domingo, 3 de junho de 2018
AMOR POR ANEXIS E OUTROS CONTOS ( 01 ).
Hoje chego tarde aqui para deixar uma arte para vocês, sempre muito com que me ocupar. Faço meus planejamentos e não consigo dar conta nem de 30 %. Me obrigo a fazer textos resumidos e pouco inspirados se comparados aos que eu fazia dois, três anos atrás. Mas é a vida, seguimos o fluxo natural das coisas.
Tenho pensado, como sempre, no meu papel como desenhista (eu ia dizer, como autor de quadrinhos, mas minhas atividades não se limitam só a isso, felizmente) e chego cada vez mais à conclusão de que não faço parte do meio. Muito do que vejo hoje me dá azia. Gosto de estar antenado com o que passa à minha volta no que se refere ao campo das artes gráficas, então sempre ouço um podcast, um evento, uma entrevista, um vídeo sobre um novo gibi, tudo enquanto trabalho e tenho notado como os discursos idiotas se renovam. Os da nova geração parecem incapazes de dizer exatamente a que vieram. As frases são sempre entremeadas com a palavra TIPO, por exemplo: "Eu meio que faço quadrinhos, tipo underground, saca? Tipo Crumb, entende? Tipo, faço do meu jeito, tipo assim, sem me preocupar com o que vão achar, tipo, tô cagando se vão gostar ou não, saca? Tipo, se não for assim, não tem como me expressar!" Uns carinhas com jeitão desleixado, barbas enormes e cabelos como se tivessem levado um choque. As moças cheias de piercings, tatuagens e cabelos multicores. Na verdade o visual pouco me interessa, o que produzem é que me causa preplexidade. Não tenho nada contra quadrinhos engajados, mas usar esta tão rica linguagem apenas para este fim é que me preocupa. Na verdade nem me preocupa, não sou obrigado a ler, mas me causa estranheza. Alguns da velha geração vem sempre a público para falar que o capitalismo é opressor, que a esperança ainda reside no socialismo, que a polícia é fascista e o bandido só é bandido porque a sociedade burguesa não dá a ele chances de disputa em pé de igualdade. Tudo com muita empáfia na voz.
Vivemos, mais que nunca em dias estranhos, com pessoas trocando o certo pelo errado, dizendo que tudo é relativo, tentando te convencer que o claro é escuro e que o breu é luz. Definitivamente me sinto totalmente fora de tudo isto.
Hoje posto a primeira arte de um clássico que ilustrei (e nem sei se a editora já imprimiu), um livro de contos de Artur Azevedo.
Beijos a todos vocês!
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Seus Flintstones ficaram lindos, Schloesser! Parabéns!
ResponderExcluirMuita gratidão, Carla!
ExcluirMEU VELHO PARD LUCA ESCREVEU EM MEU E-MAIL, COMO ELE SEMPRE FAZ. COPIO E COLO AQUI:
ResponderExcluir"Após ler seu texto e endossá-lo, concluo que diante destes novos tempos usando a terminologia da garotada "somos tipo dinossauros". Nosso modo de pensar e viver está em conflito com o modelo atual, quase do mesmo modo como o nosso esteve com a geração que nos precedeu! Os valores das novas gerações não são os nossos. Tudo está mudando com velocidade exponencial em algumas áreas. A diferença talvez, hoje é que além de veloz, as mudanças trazem em seu bojo uma violência, um desrespeito flagrante e desassombrado a tudo! Não só ao passado, mas também ao presente e um total descaso em relação ao futuro! Entenda-se que isto não ocorre com todas as pessoas, seja de que geração forem, mas há uma parcela significativa em que muitos indivíduos estando em postos-chave da nação evidenciam esta postura. De forma ampla, tal comportamento se reflete por toda a Sociedade. E a Arte não tem como ficar de fora. No fim das contas, estes/estas "artistas"por você citados são produto deste status quo. Nossa geração está em extinção como a dos velhos saurópodes! Uma nova leva de gente herdará a Terra. Quem viver, verá!
Lucão."
NÃO HÁ COMO REFUTAR, MEU VELHO, VOCÊ ESTÁ CERTÍSSIMO!
OBRIGADO E ABRAÇO GRANDE!
fred e vilma no trabalho de eduardo ficou show de bola !!!!
ResponderExcluirQue bom que gostou, Rita! Obrigado!
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