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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ÓDIO AO ANÃO ( Um conto de Eduardo Schloesser sobre um fato ocorrido no ano de 1984 )

O soldado Bananeira colocou as mãos em concha e as deixou encher de água. Molhou o rosto tentando aliviar tensão e fadiga. Encarou a face indesejada no espelho sujo daquele sórdido banheiro público. Definitivamente ele odiava a própria cara, não porque fosse feio, ele não era, embora isto pouco importasse, mas anos de castigos e humilhações tornava-o estranho a si mesmo, nunca ter se revoltado contra todos os abusos tornava-o seu pior inimigo.

Tudo começava pelo nome. Edvardo Bananeira. Isto mesmo, Edvardo. O imbecil do escrivão errou uma letra do seu nome quando foi registrado, trocou o U pelo V e condenou-o a uma infância recheada de chacotas. O Bananeira provinha do pai. Um nome a ser orgulhar dizia o genitor. Nome de político poderoso da República Velha. Só não disseram isto para os amiguinhos da escola, nem aos professores que a custo continham o riso. E porque riam do Bananeira? Pereira e Oliveira também não eram nomes de árvores?

Não era privilegiado em altura, mas tinha um físico poderoso, trabalhado com muito suor e pesos na solidão de seu quarto. Media 1,68. Três centímetros a mais que o Franco Columbo, um dos mais famosos fisiculturistas de seu tempo e considerado um dos homens mais fortes do planeta. Por alguma razão isto não diminuía seu sentimento de inferioridade. Pra piorar, aos 23 anos, o único emprego que conseguiu arrumar para escapar da pecha de vagabundo foi como soldado da Polícia Militar. Um ambiente opressivo e cruel para aqueles com tamanhas deformidades na alma.

Olhou o relógio que trazia no pulso direito, dez da noite, faltavam ainda duas horas até à sua rendição. Quando chegasse ao quartel, pelo menos uns vinte minutos até devolver os acessórios do seu fardamento. Depois, aguardar o demorado ônibus que o deixaria em casa, onde finalmente poderia dormir, o único momento em que encontrava algum sossego.

Ele apertou os punhos molhados com força, flexionou um pulso para dentro, o que se viu foi um antebraço musculoso, como se por debaixo da fina pele morena houvessem nozes lutando para sair. Ajeitou o braçal apertado no volumoso braço esquerdo onde se lia PM com grandes letras negras, pegou o capacete branco, equilibrou-o na cabeça e saiu do banheiro que ficava na plataforma intermediária da Rodoviária de Brasília.

O posto da Policia Civil ficava quase ao lado dos banheiros, e na pequena sala que contava apenas com uma mesa e algumas cadeiras, o cabo Cocada, seu parceiro de P O (policiamento ostensivo) o aguardava com ar impaciente. "Demorou muito novinho, e se fôssemos chamados para alguma ocorrência?" disse o veterano. Bananeira nada respondeu, o cabo levantou-se com ar cansado, reclamando de dor nas pernas, "Malditas varizes", vociferou ele, e serviu-se de mais um café. Haviam dois policiais civis no ambiente, um deles falava ao telefone, o outro, a quem chamavam de Trattor, argumentava que aquela noite estava tranquila, coisa rara nas noites da rodoviária do Plano Piloto.

Rezava a lenda, que quando coincidia de estarem juntos num mesmo serviço, o agente Trattor e o cabo Cocada, todos os meliantes da rodoviária, desapareciam como que por mágica. Era sabido que os dois não davam folga para os vagabundos. Agiam com rigor extremo.

Para Bananeira, de todos os parceiros com quem saía a serviço, Cocada era o mais agradável. Era um nordestino alto de cabeça grande e redonda, orelhas de abano e bigodinho ralo, tinha uns cinquenta anos. Vivia dizendo que mais de trinta anos na polícia nada lhe trouxera de vantagem, aconselhava ao jovem soldado que estudasse e procurasse algo melhor na vida.

A primeira vez que trabalharam juntos foi exatamente ali na rodoviária; quem passa apressado todos os dias pelo lugar não imagina o pandemônio que é. Numa noite, um menino que não devia contar ainda oito anos de idade, dormia em posição fetal com os joelhos dentro da camisa. O cabo cutucou-o energicamente com a ponta do cassetete. O garoto ainda de olhos fechados gritou uma torrente de palavrões, o PM redobrou a força dos cutucões, "Levanta daí moleque, aqui não é lugar de dormir". Raivoso o pequeno virou-se com uma gilete em punho, foi quando o guri viu de quem se tratava, de preto ele ficou branco. Sem dizer palavra, levantou-se apressado e sumiu na escuridão do gramado em direção à Torre de TV, não sem antes deixar a lâmina ali no chão. "Acha que fui muito duro com aquele moleque, novinho? Saiba que já testemunhei muitas barbaridades cometidas por pirralhos como este, quando juntam dois ou três deles, roubam as pessoas nas filas de ônibus; velhos e moças são suas presas favoritas. Há tempos atrás, mataram uma senhora que veio de Taguatinga fazer compras no Conjunto Nacional, ela acabava de sair do ônibus e os moleques puxaram sua bolsa, na ação ela caiu e foi parar embaixo das rodas do veículo que dava a partida. Não vou permitir que façam das suas enquanto eu estiver policiando este local". Edvardo Bananeira admirava o parceiro, não haviam muitos policiais como ele. A maioria era omissa, outros eram bandidos de farda.

