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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

NUMA E A NINFA ( CENA 2 )

Estou sentindo falta de uns textos bem humorados por aqui. Digo isto porque hoje pela manhã eu procurava uma arte específica e não encontrava. Lembrei-me que já a havia postado no blog, mas não me lembrava o ano, nem o mês e muito menos o dia. Comecei a sapear, já meio impaciente, pois ando atarefado com uma porrada de coisas e não tinha tempo a perder com escritos de um passado recente. O desenho eu não achei (sequer me recordo o título da postagem pois poderia localiza-la via Google) mas me deparei com uns dois ou três textos mais alegres: um que fala de loucos, outro de sapos esmagados e velhos em filas. Quando me apetece, tento colocar alguma picardia nas palavras, mas ultimamente não tenho conseguido ver aquele lado mais divertido da vida, mesmo aqueles mais azedos e injetar alguma ironia. Tá tudo muito corrido, a pressão mais esmagadora que nunca (não, pensando bem já esteve pior, mas isto não consola).

Outra coisa que percebi revendo redações antigas foi os comentários dos seguidores, um bocado de gente que sempre deixava um recado aqui sumiu. Bem, parece mesmo que os blogs ficaram um tanto fora de moda com a chegada do Tweeter, Facebook e sei lá mais o quê (agora ouço falar num tal de Instagram).

Estou fazendo três trabalhos ao mesmo tempo: a bio do Poe, o NCT e uns sketches para uma possível publicação que pode pagar bem caso seja aprovada. Além da encomenda de uma hq erótica de cinco páginas (que também estará sujeita a aprovação). Todos sem grana imediata e meus bolsos estão vazios - assim como meus sonhos. Mas eu não desisto, e não porque eu seja brasileiro (isto na verdade seria um motivo a mais pra mandar tudo à merda), mas porque não me resta alternativa.

Estou lendo a biografia do Stephen King, e é tão boa que não dá pra parar de ler, e eu tenho que me manter na prancheta pra adiantar as coisas que não posso fazer quando entram trabalhos remunerados. Me identifiquei muito com a infância de King, pelo menos algumas situações, achei legal ele admitir seus medos, eu também tenho uma porção deles (todos temos, né?), mas o final de sua história até aqui todos conhecemos, um dos maiores escritores do mundo e um dos mais bem sucedidos, principalmente pelo gênero que o consagrou, o horror, ao contrário de seus antecessores, Poe e Lovecraft.

Mas a vida é assim, uns vencem, outros não, alguns só são reconhecidos pós mortem, outros nem isso.

Já que o assunto é esse, vamos à arte de hoje: Numa e a Ninfa de outro maldito que teve uma vida de bosta: Lima Barreto. Mulato, pobre, alcoólatra e morreu num asilo de doidos. Pior que ele só mesmo o brilhante poeta Cruz e Souza.
Não queria terminar o post assim mas não deu pra evitar, só faltava o Edgar Allan Poe ter nascido no Brasil.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O CRIME DO TEISHOUKO PRETO.



Aposto que o título desta postagem colocou uns pontos de interrogação na sua cabeça, estou certo? Bem, de certa forma, na minha também. Deixa eu explicar: nem lembro bem quanto tempo faz, se foi 2001, 2002...realmente não recordo, mas foi por aí; meu amigo e criador do HQ Mix, Gualberto Costa e sua esposa Dani Baptista me convidaram a participar de uma Jam Session de quadrinhos que tinha este nome, O CRIME DO TEISHOUKO PRETO. Era um projeto que visava juntar uma galera bacana que produzia quadrinhos para cada um fazer uma página, sempre da onde o último havia parado, não tinha um roteiro exatamente.
O Gual (como ele é melhor conhecido) começou com a primeira, e se não me engano, o Jal (parceiro de empreendimentos dele de longa data) fez a segunda e outros artistas foram criando as páginas subsequentes, exatamente do ponto onde o outro tinha parado, dando sua própria visão da coisa. Muito, mas muito interessante.

Acho que apareci lá pela página 30 e não dá pra esquecer que o desenhista anterior a mim era o Klévisson, que também é poeta de cordel.

Outros desenhista se juntaram ao trabalho, evidentemente, inclusive com maratonas, uma delas realizada em Brasília, quando eu não morava mais lá, e sempre com um público assistindo a produção do desenhista.

