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domingo, 25 de fevereiro de 2018

SPACE GHOST


Não faz muito tempo, alguns comentários numa postagem qualquer do Facebook me acenderam uma ideia: revisitar alguns heróis da minha infância, aqueles da Hanna Barbera que me deixavam eletrizados diante da tv. Mightor, Dino Boy, Herculóides, Frankenstein Júnior e outros. Ando totalmente sem tempo para os trabalhos pessoais (vejam, nunca mais rabisquei em meus Crazy Sketchbooks e a nova aventura de Zé Gatão está interrompida) mas não resisti e parei o que estava fazendo para cometer minha primeira homenagem a uma das imortais criações do Alex Toth: o Fantasma do Espaço. Desenho rápido, sem muitas firulas.
Tenho planos para outros mais, quem sabe os Flintstones? Scooby Doo? Ficariam legais no meu traço? Digam aí nos comentários.

Beijos a todos e até pra semana, se Deus quiser!

domingo, 18 de fevereiro de 2018

RECARREGANDO AS BATERIAS.



Passei os últimos dias totalmente desconectado do trabalho e acessei a internet só para me comunicar com minha esposa e ver se havia algum e-mail urgente. Nem meus pequenos cadernos de desenho (que eu chamo de "crazy sketchbooks") que geralmente eu levo a lugares longe do meu estúdio eu quis contato. Tudo isto para fazer uma visita à minha mãe e meus dois irmãos que moram em Brasília. Descansar a cabeça da rotina diária era tudo que eu precisava ainda que por um breve tempo. Estar com minha mãe foi uma benção que pedi a Deus a muitos meses e as preces foram atendidas. Nem preciso dizer o quanto valeu. Mal liguei a televisão por lá, ouvia falar do Carnaval só por alto.

Foi muito bom rever Brasília, seus prédios deitados, suas árvores, seu verde, seu céu de nuvens baixas, mas tudo me soa como se a cidade fosse uma mulher por quem sempre fui apaixonado e ela tivesse me esquecido para sempre.

Recebi visita do meu old pal Luca Fiuza e do Nestablo Ramos Neto, grande artista e companheiro de mais de 20 anos. Foi bom revê-los e falar sobre os velhos tempos já que os atuais tem se mostrado difícil para todos - seria a crise do país ou a idade que já pesa sobre nossos ombros? - assuntos sobre filmes, quadrinhos, literatura, séries e nossos trabalhos pontuaram estas conversas.

André Araújo, um médico pediatra, amigo e admirador do meu trabalho me convidou à casa dele e fui com gosto pois a coleção de quadrinhos dele prometia ser grande e eu não me decepcionei. Fui carinhosamente recebido por ele e sua família. Passamos algumas horas falando sobre o assunto que nos unia: HQs e coisas afins. Conferis os gibis raros dele, estatuetas e muitos book arts. Para checar todo o acervo eu precisaria de muito mais tempo e eu tinha que voltar para casa para fazer as malas e retornar a Pernambuco.

Ele quis tirar umas fotos para registrar o encontro e aqui estão.


Voltei e ainda me sinto preguiçoso, retorno às artes aos poucos e tenho muita coisa a fazer, felizmente.

Mas me sinto estranho, cada vez mais como se eu não tivesse pátria, como se não pertencesse a nada nem a lugar algum.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

AMARRANDO O BURRO COMO O DONO DO BURRO MANDA.


Não estou em casa e uso um computador alheio, o teclado é um tanto diferente por isto me atrapalho um pouco para digitar. Mas tudo bem, a postagem será breve.

Recentemente trabalhei em uma encomenda para um cliente dos EUA. Sabem essas figuras antropomórficas grotescamente musculosas que costumam adornar as paredes de academias de musculação e também camisetas dos entusiastas da cultura física? Não? Bem, não faz mal, a arte que executei, ilustrada neste post, mostra a que me refiro.

O primeiro esboço que fiz do personagem, apesar de exageradamente grande, ainda ostentava uma certa elegância. Qual o quê, a cada mostra o cliente pedia para eu aumentar o volume muscular e também a vascularização (postei os sketches a umas duas semanas atrás, lembram?). Cheguei a pensar que a cabeça ia sumir em meio a tantos músculos. Por fim ele deu sinal verde e pude pintar.

Eu até cheguei a gostar do resultado. Recebi pelo serviço e a arte está a caminho dos states.

Um abraço afetuoso e apertado a todos.




domingo, 4 de fevereiro de 2018

UM NOVO ZÉ GATÃO QUE MOROSAMENTE VAI GANHANDO FÔLEGO.



Nasci em São Paulo no ano de 1962. Meus primeiros anos de vida foram vividos com meus avós maternos pois meus pais, sem uma casa, ainda lutavam duro pra nos trazer o sustento a cada quinze, vinte dias.
Meu avô veio de Strasburgo (França) logo depois da primeira guerra e se estabeleceu no interior paulista construindo casas. A lembrança que tenho dele é que era calado e rude com minha avó. Esta por sua vez não perdia a oportunidade de me castigar com surras fosse pelo que fosse. Ela tinha a mania de frequentar velórios e eu sempre era levado junto. A morte, parece, sempre me acompanhou de perto. Mesmo assim eu amava esta avó com amor incondicional.
Meu pai também se revelou um pesadelo assim que fui morar com ele. Por tudo isso, eu penso, me tornei arredio e tímido, com grande dificuldade de me adaptar em qualquer meio. Na infância os valentões (sempre eles) eram como cardos dentro dos sapatos. Eu odiava a escola. Meus primos diziam que eu era baixinho e feio. Vivia apanhando dos professores e dos meninos mais velhos. Eu nunca dizia nada em casa. Achava que estava sozinho no mundo.

