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sábado, 30 de dezembro de 2023

ADEUS, 2023!

 Essa gripe que anda assolando meio mundo me pegou neste final de ano. Cacete! Como pode um ser vivo que só é visto através de uma lente poderosa fazer um estrago tão grande no organismo? Pra mim é a prova cabal que o diabo existe, sim, pois a doença não provém de Deus embora muitos doutores em bíblia afirme que o Criador castigue sua criação com pragas quando esta peca além do limite aceitável. Para mim, tal afirmação contradita o que Jesus disse em Matheus 7:9-11. Ah, mas alguém diria: Jesus falou aquilo em outra circunstância; pra mim não importa, DEUS é imutável, com Ele é sim, sim e não, não. Não há meio termo, a doença provém do diabo, que é ladrão e homicida (segundo o próprio Jesus) desde o início, ponto!

Além dos vírus e bactérias, outra comprovação da existência do adversário, são as maquinações, reflexões, filosofias diabólicas engendradas por tipos como Gyögy Lukács, Herbert Marcuse, Karl Marx e tutti quanti que com esses ideais anti cristãos vem destruindo milhões de pessoas através dos anos. Mas ok, meu objetivo aqui não é discorrer sobre um assunto que já provocou meu cancelamento (para o qual estou cagando montes) mas sim para fazer uma avaliação deste ano que vai morrendo (e já morre tarde).

Mas querem saber? Talvez eu esteja sendo rigoroso demais com o referido ano, afinal todos eles tem seus altos e baixos. Para mim, como muitos devem saber, após 2021, não haverá mais anos bons, o que posso ter será no mínimo menos ruins.

Além da misericórdia infinita do Todo Poderoso que me livra de me sufocar de vez em minhas angústias e dores pessoais, a ARTE (que ELE me deu, estou convencido) ajuda a atravessar esse vale de prantos. Senão, vejam, eu tenho pelo menos um álbum lançado a cada ano desde 2015 (Zé Gatão - Daqui Para a Eternidade). 2016 (Desenhando Anatomia - Cabeça e Tronco e Desenhando Anatomia - Movimento Figura masculina), sem contar que nesse mesmo ano a Criativo colocou na praça meu livro de Sketchbooks, que é um dos meus preferidos.

Em 2017 não publiquei nada digno de nota.

2018, tivemos A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE em parceria com o mestre R. F. Lucchetti.

2019, finalmente parte do público do nordeste conheceu O BICHO QUE CHEGOU À FEIRA, adaptação em quadrinhos do livro do Muniz Sodré roteirizado pelo Marcelo Lima e nesta obra eu dividi espaço com Alan Alex e Alex Genaro. Pouca gente tem conhecimento que essa HQ existe.

2020 finda com a chegada de PHOBOS e DEIMOS, depois de ficar por 15 anos na gaveta.

2021 foi o ano em que minha alegria foi sepultada. Ainda assim Desenhando Anatomia - Movimento Figura Feminina  e Desenhando Anatomia - Seres Fantásticos foram finalmente editados. Esses dois livros, em minha opinião, tiveram acabamentos e impressões muito inferiores aos outros dessa série.

2022 não tive livros publicados e nosso amigo felino, que chamávamos de Black Balls, se foi no mês de fevereiro.

Mas a análise é para ser do ano de 2023 e querem saber? Foi um ano duro, muito trabalho e pouca grana, pra variar, mas esse ano foi particularmente difícil, cartões cancelados, cobranças por telefone e email diariamente e aquelas velhas tormentas dentro de casa que viraram uma constante e só não desisti de tudo (pondo um fim à existência) porque Deus não abdica de mim. Ele sempre injetou um ânimo extra e eu prossigo. E como a arte desempenha um papel crucial no meu viver, ZÉ GATÃO - SIROCO e PINTURA DE GUERRA enfim chegaram aos fãs e é o melhor - talvez o único - acontecimento digno de nota.    

Um outro fato que merece registro é que voltei a frequentar uma igreja, mas não pontuo como caso extraordinário porque Jesus sempre caminhou comigo e eu com Ele, embora na concepção de muitos, um desigrejado é um desviado, eu não penso assim, mas sei, é controverso.

Dito isso tudo, embora ainda reste um dia para a conclusão deste ciclo, posso dizer que sobrevivi a ele e Siroco não deixou passar em branco, contudo devo afirmar que minha memória para coisas recentes está péssima.

FELIZ PASSAGEM DE ANO A TODOS VOCÊS, e que possamos nos encontrar aqui eventualmente em 2024.

FELICIDADES!

domingo, 24 de dezembro de 2023

FELIZ NATAL (2023)!!!

 Sim, sim, eu sei,  estou  devendo uma nova postagem (algo mais pessoal) faz um tempo, mas creiam, tá meio difícil por causa do tempo. Sei que eu já abordei esse assunto aqui no blog, mas sinto que há algo errado com os ponteiros do relógio do cosmos, tudo soa mais veloz, parece que foi há poucos dias que tivemos aquela infeliz eleição e depois aquela merda que aconteceu no oito de janeiro.....quando paro pra pensar, bem, nem acredito (na passagem do tempo e do sucesso de um plano bem urdido) que voou tão rápido! 

Bueno, pode ser a idade que me torna mais lento, ainda às voltas com meus três projetos de quadrinhos, e os Mitos Gregos (que paga o grosso das contas) tarda e enquanto não é entregue, não há dinheiro e eu vivo sendo atropelado por essa roda viva. Tenho dormido duas ou três horas por noite para dar conta dessas obrigações, meus pés incham e os olhos lacrimejam, mas eu, qual guerreiro asceta, não dou o braço a torcer, tenho que cumprir as minhas obrigações como provedor dessa casa.

Creio que dá para entender por que tenho lido tão pouco e não sobra espaço para este blog, mas faço o que posso.

Ainda tenho um conto maturando em minha cachola e uns textos relativos ao Zé Gatão (sim, ele se aposentou, mas continua sendo assunto pautado aqui).

Contudo eu confesso que apesar de ter temas para explorar (mais reminiscências do passado, crônicas do cotidiano e etc) não tenho o mesmo gás de outrora, de antes de 2021, vocês sabem porque e eu não preciso repetir, meu mundo continua (e será, doravante) sem as cores das décadas passadas. Mas vou cavar um tempo para suprir  essas lacunas porque sei que existem os que gostam de ler as bobagens que escrevo.

Entretanto, o que me traz aqui hoje, apressadamente, para variar, é desejar aos que me acompanham há muito tempo (e, claro, aos novos leitores caso existam) um FELIZ NATAL! Ok, eu já expressei aqui meu desagrado em relação aos festejos de fim de ano, mas hoje quero deixar de ser  azedo.

Tinha mais para refletir a respeito do que essa data simboliza, mas não o farei, não sou digno e meu verbo não é suficiente para tanto, sabemos que o nascimento do Salvador mudou a face do mundo (vale para os que não creem, afinal eles também usam o calendário), trouxe Luz ao mundo de trevas e segue mudando e não vai parar até o retorno d´Ele em glória.

Que o aniversariante conceda a todos paz e boa confraternização neste dia.

Esse ano foi de desditas mas em meio ao caos coisas boas aconteceram, um balanço de tudo farei (ou tentarei) mais perto da virada do ano se eu estiver vivo.

Vamos nos falando.

Beijos a todos!




quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

RESENHA DE SIROCO POR ADALBERTO ELIAZAR

 

O pacote ZÉ GATÃO do Adalberto ainda veio com Phobos e Deimos!!!.



O boom que caiu sobre minha mesa! Sim, foi a sensação no ato do recebimento. Após a um ávido momento de aguarde, enfim chegou, e o índice de empolgação ao empunhar tão aguardada publicação, superou a outrora ansiedade da expectativa. Receber o pacote, conduzi-lo a sala, repousa-lo sobre a mesa e enfim abri-lo, foi uma apreciação fragorosa, tendo em mente que tal produto não se resume a mero artefato de entretenimento, mas, árduas horas de trabalho inquestionavelmente ardorosas adornadas com as mais diversas intempéries da vida. Vislumbrando então chocante arte , produzida com expressivo esmero e copioso talento, Zé Gatão Siroco, nos conduz a ardualidade de um cenário certamente presente em cada um de nós, algo calcinado e subjugante com um sem par de situações impossíveis de prover qualquer alento, desconforto sempre presente, situação outrora experimentada por tanto de nós, (senão por todos). Em meio a tantos desafios o felino Antropomorfo, feito de tinta, forjado na dor, emerge mais uma vez para a derradeira batalha, a única que importa, a batalha pela vida, com companheiros tão inquebráveis quanto a si mesmo, o felino reivindica seu direito à vida, preservando um caráter íntegro e moral auspiciosa, resignado vai ao amparo dos que lhe são correligionários. Uma história tão marcante quanto cativante, com personagens tão precisos e expressivos que nos faz temer e torcer por eles, com tantas ações e ocasiões regidos por mesquinhez, ganância e arrogância de rancorosos, nos expõe a um cenário visceral sem chances para escolhas restando assim apenas um curto espaço de tempo para reação imediata e ante a tudo isso a escumalha felina aventura-se por mais um dia, por mais um pedaço de pão, enfrentando toda sorte de ardil projetadas contra eles. Em suma, uma trilha de pedras que promove profunda diversão e fornece em que se pensar.
 
ADALBERTO ELIAZAR
 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

SIROCO RESENHADO POR GIORGIO CAPPELLI.

 BOA NOITE A TODOS!

ALGUNS GENTIS AMIGOS, ADMIRADORES E APOIADORES DO MEU TRABALHO ESCREVERAM BREVEMENTE DANDO SEU PARECER SOBRE SIROCO, A DERRADEIRA AVENTURA DE ZÉ GATÃO. 