Depois deste tempo todo, o livro que reúne mais de quinhentos artistas de quadrinhos, cartunistas e chargistas (veteranos e novatos), chega ao momento de ser apresentado ao público via Catarse. Inclusive, há um adendo importante, ele fará parte do livro dos recordes por conter o maior número de quadrinistas reunidos numa única hq. Entra para a história.

Na boa, queria voltar no tempo e criar uma arte mais caprichada só pra fazer bonito, mas é como eu sempre digo, cada ilustração reflete o momento no qual o artista vive.

Sempre dou uma força na divulgação desses projetos por acreditar neles, mas este em especial acho que merece uma atenção devida por quem se interessa por este tipo de arte, não tanto por eu fazer parte, mas pelo que representa. Um livro de luxo em capa dura juntando uma boa parte dos bambambans das artes gráficas brasileiras.

Dê uma lida com cuidado na página e assista ao vídeo:   http://www.catarse.me/pt/jamsessiondequadrinhos
você verá que a coisa é mais interessante do que eu escrevi aqui.

Há bônus especiais para os apoiadores do projeto, inclusive com convites para o Comic Con Experience, ou seja, se você tem intenção de ir ao evento, pode ser uma boa, mas atenção, os bônus são limitados.
Mas tá tudo bem explicado lá no Catarse.

Há uma página do Facebook que contém os nomes de todos os artista envolvidos:

https://www.facebook.com/pages/Jam-Session-O-Crime-Do-Teishouko-Preto/298053970366336?ref=hl

Bem, devo voltar a este assunto qualquer hora dessas pois tenho certeza que este livro vai vingar. E você, o que acha?


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

POLITICAMENTE INCORRETO.

Caríssimos e caríssimas, a verdade: não estou com o menor saco para escrever aqui! Sério. Agora, após o almoço bateu aquela malemolência mortal; em dias normais eu deitaria uma meia hora para começar a tarde mais disposto, mas os dias que tenho vivido não tem sido comuns. Bem, deveria ser normal este estado de tensão, afinal passei quase toda a minha vida assim, mas me nego aceitar essas coisas como corriqueiras, sei que faz parte da vida, mas a avalanche não deveria ser constante. Estou achando tudo extremamente enfadonho. Mas se paro aqui e me abro um pouco é, também, por respeito a vocês que tem a gentileza de abrir esta página e esperam encontrar alguma coisa da minha produção.
Então vamos lá, não há muitas novidades; enquanto não aparece nenhum trabalho que pague as minhas contas, continuo a produção (ainda lenta) da bio do Poe e a história de terror para o NCT. Me encomendaram também cinco páginas de uma hq erótica para a Private e não estou com o menor ânimo para começar, ainda é projeto sujeito a aprovação.


Hoje me lembrei desta arte dos Três Patetas e me veio a ideia de falar sobre o politicamente incorreto, sobre o quanto eu gostava de assistir quando era criança, sobre a violência a que os pobres Curly e Larry eram submetidos pelas mãos do Moe, na verdade acho que quem mais sofreu foi o Shemp, que levou marteladas, marretadas e teve a orelha parcialmente decepada com um serrote. Me pergunto se isto seria possível hoje, se teríamos desenhos do Pernalonga que mostrassem o Gaguinho e o Patolino sofrendo abusos e humilhações de forma tão brutal, se teríamos aquele galo cometendo bullying contra aquele cão e coisas do tipo. Mas não estou animado para discorrer sobre isto. Uma outra hora, quem sabe?

A arte original provavelmente se perdeu, então tive que escanear da revista onde foi publicada.

Agora me lembrei de quando eu viajei para Salto Grande, no interior de São Paulo, eu devia ter uns 12 anos (acho que era 1974): uma tv mal sintonizada, exibia um episódio do trio biruta. Uma mocinha gorda, residente na casa, dizia que seu pateta preferido era o "INDECIL". Indecil? Pensei eu. Depois saquei que era como ela entendia a forma que o Moe se referia ao Curly: "IMBECIL".
Típico, o pato neurótico do Disney ela chamava de DONALDO.

Ok, agora volto aos lápis. Grande final de semana a todos.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

EISNER/MILLER


Vamos pra mais uma postagem relâmpago? Simbora.


Não sei se comentei aqui que ganhei da Editora Criativo (esta que publica meus álbuns de anatomia) o livro Eisner/Miller. Trata-se de um bate papo entre dois grandes autores das histórias em quadrinhos, que mudaram, cada qual no seu tempo, o modo como vemos esta forma de arte. Algo bem ao estilo de um outro livro famoso com dois grandes cineastas: Hitchcock/Truffaut.