Realmente, a noite estava calma até demais. O tempo não passava. Olhou o relógio. Dez e quinze.

O jovem militar, fora do posto policial, olhou o horizonte à esquerda de onde estava e divisou a beleza da arquitetura da Esplanada dos Ministérios emoldurada pela janela empoeirada no fim do corredor. Um espetáculo sempre impressionante.

"É novinho, dê-me mais dez minutos e vamos sair pra outra ronda." disse o cabo entre as goladas de café. Mal acabou de falar, um sujeito esbaforido adentrou à sala:

"Senhores, por favor, há um sujeito lá embaixo, numa das lanchonetes, espantando os fregueses, xingando todo mundo, bebendo as cervejas dos clientes."

"Puta que o pariu, gritou o agente Trattor, tava bom demais pra ser verdade! Vocês PMs deem um jeito nisso, se eu for até lá mato esse desgraçado!"

"É com você novinho, minhas pernas estão me matando, é só você aparecer lá com este físico de Hércules que ele sai correndo!" asseverou o cabo.

"Ok, vamos lá."

O homem e o soldado desceram os íngremes degraus da escadaria e numa das últimas pastelarias, um indivíduo grotesco, com roupas encardidas, fedendo horrivelmente, pegava os copos de cerveja dos clientes nas mesas e bebia, desafiando a todos. Assemelhava-se a um anão, mas de grandes proporções, sua cabeça era pelo menos um terço do corpo, os ombros eram desproporcionalmente largos, braços atarracados, mãos enormes, pernas valgas e curtas. Quando se movia, não dobrava os joelhos. Devia medir um metro e cinquenta.

O PM Bananeira chegou com decisão:

"Vai circulando vagabundo!"

O anão, olhou para ele com desdém, "Vai tomar no cu, seu filho da puta, essa tua farda não te dá autoridade pra falar assim comigo!", gritou.

Diante daquela resposta ríspida na frente de todos, o jovem policial ficou sem reação, não lhe veio argumento ou atitude, parecia que o corpo musculoso ou a arma no coldre não serviam de nada.

Neste preciso momento chegava o cabo Cocada.

"Mãos na cabeça, marginal!"

"Vai tomá no cu, você também, vocês PMs são todos uns covardes de merda!" Berrava o vagabundo.

Muito rápido pra alguém da sua idade, o cabo agarrou o anão pelas orelhas imundas, sacudiu de um lado para outro e empurrou para trás, o infeliz caiu batendo a cabeçorra com grande estrondo no chão de cimento.

Bananeira, perplexo, olhou em volta, a multidão que se formou ao redor da desagradável cena olhava espantada. "Merda, pensou, já vai aparecer um advogado para este mendigo." Era sempre assim, todos pediam auxílio à policia, quando ela agia com energia, dizia que era abuso de autoridade, o meliante passava de vilão à vítima. Mas para seu espanto ninguém se manifestou contrário ao que acontecia.

Caído, o anão ofereceu resistência, os dois PMs lutavam para imobiliza-lo. "Algeme este porra, Bananeira!", disse o cabo entre os dentes. Colocar os braços do bandido atrás das costas para manieta-lo parecia tarefa impossível, acostumado a fazer supinos com quase cem quilos, Edvardo não acreditava no que acontecia. Dois homens fortes não davam conta de um anão?!? Este pensamento fez o jovem redobrar as forças, torcer o pulso grosso do baixinho e finalmente passar as algemas. "Vamos leva-lo para o posto", ordenou o superior. Levanta-lo do chão foi outro trabalho de parto. O velhaco parecia pesar uma tonelada, ainda mais que resistia passivamente, deixando o corpo totalmente mole. Furioso, Bananeira, agarrou no sovaco nojento do biltre, e localizando um nervo ali existente pressionou fortemente com seu indicador. O anão soltou um uivo de dor, e se aprumou. Os policiais o arrastaram em direção às escadarias. Os populares aplaudiram a ação.

Foi uma batalha mover o indivíduo. Pesado como era, o cabo parecia que iria desfalecer a qualquer momento, as escadas rolantes nunca funcionavam, tiveram que arrasta-lo para cima com intervalos para descanso. A cena era constrangedora. Os olhares curiosos, faziam Edvardo corar, muito mais de vergonha que do esforço desprendido.

