversar com fantasmas, eu converso com Deus, só Ele, que sonda meu âmago, pode compreender e dar o lenitivo; as pernas da minha alma foram amputadas e agora Ele me carrega, do contrário eu ficaria caído no caminho. 

Sofri durante dois dias os efeitos colaterais da vacina, cefaleia, sensação de febre e mal estar, o pior foi aquela dor que volta e meia vem me torturar bem no meu baixo ventre, mais especificamente no lado esquerdo. Nem dá pra pensar, é engolir os analgésicos e bola pra frente.

No afã de me camuflar da tristeza eu mergulho, nos espaços entre os serviços, nas leituras - já que estou bloqueado para os projetos pessoais - alguns são quadrinhos bem interessantes, como a Grande Farsa, dos argentinos Carlos Trillo e Domingos Mandrafina. Li também O Amaldiçoado, uma série em 5 edições escrita pelo Jason Aaron e desenhada pelo r.m.Guéra (mesma dupla do Escalpo), interessante a ideia de um noir bíblico antediluviano bem violento e tendo duas meninas na pré adolescência como protagonistas, mas um tanto mal aproveitada, fica claro ali alguns conceitos muito em voga hoje em dia, como o empoderamento feminino entre outras coisas, destaque para a arte do Guéra que é sempre forte. O Gideon Falls ainda consumo mais  devagar, depois que terminar, comento.

Assisti uns filmes de terror na semana passada. Bem, terror e  suspense. Comecei por Oxigênio (médio). Depois outro de humor bem negro com a Hilary Swank, que agora esqueci o nome (deixa pra lá). Em  seguida o Midsommar (esse verdadeiramente perturbador), não é a toa que foi pelo mesmo criador do Hereditário. Depois um com a mina do Crepúsculo, no fundo do oceano (raios, também não lembro o título!), onde aparece uma criatura lovecraftiana (não é ruim). Um filme espanhol chamado Verónica (merda) e um norueguês intitulado Kadaver (mais merda ainda). Ontem assisti "Anônimo" com o Bob Odenkirk (Breaking Bad) e achei divertido. Hoje vi o Sem  Remorso com o marrento do Michael B. Jordan (ação mais do mesmo).

Bem, vamos seguindo a vida. Se cuidem e amem suas famílias.

Beijos a todos!


sábado, 12 de junho de 2021

FALANDO DE NOVO SOBRE ZÉ GATÃO - CRÔNICA DO TEMPO PERDIDO.

O segundo álbum de Zé Gatão tem uma odisseia por trás. Certamente os que me acompanham desde o nascimento deste blog em 2010 já leram as postagens que fiz em 3 partes naquele tempo, mas como dizem, recordar é viver e é bem possível que muitos que vêm aqui sejam leitores recentes e nem saibam que personagem é esse. O primeiro álbum chegou ao público em 1997, uma HQ que desenvolvi em 1994, ficou conhecido como Cidade do Medo ou o álbum branco e paralelo a ele, com a cabeça a mil, cheio de inspiração e ideias eu criava narrativas curtas que ia engendrando nos coletivos lotados, nas filas de banco, nas ruas do centro velho de São Paulo; boa parte das HQs que compõem este livro foram feitas de forma febril ao mesmo tempo que terminava o álbum branco, inclusive uma colorida batizada de Pintura de Guerra, no entanto aquelas histórias urbanas, rápidas, foram encerradas em envelopes e lá ficaram esquecidas por um tempo.

O Cidade do Medo finalmente tornou-se concreto depois que eu e meu pai pegamos um empréstimo num banco e rodamos numa gráfica que nunca tinha trabalhado com um quadrinho na vida e timidamente chegou às mãos daqueles que sempre caçaram novidades fora do circuito mainstream, como eu viria a saber depois.  