Eu queria ter tirado uma foto com o tomo - na verdade, escondido atrás dele - mas me esqueci e a postagem já tava atrasada, então capturei essas imagens do Google.

O livro é delicioso de ler. Quem conhece um pouco dos meandros da criação de uma hq vai se sentir confortável, como se estivesse mesmo assistindo um debate entre dois mestres. Por isso acho que é altamente recomendável para os que trabalham na área, aos demais, serve como curiosidade apenas. No livro é abordado um pouco de tudo, a história dos comics desde seu início (mas por alto apenas), o formato, balões de fala, modo de impressão, cores, editores, a indústria, convenções e muito mais. Ambos são loquazes em muitos momentos. Não faltam comentários (alguns ácidos) sobre outros artistas.

Eisner sempre foi um modelo para mim, seu estilo de arte, seu modo de contar histórias, me impressionaram desde que li uma aventura do Spirit (seu mítico personagem) e me fizeram ter a audácia de colocar as minhas ideias no papel e não parar mais. Se você ainda não conhece suas graphic novels, pare de ler este texto e corra à livraria mais próxima e compre-as, recomendo Ao Coração Da Tempestade, A Força Da Vida e Um Contrato Com Deus.

Miller foi aquele cara que reformulou o Batman com o Cavaleiro Das Trevas, dando ao personagem uma faceta bem mais sombria e violenta. Foi dele que li uma das melhores histórias do Demolidor, isto sem falar na sua série mais pessoal, o policial noir Sin City. Suas hqs viraram filmes de sucesso, como 300 e a já citada Sin City.
Não posso dizer que sou um fan do desenho de Frank Miller, mas sem dúvida ele tem um estilo marcante e sabe contar histórias com diálogos de impacto.


Como profissional da área - se é que posso me achar assim - ao ler o livro, me pergunto como os quadrinhos sobreviveram até hoje, e alimentam, como se suas tetas estivessem sempre cheias, toda a cultura pop (pelo menos 90%, eu diria). Os entraves, segundo Will, eram grandes desde o início e permanecem até hoje conforme relata Frank. Ainda é visto como subcultura. Claro que mudou muito, mas a literatura, a fotografia e o cinema já garantiram seu status de arte legítima, enquanto as hqs ainda gozam de preconceito. Ainda é vista como coisa de criança ou de adulto que nunca cresceu.

Bem, essa discussão não é nova e rende muito. Vou parar por aqui, ainda tenho trabalho a fazer, mas finalizo com as seguintes conclusões após o término da leitura: é muito legal fazer quadrinhos e também é muito bom ser amigo dos editores, a gente recebe bons livros de presente, hehehe.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

NUMA E A NINFA CENA 1


Prezados e prezadas, saudações.

Nosso bom Deus nos concedeu mais um dia bonito, ensolarado, numa temperatura agradável - aqui dentro de casa pelo menos. No meu som o Mark Knopfler canta que "True Love Will Never Fade", então hoje tem tudo para ser uma jornada agradável. Pena que a tarde terei que sair para umas coisinhas rotineiras e como sempre isso interrompe o fluxo. Sabem, a cada dia que passa gosto mais deste meu cantinho onde crio minhas coisas; não existe lugar seguro, sempre afirmo isto em minhas histórias, mas estar aqui onde me encontro neste momento, cercado pelos meus livros, canetas, suportes e tintas, dando vida, ainda que seja uma vida que muitos não gostem, no branco do papel, ainda me trás calma. Malgrado todas essas coisas ando assombrado por três fantasmas que a noite vem puxar meu pé, um é um problema de saúde que ainda não foi devidamente esclarecido seguido pelo espectro de uma possível mudança deste apartamento para outro, esses dois liderados por minha sempre inconstante situação financeira. Confiar no Senhor que Ele está no leme do barco me dá a segurança para meter a cara no trabalho e assim continuar em frente.


A arte de hoje faz parte do clássico Numa e a Ninfa do Lima Barreto, faz tempo já que elas existem, me lembro que gostei de cria-las, foi divertido, tem livro que inspira, embora ache muitas das narrativas do Lima prolixas e um tanto cansativas.

Agora a voz grave do velho Mark acompanhada de sua guitarra chorosa canta If This Is Goodbye e eu me despeço desejando a todos um bom fim de semana.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

CAIM E ABEL SEM DATA PARA CHEGAR AO PÚBLICO.