No que pareceu ser um longo tempo, finalmente chegaram ao posto da Policia Civil. Curiosamente o agente Trattor não estava presente. "Ei, este é o cara que tava dando trabalho?", alguém perguntou com ironia. Sem responder, Cocada abriu a pequena cela de uma salinha contígua e jogou o anão dentro dela, entrou e retirou as algemas. Saiu, trancou o recinto. Lá de dentro o marginal bradava: "Filho da puta, vocês policiais são todos uns covardes! Cornos filhos da puta!". Sem conter a ira, o PM abriu de novo a grade, e antes mesmo de apanhar, o safardana começou a berrar, o cabo empurrou-o contra a parede, em seguida desferiu-lhe um potente soco no estômago. O ser macabro agarrou as entranhas e soltou um urro longo e sufocado, seus olhos se arregalaram como se fossem pular das órbitas. Seguidos socos e tapas no rosto levaram o homem ao chão. Edvardo Bananeira saiu dali. Foi buscar ar fresco. Nos filmes, cenas de pancadaria são interessantes, os atores fazem caras e bocas divertidas mesmo que demonstrem realismo. Na vida real, presenciar um indivíduo levar porrada e gritar daquela maneira é um pesadelo dantesco. O cabo saiu da cela suarento, ofegante. No cubículo, o pigmeu gemia chorosamente: "Ai meu Deus , aaaiiii, aaaa... a Polícia Militar tá de parabéns, conseguiram espancar um aleijado! Parabéns policiais! Aiiiii...."

Quem passava do lado de fora ouvia as lamentações. Vexado, Bananeira foi ao banheiro higienizar as mãos, parecia-lhe que nenhum sabão do mundo poderia lava-lo do contato com aquele ser ignóbil, muito menos apagar das lembranças os acontecimentos daquela noite.

Quando voltou ao posto, o liliputiano havia se aquietado. "O safado dormiu, falou um agente, é sempre assim com estes vagabundos, querem parecer vítimas, depois conseguem dormir como se não tivessem causado nenhum transtorno,"

"Que vai acontecer com ele?", perguntou o jovem. "Ah, deixa dormir, amanhã soltamos ele."

"Tá tudo bem aí cabo?"

Cocada mirava a parede com olhar distante, "Porra nenhuma, odeio quando acontecem estas coisas. Ainda acabo tendo um infarto de tanta raiva. Que horas são?"

"Onze e quinze."

"Caralho, ainda faltam quarenta e cinco minutos para a rendição. Que noite de merda!"

Bananeira nada respondeu. Sabia que não poderia levar aquela vida por muito tempo, não fora talhado para estas situações. Naquele momento porém não haviam alternativas. Amanhã era outro dia. Dia de folga. Esta noite ele sabia que não ia conseguir dormir, mas queria viver intensamente o dia de descanso.










segunda-feira, 29 de agosto de 2011

LITTLE RED RIDING HOOD.

Peguei um lápis sanguinea, comecei a esboçar aleatóriamente e saiu isto.
Provavelmente porque a algum tempo atrás eu matutava que das fábulas mundialmente conhecidas, esta, em minha opinião é a mais trágica e pesada. Talvez por suas inúmeras sugestões que passam por tabus como primeira menstruação e o despertar sexual, atos brutais como assassinato e insinuação de pedofília.
A narrativa toda é um soco no estômago.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

ZÉ GATÃO - MEMENTO MORI PELA DEVIR.




Quando estive em São Paulo no inicio deste ano, eu tinha em mente fazer um corpo-a-corpo com algumas editoras, afim de publicar uns materiais antigos guardados na gaveta. Pela Providencia Divina, dias antes da viagem, eu recebi um e-mail do Leandro Luigi Del Manto, pedindo para eu enviar algumas páginas de uma saga de Zé Gatão que tinha pronta desde 2003. Para minha surpresa, o projeto agradou ao Douglas Quinta Reis que topou publicar mesmo sem ter visto o material na íntegra.
Em Sampa, tivemos uma reunião onde ficou acertado formato, número de páginas e etc.  Me pediram sigilo, até que a coisa estivesse sacramentada com contrato assinado, livro revisado e todas essas coisas.
Agora na reta final, recebi sinal verde para comentar e começar a divulgação por minha conta.


ZÉ GATÃO - MEMENTO MORI é uma fábula grotesca que versa sobre tirania e revolta, castigo e luta por redenção.


Comecei a desenvolve-la em fins de 1998 e foi interrompida um sem número de vezes pelos mais diversos motivos. Uma HQ que tem uma história bem acidentada, mas que pude finalizar no finalzinho de 2003, já morando em Pernambuco. Totaliza mais de 400 páginas. Por este motivo a editora irá publica-lo em duas partes.


A primeira está programada ainda para este ano, a sequência deve vir a público no ano que vem.

Gosto deste álbum, na verdade ele retrata meu estado psicológico nas várias fases de vida em que ia  desenvolvendo a trama.


Fiquei um tanto cansado de quadrinhos depois de termina-lo a quase oito anos.
Se haverá uma nova aventura deste felino invocado, vai depender muito da receptividade de Memento Mori.
Por isto ainda é cedo para abrir a champagne. Mas já dá pra acender uns charutos. Aceita um?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILICIAS ( CAPA ).



Hoje, só pra não passar batido, deixo com vocês partes da capa que fiz para o livro "Memórias De Um Sargento de Milicias"e alguns esboços.

