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domingo, 29 de janeiro de 2017

A ESCRAVA ISAURA ( CENA 3 )


Mais um dia de trabalho duro, mais um dia navegando no mar bravio e tirando a água de dentro da canoa. Isto me impediu de estar aqui mais cedo e com um texto mais animador. Mas me esforço para deixar com vocês, meus queridos, algumas palavras e uma arte.

Estamos bem, seguindo a rota. O porto ainda não desponta no horizonte, mas estamos com os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da fé.

O desenho de hoje é mais um momento da Escrava Isaura.

Beijos a todos e até a semana que vem, querendo Deus.


domingo, 22 de janeiro de 2017

TUDO PASSA. TUDO PASSARÁ.


Eu já tentei ter uma boa visão de mim mesmo. Juro. Não consigo. Tento não me encarar no espelho e muito menos pensar a respeito. Não é que eu me ache exatamente feio, é mais como se eu não aceitasse a minha fisionomia, algumas expressões me soam como imbecis demais, a face de um retardado. Não sei dizer a razão mas isto vem de muito tempo, quando menino eu tirava fotos (o que era raro, fotos não eram como hoje) e não conseguia me olhar nelas, eu queria ter os olhos diferentes, outro nariz, outra boca. Eu lembro que meus primos sempre me zoavam, dos pés à cabeça, não sei se isto contribuiu de alguma forma para esta auto aversão à minha pessoa. Se eu pudesse usaria uma máscara quando fosse para a rua, quem sabe assim a tristeza que as vezes me alcança e me abraça apertado, não me encontrasse.
Minha voz é outra coisa que não suporto ouvir fora da minha cabeça. Os doutores devem ter um nome para esta patologia. Agora que vou ficando velho isto já não importa mais.

Mas mesmo assim já tive meus amores, belas garotas já estiveram em meus braços. O amor sempre sangrou meu coração e deixou cicatrizes, isto nunca foi fácil para mim, sempre tive medo de me envolver além da conta e perder o controle da situação, e geralmente eu perdia, eu sempre terminava chorando. O Bukowski definiu o amor como um cão dos diabos, acho que confere.

Mas sabem, se não fossem estas experiências talvez o Zé Gatão nunca tivesse sido criado.

E falando nele, a campanha no Catarse para a republicação do álbum editado pela PADA não vingou. Eu diria que foi um fracasso monumental apesar do esforço hercúleo do amigão Leonardo Santana (roteirista de quadrinhos e membro da PADA) e da querida Mira Werner em divulgar diuturnamente o projeto.
Na verdade não foi surpresa, eu imaginava que não fosse dar certo, mas pensei que pelo menos chegaríamos perto de 50%. Qual o quê!
Isto só vem provar que meu universo antropomorfo cheio de ultra violência temperado com filosofia de boteco não é mesmo popular. É uma pena pra mim que não poderei mais produzir HQs de Zé Gatão para um público mais amplo.


Mas vamos em frente. Eu continuo produzindo quadrinhos encomendados e capas para livros. Não posso me queixar e só tenho a agradecer a Deus.

Os rabiscos de hoje são sketches que faço nos álbuns do felino.

Beijos a todos.












sábado, 14 de janeiro de 2017

LIVROS QUE ME MARCARAM ( A LARANJA MECÂNICA )



Muito se fala do filme A LARANJA MECÂNICA do Stanley Kubrick, mas o livro no qual ele se baseou para realizar sua obra não é, digamos, tão alardeado. Sem dúvida vi a película primeiro, assim que foi liberado no Brasil, ainda nos anos 70, eu fui assisti-lo (sim, aquela versão com a bolinha preta na genitália dos personagens) e fiquei perplexo com a crueza da violência (estilizada, é claro, mas nem por isto menos chocante), tanto que revi na telona várias vezes, depois sem as tais bolinhas pretas de censura. Mas não é para falar do filme que estou aqui, e sim comentar a obra do Anthony Burguess.
Quem me emprestou o livro foi meu old pal Luca Fiuza (lógico, quem dos meus amigos de infância teria tal fascínio pelas obras que deram origem a tantos sucesso no cinema?) e eu o devorei em pouco tempo. Era impossível largá-lo, prende do começo ao fim.
Nesses tempos eu morava na SQS 202, em Brasília, tempos penosos, mas eu era feliz e não me dava conta. O que eu tinha naquele período? Nenhum dinheiro, dificuldade de adequação e auto aceitação, era péssimo aluno e por este motivo o espectro dos castigos do meu pai me envolvia noite e dia. Para contrabalançar eu tinha ao meu lado Bruce Lee e Jackie Chan (não haviam academias de Kung Fu em Brasília naquela época, tive que me contentar com o karatê estilo shorin ryu, mas nunca saí da faixa amarela, era pobre demais para pagar exame de faixa), haviam também os gibis (Tex, Ken Parker e Kripta), muito cinema e livros.
Talvez pelos motivos citados, A Laranja Mecânica me pegou pelos colhões e apertou com fúria. O filme do Kubrick é brilhante mas na minha opinião o livro é melhor, Existem muitas diferenças, a começar pela idade dos personagens principais, no filme é notório que aqueles facínoras estão na faixa dos vinte anos, são rapazes, não crianças, no livro os bad boys tem 15 anos! Sim, hoje não é nenhuma novidade os menores cometerem atrocidades como estupro, assassinato e ultra-violência, mas no período em que eu era adolescente isto não era comum e eu fiquei chocado com as cenas do livro. A fase em que o Alex passa na cadeia é esmiuçada, ele ainda mata um outro detento. O tomo transmite um quê de moralidade, principalmente no final.