Ontem bati um papo com o editor da HQM, Carlos Costa, um cara muito gente fina e que luta com unhas e dentes para se manter no mercado. Antes de conhece-lo e trabalharmos juntos na hq bíblica Abel e Caim, eu lia muito a respeito dele nos sites especializados em cultura pop e sempre via comentários desairosos sobre sobre sua editora, quase sempre provocados pelos atrasos das suas publicações, em especial Os Mortos Vivos, os gibis que deram origem a série que faz tanto sucesso na tv. Muitas pauladas e poucos elogios. Acho muito injusto. Lia as mesmas críticas à editora Via Lettera pelos mesmos motivos.

Quem tá de fora não sabe como é complicado ser um editor. Não se tem nem uma pálida ideia da iniquidade do sistema. Quando falta dinheiro para investir pesado e fazer o capital girar é quase impossível publicar alguma coisa. Problemas com divulgação (a internet ajuda bastante, mas só ela não basta), distribuidores, pontos de venda, depósito para guardar o material impresso e isto só pra começar a conversa. Não vou cansar vocês aqui com este assunto e nem tenho autoridade para tal, sou apenas um autor, mas posso afiançar que a coisa é muito desanimadora.

Por conta de tantos reveses é que Caim e Abel fica na espera, o plano dele é colocar na praça ainda este ano, mas vai depender de uma série de coisas aquém da vontade dele. Fico pacientemente no aguardo.

Esta página que mostra Adão e Eva logo após a expulsão do Paraíso é uma cena muda, me foi cedida por ele para mostrar como está ficando o processo colorização digital. Não é definitiva, ainda entrarão mais algumas camadas, mas gostei do que vi até aqui. E vocês?

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

POE E MINHAS DIFICULDADES



 Só sentei na prancheta hoje para averiguar minhas mensagens, tentei trabalhar mas fui interrompido a todo instante, telefone que não parou, a esposa me pedindo favores e tantas pequenas coisas que não me deixaram com cabeça para pegar no lápis. Bem, se escanear imagens a serem enviadas para potenciais projetos pode ser chamado de trabalho, então o dia não foi de perda total.


 Todos sabem que uso meus escritos e quadrinhos para desabafar e o universo antropomorfo onde se passam as aventuras de Zé Gatão é terreno fértil para meus delírios, é onde meus traços underground se casam com a fantasia para comunicar que vejo o mundo como um lugar de constante tensão, onde não há lugar seguro. Seja nos centros urbanos, como em CRÔNICA DO TEMPO PERDIDO e PINTURA DE GUERRA, no campos e florestas como em MEMENTO MORI, nos desertos ou mares como relatados nos contos SECA CRUEL e CLOACA DOS MARES do Luca Fiuza. O aparato tecnológico é de primeira, com carros aéreos e todas essas coisas de futuro retrô que tanto me fascinam e no entanto as coisas estão constantemente emperradas, como em nosso próprio mundo. Como exemplo eu citaria o Correio Brasileiro; sou testemunha, nos fins dos anos 70 eu mandava cartas para uma namorada num dia e no máximo dois a correspondência chegava às mãos dela. Hoje leva de uma semana a dez dias (ou mais) para uma encomenda chegar ao seu destino - quando chega!
Quando comecei a prestar serviço para a editora que atualmente paga minhas contas em 2010, eu entregava as artes, assinava o contrato em seguida e meu pagamento estava lá, na minha conta, no dia prometido. Hoje não, as mudanças operadas no setor financeiro, sei lá porque, atrasa tudo. A vinte dias que espero o pagamento pelo último livro. Tudo subiu de preço, mas eles não aumentam um centavo no valor das artes. Claro que não estou parado, existem mais projetos de que posso dar conta, mas nenhum com remuneração imediata, é tudo tentativa para ver o que vai dar no futuro. Prossigo, assim como a maioria, dando murros em pontas de pregos, e isto me trás ao tema real da postagem de hoje: a biografia do Poe. Eu poderia dizer que ela está bem adiantada, mas ainda falta um bocado de páginas para a conclusão. Recentemente uma leve pressão foi feita pelo roteirista da obra, um editor do Rio de Janeiro, amigo dele, um rapaz muito sério e educado, entrou em contato comigo. Parece que há uma editora nova interessada neste trabalho e o Rubens Lucchetti (roteirista) quer de mim um prazo específico para saber se podem fechar negócio. Prazo que não posso dar, afinal, só pego nesta istória nos meus horários vagos.
Sabem, não tiro a razão do Lucchetti ou dos outros interessados no final desta novela, afinal ela se arrasta por anos, já, mas como vocês estão cansados de ler aqui, ninguém me paga nada para dar continuidade, não estou mais como a quinze anos atrás, com energia e tempo disponível para fazer arte sem saber se isto me renderia alguma grana, hoje tenho família para cuidar. Até agora NINGUÉM, nenhuma das tais editoras interessadas se dispôs a por a mão no bolso para me dar um bom adiantamento para que eu possa me dedicar exclusivamente ao projeto. E ainda assim faço das tripas coração para manter o padrão artístico que se tornou o chamariz desta obra.


