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quinta-feira, 10 de abril de 2025

MINHA GRATIDÃO AO GENECY SOUZA POR ESSA EXCELENTE RESENHA!

 


UM CADERNO DE ESBOÇOS QUE DIZ MAIS DO QUE SEUS TRAÇOS, por Genecy Souza.

 

Se há um item na minha lista de frustrações (ou incompetências, ou inabilidades, ou incapacidades, sei lá eu) é o de não saber desenhar, principalmente seres vivos, com seus movimentos e expressões, seja lá em que contexto for. Certa vez vi em algum lugar os métodos de criação de Gerald Scarfe, que deram forma aos personagens que compõem a obra-prima do rock The Wall (1979), da banda Pink Floyd, adaptada genialmente em 1982 para o cinema, sob a batuta do diretor Alan Parker. Não posso negar que ao menos 50% do impacto do filme se deve aos seres, objetos e cenários bizarros, idealizados por um certo Roger Waters, mas materializados pelos pincéis e cores de Scarfe. Outro grande desenhista é Roger Dean, o grande autor das capas de álbuns de bandas como o Yes, Asia, Uriah Heep, entre outras.

O objetivo desta resenha não é fazer uma comparação entre os dois mestres gringos e o brasuca (no bom sentido) Eduardo Schloesser, visto que cada um é detentor de seus méritos enquanto artistas, e sim, me inserir em um contexto(?) artístico que envolvem pincel, tinta de caneta Bic, traços e... muita imaginação. Sim. Essa é a pegada: a imaginação. Como nunca fui a fundo no mundo dos desenhos gráficos, portanto, longe de me expressar com um entendido no tema, prefiro me valer do meu “método” de absorver as artes visuais no campo das HQs, cartoons, charges, e por aí vai.

Ao receber o livro Crazy Sketchbook de Eduardo Schloesser, ‘logo de capa’ saquei que o caderno de esboços é muito mais que do que ele se propõe. Em outras palavras: os rabiscos do artista, mesmo sem uma história ou descrição de cena, já produzem ideias ou esboços de aventuras nos mais diferentes tons de dramaticidade ou humor. Embora o personagem Zé Gatão seja, salvo mero equívoco de minha parte, a estrela mais fulgurante no universo criativo de Schloesser, as figuras aleatórias apresentadas no livro fixam minha atenção para um detalhe que sempre valorizei nesse tipo de arte: as expressões –- medo, susto, fúria, lascívia, escracho, vergonha, desejo, alegria... –- que se mostram de forma a evitar qualquer demonstração de indiferença de minha parte. Evidentemente que o autor não é o único a produzir esse tipo de efeito, no entanto, o que observo nesse livro resulta em um plus de atenção além da conta. Talvez essa minha impressão seja resultado dos muitos filmes da era do cinema mudo que vi ao longo da minha vida. Quem sabe?

Outro detalhe que vale a pena destacar é a ausência de reservas do artista no que se refere à sexualidade, mesmo em situações bizarras ou escatológicas que, mesmo assim, não constrangem o leitor desprendido de certos pudores. A bem da verdade, se visto de perto, o sexo real é bastante semelhante ao que os traços do artista revelam, inclusive na disformidade estética dos corpos masculinos, femininos e antropomórficos. Aqui a beleza ganha outros contornos, talvez mais realistas.

Por fim, essa juntada de esboços que poderiam dar origem a uma série de obras geniais, só tem um defeito: está no país errado. Se gringo fosse, Eduardo Schloesser certamente teria ótima conversas com Gerald Scarfe e Roger Dean. Mas, isso é apenas um voo de imaginação meu, que não pode ser desenhado. 


 



terça-feira, 8 de abril de 2025

A LANCHONETE DO BARATA 4 FOI SENSACIONAL E A INTERNET ARRUINOU MINHA PARTICIPAÇÃO

 A pessoa que vos escreve neste momento é um ser deprimido, cansado e com vontade de mandar tudo às favas e sair sem direção estrada afora. Desde aquela maldita crise sanitária que decretou o fim do meu mundo eu sinto que de lá pra cá eu fui me perdendo mais e mais, pedaços de mim caindo pelas ruas e eu tentando me juntar e me colar inutilmente com cola vagabunda. Além das perdas irreparáveis, a saudade imorredoura, a pressão cotidiana, a (quase sempre) crise financeira e esta maldita tempestade doméstica que nunca cessa produz esse caldo de tristeza que me leva a querer dormir e não acordar mais. 

Do final do ano passado para cá isso se intensificou de tal maneira que os tais pedaços de mim descolaram e eu não tenho conseguido por de volta. Não era pra ser assim, tem acontecido coisas boas comigo, conheci por intermédio do Celso Moraes F. o poeta Barata Cichetto e através dessa parceria saiu o ZÉGATÃOVERSO, logo seguido pelo CRAZY SKETCHBOOK, livros que eu nem sonhava em publicar agora e nem via possibilidades num  futuro próximo. 

