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domingo, 24 de abril de 2016

DESENHANDO ANATOMIA - CABEÇA E TRONCO. Meu novo livro.



Meu mais recente livro já está a venda nas livrarias e espaços relacionados à arte. Trata-se de um tomo dedicado ao estudo da anatomia da cabeça e do tronco. Como não é um compêndio de medicina não nos aprofundamos tanto, mas tem dicas legais para se conhecer músculos, ossos e proporções.


Essa nova leva de livros, cujo o primeiro é esse, tem um pequeno diferencial em relação aos anteriores, procurei deixar o texto menos formal, ou seja, ao invés de ficar citando que o tronco tem tantas cabeças de comprimento e coisas do tipo (calma, tem isso também!) achei mais legal narrar minhas experiências e motivações no mundo da arte, é quase uma biografia onde cito fatos que me empurraram até onde cheguei, tudo de forma leve e didática, que fique claro. Optei por elaborá-los assim por estar de saco cheio de todas aquelas coisas técnicas chatas onde a verborragia do autor confunde mais que ensina; na verdade o aluno aprende mesmo é fazendo e fazendo e fazendo, suando a camisa, toda retórica serve bem pouco, eu diria. Quando me caiu nas mãos aquele lendário livro do Jaime Cortez (na verdade, o único que tive acesso na vida) chamado, se não me engano, A ARTE DO DESENHO, eu nem quis saber do que ele falava, queria logo copiar os desenhos que lá estavam, as instruções, tipo, qual a distância de um olho para outro, já vinham especificadas nas ilustrações. Aliás, aquele livro nem tinha muito texto, o Cortez foi esperto nesse ponto, devia saber que esse ofício, que requer disciplina, se aprende de fato na prática e a experiência vem com o tempo.


Muitos anos mais tarde eu tive meios de me aprimorar com os livros do Burne Hogarth e outros, acrescentaram muito pouco, nos do Hogarth haviam sempre uma introdução rotunda e depois muitos desenhos e poucas palavras mostrando seu modus operandi - o que era legal - mas eu sentia falta de saber do(s) autor(es) quais foram as situações que o(s) impeliram a fazer as coisas daquela forma.


Durante os anos 1990, quando eu trabalhei numa banca de jornal em São Paulo, eu colecionei muitos cards de ilustradores e quadrinistas e no verso de cada figurinha o autor relatava porque aquela arte foi criada daquela forma e para quem. Não eram todos na verdade, mas o pouco que fiquei sabendo, para mim foram de muito mais valia do que toda conversa sobre misturas de tintas.


É verdade que eu tinha que me ater às regras da editora e não podia escrever demais para não sair do assunto anatomia, mas algo da minha alma está impressa neste livro, principalmente nos traços. Dá pra reconhecer que foi feito por mim.


Como adquirir? É só ir no Google e acessar o site da Comix e procurar a página de desenho e pintura ou ir para o site do ArtCamargo. Lembrando que também pode ser encontrado nas livrarias Saraiva e Cultura.


Beijos a todos e se Deus quiser nos encontramos de novo na próxima semana.




domingo, 17 de abril de 2016

SEGUNDA PARTE DOS COMENTÁRIOS DE LUCA FIUZA A RESPEITO DOS CONTOS SOBRE ZÉ GATÃO.

Dando continuidade às impressões do brother Luca sobre seus contos a respeito do meu universo antropomorfo.

O desenho inédito abaixo é um esboço para a ilustração intitulada ZÉ GATÃO - ACERTO DE CONTAS.


O Lucão tem a palavra.

1-   Néctar, Ambrosia e Fel:
         No ano seguinte em 2014, escrevi um dos contos do qual particularmente gosto muito. Já me sentindo cada vez mais acostumado com o universo do felino cinzento, a escrita saiu fluida e as ideias de minha cabeça facilmente se transformaram em texto. O cerne da história foi baseado em referências passadas nas HQs do Eduardo e em conversas que tivemos de que por um período de sua vida o felino trabalhou como DJ. Portanto, esta aventura tratava desta atividade profissional e Zé Gatão a estava exercendo com sucesso em uma Rádio na gigantesca cidade de Andros.  Apesar de eu não ter vastos conhecimentos a respeito do mundo da música, creio que consegui retratar com certa fidelidade este universo glamoroso e em muitos sentidos meio sórdido, misterioso. 
 