Já faz tempo, planejo publicar alguns contos meus aqui no blog, coisa despretensiosa, é uma ousadia, afinal não sou escritor, sei lá se existe fórmula ou técnica para se escrever bem. Meu irmão publicou um livro de contos a uns anos atrás, meteu as caras e pôs no papel algumas histórias muito legais sem saber ao certo em que caminho estava pisando, o resultado foi que saíram enredos legais, autênticos e muito criativos num estilão todo dele ( pretendo fazer um post sobre este livro em breve).
Minha escrita, creio, é como meu desenho particular, sai da alma, não penso muito, deixo as palavras fluírem sem me preocupar se vai agradar ou não.

Bem, o caso é que ainda não engrenei o próximo curso de desenho, ando meio preguiçoso pra isto. Tenho usado este tempo para fazer umas artes minhas e escrever uns contos, ainda estou nas primeiras idéias, vamos ver o que sai.
Este negócio de postergar desenhos encomendados vai acabar me dando dor de cabeça, logo vou precisar de dinheiro e aí ó....

Bem, hoje o dia será na rua, coisas para resolver. Como dizem por aqui: É bronca!

Tenham todos uma boa tarde e grato pelas visitas.







terça-feira, 23 de agosto de 2011

POE ( AOS TRANCOS E BARRANCOS ).



Esta biografia do poeta americano Edgar Alan Poe esta comigo a tanto tempo que as pessoas que a encomendaram (meu agente/editor e o roteirista) devem pensar que ela jamais será concluída. Nunca mais tocamos no assunto. Eles tem muitas coisas com que se ocupar e eu também, esta então seria mais uma das inúmeras tentativas de engatilhar um projeto sem sucesso no complicado panorama das artes visuais. Leio com frequência sobre filmes que nunca saíram do papel e outros até cancelados mesmo com a produção em andamento. Acho que tudo é uma questão de dinheiro.
Quando começamos esta HQ sobre a vida do Poe, me falaram que havia uma importante editora interessada nela, depois um agente literário tentava junto a outras editoras levantar um adiantamento de dinheiro para que eu pudesse me dedicar com exclusividade. Como eu tinha mais tempo naqueles dias, comecei febrilmente a dar corpo às palavras do Rubens Luccheti.
Devo ressaltar aqui que não gosto de trabalhar com roteiro de outra pessoa (esta pode ser uma das causas do porque eu talvez jamais faça sucesso neste meio), só topei porque admiro muito o biografado e também me deram total liberdade para eu fazer do meu jeito. Admito que esta obra não ficou pronta por minha culpa. Quis trabalhar nela com um tom de lápis que fosse ficando mais pesado a medida que miséria e o alcoolismo fossem tomando conta da vida do personagem, e encontrar o tom certo nas cenas é trabalhoso.
Hoje pela manhã acabei a página 44, estamos no ponto onde o jovem Poe, execrado pelo pai adotivo tenta publicar seu primeiro livro de poemas.
O tal adiantamento pelo trabalho até hoje não veio, mas quero conclui-lo, só não o farei se ficar inoperante ou morrer antes, independente do que pensem. Sempre que sobrar uma folga, vou executando as páginas, e isto se me mandarem parte do roteiro que ficou faltando no miolo da história, mas vai levar um tempo até eu chegar neste ponto. Até lá vamos tocando a vida.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

NOVIÇO ( PARTE FINAL ) E METÁFORA.



Sei não, acho que sou como carro velho, só pego no embalo. Digo isto porque estou para começar um trabalho novo (mais um que vai render uma grana suada) e ainda não começei, sei que quando molhar o pincel e colocar cores no papel, a coisa vai sair, mas ainda não comecei a carburar. As vezes acontece isto, um break mental, estou, isto sim, precisando de bateria nova, e isto já faz tempo. Até os problemas (e neste fim de semana eles não faltaram) são sempre os mesmos.
Este computador anda dando problemas, está pior que eu, travando direto. Só espero que ele aguente até que possa comprar outro, algo que está totalmente fora dos meus planos ou melhor dizendo, fora das minhas capacidades financeiras atuais.

Também acabei arrumando um problema extra pra mim, comecei uma página nova da biografia do Edgar Alan  Poe, e está demorando para ficar pronta, mexo demais nela, gosto de trabalhar com lápis, todo aquele sombreado fica elegante, mas só faz delongar a tarefa, já estou neste projeto faz um bom tempo (anos, melhor dizendo). Mas deve render algum fruto doce se algum dia ela ficar pronta.

Ainda aguardo mais um livro para ilustrar, enquanto ele não chega, fiquemos com as últimas imagens de " O Noviço" que selecionei para mostrar aqui.

Agora deixa eu almoçar e ir para o estúdio, manobrar numa ladeira pra ver se finalmente este motor responde.



