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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

ADEUS, RICHARD CORBEN!

 

Fiz 58 anos no último dia 5 deste mês. Três dias antes o grande Richard Corben se despedia desta vida. Mais um mestre (e porque não dizer amigo?) que se vai. Um parceiro de jornada não significa exatamente alguém com quem se tenha contato físico, Rich jamais soube que influenciou um anão aqui no Brasil na forma de criar seus quadrinhos, no entanto poderíamos romantizar dizendo que nos comunicamos através da arte, ele criava e eu degustava e estudava suas soluções para compor uma narrativa (entre outras coisas).                                                                                                                                                     

Bernie Wrightson partiu, Frank Frazetta idem. Agora Corben. Restam poucos que realmente respeito como os grandes em suas áreas. O que sobra para mim? Arnold Schwarzenegger, David Gilmour, Mark Knopfler, Tanino Liberatore e Olavo de Carvalho? Acho que é isso. E todos eles já bem velhinhos.  Este pensamento faz com que eu me sinta um pouco mais só. No entanto, é a vida

Bem, um texto sobre Rich se faz necessário, já postei algo sobre ele aqui:

 https://eduardoschloesser.blogspot.com/2010/09/minhas-influencias-richard-corben.html?fbclid=IwAR1b7Sl1OQSySRej1DGdiQrQy5joVmCVb5-8vVRA2Sh_nof25ylzUt7uTco

Então vou abordar algo diferente, vou falar dos quadrinhos dele e minha eterna falta de grana.

Rich sempre foi mal publicado no Brasil.  A primeira vez que me deparei com sua obra foi na revista Kripta da RGE, era um roteiro do Bruce Jones que versava sobre viagem no tempo. Fiquei gamado na hora, um preto, branco e cinza como aquele era totalmente inédito para mim. Como desconhecia a técnica usada eu tentei reproduzir com meus lápis 6B. Nunca consegui chegar aos pés (e isso até hoje), felizmente. Eu digo felizmente porque se tivesse logrado fazer como ele eu seria uma imitação barata, ele foi a maior influência mas através dele e dos outros já citados no blog eu encontrei minha própria maneira de criar minhas artes. 

A revista Kripta era acessível, eu tinha todas as edições que me interessavam (não era colecionador na época, me tornei mais tarde) mas só descobri o trabalho a cores de Corben na revista Heavy Metal com uma história do Sinbad. Era serializada e estas edições eu só podia babar em cima mas jamais comprar pois eram extremamente caras.

Den, criação maior de Rich também só pude apreciar folheando a Heavy Metal na livraria Sodiler.    Até que em 1989, meu old pal Luca, me trouxe da Inglaterra (país onde morou por um tempo) um álbum com a primeira saga do personagem. Foi um sonho realizado e sou grato ao velho irmão até hoje. 

Já em São Paulo, frequentando a Livraria Muito Prazer, uma comic shop (termo ainda não criado na época) eu me martirizava com os inúmeros títulos nas prateleiras e totalmente fora do meu alcance.

Me lembro que ao visitar a bienal de quadrinhos no Sesc Pompeia no início dos anos 90, no estande da Devir me deparei com o título Mundo Mutante. Pra mim, a melhor cor de Corben em um trabalho. Como sempre tão caro que só pude ficar na vontade.

Sobre Bloodstar já comentei em uma postagem por ocasião do falecimento do meu pai.

Com o tempo, sempre que os recursos permitiam eu agrega novos títulos à minha coleção de Corben, alguns foram presenteados pelos meus irmãos e por amigos queridos como Mira Werner. Muita coisa impressa ainda me falta, algumas consegui baixar da internet com boa qualidade, outras ainda são muito custosas para meus bolsos, como as reimpressões de luxo de Mutant World e Sons Of The Mutant World, os dois volumes do catálogo da exposição de Angouleme e Murky World, lançadas lá fora via financiamento coletivo.

Como podem notar, Richard Corben não apenas me influenciou artisticamente, ele esteve presente entre frustrações e alegrias.

É isso.

Vá em paz, Richard, até algum dia!

2 comentários:

  1. Mais um artista que partiu... Que descanse em paz.

    Nunca li nada do personagem Den, mas conheci pelo filme Heavy Metal.

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    Respostas
    1. A versão de Den para o desenho animado é bem reduzida, mas conta a origem do personagem. Depois, no terceiro álbum, o Corben complica um pouco a coisa, a saga do herói toma outros rumos, dando a entender que ele viria de um outro planeta ou outra dimensão, sei lá. Nunca ficou devidamente claro para mim. Mas as aventuras tem muito clima de fantasia sci fi e seres estranhos. Vale por isso.

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