         Nesta insólita aventura de Zé Gatão trouxe de volta um velho amigo do felino que apareceu no Álbum Branco e apresentei em Néctar, a figura do todo poderoso empresário musical que domina o mundo da música não só em Andros, mas em diversas cidades importantes. Este empresário, um carneiro de ar benevolente, esconde um mistério que é revelado aos poucos e que mergulha Zé Gatão e seu amigo em situações inesperadas que envolvem música, dinheiro farto e religião, dando sentido ao título do conto. Finalizo
dizendo que na época em que foi escrito, este conto se tornou meu preferido pela densidade de seu texto e capacidade de provocar certa polêmica.


 2-   A Noite da Tigresa:
         Esta história tem uma origem interessante. A princípio quis relacioná-la com uma HQ colorida e incompleta desenvolvida pelo Mestre Schloesser. O nome da HQ é Pintura de Guerra e fala a respeito de um misterioso tigre justiceiro cuja missão sagrada é eliminar a escória da grande cidade, onde ele se esconde. Atarantada, a polícia acaba responsabilizando Zé Gatão pelos crimes do tigre gerando consequências bombásticas e terríveis para o grande gato. Como por diversas razões, a história não avançou e nunca foi publicada, o Eduardo me aconselhou a não ligar o meu conto à Pintura de Guerra. No entanto, eu queria que o felino cinza tivesse sua NÊMESIS. Para atender este desejo, eu então modifiquei o enredo original que tinha criado inicialmente. De uma fera simplesmente brutal e desapiedada, misturei à personalidade da tigresa um sentimento de amor pelo gato, sentimento também correspondido pelo felino taciturno. As consequências disto foram um misto de desejo carnal, violência e, sobretudo uma paixão confusa, muito intensa.
         A Noite da Tigresa é basicamente uma história de ação, mas eu pessoalmente gostei muito da gata selvagem. Ela é um poço de possibilidades, só que a trama tinha um destino já marcado e para manter o nexo e a credibilidade do enredo, em sua segunda e última parte: Amor e Dor tive que concluir a aventura como tinha que ser!  Incrivelmente, esta história teve quatro versões. Somente uma delas eu e Eduardo escolhemos como a mais indicada para figurar no Blog. A última versão alternativa, não foi publicada.  Só algumas pessoas que a pediram a receberam via e-mail, sendo que uma ilustração inédita relacionada a esta aventura alternativa foi agora produzida pelo criador do felino taciturno e foi colocada junto com a introdução, escrita por Mestre Eduardo Schloesser para apresentar meus textos. Como veem, apesar de em minha opinião não ser um texto denso como Néctar, ele mexeu muito comigo e com os leitores. A TIGRESA se tornou para mim um personagem querido em todas as suas versões.


domingo, 10 de abril de 2016

COMENTÁRIOS SOBRE OS CONTOS SOBRE ZÉ GATÃO - PARTE 1 - Por Luca Fiuza.


Meu amigão, brother de infância e escritor talentoso, Luca Fiuza, fez uns comentários sobre suas motivações para escrever algumas aventuras de ZÉ GATÃO em contos. Mas antes de passar a palavra a ele vamos ao desenho inédito que abre esta postagem.


Trata-se na verdade de uma homenagem à minha amiga e também escritora de mão cheia, Carla Ceres.
Quando o Luca escreveu o conto "Amor e Dor", continuação de "A Noite da Tigresa", a Carla sugeriu nos comentários uma continuação que explicasse melhor as motivações da felina. O Luca resolveu fazer uma sequencia só para nós no melhor estilo "O Que Aconteceria Se...." da Marvel, onde Zé Gatão e a Tigresa teriam um final diferente, se casariam e gerariam filhos, etc. Lemos a história alternativa através de e-mails. Numa das sugestões, se me lembro bem, a Carla divagou sobre uns filhotes cinzas listrados como os tigres. Achei que um desenho, ainda que rabiscado rapidamente a caneta esferográfica seria uma forma de complementar a narrativa e aí está.