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DE NOVO E NOVAMENTE

Esta curta HQ foi minha segunda postagem no blog, naquela época eu não sabia direito como trabalhar com esta ferramenta, então exibi todas as páginas como se fosse um dia de cada vez, mas todas no mesmo dia.
A razão para repeti-la são três:

1 - Fazer direito desta vez.
2 - Pessoas que acessam esta página podem não ter lido ainda, afinal nem todo mundo tem saco (ou tempo) pra ficar fuçando arquivos antigos. Elas têm a chance agora, e quem já conhece pode ler de novo, afinal, colocando a modéstia de lado, acho-a uma boa história apesar de curta. Não há cenários nem planos abertos, apenas close nos rostos das personagens. A expressão apática do felino contrapondo-se às feições do antagonista que procura subjuga-lo psicologicamente.
3 - O tema da postagem de hoje era outro mas não tive tempo de trabalhar as idéias, terá que ficar pra uma outra oportunidade.

Sinto um tom kafkiano nesta narrativa, ainda que sem intenção da minha parte. Eu a criei com o objetivo de abrir um álbum de histórias curtas, como se ela prefaciasse o que viria pela frente, daí o título. Se outras curtinhas que tenho guardadas ganharem vida no papel, ainda gostaria de pôr esta ideia em prática

Quanto ao enredo, acho que todos nós já nos vimos numa situação assim na vida.
E você? De que lado da mesa estava?





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

MAIS UM DIA NO CONSULTÓRIO.

Hoje foi meu retorno ao cardiologista, da última vez fui fazer um ecocardiograma e um esforço na esteira. O médico que me monitorava era gordo como um capado. Tirei a camisa e uma assistente me encheu de eletrodos, umas ventosas aderiram à minha pele deixando umas marcas feias pra burro, como se eu tivesse brigado com um polvo. "Cê faz musculação?", perguntou o médico. "Nah, não levanto ferro faz muito tempo, sempre prometo pra mim mesmo que vou expulsar a preguiça do meu corpo, mas sabe com é, a rotina ..." respondi. Subi na esteira e comecei a andar. Acelerou. Na boa, posso ficar aqui o dia inteiro, pensei. Chovia, o gordo olhava pra uma tela cheia daqueles gráficos que a gente vê nos seriados médicos. Acelerou mais. Eu aguento. As vezes ele desviava o olhar da tela e escutava meu coração com seu estetoscópio, eu olhava a chuva castigando a cidade como se ela em vão tentasse limpar as imundícies das ruas. Quando acelerou de novo eu comecei a correr de leve já um pouco ofegante.
O doutor reclamava da vida, tipo, não achou vaga no estacionamento e todos aqueles moleques de rua, aonde a gente ia parar e tal. Quando comecei a correr de verdade eu já implorava mentalmente para que ele desligasse aquela geringonça. No total levou uns quinze minutos mas pareceu que corri por horas. Meu, ando muito fora de forma! Quando a máquina parou, cheguei a pensar que meus pulmões fossem estourar, pus a camisa achando que nunca fosse parar de suar! De qualquer forma disseram que meu coração estava ótimo. Mas eu deveria voltar assim que possível para uma análise mais detalhada dos exames. Fui hoje.
Consultórios médicos são interessantes para se observar as pessoas. Cheguei no horário, havia muita gente por lá. Claro, velhos na sua maioria. Me chamou a atenção particularmente um idoso que devia ter uns duzentos anos. Estava de bengala e mal se punha em pé. Um médico de meia idade, com quase dois metros de altura, de óculos, careca como um ovo, foi abordado pelo ancião que balbuciou algo ininteligível, ao que o doutor balançou afirmativamente a cabeça tentando se desvencilhar dele. Alguns minutos depois ele se levantou arqueado, como se não fosse mais possível ficar ereto e se dirigiu à atendente no balcão, uma mocinha branca com aparelhos nos dentes e espinhas no rosto. Naquela voz incompreensível, ele pediu algo e a mocinha sorriu dizendo tudo bem, ele em agradecimento tocou o rosto dela. Sem entender direito, mas submissa, permitiu que ele fizesse um sinal de cruz com o polegar em sua testa. Ele voltou a se sentar. E eu ali, no banco logo atrás, olhei a calva lustrosa cheia de pintas pretas do velho, seus pés inchados, e pensei na efemeridade desta vida. Algo curioso me ocorreu, ele usava uma bermuda branca muito semelhante  a que eu tinha em casa. E se eu estivesse me vendo no futuro? Besteira, eu jamais faria o sinal da cruz na testa de alguém. Fui tirado do meu devaneio pela chamada peculiar de um celular, o toque lembrava vagamente uma música do Vangelis, aquela da propaganda de cigarro de anos passados.
Foi então que ela entrou com um garoto que devia ser seu filho, uma mulher que não devia contar ainda trinta anos, parecia egressa de uma mata pré-histórica, cabelos compridos e bastos, grossos, embaraçados, com mechas claras, as sobrancelhas eram espessas, o nariz adunco, de uma beleza selvagem, trajando um short minúsculo onde mostrava pernas de músculos bem torneados, nos tornozelos e braços, adornos de couro e contas. O menino também era peludo, os cabelos começavam no meio da testa. Parecia um pequeno lobisomem, e ela uma loba da floresta ancestral, afinal não tinha a elegância felina comum às mulheres, mas um andar enérgico e decidido.
Não entendi, cheguei primeiro e no entanto a loba e o mini-lobisomem foram atendidos na frente.
Havia um quadro muito bonito na parede, de longe, uma paisagem perfeita, de cores extremamente sóbrias, os matizes combinando num degradê perfeito, ao me aproximar notei as cores caóticas de pinceladas grossas. Era uma reprodução do Monet, que eu nunca tinha visto. Aquele era um pintor, pensei eu com inveja.
A mulher selvagem saiu com sua cria e eu fui atendido por um médico jovem e simpático. Tudo certo comigo, menos meu colesterol que está um pouquinho alto. Devo tomar cuidado com a alimentação e fazer exercícios.
Eu já desconfiava.
Após uma viagem de mais de uma hora num ônibus lotado, cheguei em casa com uma pesada sensação de fadiga. Esta semana trabalhei pouco. Concluí as ilustrações do livro "Relíquias Da Casa Velha" do Machado de Assis, e aguardo a editora me enviar os que faltam da coleção. Iniciei mais uma página do Edgar Alan Poe e alguns esboços meus. Tenho mais uma encomenda de um novo manual de desenho passo-a-passo.
O desenho que ilustra esta postagem, é uma aquarela inacabada. Não foi aprovada, não podia ter o menino e o animal. Nunca tive saco para continua-la.
Acho que por hoje já falei demais.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