INAUGURANDO ESSA (MINI) SÉRIE, O TALENTOSO ARTISTA GIORGIO CAPPELLI DIVIDE CONOSCO SUAS IMPRESSÕES (SEM SPOILERS).


"Levei alguns dias para terminar de ler as quase duzentas páginas de Siroco, quadrinho de Eduardo Schloesser, e as outras 36 de Pintura de Guerra, estreladas por seu personagem Zé Gatão. Na primeira aventura, o lince mestiço, musculoso e bom de briga une-se a um grupo de felinos, antropomórficos como ele (um leão, onças, panteras e um garoto felino), com a missão de fazer uma entrega a um poderoso hipopótamo, receber o pagamento e atravessar um deserto perigosíssimo. Não será empreitada fácil, porque militares e mercenários querem acabar com a raça dos mocinhos.  
 Simplesmente é a HQ mais violenta que já li em toda minha vida. Lobo? Ranxerox? Caça-Corpos? São boas referências de quadrinho violento, que não chegam perto de Siroco. Cabeças explodindo, sendo esmagadas, atravessadas a bala, a seta, membros voando e quebrando, tudo em detalhes que fariam Tanino Liberatore querer tirar uma selfie com o Eduardo. Diferente do czardiano surtado e do androide viciado em cola, o lince bombadão não apresenta uma personalidade dúbia. Ele sabe distinguir o bem do mal e segue um código de ética bem rigoroso.
Também somos poupados das “briguinhas dialogadas” vistas nas publicações de editoras famosas. Nas sequências de luta do Schloesser, não há espaço para conversa! Sempre quis ver isso num quadrinho nacional, e meu desejo foi atendido.
Nem só de porradaria, porém, se faz uma história do Zé Gatão (que aqui, estranhei, é um quase coadjuvante). Em mais de uma vez, nos deparamos com elucubrações melancólicas de um cavalo muito magro, trajando armadura, acompanhado de um burrinho em roupas de camponês. E eu duvido que o leitor não perceba a referência!
Conhecendo o Eduardo como conheço, há uma página cujo diálogo propositadamente cutuca com força a esquerda brasileira. Adorei!
Quanto à arte, o traço é inconfundível. O Schloesser já atingiu a maturidade como quadrinista, e agora basta lapidar o estilo.
Quanto à Pintura de Guerra, temos a HQ Right Here, Right Now, mais curta e em cores, uma entrevista com o Eduardo Schloesser é um conto escrito por Luca Fiúza, protagonizado pelo lince mestiço.
Temo, porém, que Siroco seja a aventura final do nosso querido Zé Gatão, conforme prometido. Portanto, leitor, corra atrás do seu exemplar impresso ou digital – se é que sobrou algum
 
GIORGIO CAPPELLI"

domingo, 26 de novembro de 2023

O DESENHISTA SOLITÁRIO DE DEUS

 Vamos começar com uma frase bem clichê: a pior solidão é aquela que sentimos rodeado por uma multidão. Experienciei isso desde que nasci. É como se alguém ao programar a minha vida tivesse esquecido de colocar na lista o "sentir-se bem adaptado às pessoas que o cercam ou ao meio em que vive"; eu tentei, tentei na tenra infância, na adolescência (um período cruel), tentei na vida adulta e tento agora na velhice fazer parte de um meio, agregar algo à sociedade que me circunvizinha sem o menor sucesso. Talvez falte alguma proteína no meu cérebro, ou enzima ou sei lá que nome se dê a isso, essa sensação de estar isolado de tudo e de todos mesmo com muita gente ao redor. E essa sensação de estar perdido no caos aumenta sobremaneira em momentos de violenta tensão (e eu tive a minha cota de terror e paranoia ao longo dos meus 60 anos, DEUS sabe!). No momento tudo está bem, mas o espectro do terror está sempre lá, atrás de um poste, misturado na multidão, parcialmente escondido numa negra nuvem de chuva, acenando, sussurrando: "vou te pegar quando você menos esperar!" E me mordo nessa expectativa. Me convenci, com o tempo, que me sinto assim, alijado de tudo, por não pertencer a esse planeta, não ser essa a minha pátria.

Ao longo da minha vida tive poucos amigos, digo, amigos verdadeiros com quem conseguia gastar mais de meia hora de conversa sem achar tedioso. Companheiros que gostavam de gibis, filmes, séries e livros. Parceiros que também curtiam Mad, Jack Davis, Will Eisner, Jack Kirby, Tarzan, Flash Gordon, Batman, Super Homem, Capitão América,  Hulk, Tintim, Spirit e Conan. Foram muito poucos e hoje não há QUASE nenhum. E não sei se pior ou melhor, deixou de ter importância. 

Outra coisa que me perturbou foi o relacionamento - sempre desastroso - com o sexo oposto. Nunca dei sorte nesse sentido mas na maior parte das vezes o culpado sempre era eu, reconheço. Se diziam que eu era amado, tinha que ouvir sempre, como se palavras legitimassem a emoção, nunca estava satisfeito, eu era insaciável, queria ser o número um, acima dos pais, dos filhos ou do que quer que fosse. Era infantil  demais, e me doava de corpo e alma em tudo, queria ser o amigo, irmão, pai e amante, como se assim - inconscientemente, que fique claro - eu pudesse comprar a alma da pessoa. Claro que num determinado momento isso sufoca, cansa e era sempre chutado.  Mas aprendi às duras penas, trancafiar essas loucuras no meu íntimo, tanto que me casei e mantenho preso esses animais dentro de mim, soltando-os apenas nos meus escritos, sejam quadrinhos, ilustrações pessoais ou contos.       

Tenho recebido mensagens de admiradores do meu trabalho dizendo o quanto gostaram de ZÉ GATÃO - SIROCO, o que me deixa muito feliz de verdade, e me pedem para não parar de publicar minhas HQs. Bem, não pretendo parar, enquanto houver quem me pague para fazer eu sigo nesta senda inglória, mais pelo prazer da criação (hoje quase inexistente, digo, o prazer) do que pelo retorno financeiro. 

Mas devo reiterar que projetos particulares, como Zé Gatão, não tenho nenhum. Sufoco na mente as ideias que aparecem para não cair na tentação de começar uma nova obra e ficar em cima dela por anos e depois me frustrar na hora de procurar uma editora e após isso, constatar que o material não vendeu bem.

ZÉ GATÃO se aposentou após Siroco, ele faz parte da família que eu tinha (meus pais, irmãos e filha) e onde eu sempre gostei de estar próximo. Com a partida de mamãe e Gil e o afastamento da Samanta, ele partiu também, mas......   ainda existem antigas HQs curtas inéditas, intimistas, guardadas em antigos envelopes que ainda podem vir a público, quem sabe? Se houver editor louco o suficiente como foram os que publicaram CRÔNICA DO TEMPO PEDIDO e MEMENTO MORI, para fazer acontecer, ok. Mas não vou me esforçar para que isso venha à luz.

Ainda labuto nos MITOS GREGOS, agora no último tomo que trata do nascimento dos deuses. RASTREADORES DE ALGURES, segunda parte, ganhando corpo, dez páginas do ZAMOR, para o amigo Franco de Rosa (parado, por hora) e o projeto em quadrinhos ligado ao filme de terror que tem o Lourenço Mutarelli como protagonista, em andamento. Como veem, tenho trabalhado febrilmente, mas sem conseguir grana para atender os inúmeros credores, não obstante, continuo insistindo.

Aos possíveis questionadores da minha vida cristã que poderiam me confrontar dizendo, "se o Espírito Santo vive em você, como pode afirmar que se sente sozinho? Não é hipocrisia de sua parte?" Eu respondo: já leram o antigo testamento? Em 1 Reis 19, vemos Elias isolado no deserto assim como outros profetas que não se sentiam incluídos no meio de Israel. E temos o novo testamento onde vemos João Batista solitário em áreas ermas. E o que dizer de Jesus, o Verbo Divino? Acham que Ele se sentia agregado a este mundo? Por fim concluo que se não fosse o Espírito de Deus em mim, eu com certeza não mais estaria neste mundo.

Abraços e fiquem com Deus!


 


 

 

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

ESPERANÇAS VÃS

 O horizonte nebuloso esboçando ventos de ira e dores do passado, quais penas de aves agourentas e fétidas, trazendo à memória momentos de dor e miséria.

Esperanças fugidias, inalcançáveischeias de solidão e tormento. 

Caminhamos juntos por uma estrada de abrolhos, mas separados por escolhas erradas.

Vamos a passos largos, sem tropeçar, com alguns mortos pelo caminho, tateando nas paredes invisíveis da vida, a saída deste labirinto.




sábado, 4 de novembro de 2023

FANART DE ZÉ GATÃO POR ADALBERTO ELIAZAR

 

 

Zé Gatão se aposentou mas continua na mente daqueles fãs verdadeiros para os quais SIROCO foi concebido. Tanto assim que meu prezado Adalberto Eliasar fez a grande gentileza de me presentear com suas versões do felino casmurro.

 

É uma grande alegria para um autor ver sua criação pela pena de outros artistas, muitos já emprestaram seus talentos para me obsequiar, como pode ser visto em postagens de anos passados neste blog. Mais dois que entram para esta seleta lista.

Obrigado, caro Adalberto!

sábado, 28 de outubro de 2023

DIAS DE TRISTEZA 2

 Hoje, 28 de outubro, meu irmão Gil, se estivesse ainda lutando nesta arena de lágrimas, estaria completando 54 anos.