Sempre digo que Deus colocou a arte na minha vida como uma porta pela qual eu possa escapar quando a existência se mostra amarga além da medida e eu penso que esses projetos vindo à luz não me deixam desmoronar completamente.  Existem planos para novas/velhas publicações e isso me ajuda a seguir em frente mesmo que não haja ganho financeiro num primeiro momento.

Outra coisa que me angustia são os trabalhos que preciso terminar, honrar estes compromissos pelos quais já recebi e vão envelhecendo em minhas mãos e eu não consigo tocá-los mais rápido.

Ao fim, depois desse desabafo, respiro fundo, tento me encher de coragem e aproveitar o tempo que o Senhor me concede para seguir em frente e continuar a batalha mesmo com minhas partes espalhadas pelo caminho.

A quarta edição da Lanchonete do Barata foi uma das mais legais, e isso devo enfatizar: cada edição é única, não há melhor ou pior; embora os temas bases sejam palavras e traços, cada convidado acrescenta algo particular onde aprendo muito e nesta última eu tive uma aula e tanto. Há muito o que ser absorvido do mestre Flávio Calazans e quatro horas e pouco não foram suficientes, ele terá que voltar. Apesar disso tudo a minha participação foi comprometida pela oscilação da internet. Bons amigos já deram dicas mas não há muito o que eu possa fazer, não há como ficar mais próximo do roteador e muito menos colocar um cabo direto do mesmo para meu computador. Nas próximas eu terei que contar com a sorte.

 https://www.youtube.com/live/ko3N89nyb9I

Estou ciente que meu Crazy Sketchbook não será um best seller, mas os poucos que o adquiriram fizeram questão de gravar um vídeo para registrar e isso me enche de orgulho e sinto aquela agradável sensação de dever cumprido. 


 

A satisfação por esses lançamentos quase contrabalança com a depressão onipresente, mas há algo que me serve de refúgio, saber que não importa o que, tudo irá passar.

 

 

 

  

sexta-feira, 28 de março de 2025

UNBOXING DO CRAZY SKETCHBOOK POR LEANDRO LUIGI

 As tempestades que assolaram minha vida nesta última semana deram uma trégua, mas deixaram em minha alma um céu nublado, de brumas negras e ar pesado. Vão se abrir para que passe por elas os raios do sol? Há de ser, por hora, ainda permaneço recolhido qual um caracol em sua concha.  

Meu Crazy Sketchbook está caminhando como eu sempre imaginei que seria. Conforme dito nas lives que participei recentemente, principalmente a do canal Milhas e Milhas, eu intentava publicar às minhas próprias custas uma edição limitadíssima e vender nos possíveis eventos onde eu me encontrasse, mas nunca consegui os recursos para tal. 

Por um desses felizes encontros do destino cruzei com o genial poeta Barata Cichetto (o talentoso Celso Moraes F. foi a ponte) e essas edições improváveis ganharam vida em impressões de alta qualidade voltadas para um público seleto. Começamos com o ZÉGATÃOVERSO (que breve estará fora de catálogo) e agora temos o Crazy Sketchbook. Bem sei que não será sucesso de vendas, não há audiência para isso em nosso país, é um livro caro, com desenhos de cunho muito pessoal e vivemos, agora mais que nunca, uma economia de merda. Mas aos poucos ele vai sendo adquirido por aqueles amantes do meu traço, e gente de peso, como o lendário editor Leandro Luigi Del Manto que fez a gentileza de gravar esse unboxing revelando um pouco mais do conteúdo.

O vídeo no Instagram dele está cortado mas aqui você pode vê-lo na íntegra. Enjoy:

 

Interessados podem adquirir neste link:

https://poeturaeditorial.com.br/produto/crazy-sketchbook-de-eduardo-schloesser/  

Obrigado Senhor Deus, obrigado Barata, obrigado Leandro!

sábado, 22 de março de 2025

CRAZY SKETCHBOOK JÁ É UMA REALIDADE, MAIS UM SONHO REALIZADO

 Amadas e amados, boa madrugada!

A tempestade que vez ou outra assola minha vida há cerca de uns 30 anos voltou esses dias. Isso trás uma depressão colossal, mas não é sobre isso que vou falar aqui.

Sabem, temas para postagens nesse nosso espaço até que não tem me faltado, o que não possuo é tempo, aquele momento de sentar e colocar para fora o que me vai na alma. Certo, certo, tempo se arruma, sim é bem verdade, porém, nem tanto, não sou do tipo que faz por fazer, só para cumprir uma agenda, tenho que me concentrar e com as ideias organizadas expor o que vai no íntimo. 