Seguem os textos do Luca:


CONTOS DE ZÉ GATÃO
Introdução:
         Filmes têm bastidores e escritos também os têm. Quando meu irmão e amigo, o quadrinista e ilustrador Eduardo Schloesser me convidou para escrever um conto de Zé Gatão nos idos dos anos 90, aceitei na hora! Desde o surgimento do personagem criado por ele em 1992 eu me tornei um fã e acompanhei de perto sua concepção em seus primórdios e seu desenvolvimento ao longo dos anos. Em 1997 o primeiro álbum do felino taciturno, hoje conhecido como Álbum Branco foi publicado. Tive o privilégio de ganhar do autor um exemplar autografado!
         No mesmo ano da publicação do Álbum Branco escrevi um rascunho básico do que seria o primeiro conto de Zé Gatão. Para resumir, o mesmo foi reformulado em 2011 e publicado no Blog “A Arte de Eduardo Schloesser”. Na época, eu não imaginava que seria o primeiro. Pensava que seria o único e que eu continuaria somente a ser um leitor e fã incondicional do personagem, exclusivamente escrito e desenhado sob a pena do grande mestre Schloesser. As circunstâncias, o incentivo e o aval do Eduardo para que eu fizesse minha leitura pessoal do personagem deu margem à produção de outros contos entre 2011 e 2015. É sobre os bastidores destes contos que quero falar, da concepção e motivações de cada um deles no que chamei de Cronologia Alternativa de Zé Gatão com histórias pouco ou nada relacionadas aos álbuns produzidos e publicados pelo mestre Schloesser em Editoras de renome.

1-   SECA CRUEL:
         Neste primeiro conto do felino cinzento, eu ainda não estava habituado a lidar com o perfil de Zé Gatão, nem com o universo antropomorfo no qual ele palmilhava. Mais de uma vez, sob a orientação do Eduardo precisei reformular o texto para adequá-lo à proposta idealizada pelo Mestre. Com isso, escrevi com certa dificuldade, temeroso de não dar conta da empreitada! O tema que escolhi deu uma boa história de ação com bastante violência e esta primeira versão do Zé Gatão foi a mais próxima dos moldes concebidos pelo Eduardo. Um personagem sério, calado, fechado em si mesmo! Um errante, um andarilho que enfrenta os percalços com estoicismo! Violento em defesa de sua própria sobrevivência! Duro como o mundo agreste no qual habita. Assim, apesar de meio titubeante em minha própria opinião, consegui escrever a aventura até o fim. As ilustrações feitas pelo Mestre Eduardo Schloesser
abrilhantaram o enredo que se tornou satisfatório no fim das contas. A história terminou com um gancho vindo da primeira versão incompleta e não publicada no Blog, o qual daria ensejo a uma continuação que eu na verdade não pretendia fazer. A pedido de uma hoje querida amiga leitora do Blog, Eduardo me perguntou se eu não escreveria uma continuação sobre a qual eu havia comentado com ele por alto. Então dois anos depois esta continuação foi escrita, não sem antes eu fazer uma imersão profunda no universo antropomorfo para me habituar com ele e ter mais segurança para escrever mais uma aventura do felino cinzento.

http://eduardoschloesser.blogspot.com.br/2011/09/seca-cruel-aventura-do-personagem-de.html )


2-   CLOACA DOS MARES:
  Este na verdade, seria o nome da primeira aventura do felino na versão que concebi em 1997. Seca Cruel seria um subtítulo dentro da trama principal.  Ao escrever a versão reformulada em 2011, o subtítulo virou título e Cloaca dos Mares uma continuação. Cloaca foi possivelmente o conto mais longo de Zé Gatão que escrevi. Ele se dividiu em 15 partes, teve uma trama central e algumas subtramas! O que me deu mais trabalho foi amarrar todo este enredo em um texto coerente e que não se perdesse ao longo do caminho. Cloaca dos Mares é o nome de um navio mercante cheio de animais violentos e brutais, onde Zé Gatão se tornando parte da tripulação, enfrentaria os mais sérios e variados perigos.
         Quis trazer para a história um clima bem aventuresco daqueles filmes antigos que nossos pais assistiam nas matinês do cinema. Procurei introduzir muita ação, muita pancadaria e muitas peripécias!  Foi gostoso de escrever! O melhor de tudo é que já estava me sentindo mais seguro e interagindo cada vez melhor com o universo antropomorfo. O Eduardo fez a gentileza de ilustrar o conto! Ele conseguiu desenvolver cada personagem da história à perfeição, exatamente de acordo com o texto escrito por mim. Foram desenhos primorosos! Detalhados, luz e sombra na medida certa, bastante expressivos, de cores vibrantes em um clima de realismo impressionante! Considero este conto uma boa obra de ficção! Excelente para quem o lê, descontrair e mergulhar de cabeça em uma aventura épica do começo ao fim.


