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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

A DOLOROSA IMINÊNCIA DE UMA NOVA PERDA

28/02, Quarta-feira 23:15h - Ansioso, triste, solitário e vazio. Não sei exatamente como me expressar. No momento estou sem Whatsapp. Nesta tarde eu recebi um recado do Rodrigo, meu irmão caçula, via Messenger: "Eduardo, preciso falar contigo, é urgente." Logo fiquei preocupado, ele havia cancelado seu Facebook há uns bons anos, para resgatar sua conta, alguma coisa ruim havia acontecido. Dito e feito, nosso irmão André, o médico, sofrera um AVC ontem de madrugada. O caso é grave, ele se encontra em coma induzido. Vocês, meus amados e amadas podem imaginar como estou me sentindo. Sou o mais velho de quatro irmãos, sempre nutri por eles amor incondicional, sempre foram, são e serão os meus melhores amigos. O Gil foi guardado por Deus em 2021, como muitos sabem, deixando uma lacuna na minha alma que jamais será preenchida, agora me vejo ante o pesadelo de perder nosso querido Dé.

Sinto ainda o choque, já chorei convulsivamente esta tarde, e no momento só sinto vacuidade no meu ser.

De todos os meus irmãos, o André era o que mais se identificava comigo em termos de gosto por coisas como livros, músicas e quadrinhos. Gil e Rodrigo também, claro, mas não como o André. Em termos de som ele tinha predileção por metal e hard rock, enquanto eu sempre fui mais pop, com inclinação para o blues e principalmente o erudito. Ele consumia Neil Gaiman e Alan Moore com muito entusiasmo enquanto eu preferia o europeu e o alternativo. Eu era Poe e Lovecraft, ele, Stephen King. Eu, os clássicos brasileiros e russos e ele Tolkien e SiFi. Eu o ensinei amar o Queen e ele me ensinou a amar Scorpions. No cinema, entretanto, gostávamos basicamente das mesmas coisas. Acho que não teve um único clássico dos anos 80 que não tivéssemos assistido juntos uma dezena de vezes. Comprávamos tantos VHSs, gibis, vinis e livros em sebos e ponta de estoque que quase viramos acumuladores, nem tudo conseguíamos ler ou assistir. Tínhamos/temos um único Deus e um único Mestre e Senhor, a saber, Jesus Cristo. Então vieram as esposas, as responsabilidades, eu envelheci, ele engordou e nos afastamos um pouco, nos falando periodicamente. Quase mensalmente ele me enviava ajuda financeira, fosse pra pagar uma conta de água, luz ou internet. Ele sempre foi paternalista e vivia me dando conselhos para eu procurar alternativas, pensava num modo de eu ganhar dinheiro com minha arte ao invés de deixar os outros fazerem grana com ela. Há tanto a dizer sobre ele......escrever essas coisas ajudam a diminuir um pouco a dor de pensar que posso não vê-lo mais.

Mas falo dele como no passado, ele ainda está vivo. Não obstante, quem vos escreve é um velho de 61 anos que sempre teve quase nada de respeito e atenção por parte do mundo, perder quem lhe propicia  essas coisas é algo a se temer...e eu perdi mãe, filha e um amado irmão, seria muito cruel perder outro. Estou orando para que Deus o restabeleça sem sequelas. Mas confesso que tenho muito medo. 

Espero voltar aqui com boas notícias.

Fiquem todos bem.



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

TRÊS ANOS DE SAUDADES

 Eu pensei em não tocar mais neste assunto, guardar pra mim em definitivo, talvez eu faça isso ano que vem, se ano que vem eu ainda estiver por aqui. A dor  é a mesma, pois ferida da alma, diferente do corpo, não cicatriza da mesma forma. Três anos que o Senhor a levou.

Não vou generalizar dizendo que este universo é um lugar vil e inclemente - parece não ser para todos - vou falar apenas por mim, dizer que meu mundo é um vasto deserto que percorro há 61 anos sem uma bússola, onde sempre me vejo encontrando o mesmo ponto de partida, é certo que por vezes eu encontro um oásis mas ele é sempre tão fugaz que nunca discirno se é uma miragem ou não. Tudo parece ser dor, solidão e cansaço.

Estou tentando reclamar menos e agradecer mais. Entender que o cristianismo não é alegria, prosperidade e bem aventurança material, mas suportar com paciência as cargas que nos são impostas, sejam pelas circunstâncias ou mesmo pelas pessoas e ajudar o semelhante a carregar seus fardos. Estou empenhado, mas quase sempre eu falho miseravelmente. 

Então eu lembro que apesar dos muitos queixumes e lágrimas, Francis nunca desistiu e manteve a fé até o fim, sendo ela mesma, sem máscaras.

Há mais para falar/escrever mas sei que é exaustivo para quem ouve/lê, por isto concluo sempre declarando meu amor e saudades eternas por você, Francis, minha genitora, meu único e verdadeiro amor.

A SAUDADE É MAIS PRESENTE QUE NUNCA

   No momento que escrevo essas palavras são por volta das 21h do dia 21 de abril. Hoje fazem três anos que o Gil partiu, adensando as sombr...