A SAUDADE é tanta que não consigo mensurar. Já usei essa metáfora mas não custa repetir: vejo a imagem de nossa pequena e complicada família como um modesto quebra-cabeças onde as peças mais importantes (aquelas centrais) se perderam, ficando um panorama incompleto, triste.

Difícil caminhar por esse mundão sem seu apoio, seu sorriso, suas palavras, sua sabedoria. Sem você e mamãe me sinto como um aleijado, sem sustentação, sem fôlego, sem horizonte. Hoje faço tudo no automático e quase nada me trás qualquer satisfação. Sigo, porém, caminhando descalço nesta estrada, onde no fim - espero - vocês dois estejam me aguardando.  

OBRIGADO, MEU DEUS, PELAS MEMÓRIAS!

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

DIAS DE TRISTEZA 1

  Se estivesse entre nós, Dona Francis, minha mãe, estaria completando hoje, 80 anos.

Desde fevereiro de 2021 a vida perdeu todas as cores. A ferida do meu coração (quase seca) dá lugar à uma feia cicatriz.

Não há muito o que dizer, senão que somada à essa tristeza, vivo ainda dias horrorosos onde não há onde recostar a cabeça. 

Mas deixo com vocês um versículo do livro de Jó.

 Fiquem todos com DEUS!

 Jó 19:25-27 ARC

Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

E ASSIM FOI O PODCCAST..

 

 Na minha vida existem tristezas e tristezas. Umas possuem um agente visível, concreto, seja na forma de uma pessoa, uma situação ou um bolso vazio. Outras são como sombras num quarto escuro, sinto o cheiro, o toque, consigo ouvir os sussurros, mas não sei detectar o porque de estarem me torturando.

Me sinto assombrado por fantasmas. Me pergunto: se sou Cristão, creio na Palavra e confio nas promessas de DEUS, por que vivencio isso? A resposta me vem na forma das imagens criadas pelo Mel Gibson no filme Paixão de Cristo, nele, Jesus via (só Ele) uma figura andrógina (satanás) segurando um bebê grotesco no colo. Uma brilhante simbologia que demonstrava que o Mestre ao longo de sua vida como homem sempre fora acossado por tentações mas ainda assim sem ceder a elas. O mesmo poderia acontecer a um indivíduo ínfimo como eu; no meu caso, pressionado por meus traumas e outras coisas mais. 

Esses dias tem sido assim, oprimido por essas consternações etéreas. Não tem sido fácil mas admito que são menos pesadas que as desolações concretas.

Houve um tempo, no ano de 2017 em diante, que alguns rigores da vida me trouxeram constantes tonturas e pressão na cabeça. Depois de uns anos, isso passou, agora parece que voltaram.

Não temo a morte, mas tremo só de pensar num AVC, algo que limite ainda mais a minha vida e eu não consiga limpar a própria bunda. 

Ontem à noite aconteceu a live onde eu deveria fazer a divulgação de ZÉ GATÃO - SIROCO. Devo lembrar que era pra ter sido feita no Canal Milhas e Milhas do Cássio Witt, mas demorou demais por causa das dificuldades que o editor da Atomic enfrenta e eu queria aproveitar para malhar o ferro enquanto ele estava quente, então entrei em contato com o simpático Edson Santos do canal Clube do Filme Podcast e marcamos o papo que ocorreu ontem. Aliás, uns anos antes ele me entrevistou na rádio onde ele trabalha.

Pela minha ótica, não fosse o entrevistado, tudo teria sido muito bom. A internet não decepcionou, o Edson é ótimo, os espectadores participaram com comentários e perguntas. Não teve um milhão de pessoas assistindo mas também não havia só duas ou três, no entanto eu não consigo me acostumar com a minha cara, voz e tudo mais. Tentei assistir o vídeo hoje pra conferir tudo e não consegui passar de 5 minutos. Mas pelo feedback as pessoas gostaram, elogiaram apesar do meu visível desconforto e não ter conseguido terminar alguns raciocínios. Me deixo dispersar com frequência.

No entanto, apesar deste que vos escreve, acho que foi um papo informal e ao mesmo tempo dinâmico, muitos pareciam não conhecer algumas histórias que já repeti ao longo de mais de 30 anos.

Caso quem não acompanhou queira conferir, aqui está o link. 

https://www.youtube.com/watch?v=e7rn8HqruOg&t=5452s

Tentei baixar o vídeo mas meu navegador está me dando dor de cabeça, não consigo acessar o YouTube, infelizmente.

E vocês que me acompanham sempre, a minha profunda gratidão!



domingo, 15 de outubro de 2023

DUDU SCHLOESSER NUM PODCAST

 


 Boa noite a todos!

Amanhã à noite (segunda-feira dia 16 às 20 horas), querendo DEUS, estarei numa live com o Edson Santos no canal CLUBEDOFILMEPODCAST no YouTube.

Certamente deverei voltar depois com alguns comentários sobre a conversa e postando o vídeo, mas quem puder aparecer ao vivo e participar com perguntas e comentários será legal. Falaremos sobre Zé Gatão - Siroco e, claro, os álbuns anteriores, bastidores da produção, meus projetos recentes e muito mais.

Aguardo vocês;

Beijos! 



quinta-feira, 12 de outubro de 2023

O ANGUSTIANTE STRESS

 Hoje amanheceu ensolarado, um dia bonito, feriado, no entanto considero que foi um tempo horrível. Nada aconteceu demais fora da minha rotina, no entanto, dentro de mim ardia a chama fria da tristeza, aquela vontade insana de largar tudo e sumir, mas não sumir pra um local desconhecido, e sim desaparecer mesmo, como acontece nesses filmes onde o protagonista ao final caminha para o horizonte e de repente ele se mistura com a paisagem e volatiza-se.

A razão para isso pode ser explicada por um diálogo que travei via mensagem com um amigo chamado Louis Melo, um jovem muito inteligente e brilhante artista.

Me perguntava ele: como está? e os trabalhos? os dias corridos? Respondi que a depressão batia forte mas que seguia resistindo, quanto aos serviços, havia bastante mas não tava dando conta de fazer, sem inspiração e motivação e seguia procrastinando e ele respondeu sabiamente: "Já parou pra pensar que, na sua idade, isso talvez não seja procrastinar, mas sim uma exigência maior da sua mente de exercitar um momento de ócio saudável?" E continuou: "Nenhum barco aguenta viver sua vida útil inteira em mar tempestuoso, a calmaria também é necessária para se ter equilíbrio e regulamento da consciência."

Não sei, talvez seja isso, a caravela da minha vida começa a fazer água. 

Hoje, depois de algumas situações desagradáveis, estressantes e humilhantes eu orei a Jesus, em pé na minha cozinha enquanto pegava água na geladeira, pedindo misericórdia, o perdão dos meus pecados e que me desse força extra para continuar prosseguindo pois eu sei que agora não falta muito para tudo acabar, mas no tempo que ainda resta eu tenha fôlego para as últimas braçadas. Sempre que faço isso Ele me manda um refrigério, inspirei profundamente e soltei o ar devagar. Continue, só mais um pouco, está perto agora.

Tenho que concluir os projetos que estou desenvolvendo (até que novos surjam) mas está árduo, custoso. E pode ser mesmo como o meu jovem amigo sugeriu, passei a vida enxugando gelo e agora a mente entra em curto e está em pane. 

Como todos os que me prestigiam aqui há longos anos sabem, o calor começa a ficar forte de verdade e neste exato momento estou na minha prancheta com o desagradável ardor da temperatura e os pernilongos atormentando minha pele e minhas orelhas. Penso que só há um amigo que saiba o motivo d´eu estar sem ventilador. Como dizem: é osso trabalhar nessas condições!

Tenho saudades dos tempos onde eu, cheio de energias passava horas noite adentro trabalhando nas páginas do Zé Gatão. Sou grato ao Felino por momentos em que havia esperanças de tempos amenos com resultados positivos pelo esforço genuíno. 

E falando nele, o amigo Adalberto Eliazar dividiu comigo suas lembranças sobre o personagem:

 "Lembro bem da primeira vez que vi o Zé Gatão. Foi bem antes do advento da internet. Na época meu pai trabalhava em Brasília e trouxe ferramentas envoltas em algumas folhas de jornais, quando fui desembalar tudo, lá estava aquela criatura em meio perfil, com um artigo que corria ao lado. Anotei o nome do autor e fui pesquisar. A princípio encontrava apenas referência a um fisiculturista com o mesmo nome do felino, mas nos anos que se seguiram, quando vim para Campinas, enfim encontrei um exemplar tão almejado de Crônica do Tempo Perdido."
 
Lendo essas palavras eu sinto que apesar de tudo, valeu a pena cometer todas aquelas páginas ao longo de mais de trinta anos.
 
É a resposta do Senhor Jesus.
 
Volto ao trabalho agora, enfrentando a saudade e temperatura alta.
 
Obrigado por virem aqui.
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

PINDAÍBA, ESSA VELHA CONHECIDA, COMO UMA VIZINHA RABUGENTA E DESAGRADÁVEL BATE À MINHA PORTA COM MAIOR FREQUÊNCIA NESSES ÚLTIMOS TEMPOS.

 Não tem sido segredo para ninguém que ando mal das finanças. Aconteceu a vida inteira com breves momentos de respiro, nunca sobrou grana, aquela que se guarda para uma eventualidade, não, sempre foi no limite, fosse eu morando com meus pais ou sozinho ou agora, casado. Mas tem vezes que a coisa fica cruel, cruel mesmo! Teve um tempo no Rio de Janeiro que a fome apertou, só não dormi na rua porque alguém me ofereceu um teto e ele foi muito caro, cobravam a minha alma.... e foi só o teto mesmo, comida e roupa, bah, parecia moeda jogada dentro de um penico fumegante de merda. Estaria eu sendo injusto? Não acho, foi como senti. Outros lugares por onde estive, Guarulhos, por exemplo, a vida era dura com todos mas eu era tratado com respeito e havia carinho nas palavras.

