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quinta-feira, 10 de abril de 2025

MINHA GRATIDÃO AO GENECY SOUZA POR ESSA EXCELENTE RESENHA!

 


UM CADERNO DE ESBOÇOS QUE DIZ MAIS DO QUE SEUS TRAÇOS, por Genecy Souza.

 

Se há um item na minha lista de frustrações (ou incompetências, ou inabilidades, ou incapacidades, sei lá eu) é o de não saber desenhar, principalmente seres vivos, com seus movimentos e expressões, seja lá em que contexto for. Certa vez vi em algum lugar os métodos de criação de Gerald Scarfe, que deram forma aos personagens que compõem a obra-prima do rock The Wall (1979), da banda Pink Floyd, adaptada genialmente em 1982 para o cinema, sob a batuta do diretor Alan Parker. Não posso negar que ao menos 50% do impacto do filme se deve aos seres, objetos e cenários bizarros, idealizados por um certo Roger Waters, mas materializados pelos pincéis e cores de Scarfe. Outro grande desenhista é Roger Dean, o grande autor das capas de álbuns de bandas como o Yes, Asia, Uriah Heep, entre outras.

O objetivo desta resenha não é fazer uma comparação entre os dois mestres gringos e o brasuca (no bom sentido) Eduardo Schloesser, visto que cada um é detentor de seus méritos enquanto artistas, e sim, me inserir em um contexto(?) artístico que envolvem pincel, tinta de caneta Bic, traços e... muita imaginação. Sim. Essa é a pegada: a imaginação. Como nunca fui a fundo no mundo dos desenhos gráficos, portanto, longe de me expressar com um entendido no tema, prefiro me valer do meu “método” de absorver as artes visuais no campo das HQs, cartoons, charges, e por aí vai.

Ao receber o livro Crazy Sketchbook de Eduardo Schloesser, ‘logo de capa’ saquei que o caderno de esboços é muito mais que do que ele se propõe. Em outras palavras: os rabiscos do artista, mesmo sem uma história ou descrição de cena, já produzem ideias ou esboços de aventuras nos mais diferentes tons de dramaticidade ou humor. Embora o personagem Zé Gatão seja, salvo mero equívoco de minha parte, a estrela mais fulgurante no universo criativo de Schloesser, as figuras aleatórias apresentadas no livro fixam minha atenção para um detalhe que sempre valorizei nesse tipo de arte: as expressões –- medo, susto, fúria, lascívia, escracho, vergonha, desejo, alegria... –- que se mostram de forma a evitar qualquer demonstração de indiferença de minha parte. Evidentemente que o autor não é o único a produzir esse tipo de efeito, no entanto, o que observo nesse livro resulta em um plus de atenção além da conta. Talvez essa minha impressão seja resultado dos muitos filmes da era do cinema mudo que vi ao longo da minha vida. Quem sabe?

Outro detalhe que vale a pena destacar é a ausência de reservas do artista no que se refere à sexualidade, mesmo em situações bizarras ou escatológicas que, mesmo assim, não constrangem o leitor desprendido de certos pudores. A bem da verdade, se visto de perto, o sexo real é bastante semelhante ao que os traços do artista revelam, inclusive na disformidade estética dos corpos masculinos, femininos e antropomórficos. Aqui a beleza ganha outros contornos, talvez mais realistas.

Por fim, essa juntada de esboços que poderiam dar origem a uma série de obras geniais, só tem um defeito: está no país errado. Se gringo fosse, Eduardo Schloesser certamente teria ótima conversas com Gerald Scarfe e Roger Dean. Mas, isso é apenas um voo de imaginação meu, que não pode ser desenhado. 


 



terça-feira, 8 de abril de 2025

A LANCHONETE DO BARATA 4 FOI SENSACIONAL E A INTERNET ARRUINOU MINHA PARTICIPAÇÃO

 A pessoa que vos escreve neste momento é um ser deprimido, cansado e com vontade de mandar tudo às favas e sair sem direção estrada afora. Desde aquela maldita crise sanitária que decretou o fim do meu mundo eu sinto que de lá pra cá eu fui me perdendo mais e mais, pedaços de mim caindo pelas ruas e eu tentando me juntar e me colar inutilmente com cola vagabunda. Além das perdas irreparáveis, a saudade imorredoura, a pressão cotidiana, a (quase sempre) crise financeira e esta maldita tempestade doméstica que nunca cessa produz esse caldo de tristeza que me leva a querer dormir e não acordar mais. 

Do final do ano passado para cá isso se intensificou de tal maneira que os tais pedaços de mim descolaram e eu não tenho conseguido por de volta. Não era pra ser assim, tem acontecido coisas boas comigo, conheci por intermédio do Celso Moraes F. o poeta Barata Cichetto e através dessa parceria saiu o ZÉGATÃOVERSO, logo seguido pelo CRAZY SKETCHBOOK, livros que eu nem sonhava em publicar agora e nem via possibilidades num  futuro próximo. 

Sempre digo que Deus colocou a arte na minha vida como uma porta pela qual eu possa escapar quando a existência se mostra amarga além da medida e eu penso que esses projetos vindo à luz não me deixam desmoronar completamente.  Existem planos para novas/velhas publicações e isso me ajuda a seguir em frente mesmo que não haja ganho financeiro num primeiro momento.

Outra coisa que me angustia são os trabalhos que preciso terminar, honrar estes compromissos pelos quais já recebi e vão envelhecendo em minhas mãos e eu não consigo tocá-los mais rápido.

Ao fim, depois desse desabafo, respiro fundo, tento me encher de coragem e aproveitar o tempo que o Senhor me concede para seguir em frente e continuar a batalha mesmo com minhas partes espalhadas pelo caminho.

A quarta edição da Lanchonete do Barata foi uma das mais legais, e isso devo enfatizar: cada edição é única, não há melhor ou pior; embora os temas bases sejam palavras e traços, cada convidado acrescenta algo particular onde aprendo muito e nesta última eu tive uma aula e tanto. Há muito o que ser absorvido do mestre Flávio Calazans e quatro horas e pouco não foram suficientes, ele terá que voltar. Apesar disso tudo a minha participação foi comprometida pela oscilação da internet. Bons amigos já deram dicas mas não há muito o que eu possa fazer, não há como ficar mais próximo do roteador e muito menos colocar um cabo direto do mesmo para meu computador. Nas próximas eu terei que contar com a sorte.

 https://www.youtube.com/live/ko3N89nyb9I

Estou ciente que meu Crazy Sketchbook não será um best seller, mas os poucos que o adquiriram fizeram questão de gravar um vídeo para registrar e isso me enche de orgulho e sinto aquela agradável sensação de dever cumprido. 


 

A satisfação por esses lançamentos quase contrabalança com a depressão onipresente, mas há algo que me serve de refúgio, saber que não importa o que, tudo irá passar.

 

 

 

  

MINHA GRATIDÃO AO GENECY SOUZA POR ESSA EXCELENTE RESENHA!

  UM CADERNO DE ESBOÇOS QUE DIZ MAIS DO QUE SEUS TRAÇOS, por Genecy Souza.   Se há um item na minha lista de frustrações (ou incompetê...