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domingo, 26 de agosto de 2018

FAMOUS MONSTER - A NOIVA DE FRANKENSTEIN


Hoje a minha homenagem aos famosos monstros do cinema vai para o clássico de 1935 dirigido por James Whale, A Noiva de Frankenstein. A primeira personagem feminina inclusive.


Estou chegando na reta final desta minha série, devo fazer mais uns quatro ou cinco. Confesso que depois de um tempo começo a perder o pique sobre um tema, principalmente se fico longo tempo sobre ele. Não aconteceu isto com "O Misterioso Caso dos Lobisomens Gigantes", lembram? Foram seis desenhos que fiz numa boa pois realizei quase numa sequencia, Famous Monster já dura anos e parei por muito tempo, as releituras de personagens da Hanna Barbera também tive fôlego curto, mas devo compor mais algumas se bater inspiração. Esta no entanto me obrigo a ilustrar as pérolas que me eletrizaram na adolescência, então, o que falta? Homem Lobo? Criatura da Lagoa Negra? Elvira? Certo, vamos a eles.

Até uma próxima, meus amados! 

domingo, 19 de agosto de 2018

JUNGLE KAMEN



Boa tarde a todos!

Acho que não é segredo que as histórias em quadrinhos hoje publicadas pelas editoras não me estimulam a comprá-las. Não me agradam os desenhos, tampouco os temas, que sempre partem para pseudo biografias com ênfase em algum absurdo. Mas as vezes me deparo com algo gratificante, que me remete às HQs que eu lia na infância, narrativas escapista, divertidas, cujo objetivo não é doutrinar, mas entreter (e isto não quer dizer que não tenha profundidade). É o caso de Jungle Kamen da autoria de Fabio Hasmann.

Pinup com a qual contribuí para Jungle Kamen

Também já comentei que o tempo que me vi envolvido com autores de quadrinhos (famosos ou não) minha decepção com eles foi marcante, a maioria se julgava muito mais do eram na verdade. Poucos eram os simpáticos e humildes. O Fabio Hasmann, que conheço via Facebook, sempre mostrou o perfil de cara gente boníssima, talentoso desenhista, educado e com disposição para dividir generosamente seus espaço com outros autores (coisa bem incomum, a maioria prefere te ignorar, são incapazes de um elogio, quanto mais alardear o trabalho alheio).
Para minha grata satisfação descobri que ele também sabe contar uma excelente história. Jungle Kamen é sua entrada neste metiê. A narrativa é bem amarrada, tem um saboroso gosto de aventura juvenil (nem por isto pouco violenta). Ele é muito bem sucedido na criação de sua própria mitologia.


Entendo muito pouco de mangás, games, robôs e monstros no estilo Jaspion (há um nome específico para esta vertente japonesa mas me esqueci agora) mas a influência em Jungle Kamen é patente - pelo menos para meus olhos - e ele consegue imprimir um forte estilo pessoal. Não vou dar sinopse da história, há canais no Youtube para isto, tampouco sou crítico de gibis, eu falo daquilo que gosto e eu li as duas partes quase numa tacada só.


O Fabio me falou que sou uma inspiração para ele. Logo eu? um desenhista desconhecido que nunca alcançou sucesso comercial? Não deveria ser um Mozart Couto? Um Mike Deodato ou Ed Benes? Mas eu fico agradecido pelo carinho e prestígio dele.


Valeu por tudo, meu caro Fabio, pelas palavras de encorajamento, sketches e dedicatórias!


Desejo sucesso absoluto em todos os seus projetos e vida longa a Jungle Kamen! Avante! 


domingo, 12 de agosto de 2018

ENCOMENDAS RÁPIDAS,


Parece até mentira que já estamos em agosto! Você para um instante para tomar um fôlego na corrida da vida e paft!, o tempo já te deu outra bofetada no rosto e não há reflexo que possa evitá-lo. Logo completo 56 anos e ainda me pergunto o que realizei na minha existência....eu diria que quase nada! Quero desesperadamente fazer algo que me permita pensar, putz, isto valeu a pena! Mas malditamente nunca consigo. Nunca é o dia. Tudo o que faço é trabalhar para ter o que comer e onde morar. Já é alguma coisa? Muitos diriam que sim, eu sempre afirmo que poderia fazer mais, só não sei o que nem quando. Bem, são pensamentos inúteis.

Costumo dividir com vocês o que ando absorvendo enquanto o tempo vai me devorando, né? Então vamos lá:

O que eu assisti? Vi o "Deadpool 2". Gostei, mas preferi o primeiro, talvez pela novidade; neste, quiseram fazer igual, só que com mais piadas, citações e ação. Achei que forçaram a barra em muitos momentos. Assisti também "Um Lugar Silencioso". Bom; mas pelos comentários eu esperava mais.

O que li? Queria muito reler "O Morro dos Ventos Uivantes", procurei o livro em todo lugar aqui no meio da minha bagunça e não achei, ou perdi ou está com algum dos meus irmãos. Terei que comprar de novo. Li então "No Sufoco" do Chuck Palahniuk; não gostei, é muito parecido com o livro anterior dele, "O Clube da Luta"; ali, a prosa dele era uma novidade, no que acabei de ler é tudo repeteco de situações absurdas e bizarras.

Quadrinhos? Terminei a saga do "Blade, A Lâmina do Imortal". Bom pra caramba, embora as sequencias de ação sejam as vezes confusas assim como as tramas políticas! Na verdade os japoneses incorrem muito neste "problema", na minha opinião.

Série de tv? Eu e Vera assistimos a primeira e a segunda temporada de "Fargo". Recomendo demais!