O ruim disso é que conforme o tempo passa, muitas das concepções se perdem na agitação e pressões do dia a dia. Bem, não é novidade na minha vida e vamos em frente, o que der pra desfiar aqui será feito, o que não for possível, paciência.

Conforme o título de hoje trai, o meu projeto Crazy  Sketchbook, que no passado tantas vezes descrevi aqui como uma meta a ser atingida, já está impresso e sendo vendido no site da Poetura. Ainda não tenho ele nas mãos, mas pelo que vi na internet, superou todas as minhas  expectativas. Os interessados podem  acessar este link: https://poeturaeditorial.com.br/produto/crazy-sketchbook-de-eduardo-schloesser/

Muito do que eu teria pra falar aqui já foi debatido numa live que eu e o poeta/editor Barata Cichetto fizemos no canal Milhas e Milhas do amigão Cássio Witt e pode ser assistido abaixo.

 


E teve o vídeo com o unboxing que o Barata fez assim que ele recebeu os primeiros exemplares da obra.


 

Então é isso. Meu obrigado ao Barata.

Mais um sonho realizado, graças a Deus (por tudo dai graças, diz a Palavra).

Se cuidem. Até a próxima! 

 


domingo, 9 de março de 2025

HÉLIO DO SOVERAL, A REVISTA KUNG FU E 1975, O ANO QUE PARECEU ETERNO.

 Boa noite,  amados e amadas!

Ontem eu li um ótimo texto no Barataverso, escrito, claro, pelo poeta Barata Cichetto sobre o Hélio Do Soveral, um gênio que quase ninguém conhece. A história que vou contar hoje tem, lógico, a ver com ele, mas não é exatamente sobre ele, para conhecê-lo um pouco melhor acesse aqui: https://barataverso.com.br/a-maquina-de-misterios-de-helio-do-soveral/

Como diz parte do título desta postagem, 1975, ano que eu e família aportamos na Capital Federal (tem montes de textos sobre isso aqui no blog) foi um tempo onde aconteceram tantas coisas que pareceu perene. Neste ano, logo  depois que deixamos o Brasília Palace Hotel, fomos morar na SQN 104. Não foi uma adaptação fácil, na verdade foi supliciante, no colégio sofri muito bullying (alguns realmente violentos), não raro eu chegava com lábios cortados e olhos roxos em casa, eu dizia para meus pais que eram acidentes ocorridos durante o recreio ou quedas de bicicleta, desde cedo, algo dentro de mim dizia que eu só poderia contar comigo mesmo para resolver meus problemas, ser surrado na escola não era muito diferente de ser surrado pelo meu pai, então, como eu poderia esperar proteção dele? Essa situação possivelmente me fez interessar por artes marciais, eu era fanático por Bruce Lee e pela série Kung Fu com David Carradine. Eu acompanhava as HQs do Mestre do Kung Fu escritas e desenhadas pelo Jim Starling (mais tarde pela dupla Doug Moench e Paul Gulacy), Shang Shi era o máximo! Eu lia  aquelas histórias como se estivesse vendo um filme, murmurava sons de música e criava sonoplastia com a boca nas cenas de ação. Provavelmente, no lar, deveriam achar que eu tinha algum retardo mental (minha mãe dizia que eu vivia no mundo da lua). No isolamento do quarto eu repetia os movimentos que via na série de tv e nas histórias em quadrinhos, fazia flexões e abdominais à exaustão, vivia suado, tudo para ver se eu ganhava autoconfiança. Um tempo depois eu entrei numa academia de karate por breve período, mas isso já foi relatado aqui e não vem ao caso agora.

Certo dia, não lembro como, infelizmente minha memória não me ajuda, fazem uns 50 anos, já, caiu uma revista chamada Kung Fu no meu colo, eu tinha 12 para 13 anos. A revista era da Ebal e no início continham quadrinhos gringos do Shang Shi e de outros personagens mesclados com matérias sobre filmes de artes marciais. Claro que eu não sabia disso na época mas a Ebal perdeu o direito de publicações do Mestre do Kung Fu e para preencher a lacuna surgiram histórias de um certo personagem chamado Kung Fu, ele tinha as características do Kwai Chang Kane e eram escritas pelo Hélio do Soveral. Fiquei fascinado por aqueles quadrinhos, não lembro mais os nomes dos desenhistas que se revezavam naqueles conteúdos, mas o Soveral era constante (na verdade ele assinava com um pseudônimo) o nome dele mesmo eu só vim saber um tempo depois.