Nunca esqueço quando meu pai, certa vez, em Brasília, tirou licença do seu trabalho no ministério e foi para São Paulo tentar algo junto a uns antigos conhecidos seus para ganhar dinheiro e ficou sem dar notícias por muitos meses. O apartamento onde morávamos (numa boa quadra da Capital Federal) era descontado diretamente na folha de pagamento dele, por isso não ficamos sem casa, mas o resto, eu e minha mãe tivemos que nos virar. Havia um japonês que tinha uma quitanda de frutas na comercial da quadra, minha genitora era conhecida da mulher dele e os pomos e hortaliças que começavam a passar do ponto eram doadas a nós. Eu e ela sempre trazendo caixas de frutos e legumes perto do vencimento. Uma filha que o japa teve fora do casamento, uma bastarda magra, alta, que me detestava, sei lá porque, comentou certa vez: esse rapaz não trabalha, não? Meus irmãos eram pequenos, os mais velhos depois de mim, entravam na adolescência, eu procurava trampo desesperadamente. Havia um programa de tv local em que o apresentador fazia a caridade anunciando pretendentes à algum serviço, haviam pessoas com tarimba de caminhoneiro, motorista de trator, operadores de máquinas, empregadas domésticas e tals. Eu era o tal desenhista, parecia até piada, desenhista de quê? de projetos? Não, desenhos artísticos. Artísticos? Como assim? Bem, faço caricaturas e retratos, pinto paisagens em quadros, essas coisas. Ah, ok. Bem pessoal, tem aqui esse rapaz que desenha essas coisas, o telefone dele é tal. Claro que ninguém nunca ligou. Lembrem, era o ano de 1983.

Certa vez anunciaram umas vagas para trabalhar no Carrefour que ia abrir no Park Shopping. Fiquei horas e horas numa fila debaixo do sol para fazer um cadastro e, claro, nunca fui chamado.

Minha mãe sempre foi lutadora, ela começou a tomar conta de umas crianças de umas madames metidas. Nossa casa quase virou uma creche. Choro de criança malcriada querendo a mãe. Era horrível!      

Depois ela alugou o quarto de empregada para um cara da igreja Mórmon que estava em BsB fazendo um curso, depois que ele saiu, recomendou a um amigo e o novo inquilino era um cara chato pra caralho.

E assim vivemos aquela fase até que meu pai voltou e tudo continuou na mesma, só mudou a tensão violenta que ele sempre causava. Claro que no ano seguinte eu tive um emprego, mas essa atividade foi tão marcante (no sentido negativo) que deixo para uma postagem própria, se eu tiver ânimo para o relato.

Quando voltamos para São Paulo no início dos anos 90 os dois primeiros meses foram de amargar.

Entre baixos e fundo do poço, venho vivendo, e o instante atual é quase desesperador. Meus cartões foram cancelados. A todo instante recebo emails dessas empresas oferendo acordos. Queria poder dizer a eles, calma! Eu vou pagar, sempre pago o que devo (embora não seja um Lanister), só tenham um pouco mais de paciência.

Ontem trabalhei com um pincel rombudo, a ponta dele se desgastou. Meu tubo de nanquim só tem umas poucas gotas que tento economizar. Minhas canetas unipin estão quase secas, as mais grossas, pelo menos e as folhas de sulfite para esboços e rascunhos chegaram ao final. Deus mandou trabalho, fiz umas artes e consegui pagar as contas de água, luz e internet. Não tem faltado o básico para alimentação mas parei com uma medicação que eu deveria tomar para ter mais conforto à noite. Tudo bem, sou guerreiro, vou aguentar até que a situação melhore.

Apesar de tudo isso, pressão psicológica, saudade onipresente, estou confiante. Os ventos vão mudar. Eu medito no Salmo 121.

JESUS VIVE!!!! Aleluia!

Ilustra para um didático. 


quinta-feira, 28 de setembro de 2023

O PODER DA VERGONHA

 PHOBOS e DEIMOS soa em minha vida mais atual que nunca, é um dos meus quadrinhos mais interessantes, embora eu seja suspeito para falar. São histórias de pessoas desesperadas, abandonadas, vivendo situações esdrúxulas em ambientes de caos, solidão, tristeza, nunca redimidas, que vão desde uma ex-atriz pornô a um lobisomem com conflitos edipianos. Pena que só foram impressas umas poucas cópias, acho estranho que um tomo de 296 páginas em que - como sempre - coloquei muito da minha alma nele tenha chegado à umas 50 pessoas. Não vejo possibilidade de republicação com uma tiragem maior, talvez num futuro distante quando eu não mais caminhar sobre a terra, mas aí, pra mim, não fará diferença alguma.

Mas, sabem, o teor extremamente amargo e intimista de Phobos não atrai mesmo o público. Existem leitores variados de HQs, tem os que leem de tudo (como eu), existem os que leem só super heróis, outros, apenas mangás, há aqueles que procuram somente os eróticos, ou faroeste, ou terror, ou histórico. Tem os que curtem material escapista e outros ainda que idolatram os "intelectuais" chatos como Alan Moore e Neil Gaiman. Não sei apontar qual desses se interessaria pelo meu produto, mas pelo número de vendas dos meus quadrinhos eu diria que são poucos, muito poucos.

 Mais uma vez e novamente me vejo numa situação financeira periclitante e isso tem durado uns meses, já. Nunca foi fácil, mas há momentos em que a água chega perto do nariz; fosse apenas eu, não me importaria, quando morei no Rio de Janeiro eu protagonizei as mais diversas situações vexatórias e tive momentos de fome literal sem me importar com o fato. Mas existem pessoas que dependem de mim, então, desistir não é uma opção.

Tentei colocar artes à venda em redes sociais, não obtive retorno absolutamente nenhum. No passado, em situações semelhantes, um ou dois admiradores compravam alguma arte e isso dava pra pagar uma água ou luz. A situação desse país é ridiculamente torpe, uma tragédia anunciada onde alguns "espertos" pagaram pra ver, fizeram acordo com o diabo, agora inocentes e pecadores pagam o pato, e que pato!

Digo isso porque entendo que nos tempos que testemunhamos quase ninguém tem grana pra comprar desenho ou gibi (e eles andam caros, subiu papel e tinta!).

Diante de tal situação me vi obrigado a pedir dinheiro emprestado a uns conhecidos para evitar o corte de alguns serviços e, amados e amadas, que vergonha isso me dá! Fico com um oco no estômago e as mãos suam diante da negativa, eu fico desejando que um buraco apareça para que eu possa ser engolido por ele e nunca mais aparecer.

Frequentemente maldigo a minha incompetência, incapacidade de fazer dinheiro. Sim, arte e ilustração dão grana. Até arte merda dá grana. Mas eu não conheço o tal caminho das pedras. Encontrarei um dia? Por falta de opção eu sigo tentando.

Fiquem todos com DEUS!

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

UNBOXING DE SIROCO NO CANAL MILHAS E MILHAS.

 Continuando a divulgação de um álbum que terá menos de 50 leitores.

Há quem seja otimista de pensar que SIROCO terá uma procura tal que incentivará a Atomic a fazer uma tiragem maior (Deus abençoe eles). Houve um tempo em que eu sonharia e torceria por isto. Hoje, pelos motivos exaustivamente explicitados aqui, não me importa mais. Claro, seria bom se de hoje para amanhã, todos os conceitos que criei para este universo antropomorfo fossem devidamente compreendidos e meus antigos álbuns fossem reeditados e vendessem pra caramba; me ajudaria demais no atual momento de severa crise financeira. Mas sabemos como a roda gira no atual cenário nacional e, horror, mundial. A fama pela fama e sucesso que se resume a tapinha nas costas se tornou uma droga ineficaz. Isto fez secar meu entusiasmo e minhas ideias. 

Mas, sim, fico contente com comentários elogiosos em redes sociais, não sou imune a afago no ego. Por isso, um cara bacana como o Cássio Witt abrir o pacote com meu livro e os brindes ao vivo me lisonjeia. Esse será o máximo de galardão que terei, pelo menos por enquanto. Tô de boa com isso.

Sabem, seria legal voltar no tempo, ou melhor, acordar e me dar conta de que a ausência da minha mãe e do meu irmão não passou de um sonho funesto. Eu imediatamente faria uma nova aventura com o Felino tristonho. Mas a dura realidade é que tenho que conviver com esse negro pesadelo. Eles se foram - e Zé Gatão com eles - e eu sou obrigado a continuar a caminhar por esse vale de lágrimas, por quanto tempo ainda, só o Todo Poderoso sabe.

Bem, pra quem chega agora, ou quem me conhece mas está por fora do que seja meu novo rebento, esse vídeo revela um pouco.

Enjoy, fellas!


     

sábado, 26 de agosto de 2023

ZÉ GATÃO, OS ÚLTIMOS PASSOS DE UM PERSONAGEM INCOMPREENDIDO

 PINTURA DE GUERRA devidamente impressa já chegou à ATOMIC EDITORA, junto com os cards e posters que acompanham um determinado combo da campanha no Catarse.

Os pacotes com o carro chefe, SIROCO, já começam a ser enviados esta semana.

Alvíssaras! Já posso comprar as bebidas e os charutos para comemorar mais um ciclo de vida vencido que deixou profundas cicatrizes.

A vida segue.