Bem, por hora é isto, só. As artes de hoje foram duas encomendas rápidas que um amigo me fez de personagens dos jogos que ele desenvolve. Ah, as personagens não são assim "fofas", foram sugeridas neste estilo, ok?

Boa noite, boa semana e fiquem bem!




domingo, 5 de agosto de 2018

O IDIOTA DE UM PASSADO INÚTIL COM FUTURO NEBULOSO.


A avó entregava o indicador para o menininho e ele com seus dedinhos minúsculos segurava o dedão que, de tão grosso, a mãozinha quase não abarcava todo e assim caminhavam pelas poeirentas ruas de uma Guarulhos dos idos de 60. O dedão que trazia segurança era da mesma mão que o espancava quase todos os dias, as vezes sem motivo, muitas vezes só para extravasar a frustração, assim como um rinoceronte que em seu acesso de fúria, sem saber como liberar a raiva, investe sobre uma árvore ou um cupinzeiro. Certa vez o gurizinho, tolinho toda a vida, encontrou no quintal barrento de uma amiga da avó uma nota de um cruzeiro e sem saber o valor daquilo pegou o dinheiro lamacento e fazendo um rolinho, envolveu com a mãozinha suja desconhecendo que estava incorrendo num crime que lhe custaria caro, carregou-o assim, consigo. Ele não dimensionava a distância de casa da amiga da avó até a sua, talvez fossem apenas uma quadra ou duas, mas em seu cérebrinho idiotinha aquilo parecia muitos e muitos quilômetros. A avó vendo o pequenino punho cerrado perguntou o que ele segurava, ele, abrindo a garrinha, mostrou a cédula amarrotada. Onde você achou isso? Ele respondeu verdadeira e inocentemente.


A avó tomou aquilo como obtenção indevida de propriedade alheia. A manzorra desceu violenta sobre seu rosto. Incapaz de se conter, a senhora, cujo rosto parecia um pergaminho e tinha um olho cego, mordeu a língua e aplicou-lhe um novo bofetão. Talvez o choro do imbecilzinho aumentasse o furor da mulher, sabe-se lá, mas ela pegou uma vara e dava na bundinha e perninhas do pirralho dizendo que não suportaria a vergonha de ter um neto ladrão e foram devolver o dinheiro, o trajeto todo tomando sova, ora com varadas nas pernas, ora com tapões no cachaço. Os passantes olhavam indiferentes. Na vida adulta ele nunca conseguiu compreender porque, apesar de tudo aquilo, ele amava aquela mulher com amor incondicional e sua morte em 1977 deixou nele um vazio que nunca mais seria preenchido.

As jornadas pelas casas dos conhecidos eram longas e nas noites de lua cheia, o merdinha olhava para o alto e via aquele imenso olho gelado e prateado a fitá-lo. Ele corria o mais veloz que podia para fugir daquele olhar, mas não havia como se esconder, o olho o perseguia implacavelmente e seu encéfalo de minhoca não entendia: por mais rápido que corresse, a lua estava sempre ali, no alto, sondando-o.


Passou a infância com medo, não tanto pelos defuntos que ele via nos caixões, muitos quase escondidos entre cravos e rosas, mas das surras sem motivo aparente antes de dormir, ao levantar ou durante o correr do dia, dependia muito do humor da velha senhora. Os medos das surras só eram suplantados pelos constrangimentos provocados pelos desmaios da avó nas casas onde ela frequentava. Talvez eles fossem reais, talvez ela só provocasse a piedade alheia. Ele nunca soube. Todavia os castigos infringidos por ela nunca se comparariam aos do pai que viriam algum tempo depois.

Uns anos mais tarde, no início dos anos 70, o palerminha vê um comercial na tv de um certo produto de limpeza: uma mulher perplexa com a sujeira de sua cozinha, daí surge o Ajax com seu grande furacão branco, e dona retira a tampa e um tufão sai do recipiente limpando toda a imundície do local. Num belo dia a mãe do bocózinho compra o tal Ajax. Ele nada fala mas fica na expectativa de vê-la abrir a tampa do involucro e soltar o vendaval que há nele. Quando ela finalmente abre, nada acontece, nada de furacão, nada de ciclone, nada de turbilhão! O tontinho pensa: será que veio com defeito?

O lerdinho foi crescendo ouvindo dos priminhos que era feiosinho, das priminhas, que era baixinho e dos amiguinhos na escola, que era burrinho, assim, levando pancada dos meninos bem nutridos, com pais bem sucedidos, começou a pensar que não pertencia a este mundo, que não queria existir nele, descobriu que tinha incapacidade de se sentir bem em grupo. Vivia com quimeras e devaneios, sempre tristinho e com medo, sempre tentando parecer fortinho. Até que Deus, em quem ele acreditava, sem saber como nem porque, fê-lo descobrir que sabia desenhar e isto aliviou um pouco o fardo, fazendo-o escapar para outros mundos, mundos tristes que ele imaginava e criava, onde ele por mais surrado e pressionado que fosse, sempre saía vencedor no final.

O basbaquinho foi ficando velho no corpo mas por dentro nunca mudou. Continuou sendo um idiotinha, sempre fazendo as escolhas erradas. Nunca conseguiu mudar. Chegou a conclusão de que o amor eros é uma armadilha, um cárcere, o pior deles; descobriu que o que vale temporariamente é o amor philos e concluiu que o amor Ágape é o que preenche, é eterno e que torna a vida na terra suportável. E assim prossegue até o dia derradeiro em que toda vã filosofia vire poeira e seja dispersada pelo vendaval do tempo.

A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...