Retornei a Brasília (minha cidade do coração) em 1998 numa nova tentativa de viver de arte, naqueles dias eu consegui emprego como desenhista numa agência de comunicação. Foram tempos complicados, meu saudoso irmão Gil como sempre foi uma enorme força. Na verdade nos ajudamos naqueles tempos, ele saía de um casamento complicado e juntos fomos morar numa pensão que ficava na W3 Sul. Nunca vou esquecer aquele período, ele trabalhava de madrugada no Metrô e eu dava duro até altas horas naquelas noites frias (e nos fins de semana), dando prosseguimento às aventuras do felino macambúzio (desenvolvendo Memento Mori e mais algumas narrativas curtas). 

Num evento de HQs (antes disso virar moda) sediado no Park Shopping, a Fábrica de Quadrinhos (antes de virar Quanta) foi a grande convidada. Fui lá uma tarde e encontrei uns velhos conhecidos de São Paulo (Cariello e Marcelo Campos), o Roger Cruz, Vilella e Jotapê eu seria apresentado ali. Fiquei surpreso de saber que eles já conheciam o Zé Gatão e o Jotapê Martins que já lançava álbuns de quadrinhos por sua editora Via Lettera me perguntou se eu tinha material novo. Respondi que tinha várias HQs curtas. Me manda, ele disse. Foi o que fiz assim que pude, xeroquei todas as histórias e enviei pelo correio (lembrem-se, a internet engatinhava naquele período). Não muito tempo depois recebi uma ligação dele dizendo que tinha curtido bastante o material e selecionara seis histórias para figurar no álbum, as demais ficariam para uma outra ocasião, talvez. Algumas cenas, por serem fortes demais, teriam que ser censuradas. Ok, eu disse. Ficou acertado que o lançamento se daria, se a memória não me trai, para o fim daquele ano ou princípio do seguinte. O que eu deveria fazer era escanear as capas, pinups e todas as páginas e enviar em um CD. Tive que usar o equipamento de um amigo músico e publicitário (coitado do Rick Bermudez, eu torturava o moço, saindo da casa dele praticamente de madrugada). Porém, todo aquele trabalho redundou em nada, minha inexperiência e também do editor em me orientar me fez digitalizar a coisa toda errada, era pra ser JPG, eu acho, e eu fiz em outro sistema, algo assim. Isso atrasou a publicação e uma série de reveses fez com que o livro demorasse cinco anos para sair. Nesse meio tempo voltei a São Paulo e o Gil se casou de novo. 

Uma coisa eu sei, trabalhar com uma editora trás certo conforto, mas te deixa sujeito às inevitáveis mudanças no conceito da obra. Além das histórias descartadas e cenas censuradas eu queria que o formato seguisse o mesmo padrão do anterior, eram para ser livros irmãos, se no primeiro o protagonista aparecia de costas num fundo branco, o seguinte era pra ser ele de frente num fundo negro (como nas capas dos discos do Queen e do Emerson, Lake & Palmer). Isso foi aceito, mas o tamanho foi reduzido para o formato livro, meu texto também foi enxugado (o editor disse que eu escrevia textos muito longos). Devo confessar que ele fez um ótimo trabalho no livro, sintetizando muita coisa. 

No início do novo milênio a família toda estava residindo novamente na Capital Federal e nada do Crônica ser publicado. Verônica veio morar comigo mas não estava dando sinais de se adaptar ao clima do Planalto Central (por clima não me refiro ao tempo, mas ao modo de vida). Neste estágio eu produzia quadrinhos eróticos para algumas editoras paulistas.

Crônica do Tempo Perdido chegaria às minhas mãos no  segundo semestre de 2003. Teve uma boa receptividade, matéria em jornais, comentários no Omelete e no Metrópolis e eu cheguei pensar: agora vai. Mas não foi. Não passou de uma euforia momentânea. Vejam, eu não pensei que fosse ficar rico ou famoso mas tive esperança que aquilo me qualificasse para lançar pelo menos um álbum por ano, ou a cada dois anos, algo assim. Notei naquele momento que não havia público para este tipo de material, não havia mercado para o autoral/underground. Por conta desta desilusão eu afoguei muitas ideias interessantes, muitas aventuras que jamais serão contadas. Pra piorar eu tive que sair de Brasília (cidade muito cara) e me mudar para Pernambuco. Longe da família e sem uma renda fixa eu amarguei uns tempos de depressão (que culminaram no bilioso Phobos e Deimos). Mas isto é matéria para se falar em uma outra postagem.