 

 


quinta-feira, 24 de agosto de 2023

ALMA QUEBRADA

 

 Quero perdoar a mim mesmo, esquecer o passado, mas o ontem sempre volta para pisar meu coração e escarrar em meu rosto, não deixando nenhum futuro onde eu possa projetar meus sonhos. É tarde demais para os sonhos, é tarde demais para qualquer projeto de felicidade nesta vida.

Há um medo que toma conta do meu peito e me flagela noite e dia, sem descanso. Eu acordo, faço minha higiene, minhas refeições, sento para trabalhar e trazer o sustento para casa e lá está ele me torturando, o medo, sempre o medo....

Tenho sentido uma solidão avassaladora, palpável, como um manto negro e frio que me cobre da cabeça aos pés, e nada, nem amigos ou família conseguem me livrar dela. Eu peço socorro a Deus mas a solidão continua presente, como um espectro vindo das profundezas.

DEUS pode me livrar disso, do medo e da solidão, basta ELE perdoar os meus pecados (dos quais eu sinceramente me arrependo) e tornar as minhas vestes alvas como a neve para eu mergulhar no sono do esquecimento e acordar para aquele grande banquete que ELE preparou para todos os que creem no Verbo da Vida. Lá verei minha mãe e irmão.

Fora isso, nada há o que ser feito neste plano de existência. 

 

domingo, 20 de agosto de 2023

AINDA NÃO FOI POSSÍVEL VIRAR A PÁGINA

 

 Desde a última postagem informando que Zé Gatão - Siroco chegara da gráfica, minha intenção era voltar logo em seguida para avisar do envio aos apoiadores, mas para isso teria que esperar a chegada da PINTURA DE GUERRA - revista com duas HQs coloridas do felino, mais o conto Seca Cruel, escrita pelo Luca Fiuza e ilustrado por mim - um item destinado a uns poucos que apoiaram um combo específico. A tal revista demorou para chegar e quando se deu, veio com um erro grosseiro da gráfica, ou seja, mais demora. Achei que a coisa se resolveria essa semana mas qual o quê, corrigida, as revistas foram enviadas por SEDEX à Atomic, mas sabemos como funciona o Correio hoje em dia, né? Esta empresa, que no passado foi uma das melhores do mundo hoje não passa de uma gigantesca bosta. Mas, tendo novidades, eu volto para comentar.

Foto tirada pelo editor da Atomic. Material a ser enviado aos apoiadores. Livro, revista e posters. A Pintura de Guerra mostrada aí é a que veio errada da gráfica.  

 

Bastante descoroçoado esta semana, comentei com uns chegados que sinto cheiro de cova funda para os autores de quadrinhos no Brasil, onde, claro, me incluo. Ouvi diversas réplicas, a maioria, felizmente, um tanto otimistas, que existem alternativas, que tenho talento diferenciado, que não se deve desistir e tal.

Tais palavras dão um alento, é como os últimos passos de uma maratona onde os gritos de incentivo ajudam o atleta a romper a linha de chegada.

Não obstante eu tenho motivos para pensar que a coisa vai mal. Não é novidade para vocês o que penso sobre mercado de quadrinhos autorais no Brasil, mas quando se tem a dificuldade financeira esmurrando a porta como um lobo ensandecido, boletos atrasados, emails a torto e a direito oferecendo acordos e não se vê luz no fim do túnel, sendo pressionado em casa, dá pra ficar um pouco desesperado, concordam? Tudo isso, além dos três projetos que toco (o que recebo por eles não estão sendo suficientes pois são valores defasados) me obrigaram a sair à caça de outros e quando dou a sorte do editor se dizer muito honrado em trabalhar comigo a cifra oferecida por ele não vale nem o rascunho de um boneco de palito. Falo sério! Um outro é aquele velho esquema do "vamos elaborar um projeto legal e depois  de pronto vamos procurar onde publicar ou vamos tentar a sorte num financiamento coletivo". Isso não dá pra mim. Tenho urgência, não precisam me pagar uma fortuna, mas preciso que paguem na pronta entrega por uma arte que tem meu selo de qualidade, mas só o que ouço são elogios. 

Seria muito bom se eu conseguisse vender algumas artes originais, mas não tenho um NOME forte para tanto, como acontece com umas feras dos comics de super-heróis. Ou seja, tenho trabalhado como um louco mas só vou receber por eles em setembro e eu preciso de dindim agora! 

Aos que creem, peço que orem por mim (sim, mais uma vez), a Bíblia  diz que "a oração de um justo pode muito em seus efeitos" e eu estou muito longe de ser justo. Não quero grana de brinde, só quero receber o que é justo pelo meu trabalho.

Obrigado, boa noite a todos e até a chegada da Pintura de Guerra!

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 31 de julho de 2023

ZÉ GATÃO - SIROCO JÁ É UMA REALIDADE

 

 

Esse blog existe há 13 anos. Comecei em 2010 e a ideia antes rejeitada por mim ganhou força quando eu estava na redação da Editora Construir, lá um dos gerentes fez um esboço no computador dele para mostrar que não era um bicho de 7 cabeças. Ter um espaço a mais para expor meu trabalho, de um momento para outro me pareceu sedutor. E com o tempo, não só os desenhos mas também meus pensamentos. Ele acabou se tornando uma espécie de diário onde eu me sentia mais e mais a vontade para me expor com meus frequentes desabafos. Ainda me lembro do meu texto de estreia, foi fraquinho e tímido; já pensei em refazê-lo, mas deixo assim, seguindo a ordem natural de todas as coisas. Isso aqui já foi bem mais frequentado, tive acessos bem grandes, postagens com muitos comentários, hoje boa parte dos que me acompanhavam não me visitam mais (se continuam a fazê-lo se escondem atrás do véu do anonimato, o que não faz o menor sentido), as visualizações são pífias, só uns poucos chegados comentam meus escritos e na maior parte do tempo eu me sinto desmotivado a continuar. Pensei (penso ainda, pra ser sincero) num texto de despedida e fechar as portas. Mas  sei lá, o que tenho a perder? Não há obrigação de vir aqui sempre e quando a necessidade de falar para uma plateia ignota se fizer premente posso abrir o computador e falar/digitar; sempre tem  algum rabisco a ser compartilhado e um alguém para fazer eco, ainda que eu não ouça a resposta. Então sigamos apesar do pó que se acumula.

Hoje tive que resolver um negócio chato na rua, passando pelo Shopping Guararapes entrei na Livraria Imperatriz - tenho esse hábito, não posso ver um local de venda de livros que sinto impulso de entrar, olhar as capas dos tomos, ler as orelhas, assim como casas que vendem material de arte, é como um fetiche - me alegra saber que algumas resistem onde tantas feneceram, como a Saraiva, a FNAC e Cultura. Fui até o setor de quadrinhos, como sempre, e é interessante o que é exposto ali. Muitos mangás e títulos das editoras mainstream, tinham até alguns de editoras menores, muitas desconhecidas do grande público; as HQs resistem apesar de muitos acharem que elas vão morrer na versão impressa, houve mudanças sensíveis nestes últimos 30 anos, elas gourmetizaram, migraram das bancas para as livrarias a preços que valem um rim, mas continuam a encantar novos e velhos, ainda que esse número se reduza dia a dia, mas sempre vão se reinventar. Nada vai extinguir o desejo de contar/escrever/desenhar histórias e aqueles  que gostem de ouvi-las/lê-las.

ZÉ GATÃO - SIROCO saiu da gráfica, existe, ainda que para apenas 40 pessoas. Quando comecei a trabalhar neste universo antropomorfo eu tinha muitos planos e concepções, pensava num álbum por ano ou um a cada dois anos. O tempo foi passando e eu fui deletando essas  abstrações, as decepções foram se acumulando e gerando enfado. Cheguei num ponto que não aguento mais criar algo só pelo prazer de criar. Siroco é o ápice desse cansaço. Foi finalizado no final de 2020, tempos onde minha mãe e irmão ainda estavam comigo. O álbum finalmente contempla a luz e eu dou minha missão como autor de quadrinhos - adultos, podemos dizer - encerrada. Não que não tenha amor por minha criação, mas deu o que tinha que dar. Se me pagarem, volto a conceber novas sagas, mas não com o Felino. Ele faz parte do tempo onde meu mundo tinha cores, hoje isso não existe mais.

Sim, ainda tenho vários enredos curtos do Gato guardados nos envelopes, há planos de soltar esse material em revistas de antologias (se elas tiverem fôlego neste mundo cada dia mais estranho). Veremos.

Se alguém que apoiou o Siroco estiver lendo isso, minha sincera gratidão! 

Devo voltar a esse assunto, divulgar é preciso. Beijos a todos!



 

 

 

 

 

 

 

domingo, 16 de julho de 2023

O CAPOEIRISTA NANICO

 Boa noite, como vão vocês?

Eu nem sei dizer exatamente como eu estou. Pela fé eu digo que estou bem (PELA FÉ, ENTENDAM, a prova de que receberei as coisas que anseio) mas ainda continuo navegando no mar revolto, embora o barco no momento NÃO esteja fazendo água. Minha vida financeira está numa crise que nem queiram saber. Pra vocês terem uma ideia, me encomendaram dois trabalhos, uma capa de livro e várias ilustrações de um mesmo tema e não muito tempo depois os clientes cancelaram dando uma desculpa qualquer, eu desconfio que perdi esses trabalhos (que me ajudariam muito, muito mesmo!) para a IA. Bem, ainda pela fé, aguardo novos trampos melhor remunerados para vencer esta situação penosa. 

Dito isso, as notícias são as mesmas, continuo trabalhando na HQ Rastreadores de Algures (já na segunda parte), em paralelo faço o último volume de Os Mitos Gregos e nos intervalos ainda realizo aquele quadrinho que tem a ver com um filme de terror em produção (temo que nessa toada, o filme seja lançado e eu ainda esteja labutando em cima da HQ, pois por mais que eu me esforce, não consigo ser mais rápido). 