Na revista Kung Fu havia o anúncio de números atrasados, valor e endereço para onde os interessados deveriam enviar o dinheiro, era só recortar aquele cupom e enviar e tal e tal. Não lembro se havia uma conta para depósito, sei lá, tampouco recordo de como consegui grana, acho que fui juntando o dinheirinho para o lanche na escola e por fim, com pena de cortar o cupon e aleijar a revista, eu copiei o tal, coloquei junto com o dinheiro num envelope e mandei para a redação da Ebal. Logo em seguida me bateu o arrependimento, e se algum funcionário dos correios abrisse o envelope e ficasse com o dindim? Ou alguém mesmo da editora? Eu estava seguro de  que seria roubado e pior: não receberia as tão ansiadas revistas. Por um tempo que não saberia precisar, certo dia nublado (isso eu lembro bem, fazia frio) recebi um pacote contendo as edições que eu havia perdido e não eram poucas. Devorei tudo em questão de dias. Os desenhos eram bons, uns melhores que outros, mas as tramas, ah, essas sim eram o diferencial, muito bem urdidas, Soveral era um escritor genial!

Muitos anos mais tarde eu soube um pouco mais sobre esse incrível ficcionista, li alguns livros de bolso escritos por ele, soube de suas novelas de rádio (algo que sempre me encantou. Ei, isso pode ser tema de uma postagem, né não?). O episódio 58 intitulado "Um Caso Fora de Série" é fantabulástico!

O texto do Barata me encheu dessa onda de nostalgia e eu quis dividir com vocês esse período da minha infância onde uma vez mais a arte, os quadrinhos, me ajudaram a atravessar e ao invés de trazer recordações amarulentas, produzem saudades.

Se não me falha a memória essa foi a minha primeira revista Kung Fu.



Foto do Soveral que "roubei" do Guia  dos Quadrinhos.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

NOVIDADES, BOAS NOVIDADES.

AS PALAVRAS ABAIXO SÃO DO POETA BARATA CICHETTO ANUNCIANDO UMA EXCELENTE NOVIDADE.  

"(Muito) em breve, a BarataVerso Editora em parceria com a Poetura Editorial, estará lançando um trabalho inédito, exclusivo e imperdível: o "Crazy Sketchbook de Eduardo Schloesser". São 248 páginas com os "cadernos de esboços" do criador do Zé Gatão, uma obra fantástica com sketchs nas cores azul, vermelho e preto, com impressão em papel couchê e... CAPA DURA! Nos próximos dias estaremos informando a data de lançamento oficial, e o link para a pré-venda! Fiquem ligados!!!"


 E foi inaugurada A LANCHONETE DO BARATA, nome das lives que criamos para prosear com artistas, escritores, poetas, quadrinistas, músicos e até com fãs dessas artes. E, NÃO, eu não virei fã de lives, continuo canastrão e sem graça como sempre, mas temos que vender nosso peixe e tentar ganhar um pouco mais de espaço nesse mundo tecnológico. 

No episódio de estreia tivemos a honra de conversar com Luca Fiuza, escritor do excelente livro ZÉGATÃOVERSO. Dentre as novidades anunciadas, como o Crazy Sketchbook, falamos um pouco sobre o ZÉGATÃOFASHION.

Caso queiram assistir essas quase três horas de conversa, eis aí o vídeo:

 


ABRAÇOS A TODOS E É CLARO QUE EU VOLTO (COM A PERMISSÃO DO TODO PODEROSO, ÓBVIO) PARA MAIS DETALHES DESSAS NOVIDADES. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

NOS TEMPOS DAS LANCHONETES

  Assim como os novos tempos sepultaram os cinemas de rua obrigando os amantes da sétima arte a frequentar os shoppings, comprando seus ingressos antecipadamente se quiserem (agora pela internet, através do celular), podemos dizer o mesmo das lanchonetes de rua. Não falo das biroscas, dos botiquins, esses lugares onde as pessoas, na sua maioria, vão pra encher a cara de pinga, no máximo mordendo um churrasquinho de gato e quem sabe, sair no braço por causa de seu time de futebol. Me refiro àqueles ambientes onde você se sentava e comia um baita sanduíche, bebia um milk shake ou dividia uma banana split com a namorada (aliás, nunca mais ouvi falar de banana split, existe ainda?)

Nos dois últimos dias, apesar de novamente eu começar a sentir a pressão das circunstâncias, os ventos contrários às velas do meu barco soprando (mais uma vez) com força, fui invadido por uma forte nostalgia. 

Sei lá porque, eu sempre curti um fast food (sim, sim, eu sei que alimentos gordurosos não são saldáveis, mas não sou cliente fixo desses locais). No Rio de Janeiro, em fins dos anos 70 e início dos 80 eu meio que vi nascer o Bobs e MacDonalds, não era barato comer um sanduba nesses locais, mas sempre que eu podia, eu degustava com enorme prazer.  