ALMEIDA JÚNIOR.



Pela minha análise, o Brasil não teve pintores clássicos com as mesmas dimensões de um Davi, ou Ingres, ou Delacroix, ou ainda Degas. Não a ponto de influenciar artistas do velho continente (bom, até aí nem os americanos, pelo que sei).  Tivemos sem sombra de dúvida grandes acadêmicos, como Victor Meirelles ( "A Primeira Missa No Brasil", "A Batalha Dos Guararapes" ) e Pedro Américo ( "O Grito Do Ipiranga", "Tiradentes Esquartejado", "Batalha Do Avaí" ) com suas obras monumentais fortemente calcadas nos temas históricos (algo extremamente comum na Europa do Século XIX).  
Neste ponto, merece destaque o magistral Almeida Júnior, aquele que é considerado o mais brasileiro entre os pintores brasileiros.  Se vocês ainda não o conhecem, recomendo dar uma pesquisada no Google, até porque não vou falar sobre a vida dele, tampouco analisar sua obra, quero sim, destacar a importância que sua pintura teve em momentos distintos da minha vida.
A primeira vez que pus os olhos num quadro deste grande mestre, foi no Museu de Belas Artes no Rio de Janeiro em fins de 70. Tratava-se de "O Derrubador Brasileiro", um mestiço (em tamanho natural) de índio com um machado na mão descansando do seu ofício fumando seu cigarrinho de palha. O impacto visual foi poderoso, e ali mesmo foi criada uma forte empatia. Sim, porque muitas vezes gostamos de uma obra mas não nos identificamos com ela, pelo menos não a princípio.
Depois disto tentei saber mais sobre o artista, sem muito sucesso, lembrem-se, não havia internet naqueles dias.


Almeida Júnior, diferente de seus contemporâneos, retratou os homens comuns e a vida simples do campo sem maquiagens (caipiras, pescadores, caçadores, moças lendo cartas com lágimas nos olhos, meninos levando recados e por aí vai) e isto o destacou de seus pares.


Fui reencontra-lo na Pinacoteca do Estado em São Paulo no início dos anos 90. Aquelas tardes cinzentas, frias e tristes foram minoradas ante o aconchego que o museu me proporcionava. Vale ressaltar que naquela época a Pinacoteca ficava aberta diariamente e a entrada era franca, e, melhor ainda, não havia quase ninguém por lá, o acervo do século XIX ficava permanentemente exposto. No meio de tantas obras magistrais, Almeida Júnior se sobressaía. Ali consta o maior volume de seus trabalhos, se não estou enganado.
Talvez seu quadro mais famoso seja "O Caipira Picando Fumo" (obra que possui duas versões), e vão por mim,   tenho um livro sobre ele e nada substitui a contemplação ao vivo. É fantástico!


Quando estive em Sampa no início deste ano, me propus matar as saudades daquelas tardes geladas e tristes observando as pinturas deste grande pintor, mas o corre-corre não permitiu. Mas você que está por aí, não perca tempo, chegue até lá, passe alguns momentos diante destas riquezas, transporte-se para um tempo que definitivamente ficou para trás. Eu te invejo!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O MISTERIOSO CASO DOS LOBISOMENS GIGANTES ( CENA 02 )



 Amadas e amados, bom dia.
Pra começar a semana deixo com vocês mais uma imagem da minha série de Lobisomens Gigantes, este agora com a chamada técnica à bico de pena. Quem leu a postagem anterior sobre o assunto sabe o porquê destes desenhos. Só posso acrescentar, como já foi reiterado outras vezes, que são nessas "viagens" que descanso a mente dos trabalhos encomendados, voos da imaginação, como já disse alguém.
Gosto de pensar que algumas cenas por sí só contam uma história, instiga o expectador de imaginação fértil a criar a sua própria.
Nesta ilustração aproveitei também para homenagear o grande pintor flamengo Peter Paul Rubens, fazendo uma leitura das "Três Graças", que é um dos grandes expoentes da pintura universal.
É isso.
Fiquem todos bem