As histórias em quadrinhos entraram cedo em minha existência e foi ali que descobri uma forma de escapar da vida. As primeiras edições que tive acesso foram as HQs da Disney e do Maurício de Souza. Não tardou para chegar às minhas mãos as publicações da Ebal, uma editora maravilhosa que nos trazia Tarzan (o meu preferido), Lone Ranger, Cisco Kid, do argentino José Luis Salinas, Príncipe Valente, de hal Foster, Jim das Selvas e Flash Gordon de Alex Raymond, além dos heróis da Marvel e DC. Isso sem falar das publicações da Globo, a maior concorrente da Ebal, com histórias do Spirit, Fantasma, Mandrake, Dick Tracy, Sobrinhos do Capitão e muitos outros. Não sei qual editora publicava Riquinho, Tininha, Bolota e Brotoeja, mas eu devorava esses gibis, juntamente com Gasparzinho e Brazinha. Sim, claro, Luluzinha e Bolinha!

Claro que eu nunca tinha dinheiro para comprar isto, eu lia na maioria das vezes na cara dura na própria banca de jornal no centro velho de São Paulo ou quando alguém menos cruel se dispunha a me emprestar.

Com Tintim (que eu lia numa biblioteca pública) eu viajava o mundo e até ia para a lua, então surgiu o terror da Kripta e não muito depois os mundos fantásticos da Metal Hurlant. Eu me divertia com Mortadelo e Salaminho, Asterix e Mad (sempre lendo as edições dos poucos amigos que tive).

Talvez por não morar em São Paulo eu não tive acesso ao que era produzido no Brasil com suas HQs de terror e sexo. As edições da Spektro e Calafrio eu só vim conhecer melhor nos fins dos anos 80.

Isso tudo, acredito, me incentivou a desenhar, mas eu fazia coisas só para mim mesmo e uns pouquíssimos companheiros de escola, nunca me imaginei fazendo disso uma profissão, acho que por esta razão eu nunca me preocupei em me lapidar cedo, buscar recursos, desenhar melhor, eu comecei muito tarde nisto tudo.

Foi nos tormentos da vida no Rio de Janeiro que passei a me preocupar com o que eu faria do meu futuro e foi na arte que encontrei um rumo. Eu comecei a ter melhor noção de anatomia, luz e sombra, dobras de tecido, reproduzindo a lápis modelos de revistas de moda e maquiagem. Em contrapartida nunca me preocupei com perspectiva (algo que ainda hoje me dá dor de cabeça), prédios, carros e essas coisas. Nunca tive paciência para desenhar instrumentos musicais, móveis, mesas e cadeiras. No estúdio do Edgar Cognat esta paciência teve que ser duramente desenvolvida, eu precisava de disciplina e ali encontrei alguma. Mas não durou muito.

Tive meus momentos de "artista" trabalhando no SENAC em Brasília, mas foi quando finalmente eu regressei a São Paulo e me dar conta de que haviam quadrinistas talentosos que me senti desafiado a ser melhor do que eu pensava que eu era. Foi um duro caminho. E para cada um artista gente fina que eu encontrava (Arthur Garcia, João Pacheco, Franco de Rosa) eu me esbarrava com um bando de prepotentes que se achavam deuses. Com o passar do tempo vi que isso não se limitava só aos desenhistas, mas também editores e jornalistas especializados no assunto.

Mesmo com isso me retraindo eu procurei fazer meus quadrinhos nas frias madrugadas paulistas (neste tempo já influenciado pelo underground europeu - tá, um pouco de americano também, Crumb, por exemplo) sempre tentando aprimorar minhas narrativas.


Terminei meu último Zé Gatão (DAQUI PARA A ETERNIDADE) em 2003 e depois disso fiz umas poucas HQs curtas com o personagem e mais nada! Hoje, volto a trabalhar em uma nova aventura do felino nos meus intervalos de pagaluguel, tento fazer da mesma forma instintiva que fiz o meu primeiro álbum, tendo um texto como fio condutor e inventando pelo caminho, tentando me divertir e desabafar no processo criativo.
Nesta postagem, alguma cenas do que venho produzindo.


Vejo alguns programas no Youtube que falam sobre quadrinhos nacionais para me sentir antenado e noto que o que vem sendo publicado hoje é bem diferente do que eu lia na infância. Tudo tem veia de adulto, de autobiográfico, com desenho tosco, cartunizado. Não tenho vontade de ler.


No meio disso tudo sinto que não há publico e espaço para mim, mas mesmo assim eu vou fazendo um quadrinho hoje, outro na próxima semana, quando der. Um dia fica pronto. Talvez eu publique eu mesmo uma tiragem pequena para quem quiser ler.


Um fã me procurou para perguntar porque eu não compareço no FIQ ou na CCXP. Ele queria saber se eu sofria alguma perseguição por ser cristão e reaça de direita. Eu respondi a ele que não era isso, não, eu não era convidado pra esses lugares porque os organizadores não sabem que eu existo, nunca ouviram falar de mim e que isto não me importava. Não me sinto inserido neste mundo, não faço parte dele, nunca fiz. Os quadrinhos nacionais que são publicados hoje pelas editoras nada tem a ver com o que eu procuro fazer em Zé Gatão. Eu ainda sofro as influências de Corben, Wrigtson e Liberatore. Os atuais gibis tem muito pouco disso.


Será que nos encontramos na próxima semana? Deus sabe.
Beijos a todos!

     





















A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...