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domingo, 16 de julho de 2023

O CAPOEIRISTA NANICO

 Boa noite, como vão vocês?

Eu nem sei dizer exatamente como eu estou. Pela fé eu digo que estou bem (PELA FÉ, ENTENDAM, a prova de que receberei as coisas que anseio) mas ainda continuo navegando no mar revolto, embora o barco no momento NÃO esteja fazendo água. Minha vida financeira está numa crise que nem queiram saber. Pra vocês terem uma ideia, me encomendaram dois trabalhos, uma capa de livro e várias ilustrações de um mesmo tema e não muito tempo depois os clientes cancelaram dando uma desculpa qualquer, eu desconfio que perdi esses trabalhos (que me ajudariam muito, muito mesmo!) para a IA. Bem, ainda pela fé, aguardo novos trampos melhor remunerados para vencer esta situação penosa. 

Dito isso, as notícias são as mesmas, continuo trabalhando na HQ Rastreadores de Algures (já na segunda parte), em paralelo faço o último volume de Os Mitos Gregos e nos intervalos ainda realizo aquele quadrinho que tem a ver com um filme de terror em produção (temo que nessa toada, o filme seja lançado e eu ainda esteja labutando em cima da HQ, pois por mais que eu me esforce, não consigo ser mais rápido). 

Na real, nem era para eu estar postando hoje, queria vir aqui só quando tivesse novidades sobre ZÉ GATÃO - SIROCO, mas fora a informação de que estaria sendo impresso ainda neste mês, não soube de mais nada. Como não quero deixar este blog pegando poeira, vamos à umas reminiscências do passado; na verdade não é nada demais, só um fato pitoresco que me lembrei dia desses. 

Era o início dos anos 80 e eu morava nesta época no Rio de Janeiro (já disse e insisto, foi um período ruim na minha vida). Vez por outra, nesse tempo, eu viajava para São Paulo para visitar uns conhecidos da minha avó materna. Para preservar o protagonista deste relato, não revelarei o nome dele, nem a cidade onde o conheci. O caso é que nessas andanças por aquele município paulistano eu travei amizade com um rapaz negro a quem chamaremos VENTANIA, era de baixa estatura e jogava capoeira muito bem, na verdade toda a família dele, tinha três ou quatro irmãos, se me lembro direito, mas ele era o mais talentoso na luta (ou seria dança? ou esporte? até hoje não ficou claro para mim).

Ele tinha uma mulher mais alta que ele e um filho. Eu achava fabuloso vê-lo na roda como se fosse um grilo saltitante. 

Eu devia ter um bom físico porque depois que o cara me conheceu ele resolveu aumentar a massa muscular, vivia fazendo flexões e construiu pesos de cimento para ficar mais forte e dizia que queria ser igual a mim (eu achava meu corpo uma merda), da minha parte eu sabia que nunca teria habilidade para ser capoeirista.

Andávamos por aquelas estradas de chão a noite conversando sobre a vida, íamos àqueles parquinhos itinerantes para rodar naqueles brinquedos e ver Monga, a Mulher Gorila (até hoje estou devendo um post sobre a primeira vez que vi uma mulher se transformar num macaco). Era um cara legal e demonstrou ser um bom amigo, me alertando pra não confiar numa menina que eu estava namorando naqueles dias, pois ela brincava com os sentimentos dos outros. Não dei ouvidos a ele e me lasquei, mas isso é uma outra história.

Certa vez, e isso me lembro bem, pois era uma tarde em que eu rumava para a rodoviária de São Paulo para voltar ao Rio, eu descia a avenida para pegar o coletivo que me deixaria na cidade e encontrei Ventania totalmente alterado, havia alguma coisa errada com as roupas que ele estava vestindo. 

Tá vindo de onde, meu? Com um ar bem aborrecido ele me respondeu que tinha ido ao Centrão de Sampa, mais especificamente na Praça da Luz, para pegar uma putas. Uma em particular, a que ele achou mais gostosa - segundo ele - o levou para um hotel, transaram gostoso e entrou com ele no chuveiro, ela saiu e ele ainda ficou no banheiro para dar uma mijada, foi coisa de menos de três minutos, mas tempo suficiente para a vadia sumir levando a carteira dele e as roupas, deixando as dela no lugar. 

Rapidamente vestiu a calça dela, que era muito maior que ele, e saiu furioso à cata da mulher. Por sorte ele tinha pagado o quarto de hotel antecipadamente. Claro que ele não localizou a puta e uma alma caridosa pagou a passagem de ônibus para ele poder voltar para casa.

Como vai explicar para sua mulher essa blusa estranha e essa calça vagabunda que tem duas vezes o seu tamanho? perguntei. "Ah, sei lá, Edu, só sei que aquela preta filha da puta me levou um casaco de couro que eu paguei caro por ele e minha calça Levis original, quando eu encontrar ela de novo eu vou matar ela. PRETA FILHA DA PUTA!!!! 

E foi isso.

Vocês sabem, sempre gosto de deixar uma arte para acompanhar as palavras, mas não tenho criado desenhos novos para me divertir, vou ter que me valer de uma das ilustrações antigas que fiz para os didáticos.

É isso, meus queridos, pela maravilhosa graça de Jesus Cristo ainda estou aqui, não dá para saber por quanto tempo, mas é um prazer escrever pra vocês. Obrigado pelas visitas e por lerem minhas histórias.

Se cuidem!
 

 

 

 

2 comentários:

  1. Minha vida financeira tem andado fraca, também. Mas tento ajudar a minha mãe a pagar contas de internet, luz e água.
    Recentemente é que me surgiu uma trampo de última hora como auxiliar/assistente num aniversário e consegui criar/vender um mascote/logotipo pro negócio de um amigo que mora na Bahia.

    Felizmente, não sofremos dano algum dos ciclones extratropicais do mês passado e de atrás. Onde moramos desde o início do ano passado não fica perto de rio, lago ou córrego e nem mesmo alaga em dias de chuva forte. Só tem umas goteiras e nada mais. Forte abraço

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    Respostas
    1. Que bom, meu caro que você tem conseguido receber uma grana e ajudar sua mãe a pagar essas despesas. Há de aparecer novos trabalhos para você, tenho certeza.

      Felizmente vocês não sofreram agravos da fúria da natureza que acomete o sul do país nessas épocas do ano. Aqui tem um período em que as chuvas transbordam córregos e fazem vítimas, felizmente onde moro não temos esses problemas. No entanto esse ano choveu menos que nos anos anteriores, o calor já ameaça voltar, para meu desagrado.

      Muito obrigado por sua visita e comentário.
      Abração!

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