Na real, nem era para eu estar postando hoje, queria vir aqui só quando tivesse novidades sobre ZÉ GATÃO - SIROCO, mas fora a informação de que estaria sendo impresso ainda neste mês, não soube de mais nada. Como não quero deixar este blog pegando poeira, vamos à umas reminiscências do passado; na verdade não é nada demais, só um fato pitoresco que me lembrei dia desses. 

Era o início dos anos 80 e eu morava nesta época no Rio de Janeiro (já disse e insisto, foi um período ruim na minha vida). Vez por outra, nesse tempo, eu viajava para São Paulo para visitar uns conhecidos da minha avó materna. Para preservar o protagonista deste relato, não revelarei o nome dele, nem a cidade onde o conheci. O caso é que nessas andanças por aquele município paulistano eu travei amizade com um rapaz negro a quem chamaremos VENTANIA, era de baixa estatura e jogava capoeira muito bem, na verdade toda a família dele, tinha três ou quatro irmãos, se me lembro direito, mas ele era o mais talentoso na luta (ou seria dança? ou esporte? até hoje não ficou claro para mim).

Ele tinha uma mulher mais alta que ele e um filho. Eu achava fabuloso vê-lo na roda como se fosse um grilo saltitante. 

Eu devia ter um bom físico porque depois que o cara me conheceu ele resolveu aumentar a massa muscular, vivia fazendo flexões e construiu pesos de cimento para ficar mais forte e dizia que queria ser igual a mim (eu achava meu corpo uma merda), da minha parte eu sabia que nunca teria habilidade para ser capoeirista.

Andávamos por aquelas estradas de chão a noite conversando sobre a vida, íamos àqueles parquinhos itinerantes para rodar naqueles brinquedos e ver Monga, a Mulher Gorila (até hoje estou devendo um post sobre a primeira vez que vi uma mulher se transformar num macaco). Era um cara legal e demonstrou ser um bom amigo, me alertando pra não confiar numa menina que eu estava namorando naqueles dias, pois ela brincava com os sentimentos dos outros. Não dei ouvidos a ele e me lasquei, mas isso é uma outra história.

Certa vez, e isso me lembro bem, pois era uma tarde em que eu rumava para a rodoviária de São Paulo para voltar ao Rio, eu descia a avenida para pegar o coletivo que me deixaria na cidade e encontrei Ventania totalmente alterado, havia alguma coisa errada com as roupas que ele estava vestindo. 

Tá vindo de onde, meu? Com um ar bem aborrecido ele me respondeu que tinha ido ao Centrão de Sampa, mais especificamente na Praça da Luz, para pegar uma putas. Uma em particular, a que ele achou mais gostosa - segundo ele - o levou para um hotel, transaram gostoso e entrou com ele no chuveiro, ela saiu e ele ainda ficou no banheiro para dar uma mijada, foi coisa de menos de três minutos, mas tempo suficiente para a vadia sumir levando a carteira dele e as roupas, deixando as dela no lugar. 

Rapidamente vestiu a calça dela, que era muito maior que ele, e saiu furioso à cata da mulher. Por sorte ele tinha pagado o quarto de hotel antecipadamente. Claro que ele não localizou a puta e uma alma caridosa pagou a passagem de ônibus para ele poder voltar para casa.

Como vai explicar para sua mulher essa blusa estranha e essa calça vagabunda que tem duas vezes o seu tamanho? perguntei. "Ah, sei lá, Edu, só sei que aquela preta filha da puta me levou um casaco de couro que eu paguei caro por ele e minha calça Levis original, quando eu encontrar ela de novo eu vou matar ela. PRETA FILHA DA PUTA!!!! 

E foi isso.

Vocês sabem, sempre gosto de deixar uma arte para acompanhar as palavras, mas não tenho criado desenhos novos para me divertir, vou ter que me valer de uma das ilustrações antigas que fiz para os didáticos.

É isso, meus queridos, pela maravilhosa graça de Jesus Cristo ainda estou aqui, não dá para saber por quanto tempo, mas é um prazer escrever pra vocês. Obrigado pelas visitas e por lerem minhas histórias.

Se cuidem!
 

 

 

 

terça-feira, 4 de julho de 2023

ZÉ GATÃO-SIROCO CADA DIA MAIS PERTO.

 Boa tarde, amadas e amados!

Meu último projeto em quadrinhos laboriosamente criado no período em que minha vida tinha cores está entrando na gráfica e breve, muito breve, estará disponível no site da Editora Atomic numa tiragem limitadíssima, e quando falo limitadíssima, falo sério (menos  de 20 unidades). 

Num total de 50, os apoiadores da campanha serão privilegiados, os poucos volumes restantes estarão à venda e depois disso, não creio que será reimpresso (só se um mercado propício para os quadrinhos autorais no Brasil finalmente se abrir, o que não creio de forma alguma).

Como de costume, devo demorar mais um pouco para tê-lo em mãos. Depois disso, dou como cumprida a minha missão de ser um autor de HQs. Doravante, como ocorre agora, só se me pagarem.

Voltaremos a este assunto.

Té mais!



sexta-feira, 16 de junho de 2023

O AMARGO ANO DE 1977

 Aconteceu mais ou menos assim, sem precisar o mês e o dia, no ano de 1977, devia ser umas cinco da manhã, a alvorada ainda não tinha chegado. Meu pai me acordou aos cutucões. "Levante, vamos sair"; Assim mesmo, sem explicações, nem justificativas, como foi toda a vida dele, estava acostumado a ser obedecido, se eu ousasse sequer perguntar aonde íamos arriscava tomar um bofetão. Após um café da manhã bem frugal, saímos. Morávamos em Brasília, na SQS 202, caminhamos em direção à rodoviária vendo o dia raiar. Isso talvez explique minha total e irrestrita ojeriza em acordar cedo. Caminhamos em silêncio na manhã fria. O desprezo que ele nutria por mim era bem evidente mas nunca pude discernir naqueles dias, o medo que eu sentia dele era tão gigantesco que nublava tudo ao meu redor. Pegamos um ônibus lotadíssimo em direção à Asa Norte indo pela W3. Descemos na 711. Andamos em direção às casas que ficavam naquelas quadras e nos detivemos em frente a uma banca de jornal de formato quadrado, cor vermelha. Ele tirou as chaves dos bolsos e abriu o imenso cadeado. "Arrendei esse local de um amigo, vamos fazer dinheiro, você vai trabalhar aqui." 

As bancas de jornais de Brasília naqueles anos não eram como em São Paulo, por exemplo, não tinham design arrojado, eram de formato cubo, entrava-se por trás e abria-se - como posso dizer? - uma espécie de enorme janela na frente e a parte de baixo dessa "janela" servia de balcão onde eram colocados os jornais, revistas e tudo o mais. Claro, as paredes interiores também eram forradas com os mais diversos títulos. 

Meu pai me mostrou um caderno onde eu deveria anotar cada item vendido. Perguntou se eu sabia fazer conta rápido e eu, como de costume, gaguejei: "s-sim, acho que sim." "Acha?" "é..e-eu, sei, sim". Ele me testou, me deu uma nota qualquer e pegou uma revista de tal valor. Com as mãos trêmulas eu devolvi o troco não muito certo se estava correto, eu estava nervoso demais, o medo que eu sentia era absurdo. Vendo que eu dava conta do recado, deixou várias moedas para troco dentro de um copo plástico e foi para o ministério dizendo que voltaria na hora do almoço para que eu fosse comer e depois me encaminhar para a escola, que ficava na 304 Norte.

A banca ficava de frente para a quadra e de costas para a avenida W3, o que era um enorme erro estratégico e estivera fechado muito tempo, as revistas existentes ali eram de muitos meses atrás, não havia muito o que fazer, organizei tudo como podia e fiquei lá, perplexo, tirado da cama sem conversa e colocado ali para executar uma tarefa, em teoria simples. Mas para vender o quê? A mercadoria defasada. Para quem? Os possíveis clientes não deveriam sequer saber da reabertura. Àquela hora da manhã não passava por ali viva alma. Só me restava uma coisa a fazer: ler, algo que adorava. Comecei com os quadrinhos, os poucos que tinham, gibis da bloch, O Planeta dos Macacos, O homem de Seis Milhões de Dólares (cito esses por estarem bem frescos em minha mente), depois parti para as revistas, Manchete, Ele Ela, Lui (foi ali que vi uma ilustração do mestre Vargas pela primeira vez), fotonovelas Jacques Douglas, Lucky Martin e Sétimo Céu. Eu lia de tudo.

Meu pai voltou na hora do almoço, me deu dinheiro para comer um lanche num bar ali perto e como já tinha trazido minha mochila com cadernos e livros, fui caminhando a pé até a escola, sempre me perguntando - também ao cosmos (eu ainda não conhecia a Jesus) - o que eu estava fazendo naquele mundo, uma vez que tudo para mim era estanho e eu me sentia um completo solitário. 

Voltei no final da tarde. Meu genitor me falou que já estava em negociações com as distribuidoras para pagar as dívidas da banca e recomeçar a ter as novidades, assim como os dois jornais da cidade, o Correio Brasiliense e o Jornal de Brasília. Com o passar do tempo teríamos nos fins de semana o Estado de São Paulo, Jornal do Brasil e o Globo. Assim os clientes começaram a reaparecer e o trabalho que parecia fácil começou a ficar complicado, lidar com o público requer um tato especial, uma paciência não natural para aturar pessoas que se julgam superiores, malucos, zombadores, enrolões, os que desperdiçam tempo com conversa fiada e até pedófilos, creiam, fui cantado umas duas vezes por uns velhos nojentos, eu tinha 14 anos!