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

FORMAS E CORES



Sabiam que eu não entendo quase nada de arte? "Ué, então como você tem materiais didáticos publicados, todos com relativo sucesso?", perguntariam vocês. Taí um mistério. Bem, claro que não sou de todo ignorante no assunto. Mas o que quero dizer, é que em se tratando de arte sou autodidata. Cheguei a estudar um tempo com um grande mestre no Rio de Janeiro, mas o que apreendi naqueles tempos foi algo singular, que é tema para uma outra postagem.
Prefiro deixar me levar pelas emoções ao criar minhas imagens, sem entender exatamente o caminho que estou pisando. Minhas noções são assim tanto mais empíricas que científicas, vem das observações de como produziam os grandes mestres, ou antes ainda, como eu as interpreto. Meus estudos se apoiam em tentativas e erros. Rabiscos e tintas, ensaios solitários, year by year.
Por exemplo, sei quase nada de cores. Tive muitas aulas sobre isto na faculdade, pintei muito com guache naqueles dias, mas sinceramente, não consigo lembrar de uma única palavra dita pelos professores. Naqueles dias minhas buscas eram outras, algo como aconteceu com o rock em fins dos anos 60, experimentações que trouxeram pérolas como Sargent Peppers dos Beatles ou o Piper Gates Of Down do Pink Floyd, eu não tinha uma noção exata do que buscava, e acabei me encontrando nas artes de cunho fantástico/realista.
Quando me elogiam por ter um hachuriado (é assim que se escreve?) legal nos meus desenhos a bico de pena, eu digo que devo isto a Doré, Franklin Booth, Heinrich Kley e outros. Mas vejam bem, me apoio sempre nas lembranças de seus trabalhos, ao invés de visualizar seus desenhos, o que acaba saindo mais a visão do que seriam seus traços do que uma simples reprodução de seus estilos. Tudo isto, penso, cunhou meu próprio modus operandi. Sem contar que minha formação por muito tempo teve mesmo que ser a mera recordação de algo visto numa livraria, pois só de uns anos pra cá eu tive recursos para adquirir book arts  que me interessam.
Hoje, faço minhas misturebas de tintas de maneira mais racional, mas pra dizer a verdade, o resultado não fica muito diferente da época que fazia de forma totalmente intuitiva.
As ilustrações de hoje, nem lembro se foram publicadas nos cursos que realizei, a de cima eu acho que saiu, a de baixo de fato não me lembro. Sobre estes cursos, a despeito do que falei sobre não entender de arte, não se preocupem, pesquiso bem pra desenvolve-los. Entender mesmo do assunto eu deixo para os teóricos e sabichões. Cá pra nós, o mundo está cheio deles, não há necessidade de mais um.




segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O NOVIÇO ( 04 )



Foi por volta das 4 da madrugada que acordei sobressaltado. O motivo? Um dos loucos que me cercam resolveu (como as vezes acontece) quebrar alguma coisas na sua residência (abaixo da minha). O barulho foi  forte e surdo, e sob efeito do sono me perguntei se não seria algum larápio invadindo minha casa, afinal,  vejo isto com frequência nos noticiários locais.
Me levantei e constatei que não foi nada (menos mal). Fui ao banheiro aliviar a bexiga e quando tornei a deitar o sono me escapou. Fosse pela adrenalina provocada pelo susto ou pelos pensamentos dominados por certas preocupações, o fato é que só vim sentir as pálpebras pesadas quando já era hora de levantar.
Isto já faz uns dias, e todas as noites agora acordo sempre no mesmo horário e dormir depois disto é inútil, virou uma rotina. O caso é que nos tempos que correm, não posso me dar ao luxo de dormir até mais tarde, e o resultado disto é que passo o dia sonolento, irritadiço, trabalhando não tanto pelo prazer e sim, mais pela obrigação.
Isto me leva a outro pensamento: Artes Encomendadas x Trabalhos Autorais. As primeiras são as que botam comida na mesa, e graças a Deus, não tem faltado. O segundo, o que trás realização enquanto artista (no meu caso, um mecanismo de desabafo que vai se fazendo cada vez mais urgente, mas impossível no momento).
As idéias que eu tentava deixar trancadas nos porões da minha mente, martelam a porta pedindo para sair. São algumas histórias que germinaram e começam a cobrar formas, seja como traços ou palavras. Nada posso fazer no momento, já pensei em voltar a colocar tudo nos meus blocos de notas, e separar um tempinho para esboços, depois quem sabe, finalizar e então ter em mãos mais uma "obra". Não consigo por dois motivos:
1- Não sou mais um mocinho. Ao final de um dia de trabalho, as mãos e os olhos cobram descanso.
2- Não há a certeza de publicação, e confesso que é o que mais pesa na balança.
Na verdade, tudo que fiz até hoje, seja HQs ou ilustrações, fazia pelo prazer de velas prontas, mas agora preciso de uma motivação a mais.
Bem, alguma arte particular deve surgir em breve, há de sobrar um tempinho, se a minha cabeça fizer uma pausa. Enquanto isto não acontece, vou agradecendo ao Salvador a oportunidade de criar com liberdade desenhos para estes livros, como estes do "Noviço" que deixo com vocês.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O PRIMEIRO VINGADOR.