Isso começou em Brasília, eu penso; diante de nossa quadra, a SQS 202, atravessando as vias expressas conhecidas como Eixos Leste e Oeste e o Eixão (a via central mais larga, de mão dupla e perigosíssima) havia uma casa de lanches chamada Janjão, serviam um belo hamburguer bastante grande, talvez um ancestral do que hoje se conhece como X-Tudo. O que me ficou na memória naquele lugar onde eu ia sempre com o Luca Fiuza e outros conhecidos da quadra, era um fabuloso suco de goiaba bem caprichado no tamanho. Eram bons tempos. 

Havia também o Sky´s que ficava, se não me falha a memória, na comercial da 106 Sul. Eu sempre ia lá com os meus irmãos Gil e André, Kaíque (grande amigo e irmão em Cristo) e o Edson (Ed Sesser, uma espécie de irmão siamês), e ficávamos lá conversando sobre os muitos assuntos da vida. Fora as lanchonetes que eu frequentava com alguns colegas da faculdade de artes, no Conic e outras na Asa Norte que eu ia com a namorada. Realmente, uma outra vida, tanto que parece-me como um sonho, como se nunca tivesse acontecido, ou como se eu tivesse vivenciado isso assistindo a um filme mágico, num cinema ilusório.

Hoje os locais desse tipo de ambiente são frequentes em praças de alimentação nos shoppings, franquias milionárias onde dificilmente se encontra espaços acolhedores para um colóquio com os amigos. Certo dia, há seis, sete anos atrás, fui ao cinema com um conhecido aqui do bairro e fomos comer no Burguer King, mal falamos sobre o filme, ele ficava o tempo todo lendo e enviando mensagens pelo celular. São os novos tempos onde não me sinto integrado.  

Essa onda  de nostalgia veio, na verdade, de uma conversa que tive com o poeta Barata Cichetto. Combinamos de fazer umas lives a cada 15 dias, sempre com um convidado diferente, artista de alguma área. Nunca quis esse tipo de promoção, mostrar a minha cara e...bem, vocês sabem. Mas o tempo passa, em alguma esquina da vida, encontrarei o meu destino e acho que é hora de me expor mais e tentar falar mais da minha minúscula produção para um possível novo público (de hoje ou do amanhã). A nova tecnologia propicia isso, então vamos deixar os pudores de lado e me expressar para quem quiser ouvir.

O Barata teve um estalo e batizou essa nova empreitada de LANCHONETE DO BARATA.

 

O texto abaixo, escrito pelo Barata, explica melhor:

  "Antes, bem antes da gourmetização de tudo, o local bacana para sentarmos com os amigos, tomar um refrigerante ou cerveja e jogar conversa fora era chamado de "Lanchonete". Por definição, lanchonetes são estabelecimentos comerciais dinâmicos e populares, oferecendo lanches rápidos e saborosos que atendem a diversas ocasiões: um almoço rápido, um café da tarde revigorante ou um encontro casual com amigos. Sua história remonta ao final do século XIX nos Estados Unidos. Inicialmente, as lanchonetes eram conhecidas como “lunch wagons” e eram carruagens que vendiam alimentos rápidos e práticos para os trabalhadores das fábricas.

Entretanto, o nome "Lanchonete" começou a cair em desuso, com os donos dos estabelecimentos preferindo termos como "Hamburgueria" e outros sinônimos terminados em "...ria". E há também – e sempre houve, e provavelmente sempre haverá – o Boteco, o Bar, o Pé-Sujo, o Risca-Faca, etc., normalmente frequentados por cachaceiros de chinelo Havaianas e camiseta regata, que no máximo tomam Crystal, comem ovo colorido e brigam, saindo no braço por causa de futebol. Nada tenho contra essas pessoas e muito menos contra os estabelecimentos, mas meu estilo tem mais a ver com o das lanchonetes típicas.

Numa conversa por WhatsApp com Eduardo Scholesser, numa segunda-feira à noite, falávamos sobre fazer "lives" no YouTube com o intuito de bater um papo entre nós e outras pessoas, num clima de lanchonete – descontraído e amigável. Isso me deu um estalo: "Lanchonete do Barata". Meia hora depois, eu já tinha o logotipo e o conceito, que envolve pelo menos três pessoas conversando sobre temas ligados à Arte e Cultura: quadrinhos, literatura, poesia, cinema, artes visuais. A ideia cenográfica é que todos estejam comendo e/ou bebendo algo durante a transmissão, a fim de criar o clima de lanchonete.

Enfim, foi inaugurada a "Lanchonete do Barata", que estará aberta num dia quallquer, de uma semana qualquer, num horário qualquer, e sem hora para fechar. O endereço é o canal do BarataVerso no YouTube."

A live de inauguração já tem dia e hora, e o convidado é o Luca Fiuza.