http://eduardoschloesser.blogspot.com.br/2014/02/a-cloaca-dos-mares-um-conto-de-ze-gatao.html )

segunda-feira, 4 de abril de 2016

ZÉ GATÃO - O ACERTO DE CONTAS




Prometi a mim mesmo não falar hoje sobre coisas desanimadoras, mesmo que elas pesem sobre as minhas costas com muitas toneladas.

Fazer quadrinhos. Não precisa muito, o mais importante é ter uma boa ideia e colocá-la no papel, se você desenha, muito bem, se não, isto não tem lá tanta importância, alguém vai desenhar para você ou você pode até conseguir dar o recado com bonecos de palitinhos. Minhas primeiras HQs de artes marciais eram feitos com palitinhos, isto porque eu não me sentia seguro em desenhar pessoas e coisas.

Hoje dizem que consegui um bom nível no desenho, tenho álbuns bem caprichados por editoras de porte e mais dois nas mãos de editores que esperam um momento adequado para por na praça. Bem, pra ser sincero um deles ainda precisará ser avaliado, mas acho que chego lá. Sem contar as várias histórias curtas de Zé Gatão que somam um livro de muitas páginas se vier a público. E é sobre o felino que falaremos mais uma vez.


Uma imagem fala mais que mil palavras, dizem. Na impossibilidade de criar novas aventuras para o Gato, quando sobra um tempinho, cometo umas ilustrações, sempre com alguma ação bacana envolvida (pelo menos para mim). É uma forma de me manter conectado com o que penso ser uma das funções da arte: expurgar males. Sou obrigado a desenhar e pintar paulatinamente um pouco a cada dia (ou até, semanas).
Quis registrar esta cena quase em um passo-a-passo.


Fazer quadrinhos não é difícil, mas para mim é tarefa quase impossível. Me contradigo? Não! Como citei acima, basta ter uma boa ideia. Boas ideias eu tenho, sem modéstia, para o que me proponho a contar. Dar corpo a elas é que é a questão.


Necessito de tempo para ruminar a coisa. Escrever arcabouços de roteiros, reescrever, limar o que é excesso, tirar gorduras. Depois, contrariamente, fazer adições, desconstruir cenas e construir aleatoriamente e tornar no fim um produto coeso e palatável.


Ao desenhar uma página preciso namorá-la, ver o que serve e descartar o que é excessivo, redundante. Refazer cenas e situações.


Isso leva tempo. E tempo é o que não tenho.


Estou maturando uma história legal para Zé Gatão, um personagem que ainda não encontrou o seu lugar no mercado e talvez nunca encontre.
Mas primeiro preciso dar cabo de projetos já iniciados que por força das circunstâncias tive que engavetar. Sem contar que ainda não concluí minha participação no projeto NCT. Um passo de cada vez.


Mas eu gostaria muito de dar vida a essas novas aventuras - sim, é mais de uma!


Do jeito que a coisa vai, este país ruma para um abismo sem fim. Uma quadrilha se instalou no poder e não quer sair, é só ouvir as gravações, as delações, coisa de mafiosos! São elementos diabólicos que querem nos fazer crer à toda força que a mentira é verdade e a verdade é mentira! Exagero meu? É só olhar em volta e ver o resultado da roubalheira e da incompetência.

Se não houver um milagre divino e esta situação continuar, os sonhos que divido com vocês nunca sairão da minha cabeça.
Prometi não falar coisas desagradáveis e não consegui. Me desculpem.

Até a próxima semana, querendo Deus.










A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...