Ontem fui assistir o filme do Capitão América. Confesso que estava um pouco ansioso, afinal, o bandeiroso foi um dos heróis que mais me empolgaram na infância. Tive a paciência de esperar até que voltassem as aulas, e resolvi dispensar a segunda promocional no shopping, só para desfruta-lo melhor, ou seja, sem tanto tumulto.
Ao assistir tanta porcaria que se produz atualmente, acho que acaba-se perdendo um pouco do senso crítico, ou talvez não seja isto, chegamos a um ponto que se não relaxar e deixar a maré te levar, você não se diverte de forma alguma, então aceita sem questionar as bobagens que o atual cinema lhe enfia garganta abaixo; afinal, estou convencido de que, salvo raríssimas exceções, os grandes filmes, principalmente aqueles da década de 70, ficaram definitivamente para trás. Ou pode ser  somente o fato de que a idade está me tornando irremediavelmente rabugento.
Bem, no meio disto tudo, Capitão América, O Primeiro Vingador é uma grata surpresa. Gostei demais do filme. Não sou crítico de cinema, então não vou aqui me atrever a fazer considerações que a crítica especializada já massificou, falo como fã de um herói desconsiderado por boa parte da população mundial, por ser símbolo de um país, hoje, mais demonizado que nunca. Talvez os EUA devam deixar que a próxima língua a ser falada na Europa seja o russo, ou o chinês. Ok, não vamos politizar o assunto.
O filme em questão é leve, respeita a mitologia do herói, mantendo uma aura de Matinê, ao mesmo tempo em que atualiza (para uma nova geração) um personagem datado. Não há brilhos excessivos, ou seja, a figura do Capitão não se sobressai aos demais personagens, nem existe aquele tom de comédia forçada tão comum em algumas fitas do gênero. Um ponto que ressalto, foi a forma inteligente que encontraram de provar que aquele uniforme tradicional que vemos nos gibis, não é funcional na tela de cinema, calando assim aquele fanboy chato que critica as adaptações dos heróis para as telonas (se bem que não consigo aceitar o Wolverine na pele do Hugh Jackman, acho o cara alto demais, o personagem se descaracteriza, na minha opinião). O Caveira Vermelha está bem composto, mas aí talvez devesse ter um pouco mais de intensidade em alguns momentos. Poderia também ter umas cenas de batalha da segunda guerra, num estilão Soldado Ryam, só para colocar o Steve Rogers no front. Mas tudo bem, lembremos que se trata de um filme família (ou quase). Achei o final um tanto brusco, mas nada que comprometa.
Eu, que durante todo os anos 70, passei horas bem agradáveis lendo A sentinela Da Liberdade pelas hábeis  mãos de Jack "The King" Kirby, Frank Robbins, Gene Colan, Sal Bucema e tantos outros, foi quase como matar saudades de um tempo que se foi a muito.
O desenho acima fiz agora a pouco, bem rapidinho, só para ilustrar o post.
Abaixo, o detalhe da primeira pintura que fiz com o tema "Heróis", mas para quem me acompanha desde o princípio não é novidade.
Agora é aguardar o filme dos Vingadores.
A todos vocês uma boa sexta e ótimo final de semana.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ZÉ GATÃO E O SAMURAI DAS HQS.


Quem me conhece bem sabe que não sou de advogar em causa própria, mas como dizem, a propaganda é a alma do negócio, se quero que minha arte chegue o máximo que puder ao grande público tenho que divulga-la de todas as formas. Sendo assim, torno pública a mensagem que recebi hoje do grande mestre das HQs, o venerável Júlio Shimamoto comentando o álbum do Zé Gatão editado pela P.A.D.A.
Sensibilizado, deixo o mestre com a palavra, tal e qual ele me mandou:  

"Oi, caro Schloesser, obrigadão!
O seu álbum é bem bacanão, come-
çando pela capa, nota DEZ!
  Ótima a introdução por você mesmo.
  Gostei a bessa das hqs, muito bem
boladas, com pegadas que fogem dos
habituais clichês que se repetem ad
nauseum nas publicações contempo-
râneas. Embora estruturadas em temá-
ticas existenciais, o que a maioria da
gurizada de hoje anda explorando de
forma xôxa, você usa neurônios, ossos
e músculos! Suas hqs são consistentes,
com estruturas narrativas que pren-
dem a atenção do leitor. Meus para-
béns, amigão, e torço pelo sucesso da
sua cria!
  Abraço forte!
   shima" 

A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...