 

Mais uma novidade sobre ZÉ GATÃO: na live com o Luis Roxo e o Barata, que pode ser conferida no vídeo abaixo, foi inaugurado oficialmente o ZÉGATÃOFASHION, onde teremos produtos com artes do nosso felino preferido, camisas, canecas e o que mais for possível. Isso demonstra que mesmo aposentado de suas aventuras, ele continua trabalhando a meu favor. 


 

Dou um glória a DEUS por isso.    

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

MAIS UMA LIVE CAÓTICA, PORÉM, DIVERTIDA

 Ontem foi o dia de mais uma participação em lives. Não gosto da minha cara, da minha voz e minhas opiniões me soam melhor escritas (de preferência em meus quadrinhos) que faladas, então vocês podem imaginar a minha resistência em participar desse tipo de coisa e me beira a agonia, entretanto é por uma boa causa, para tentar  alavancar mais uma produção, o ZÉGATÃOVERSO, livro de aventuras em prosa do meu personagem felino escrito pelo Luca Fiuza e ilustrado por mim. Eu sei que a propaganda é a alma de um negócio, não é a toa que alguns produtos vendem mais que outros, né?

Confesso que gerei uma certa expectativa, acionei contatos no Facebook que há anos eu nem ouvia falar (nem todos, existem pessoas que não faço a menor questão que saibam que ainda respiro), criei um evento e enviei convites, cerca de uns 50, eu acho, só uns poucos responderam. Constrangi os amigos mais próximos e desses acho que apenas uns quatro ou cinco apareceram, o Barata me falou que haviam apenas oito logados na live. Mas tudo bem, nem todo mundo estava disponível no horário, eu mesmo raramente participo de alguma coisa antes das 22h, eu tenho que me programar com muita antecedência.

Minha atuação nesse tipo de programa mais uma vez apresentou problemas técnicos e dessa vez foi quase embaraçoso, eu disse "quase" porque depois de um certo momento eu estava achando engraçado. Pensei que fosse um problema de conexão mas não era isso. O poeta Roxo quis saber a minha opinião sobre redes sociais e IAs, dei meu pitaco mas não expus da maneira que queria, nem sempre consigo traduzir em palavras o que me vai na cabeça, meus pensamentos são mais velozes que minha língua e no fim sempre ficam coisas por dizer, o que se traduz em falas inconclusas. 

Anunciamos uma nova edição do meu amarescente PHOBOS E DEIMOS, título ainda desconhecido da maioria, posto que só existem umas 40 cópias publicadas. Será uma edição totalmente nova, formato A4 com a adição de uma nova HQ e uma impressão que faça justiça à arte original. Ainda deve levar um tempo e isso  dependerá de mim, tenho que procurar os originais, escanear tudo de novo, e terminar a HQ intrujona, ainda faltam umas páginas para desenhar e finalizar com tinta.

Outra novidade é a intenção do Barata de reunir todas as HQs eróticas que fiz há uns 22 anos atrás num álbum bem caprichado que batizei de VÊNUS E VENENUS. Essa edição trará minha produção anárquica com tema pornô espalhada em publicações dificílimas de encontrar e conterá material totalmente inédito. Existe intenção de publicar um livro de contos meus, e a produção do ZÉGATÃOFASHION para vender canecas, camisas, chaveiros e etc, tudo pelo selo Poetura e  Barataverso. Claro que até o momento são planos, somente, se eu ou o Barata morrer antes disso, continuará no limbo.

Bom, o saldo da live foi positivo, penso eu. Quem quiser conferir é só acessar abaixo.


 

ZÉGATÃOVERSO prova que o felino casmurro apesar de aposentado ainda ruge, esse novo livro comprova e quem ainda não leu, não sabe o que está perdendo.   

Fiquem todos com DEUS!

 

 

 

domingo, 2 de fevereiro de 2025

UM POUCO MAIS DE ZÉGATÃOVERSO (E NÃO VAI PARAR POR AÍ)

 

 

Dia 06 de fevereiro (quinta próxima) está marcada mais uma live para comentar sobre ZÉGATÃOVERSO, o bate papo entre eu e o Barata Cichetto será mediado pelo Luis Roxo. Pretendemos falar sobre esse tomo em prosa do felino macambúzio mas também sobre outras coisas e  adiantar umas novidades. Certamente pretendo publicar a conversa aqui depois que acontecer. Aguardem.