Bem, foi um dia cansativo e eu perdi o gás para continuar escrevendo, só posso dizer que a bio do Edgar segue sendo criada no meu ritmo, é o máximo que posso fazer, e rogar ao Todo Poderoso para nós, artista e roteirista, estarmos vivos para ver o livro publicado. 


 Um bom fim de semana a todos.





segunda-feira, 4 de agosto de 2014

OS BRUZUNDANGAS ( FINAL)


Queridas e queridos do meu coração, boa noite.

Uma lida num e-mail que meu velho amigo Luca Fiuza  me enviou hoje pela manhã sobre o conto do Universo Antropomorfo de Zé Gatão chamado MUNDO CÃO me obriga a dar umas palavrinhas extras sobre o referida historia. Meu caro amigo tirava suas conclusões, esmiuçava o texto e refletia sobre o comportamento do cão marginal. Eu fico pra lá de lisonjeado com tantos elogios, tive mesmo bom retorno via Facebook, pela primeira vez os desenhos não foram comentados, sendo eles totalmente eclipsadas pela narrativa, o que acho ótimo, afinal, sinto que a arte corre naturalmente pelas minhas veias, então depois de tantos anos batalhando em cima de papeis com lápis e tintas e não atingisse o mínimo necessário para chamar a atenção eu poderia me considerar uma arrematado incompetente. Agora, transmitir uma ideia através de palavras apenas, sem ser amparado pelos desenhos, me dá sim, uma pontinha de orgulho. Claro, ouve aqueles que acharam o conto muito violento ( e é de fato), mas assim são as histórias que narro. Gritos de dor nunca são de fato muito bonitos, e meu trabalho pessoal na verdade não passa de desabafo, catarse e o que  mais possam chamar nesse sentido. Passo por momentos muito complicados e isto me ajuda a prosseguir de alguma forma.

Rex foi inspirado em dois cachorroos que conheci, um deles foi no Rio de Janeiro, chamava-se Scotty, um vira latas troncudo, fedido e mal humorado que vivia no cio, o danado não perdoava nada, estava sempre montado em cima de outro bicho com aquele movimentos obscenos e desagradáveis de se ver, tão comum aos cães. O chato mesmo era quando se agarrava na perna da gente, era difícil repeli-lo sob risco de levar uma mordida.
O outro foi em São Paulo, chamava-se Brown, era uma mistura de Cocker com vira lata e era encrenca pra valer. Pertencia a uma ex namorada de meu irmão. A família era refém do bicho, muito difícil entrar ou sair de casa com aquela peste, à simples menção do seu nome e o Brown já rosnava ameaçadoramente. E antes que alguém diga que ele era maltratado, por isto agia desta maneira, afirmo que ele era considerado um membro da família. Junte a isso alguns humanos que vemos nos noticiários de crimes e temos o Rex.

Está meio difícil de fazer hqs de Zé Gatão, meu tempo não permite mais estes voos de imaginação, e o mercado de quadrinhos nacionais, se é que existem, não sorriu para mim, a conclusão de Memento Mori já está prontinha na editora, só esperando o momento oportuno para ver a luz do dia e que não faço ideia de quando será, sem contar os vários quadrinhos inéditos guardados, então não está mais valendo a pena criar coisas para vê-las amarelar nas gavetas, mas as ideias insistem em brotar, tenho mais algumas coisas coçando minha cabeça, talvez elas virem contos ou ilustrações, vamos ver.

A arte de hoje é para fechar com os Bruzundangas do Lima Barreto. Existem outras artes para o livro mas vou deixar inéditas para quando for impresso. Aliás, desta série de clássicos brasileiros, a maioria ainda não foi editada.

Bueno, a batalha continua renhida, mas a gente não desiste, né?

Obrigado a todos por estarem sempre aqui.


A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...