Até lá!


sábado, 5 de junho de 2021

O GRANDE XARAM.

Tenho lido bons quadrinhos ultimamente, infelizmente quase todos baixados da internet, digo infelizmente porque sei que a pirataria tira da boca dos autores, mas no caso aqui são HQs que nem sonham em ser publicadas no Brasil, muitos deles, títulos da Image. Mas nem tudo vem lá da terra do Tio Sam, algumas novelas gráficas vem da Argentina, material antigo da década de 80 para trás e coisa muito boa que vem provar que eles estão (ou estavam?) alguns anos luz à nossa frente no quesito mercado e ouso dizer, talento para contar excelentes histórias com um belo desenho. Algumas editoras brasileiras tem trazido uma safra desse material em livros de luxo inacessível ao meu bolso (na verdade, minto, quando um material me interessa, não meço esforços para adquirir, é que eu não tenho mais espaço para guardar gibis e também, principalmente, a partida de minha mãe e meu irmão  mataram muitas coisas em mim, o Schloesser colecionador foi uma delas), quero ler BDs, mas não tenciono mais ter novidades na minha lotada estante.

E falando de quadrinhos interessantes ontem eu li O GRANDE XARAM, escrito pelo Maurício de Oliveira Dias e desenhado pelo fabuloso mestre Allan Alex, publicação da Editora Veneta.

É uma boa e comovente história, com tons ominosos semiocultos na triste história de Xaram, o protagonista e narrador da saga. Pena que tudo é dito de forma tão breve, senti falta de pelo menos mais umas 20 ou 30 páginas para que certos detalhes fossem melhor explicados, mas é legal mesmo assim.

O grande destaque, claro, vai para a arte do Allan (lógico, as ilustrações deste post são dele). O fãs dos bons desenhos vão encontrar neste ilustrador uma fonte inesgotável que saciarão sua sede pelos detalhes dos traços, da perspectiva, dos cenários e da iluminação. É comum demais vermos em muitos bons artistas de hoje uma forte influência do quadrinho mainstream ianque ou do mangá (e nisso não vai crítica alguma, eu mesmo roubo muita coisa do Corben e do Wrightson entre tantos outros) mas você não vai encontrar isto na arte do Allan, eu veria ecos de algum mestre argentino se fosse palpitar, mas não é o caso.

Atualmente, para mim, existem três grandes quadrinistas no Brasil. Um deles, em destaque é o fantástico Allan Alex (obrigado, meu velho amigo, por nos brindar com suas belas criações! Pena que você não tenha tempo de produzir mais). 

Tenho lido livros também, continuo com a Estrada da Cura, do falecido baterista do Rush, Neil Peart (os sentimentos dele na época que gestou o tomo eram muito similares aos meus, talvez de todos que sofreram tragédias). O outro é o Bran Mak Morn, O Último rei dos Pictos, do Robert E. Howard. Vai demorar para eu acabar de lê-los, o tempo para tanto é muito pequeno, uma série de pequenas tarefas domésticas e as duas HQs encomendadas que faço simultaneamente tomam todo o meu dia. Nunca mais me exercitei, mas penso que estou mais magro. Bem, tanto faz.

Amados e amadas, grato por ainda virem aqui buscando alguma arte ou notícia minha.

Fiquem todos com Deus! 

A SAUDADE É MAIS PRESENTE QUE NUNCA

   No momento que escrevo essas palavras são por volta das 21h do dia 21 de abril. Hoje fazem três anos que o Gil partiu, adensando as sombr...