 

Paralelo a isso veio a público hoje a revista POETURA do mês de fevereiro com ZÉ GATÃO na capa (o grande Gato está ficando importante!). Nesta edição tem uma matéria sobre o livro e entrevistas comigo e o Luca Fiuza. Não deixem de ler. Neste link é só baixar a revista e ler numa boa:

https://www.luisroxoescritor-poetura.com/c%C3%B3pia-livros-1?fbclid=IwY2xjawIM6o5leHRuA2FlbQIxMAABHaY7WBdJ_xnjuf79DvxGxvTNMaaIqX9RKemW7ZTm0kzDoOWNyq_-Vp83zQ_aem_gJ1C8wnCJKkWj_9BIWeqKA

E pra arrematar, confiram o unboxing ZÉGATÃOVERSO, edição colorida, feito pelo Barata. Ainda não tenho esse tomo em minhas mãos, mas pelo que podemos notar, tá bonito pacas.


 

A gente segue se falando.

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

TENTANDO FAZER JUSTIÇA A UM ARTISTA INJUSTIÇADO

 Sobre o título acima eu pensei até em fazer uma série, mas desisti, me lembrei que dois dos maiores artistas brasileiros que conheço já os mencionei (também suas obras) aqui no blog em anos passados e um deles se separou de mim por motivos políticos ideológicos (unilateral, devo frisar). O outro....bem, ele continua atuante, produzindo bem com o enorme talento que lhe é peculiar mas também saiu do radar, nunca mais entrou em contato, Deve ter os motivos dele.

O Celso Moraes F., como ele assina seus trabalhos é um cara que admiro como pessoa e como artista desde o tempo que tive prazer de conheçer, tem opiniões fortes acerca de quase tudo, muito bom gosto para aquilo que acostumamos chamar de arte, música, literatura, gibis, teatro, já atuou como locutor de rádio, professor de português, ator, escreve textos fantásticos e desenha num traço que me é difícil encontrar palavras para descrever, ele odeia o termo underground (eu acho charmoso), mas traduz bem o seu tipo de escrita, que me remete um tanto a um artista que traça no papel suas angústias de uma maneira desesperada, como um Poe moderno acossado por inúmeros fantasmas. Num mundo ideal teríamos vários álbuns com suas histórias marcantes, mas num Brasil ciclópico cheio de incongruências, preconceitos, empáfia, onde o que se cria em países que nem sabem que existimos não fosse pelo café e o Pelé, é mais valorizado que a produção local, não é de admirar que ele continue na obscuridade. Mas no que depender de mim, um pouco de luz sobre sua pequena obra será projetada. Uma coisa que me espanta no Celso é sua memória prodigiosa sobre personagens e gibis gringos que eu nem imagino que exista, o cara é uma enciclopédia ambulante, ao contrário de mim que mal lembro meu nome.

ANTOLOGIA DE QUADRINHOS BEIJA-FLOR EDITORIAL   

 

Uma de suas HQs consta dessa antologia, muito caprichada, pelo que ele demonstra. Eu sempre fico extremamente empolgado e contente quando surgem novidades como essa no "mercado". Lembro quando no final dos anos 90 a Brainstore lançou um gibi do Quebra Queixo, pensei: que bom para o autor, se ele ganha, todos ganham, pois essas coisas abrem portas. Eu estava enganado naquela época e hoje não há mais ilusões sobre o fato. Mas publicações assim revelam talentos e realizam sonhos, pois todo aspirante a quadrinista anela ver seu trabalho publicado e chegando aos consumidores.

Eu recordo que por volta de 2010 a cara do quadrinho em voga naqueles tempos (análise particular) era de tons autobiográficos num traço simples, quase toscos. Eu poderia citar vários exemplos tanto daqui como lá de fora mas prefiro me esquivar de possíveis dardos por parte de algum discordante. Sabem, "tosco" pode ser interpretado como mal feito, e não foi isso o que eu quis dizer aqui..... bem, quase.

O caso é que não sei se é uma onda, mas hoje em dia eu noto que muitos quadrinhos tem essa atmosfera alegre em contornos mais infantilizados, mais redondos, mesmo que o teor seja "down", as linhas sugerem "up".  Há muito disso nessa antologia, a única exceção é a obra do Celso, que destoa do clima positivo da coletânea. Inclusive eu e ele conversamos sobre isso.  

O Celso, assim como eu, sofre de alguns desesperos da alma que nos fazem descrer que o futuro teria algo bom camuflado em algum ponto adiante; essa fadiga por vezes tenta nos dobrar e nos fazer desistir, mas sempre aparece uma novidade que nos obriga a levantar e dar mais alguns passos, eu com ZÉGATÃOVERSO e ele com essa bela antologia em capa dura.

Parabéns, Celso! 