Isto já faz uns 40 anos. Poxa, seria legal relê-lo depois de todo este tempo!

domingo, 8 de janeiro de 2017

MAIS UM VÍDEO DE ZÉ GATÃO.


Nem sei exatamente como anda o mundo lá fora, por mundo, entendam, a minha vizinhança, mal tenho saído de casa. Acordo bem cedo, vou para o chuveiro, tomo meu desejum e sento na prancheta. Dou uma checada nos e-mails e mensagens no Facebook e começo a trabalhar. A HQ que tem prazo para entrega está em atraso (culpa minha por não conseguir ser mais rápido). Paro para almoçar e volto ao batente. Não funciono bem na parte da tarde. Quando não dá para forçar a barra eu descanso na minha cama por uns 40 minutos (não sou mais um garoto) e retomo as atividades. faço um lanche rápido e os desenhos continuam. Por volta das 18 horas desço com o lixo e depois eu janto. Volto para minha mesa, sempre com o notebook ligado, ouço música o dia inteiro e até uns podcasts sobre os assuntos que me interessam, desenhar pode ser uma tarefa monótona e sempre muito solitária, quando posso respondo a um comentário qualquer no Face ou no e-mail. Uma ou duas da manhã, quando não aguento ficar mais tanto tempo sentado desenhando, eu vou para cama após um banho.

O horário em que janto passa o noticiário. Só coisa boa. Nosso país lutando sem sucesso para sair da crise, ataques terroristas na Europa, Obama sabotando o próprio país a poucos dias de deixar o cargo e os presos se matando nas penitenciarias brasileiras.

Voltando ao meu mundinho, só um milagre para que este trabalho que estou fazendo seja entregue no prazo (eu acredito que Deus ainda opere milagres), eu faço o que posso sem deixar cair a qualidade do traço. No mais, não vou me desesperar, não resolveria.

Bem, esta postagem eu faço enquanto relaxo minha mão, minhas costas e minha vista. Deixo com vocês mais uns vídeo do Zé Gatão criado pela minha amiga e maior divulgadora, Mira Werner. Gratidão, Mira!
Agora, torno a pegar no lápis.

Até o próximo domingo.


domingo, 1 de janeiro de 2017

A ESCRAVA ISAURA ( CENA 2 )


Então é 2017. Uma das minhas metas este ano é lutar contra a dispersão, um mal que sempre me atinge e prejudica. Nunca administrei direito o meu tempo, sou falho demais, preguiçoso além da conta. A muitos anos eu sofro de um problema na bexiga que a maioria das pessoas próximas a mim acham que é uma mania (alguns médicos consultados são da mesma opinião), vou com muita assiduidade ao banheiro para mictar. Algumas noites são complicadas, acordo até umas quatro vezes para urinar, em resultado disso passo os dias cansado por não conseguir dormir direto as horas necessárias e isso atrapalha a minha produção. Os exames realizados nos últimos anos revelaram minha próstata inchada, o que é comum após determinada idade (não há evidências de tumores por enquanto). Isto justificaria as minhas frequentes idas ao banheiro, mas não sei, sou assim desde que tinha meus vinte e poucos anos. Acho que esta perene sensação de fadiga não se deve apenas às noites mal dormidas, mas ao stress cotidiano. As coisas no país não andam bem, na verdade não andam nada bem no mundo inteiro. Mas não foi sempre assim? Hoje está pior? Ou seria apenas o fato de que ficamos sabendo das desgraças no mesmo instante em que elas acontecem? Consequentemente tais fatos tornam-se banais (seria a isto que o mestre Jesus se referiu dizendo que no final dos tempos o amor de muitos se esfriaria?) mas fica registrado no subconsciente e isto vai minando-nos dia a dia ( é o que penso, pelo menos).
A correnteza é muito forte e eu não sou ingenuo de achar que o novo ano será melhor que o anterior, as águas me empurram para o abismo e eu preciso remar para achar uma via de saída, minhas ferramentas para tanto é a fé no Altíssimo, saber que tudo está sob Seu controle e que não devo desanimar, o trabalho sempre bem feito e profissional e  manter o coração puro para não me corromper com esta geração perversa, não ser como eles, não fazer coro aos brados dos tolos. Sou muito fraco e isto demanda uma energia cada dia maior, mas não posso e não vou desistir. Estas sempre foram as minhas metas e eu as renovo para este tempo que enfim começa.

Para esta primeira postagem de 2017 mais uma cena de Escrava Isaura.


Um feliz Ano Novo a todos!  Eu agradeço a todos vocês por estarem aqui comigo diariamente.

A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, ...