A rotina era essa, acordar bem cedo (para quê? o movimento naquele fim de asa norte só começava por volta das dez da manhã), tomar o ônibus lotado, abrir o estabelecimento, montar os cadernos dos jornais, espanar a poeira das revistas, ler tudo o que fosse possível (principalmente heróis Marvel da bloch e Tex) pra não sufocar de tédio, morrer de medo da chegada do meu pai, comer no bar, pegar a mochila e ir para escola, um local que muito me soava como uma prisão e eu não sabia o que aprendia ali. Ao final, retornar à banca umas 16 hs, fechar as 18:30 e pegar o ônibus de volta para casa.

Nem sempre meu pai podia ficar no local durante a tarde, na maioria da vezes minha mãe vinha me render, e eu sempre me alegrei muito ao vê-la, estar com ela, por mais fugaz que fosse, era um deleite. Pensando hoje, eu nunca pude tê-la por completo, ela sempre pareceu um passo à frente do meu toque. Minha vó ficava com Agildo, André e Rodrigo, que tinha um ano apenas. E assim foi aquele ano.

Ao sentar aqui eu planejei contar uns casos pitorescos daquele lugar, daqueles tempos. Narrar sobre a máfia local, a pressão dos outros proprietários das bancas das quadras próximas que faziam terrorismo, como colocar Durepox nos nossos cadeados durante a noite, velas de macumba ao redor da banca.  Falar sobre como era duro para mim vir com caixas muito pesadas da distribuidoras em ônibus lotados na hora do rush, dos esporros homéricos que eu recebia do meu pai na frente de estranhos quando eu demorava para chegar, por conta de um coletivo que parava no trânsito ou quando eu esquecia, por sempre ser muito distraído, de anotar alguma venda no caderno.                                                                     

Mas para dar detalhes eu teria que ficar aqui mais tempo e os anos chegaram cobrando a fatura, sofro de dor nas costas, nas pernas, vivo à base de analgésicos, muitas horas na prancheta deixam meus pés inchados.

Mas posso dizer que quase não lembro com quem estudei aquele ano, ninguém marcou,  mas ficou na memória uma morena linda que sentava nas carteiras à frente, falei com alguém sobre ela e foram contar, ao que ela disse: com aquele baixinho eu jamais namoraria.

Recordo das músicas que eu ouvia naqueles tempos: Tonight´s the Night, do Rod Stewart, Dancing Queen, do ABBA, Hotel Califórnia do Eagles entre outras. Lembro de ter lido "Olhai Os Lírios Do Campo, do Érico Veríssimo e alguns contos do Machadão. Na TV eu assistia Kojak, Baretta e filmes de terror tarde da noite com Christopher Lee e Peter Cushing. No cinema rolava Contatos Imediatos do Terceiro Grau (filme chato), Uma Ponte Longe Demais, Equus (incômodo), Os Duelistas (filmaço), O Homem Que Amava As Mulheres, A Garota Do Adeus, 007, O  Espião Que Me Amava e aquela merda de Os Embalos De Sábado À Noite.

Por essa época eu estava cada vez mais encantado com a Kripta da RGE e isso meio que moldou o que eu faria nas HQs uns 15 anos à frente.

Mas tenho que destacar O Voo do Dragão com Bruce Lee, filme que devo ter visto no cinema, só naquele ano, umas vinte vezes (número que chuto aqui, deve ter sido bem mais que isso) e por consequência O Mestre do Kung Fu, com argumento do Don MacGregor e arte de Paul Gulacy no ano seguinte, isso tudo embalado ao som dos Stones com Fool To Cry, muito Beatles e a banda disco Santa Esmeralda que eu ouvia de madrugada com o radinho debaixo do meu travesseiro.  

São as lembranças que eu tenho daquele ano. 

Queria ilustrar esse post com algumas fotos tiradas da banca em 77, mas devem estar (se não foram perdidas) em álbuns antigos da minha saudosa mãe.

Não posso encerrar sem dizer que nunca recebi dinheiro algum nos meses que lá trabalhei. Como aquilo terminou? Fica para, quem sabe, um futuro texto, já sinto comichões em meus pés (que mais parecem balões).  

Pra essas lembranças não ficarem sem uma arte, posto aqui mais uma imagem que fiz para um didático que dizem, será publicado em algum tempo.

 


Obrigado por me suportarem mais um pouco.  

 

 

 

 

 

     










segunda-feira, 22 de maio de 2023

OS PEDREGULHOS DENTRO DOS SAPATOS

  A ARTE DE HOJE FOI FEITA PARA UM LIVRO DIDÁTICO. FAZ TEMPO, POR ISSO NÃO LEMBRO A QUE ELA SE REFERE.

AQUI, NO MEU INTERIOR, NADA NOVO, APÓS UNS BREVES DIAS DE SOL OPACO, VOLTA O GELO (APESAR DO CALOR), TODA ANGÚSTIA, MÁ EXPECTATIVA E FORTE SENSAÇÃO DE SOLIDÃO.

quarta-feira, 3 de maio de 2023

MEU RETORNO AO "FAMOUS MONSTERS" COM O WEREWOLF

 Olha, se tem uma coisa que não suporto é trabalho inacabado, para mim é uma espécie de TOC. Não sei mais o que procurava dia desses aqui entre os inúmeros envelopes com desenhos, esboços e páginas de quadrinhos que ninguém viu (e talvez nunca veja) e encontrei uma antiga HQ que criei há uns bons anos chamada CHUVAS DE INVERNO, uma história sórdida que era pra ter sido parte de PHOBOS E DEIMOS, mas por algum motivo que não recordo agora, eu fui obrigado a interromper. São 16 páginas no lápis, escrevi até os letreiros nos balões com nanquim, acho que mais umas 6 folhas e concluo. O problema está em eu acertar o passo com uma narrativa que eu nem lembrava mais que existia, pegar aquele fio de meada, entrar no espírito da coisa e dar prosseguimento. Depois vem a tarefa de finalizar...poxa, fico exaurido só de pensar, não tenho mais o pique de outrora. Mas quero fazer, VOU FAZER (se eu conseguir viver mais um tempo, claro)! Afinal, não suporto trabalho inconcluso. Onde publicar? Talvez lugar nenhum; motivos? Não há mercado de HQ autoral no Brasil, pode ser, quem sabe, pra gente puxa-saco e mais talentosa que eu. Outro porém foi como eu disse, é um tema repulsivo que hoje poderia chancelar de vez a fama de imoral e transgressor que me impingiram no começo da minha estrada como quadrinista maldito. Vamos ver.

Lógico que o principal empecilho nessa luta toda é o tempo, não se esqueçam que trabalho alternadamente em três projetos de quadrinhos que me pagam para criar.

Falando nesse negócio de trampo inacabado, alguns ficarão assim mesmo, afinal fazem parte de um tempo onde meu traço era um cocô e nem vale apena voltar aos temas, que também são insossos (coisas de jovem bobalhão), esses merecem a fogueira.

 Bem, tudo isso para festejar meu retorno aos Famous Monsters, dessa vez o homenageado é ninguém menos que o Lobisomem da Universal, versão de 1941 com Lon Chaney Jr. no papel de Larry Talbot. Esse foi um filme que me impressionou muito, não exatamente medo, mas ficou em mim aquele espectro de tragédia, a sensação de que as coisas sempre vão dar erradas por mais que você tente fazer o certo, neste ponto o filme acertou. Na verdade nem sei se isso tudo foi uma impressão causada apenas na época dada a minha pouca idade ou se isso se manteria hoje, posto que nunca reassisti. Os filmes subsequentes com licantropos, principalmente na década 80, como "Um Lobisomem Americano em Londres" e "Grito de Horror" só vieram reforçar minha fascinação pelo tema. Ah, "A Hora do Lobisomem" do Stephen King merece uma menção honrosa (Gary Busey era um malucão que sempre gostei).

Claro que minha arte é a uma visão (sempre) febril do clássico de 1941. 

Esse, se não estou enganado, é o nono Famous Monster. Resta agora a Múmia, O Monstro da Lagoa Negra e fechamos com Elvira. 

É difícil, mas espero conseguir terminar essa série.

Torçam para que eu consiga, amados e amadas.

 

domingo, 23 de abril de 2023

MINI BILHETE PARA O GIL.

 

 

 No último dia 20 de abril completou dois anos que um vendaval - iniciado em fevereiro de 2021 - roubou o que restava da minha alegria de viver. Ele levou você embora e com sua partida findaram junto todas as cores do meu mundo. Eu penso em nossa família assim, como um pequeno quebra cabeças, não esses de centenas de peças, de imagem grandiosa, mas uma cena modesta, porém bucólica. Esse quebra cabeça hoje está incompleto, faltam duas peças centrais, não aquela dos cantos, mas do meio, para onde os olhos convergem, peças que não são possíveis mascarar, muito menos substituir. Falta nossa mãe, FALTA VOCÊ. Nosso pai, importante, sim, é lógico, não era o eixo (embora provedor) mas você e Francis eram os pilares que sustentavam a mim, André e Rodrigo, vocês eram os elos que nos mantinham unidos. Quando Francis partiu eu fiquei sem teto, quando você se despediu eu fiquei sem chão. 

O furacão que te levou ainda me mantêm suspenso, flutuando nos turbilhões do medo. Mas não é um medo irracional e sim uma sensação de perda e solidão que sempre me assalta como uma entidade que se manifesta nos momentos em que relembro que só com nós cinco juntos é que eu experimentei alguma alegria. Por mais que eu tente compreender porque você se foi, menos consigo aceitar, embora externamente eu deixe transparecer que a vida segue. Não, não há vida, há apenas o existir, o respirar, o necessitar de combustível para esse corpo continuar funcionando. 