 

  

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

ZÉ GATÃO ANALIZADO PELO ESCRITOR ANTÔNIO DE SANTO XAVIER


 

Resenha Literária: O Universo de Zé Gatão e a Dedicação de Barata Cichetto

 

Introdução ao Universo de Zé Gatão

 

Entre os quadrinhos nacionais, o trabalho de Eduardo Schloesser é um monumento de resistência e criatividade. Seu personagem mais icônico, Zé Gatão, transcende o gênero ao misturar violência, erotismo e existencialismo em narrativas densas e visualmente impactantes. Criado em um contexto de dificuldades financeiras e uma atmosfera de depressão pessoal, o universo de Zé Gatão reflete as sombras de seu criador e as luzes de sua genialidade. A figura do felino antropomórfico é um símbolo do isolamento e da luta contra as adversidades, temas que ressoam profundamente com quem entra em contato com suas histórias.

 

Zé Gatão nasceu oficialmente em 1992, mas seu embrião remonta ao final dos anos 80, quando Schloesser experimentava com estampas e ilustrava histórias em quadrinhos em meio ao caos urbano de São Paulo. Ao longo de sua carreira, Schloesser construiu uma obra que atravessou barreiras gêneras, estéticas e ideológicas, desafiando as limitações impostas pelo mercado editorial brasileiro.

 

As Camadas da Obra de Schloesser

 

A obra de Schloesser é rica em detalhes. Seus desenhos à grafite são meticulosamente trabalhados, com uma atenção quase obsessiva a cada sombra e traço. É uma arte que convida à contemplação prolongada, como testemunhou Barata Cichetto ao descrever seu primeiro contato com A Vida e os Amores de Edgar Allan Poe. A habilidade de Schloesser em capturar a essência de Poe através de suas ilustrações é um testemunho de seu talento inigualável. Para além dos traços, as histórias de Zé Gatão são marcadas por um profundo humanismo, ainda que filtrado por um prisma de brutalidade e erotismo.

 

Os temas abordados nas histórias vão além da violência física. Eles exploram as violências psicológicas e sociais, as quais Schloesser vivenciou durante sua carreira. O preconceito enfrentado por criar narrativas fora do padrão comercial também ecoa nos desafios de Zé Gatão, um protagonista solitário que reflete o próprio criador.

 

Luca Fiuza e o ZéGatãoVerso

 

Se Schloesser construiu o alicerce desse universo, foi Luca Fiuza quem expandiu suas possibilidades narrativas. Os contos de Fiuza sobre o Zé Gatão são uma prova de como um personagem pode transcender o controle de seu criador e inspirar outros artistas. Barata Cichetto, em um de seus muitos projetos editoriais, reconheceu esse potencial ao republicar os contos de Fiuza em seu portal BarataVerso, posteriormente levando-os para uma edição impressa.

 

Os textos de Fiuza capturam a essência do universo criado por Schloesser, adicionando camadas de profundidade psicológica e aventuras que expandem as narrativas originais. Sua escrita é marcada por um apuro estético que reflete o mesmo amor pelos detalhes encontrado nos desenhos de Schloesser. As histórias mantêm o tom sombrio e visceral, enquanto exploram novos territórios do ZéGatãoVerso.

 

Barata Cichetto: O Editor Incansável

 

Barata Cichetto desempenha um papel fundamental na preservação e expansão do legado de Zé Gatão. Seu trabalho como editor vai além do simples ato de publicar. Ele é um mediador cultural, conectando artistas e obras com um público que, muitas vezes, não teria acesso a essas criações. Foi por meio de seu portal e de sua nova iniciativa editorial, a BarataVerso Editora, que o ZéGatãoVerso ganhou vida em formato impresso.

 

A dedicação de Cichetto à difusão da cultura underground é notável. Ele não apenas publica, mas também promove, comenta e contextualiza as obras que edita. Sua habilidade em identificar talentos e reconhecer o valor de projetos fora do mainstream é um trunfo raro no mercado editorial brasileiro. No caso de Zé Gatão, ele não apenas trouxe visibilidade ao trabalho de Schloesser, mas também conectou-o a novos colaboradores, como Luca Fiuza.

 

Conclusão

 

O universo de Zé Gatão é um testemunho da resistência e da criatividade de artistas que desafiam as limitações do mercado e as convenções narrativas. Eduardo Schloesser construiu uma obra que é, ao mesmo tempo, profundamente pessoal e universal. Luca Fiuza ampliou essa narrativa com contos que capturam a essência do personagem enquanto exploram novas possibilidades. Barata Cichetto, por sua vez, desempenhou o papel de curador e editor, garantindo que essas histórias alcançassem um público mais amplo.

 

Juntos, esses três criadores provam que a arte é uma força viva, capaz de atravessar barreiras e inspirar novas gerações. O ZéGatãoVerso não é apenas uma coleção de histórias; é um testemunho do poder da colaboração e da dedicação em manter viva a chama da cultura alternativa.

 

Santo Xavier, Lisboa, 2025

MINHA GRATIDÃO AO GENECY SOUZA POR ESSA EXCELENTE RESENHA!

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