Eu continuo navegando à deriva, em águas salobras, movido por uma brisa tóxica. Continuo trabalhando muito e recebendo pouco, talvez isso seja merecido, não me julgo tão bom quanto as pessoas generosas pensam que eu sou. Nosso DEUS conhece a minhas falhas. Sinto o amargor das frutas que colho, cuja as sementes plantadas eu pensei que fossem saborosas e não tenho você aqui para me apoiar, para me ouvir.

Sabe aquele mundo sobre o qual sempre falávamos e tentávamos lutar contra, alertando e tentando fazer os outros verem?  Pois neste mundo agora, mais que nunca grassam pessoas perversas que detêm o poder, essas mesmas entidades malignas, muitas delas na cadeia quando você ainda estava aqui, agora estão soltas e outros se associaram a elas e com mais fúria pervertem o bem em mal, o certo em errado. Exatamente como lemos em Isaías 5:20. Talvez, se existe alguma réstia de luz em toda essa escuridão, é saber que você não está mais aqui para testemunhar essas monstruosidades.

Não tenho mais planos para projetos pessoais. Como me satisfazer com o ato da criação sem compartilhar de algum louro com você e mamãe? Nosso Zé Gatão foi aposentado, Siroco, a última aventura que criei enquanto vocês ainda estavam comigo, aguarda chegar ao minúsculo público e aquelas HQs curtas, bem intimistas, que você conhece tão bem, ficarão sepultadas em seus envelopes pois duvido que alguém tenha interesse em trazer à luz.

O poema "Marcha", da Cecília Meireles, resume bem meu estado de espírito. Talvez seja melhor eu silenciar meus sentimentos, não mais verbalizar minhas tristezas, internalizar, trancar tudo, junto com outras dores e fracassos, não falar mais de você ou de Francis, essa dor é minha e só minha.

Queria dizer até breve, querido, mas.......nos veremos de novo? Não sei, não sou digno das promessas feitas pelo Criador.

Finalizo esta breve mensagem sabendo que você não vai ler, repetindo aos ventos que arrasaram tudo a única palavra que é rígida e inflexível em meu viver: saudade, saudade, saudade, saudade, saudade, saudade, saudade.....



quinta-feira, 13 de abril de 2023

RICHARD CORBEN MAIS UMA VEZ

 Já comentei à exaustão que o trio que fundamenta o meu modo de fazer HQs compõe-se de Rich Corben, Bernie Wrightson e Tanino Liberatore. Já roubei muito desses três artistas, mas o que sempre me impressionou mais foi o criador de DEN, desde que vi sua arte impressa nas páginas da antiga Kripta da RGE - a número 21, pra ser exato - e fui fisgado de vez ao ver sua arte colorida numa revista importada intitulada 1984, numa livraria; tudo isso nos idos dos 70.

 Eu não recordo como, mas eu consegui naqueles tempos a Heavy Metal de Junho de 1979 - aquilo era caro pra burro! - e ali havia o penúltimo capítulo do THE NEW TALES OF THE ARABIAN NIGHTS, SINDBAD IN THE LAND OF JINN. 

Foram essas as fórmulas da droga que correu por minhas veias e me deixou viciado em tudo o que o mestre produziu.

Aprendi algumas coisas com Corben, algo que observei, não exatamente nos desenhos, que são inimitáveis, mas no modo de compor cenas, em fazer com que elas fossem factíveis mesmo que o todo parecesse improvável, ou seja, nem sempre a anatomia ou a perspectiva esteja exatamente correta, mas que ela funcione, cumpra o seu papel. Sempre o considerei ótimo anatomista, suas figuras masculinas sempre musculosas (ele era entusiasta do fisiculturismo) soavam muito mais reais do que os feras como John Bucema ou Neal Adams. Muito bom roteirista, tinha ótimas ideias, principalmente nos seus primórdios, no período em que ele atuou em publicações undergrounds como Weirdon, Fantagor e Slow Death. Histórias como Rowlf, Cidopey e o Crepúsculo dos Cães, comprovam.

No entanto apesar do desenho, ao meu ver, irretocável, nem todas as histórias me agradaram incondicionalmente. Como meu inglês sempre foi ruim, baixei há uns anos uma versão do New Tales Of The Arabian Nights em espanhol e pude compreender melhor o argumento e não curti, a culpa ali não cabia ao Corben, mas ao seu amigo roteirista Jan Strnad, achei básico demais para uma arte tão primorosa. O mesmo sinto em relação ao Den, os dois primeiros números ainda passam com louvor aquela atmosfera de fantasia bárbara mesclada com sci-fi e terror, mas as edições seguintes me soam confusas (mais uma vez Rich trabalhando com outro roteirista, neste caso com Simon Revelstroke). Mas ele se saiu bem ao lado de Bruce Jones, com Rip In Time, por exemplo. 

Com seu falecimento em dezembro de 2020 eu supus que a maioria dos seus álbuns (que fizeram mais sucesso na Europa do que em seu país de origem) fossem ser republicados após anos sem reimpressões e não me enganei. Na França já haviam restaurado O MUTANT WORLD e BLOODSTAR e publicados via financiamento coletivo em tomos luxuosos a um preço inimaginável. Agora a Dark Horse trás ao público uma nova versão de MURKY WORLD e os volumes de DEN são restaurados e voltam a ser impressos a partir de agosto. Essas obras do Richard estiveram sem republicação por mais de 40 anos! Bom para os fãs e para a família e talvez para uma nova geração de leitores de quadrinhos. Digo talvez por sempre sentir que a obra do Corben é melhor apreciada pelos seus pares do que pela grande maioria dos consumidores de gibis, que sempre enalteceram Jim Lee e tais como ele. Lembro quando uma editora brasileira trouxe o RAGEMOOR, muitos comentários foram do tipo: "a história é legal, mas os desenhos são meio estranhos".   

Tirando meus exemplares da estante e das caixas para fotografar e mostrar a vocês a minha coleção Corben, senti o desejo de voltar a fazer as minhas HQs; a verdadeira arte para mim tem esse poder, de inspirar. Já comentei com vocês o meu plano de fazer uma antologia de contos em forma de quadrinhos, um grosso volume que provisoriamente, na minha cabeça, chamo de HISTÓRIAS DO FIM DO MUNDO, um apanhado de bizarrices sem nenhum respeito pelo politicamente correto. Mas confesso que depois do primeiro entusiasmo eu me lembro que vivo num país chamado Brasil, num tempo onde programas de computador fazem artes, escrevem textos e criam músicas. Somado a isso, não tenho mais energias ou tempo para viajar em minhas ideias, quase falido financeiramente, existindo ainda única e exclusivamente pela misericórdia de Deus; então, como dar vida às essas veleidades? Como publicar depois de anos laborando madrugada à dentro? Lembrando que de PHOBOS e DEIMOS só foram impressas 50 cópias após 15 anos de sua criação e ZÉ GATÃO-SIROCO  até o momento nem tenho notícias! Talvez seja melhor eu manter Histórias Do Fim Do Mundo fechado dentro do porão da minha mente. O tempo dirá. 

Fica aqui mais uma vez o meu agradecimento ao Richard Corben por fazer parte da minha conturbada vida e ter me inspirado a criar algumas coisas para eu não passar por esse mundo como uma mera sombra. 

O primeiro volume de Den foi-me presenteado por meu old pal Luca quando ele voltou da Inglaterra no final dos 80 e guardo com muito carinho.


Coleção espanhola da Toutain, uma luta conseguir cada edição. Nunca encontrei o UNDERGROUND (o número 3 da coleção). A do Lobisomem ganhei de presente do meu irmão André e a versão colorida de BLOODSTAR, meu pai me ajudou a conquistar.

O segundo livro desta leva é francês, comprei baratinho na Livraria Francesa, seria o equivalente ao Underground em espanhol, mas existem várias histórias que não estão inclusas neste volume, a capa é igual ao volume 2 da coleção espanhola. O WER IST RICHARD CORBEN? recebi de presente da minha grande amiga Mira Werner.

A edição Max (Lovecraft) meu saudoso irmão Agildo trouxe para mim dos EUA.

Esta versão de BLOODSTAR foi também presente da Mira Werner, é a primeira edição em preto e branco lançada em 1979.

Esta série do Hulk foi publicada pela Panini Brasil em volume único. 


A mesma dupla da série Banner (Azzarelo e Corben) retornam na inauguração do selo Max da Marvel com Cage. Pra mim, um erro não publicarem todas as capas do Rich. 

Nas edições da Marvel (Planeta Hulk) tem o Motoqueiro Fantasma desenhado por Rich, e no volume da Pixel, O Monstro do Pântano. 

DEN SAGA, um retorno um tanto irregular.

From The Pit prometia uma ótima saga, mas infelizmente Corben fracassou tentando editar seu próprio material, a história só teve essa edição, uma segunda seria publicada por ele mesmo numa pequena revista que teve tão baixa tiragem que nunca consegui encontrar. DENZ é uma paródia de Den que Corben fez para a Penthouse Comix, a volta dos peitões e pintos grandes, hahahaha! 

Bons momentos do mestre no mainstream. O que ele fez no Hellboy tinha tudo a ver com ele (e comigo). Tenho outras coisas soltas do Corben em edições gringas da Vertigo mas não consegui achar para fotografar para vocês, fico devendo. 




A SAUDADE É MAIS PRESENTE QUE NUNCA

   No momento que escrevo essas palavras são por volta das 21h do dia 21 de abril. Hoje fazem três anos que o Gil partiu, adensando as sombr...